sábado, setembro 15, 2012

E se a troika fosse mesmo embora...

Como seria o dia seguinte...

6 comentários:

ematejoca disse...

... Portugal afundava-se de vez!!!

Carlos Albuquerque disse...

Estive na manif de Lisboa e o estado de espírito não era contra a troika. Era muito mais contra o governo. Um grande cartaz acusava Passos, Sócrates e Cavaco pela crise. E acho que tinha razão.

Já agora convém notar que com a evolução que a economia e o défice levam, quanto mais tempo passar mais dependentes estaremos da troika, tal como os gregos.

Ao contrário de certas análises superficiais pensam, quem mais depende do estado é quem mais quer as contas do estado equilibradas. E em termos de contas do estado Passos Coelho e Gaspar são exactamente como Sócrates e Teixeira dos Santos: contas aldrabadas, proteção de interesses muito particulares e défices altos. A menos que se ache que 6% de défice é razoável.

Ricardo Proença disse...

O problema não é a Troika, o problema não é Passos Coelho, o problema não é José Sócrates.

Por mais que custe dizer ou ouvir o problema somos nós – eu, tu, você.

Se a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 3º, define que a soberania da nossa democracia reside no povo não podemos esperar que o país tenha chegado ao estado a que chegou sem sermos, de um ou outro modo, responsáveis.

Embevecidos com o espírito livre, fraterno, generoso e autêntico do 25 de Abri de 1974, momento histórico mais belo que o país teve no seu passado recente, pensámos que tudo ia correr bem.

Imbuídos desse espírito tomámos sistematicamente, durante estes 38 anos de democracia, a pior decisão de todas: decidimos entregar de bandeja a nossa liberdade individual a um grupo reduzido de pessoas e organizações.

E pior do que isso demos-lhes esse poder achando que o voto era suficiente para controlar os poderes que se movem na sociedade portuguesa.

Esquecemos a lição da ditadura: que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.

Errámos, falhámos enquanto povo, nação e país.

Mas isso não é uma fatalidade.

A tragédia só existe se não conseguirmos aprender com os erros, se continuarmos com o mesmo modelo mental que nos levou a este estado de coisas.

CCz disse...

http://www.lemonde.fr/international/article/2012/09/14/la-bulgarie-renonce-a-l-euro_1760583_3210.html#mf_sid=594876742

CCz disse...

Eheheh, uma manifestação designada "Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas de volta" não era, também, contra a troika?

Carlos Albuquerque disse...

Curiosamente era muito pouco contra a troika.

Espantoso, não é?

Mas não é nada espantoso para quem está atento ao conjunto da sociedade portuguesa.