quinta-feira, março 14, 2013

Curiosidade do dia

"Ser ministro hoje, em particular o ministro das Finanças e outros, é um acto de coragem (...) os ministros têm poucos meios ao seu alcance para resolver os problemas"
Afirmação de Bagão Felix no Destak de ontem na rubrica "Tirada do dia".
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A situação a que chegamos também resultou desta maneira de pensar. Pensar que os ministros existem para resolver os nossos problemas... apetece escrever que os ministros existem para criar problemas. E quando um pequeno problema existe, um ministro intervém para o ajudar a resolver e, no acto, acaba por criar um outro problema ainda maior e assim por diante em crescimento exponencial. Como escreve César das Neves, já que o elefante não desaparece ao menos que fique quieto e não deite abaixo as porcelanas na loja.

8 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Uma sociedade sem governo nem estado (ou com um governo ou estado "quietos") é um modelo político bem mais longe da realidade do que o modelo da concorrência perfeita em economia. Mas há quem use modelos sofisticados em economia e se contente com qualquer coisa em política. Como se a economia alguma vez tivesse existido ou pudesse existir num qualquer hiperespaço fora da política.

João Pinto disse...

Carlos Albuquerque,

O problema é quando o Estado interfere tanto (não está quieto) que a única coisa que ele faz é proteger ou incentivar a concorrência perfeita. Limita tanto a atuação das pessoas que não permite que elas possam utilizar aqueles modelos sofisticados de que fala. Ou seja, um Estado que não esteja quieto obriga os agentes económicos a seguir as regras e as orientações do Estado, limitando a utilização dos tais modelos sofisticados

Carlos Albuquerque disse...

Não há estados quietos. Porque não há economia sem pessoas nem pessoas sem política. Não há nenhuma grande economia no mundo sem um guarda chuva de estado político e militar.

Pensar que um pequeno país chega a algum lado destruindo o seu estado ou reduzindo-o à inacção é de uma ingenuidade confrangedora.

Infelizmente há que apenas pense na vantagem de muito curto prazo em não ter que se preocupar com o estado. Até que a política volta a entrar por todos os lados.

CCz disse...

Bom, bom, é criar legislação como a explicada ontem na RTP: um lar, para acolher legalmente 4 idosos precisa de 9 funcionários.

Carlos Albuquerque disse...

E se não houvesse nenhuma legislação?

Qualquer um podia acolher quantos idosos quisesse, nas condições que quisesse.

Era uma maravilha de empreendedorismo.

CCz disse...

Mate-se a criança e divida-se uma metade para cada mãe.

Carlos Albuquerque disse...

Vamos todos emigrar para o país sem estado. Fica ao lado do país da concorrência perfeita.

João Pinto disse...

Quando o Carlos vive num país que consome 50% do que se produz, não percebo a razão de falar num país sem Estado. Se pagasse impostos e soubesse que Portugal é dos países onde a distribuição do esforço fiscal é mais mais injusta (os números mostram que são poucos os que pagam impostos), estaria preocupado. A não ser que seja um dos que consome os tais 50%.