domingo, abril 12, 2015

Curiosidade do dia

No Sábado passado, a propósito dos desejos de volta à normalidade, escrevi no Twitter:

No Domingo passado, Helena Matos em "Porque não volta Guterres?" expôs muito bem a nova normalidade:
"Os “tempos normais” acabaram quando acabou o dinheiro. Claro que vamos ter breves momentos de ilusão. Os próximos meses com eleições legislativas e presidenciais vão ser marcados por eles. Mas tudo será breve e de novo, mais dura ainda, a realidade se imporá. É por isso que Guterres não volta. Porque sabe que não teremos “tempos normais”."
O texto de Helena Matos é fantástico a descrever toda a gama de personagens que aspiram à volta da normalidade:
"Em boa verdade aquilo a que nos últimos anos temos ouvido chamar contestação mais não é do que o sussurro de um pedido, um pedido de regresso aos “tempos normais”. 
Entretanto, este texto "America: The "Nursing Home" Economy", serve para lançar mais achas para a fogueira da impossibilidade de voltar aos "tempos normais":
"It was Alexis de Tocqueville who observed that democracy was doomed. He said it would soon degrade into tyranny. As soon as politicians realized that they could win elections by promising the voters more of other people’s money, it was just a matter of time until they overdid it.
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Had he imagined how old people would get, he wouldn’t have been so optimistic. As things developed, politicians noticed two important things: that young people (especially those who hadn’t been born yet) didn’t vote… and old people’s votes could be bought fairly cheaply, at least so it appeared at first."
Por fim, tudo isto me fez recordar um texto de 2012 assinado por Vítor Bento, "O dia seguinte", e que comentei em "O anónimo engenheiro da província pensava...".
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Nós vivemos os novos tempos normais, tempos muito mais sãos, tempos difíceis para quem só pensa no dia de hoje e esquece-se dos que virão a seguir. Os tempos também são difíceis para os que pensam no longo prazo, como eu, mas sabemos que existe um propósito que nos ultrapassa, deixar um mundo melhor para quem não foi ouvido nas decisões do passado e precisa de espaço para contribuir à sua maneira.
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Vítor Bento pensava que depois da troika teríamos de construir a nova economia, quando foi a troika, com a sua falta de democraticidade, que ao quebrar aquela rotina viciada que Tocqueville previu, criou as condições para que os anónimos construíssem a nova economia.

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