"Algumas instituições (FMI, Bruegel) estimam que até ao final do ano o BCE deixe de poder de comprar títulos do Tesouro português (por violar os limites impostos no programa). Depois, os juros em 3% escondem uma diferenciação clara já feita pelo mercado entre Portugal e o restante "Sul", visível no aumento comparativo dos "spreads" de Portugal face a Espanha e Itália. Esta diferenciação custa muito dinheiro aos contribuintes - e é um sinal preocupante para o futuro pós-programa do BCE.
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É olhando para este cenário que a Comissão se empertiga com Portugal, que há bancos estrangeiros que avisam para o risco de resgate, que há recados assassinos de um ministro alemão. Já sabemos que muitos destes agentes seguem as suas agendas - este filme não é, nem nunca foi, o Bambi. Mas isso não deve servir para esconder a necessidade de maior prudência por parte da política portuguesa - nem para eleger infantilmente toda e qualquer pressão de Bruxelas como "inimiga" do "interesse nacional". Há que pôr os olhos na bola e ler todo o campo. Com mais ou menos auto-estima, neste jogo seremos sempre "underdogs" - e aqui não há nenhum Éder mágico."
Trecho retirado de "No outro jogo não há Éder que nos salve dos erros"
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