Lembro-me de trabalhar como Director da Qualidade numa empresa que produzia circuitos impressos. Foi no meu último trabalho, antes de enveredar pela vida de consultor.
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Julgo que já confessei aqui que estive perto de avançar com mais dois sócios para a formação de uma empresa dedicada à produção de pequenas séries. A empresa onde trabalhava estava a crescer muito e a embrenhar-se no mundo da produção para a indústria automóvel, o mundo das grandes séries e das margens apertadas. Entretanto, os antigos clientes, clientes de séries pequenas e de desenvolvimento, eram deixados para trás. Acabamos por não avançar porque um dos sócios meteu baixa e desapareceu de circulação.
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Recordo esta memória por causa disto "Print Your Own Circuit Boards At Home".
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Impressionante exemplo do que é a democratização da produção... fabricar um circuito impresso industrialmente implica(va) tantas operações, tantos impactes ambientais (simplesmente não imaginam a quantidade de químicos utilizados e os desperdícios gerados) ...
- numa CNC furar uma chapa de fibra de vidro revestida a cobre dos dois lados para que os circuitos de uma face se conectem com a outra face;
- numa linha química depositar por electrólise cobre no interior dos furos;
- lavar com ácido sulfúrico;
- aplicar filme fotossensível para proteger áreas onde ficarão as linhas dos circuitos e onde serão soldados os componentes;
- activar o filme fotossensível;
- decapar todo o cobre não protegido; (pesadelo com amoníaco)
- aplicar tinta protectora (normalmente de cor verde) sobre toda a placa excepto nas áreas onde serão soldados os componentes;
- mergulhar o circuito impresso num banho de solda para depositar camada de solda nos locais onde serão soldados componentes;
- separar placas individuais por corte num balancé
- teste eléctrico;
- controlo visual;
- embalagem;
- entrega.
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