terça-feira, maio 11, 2010

Escapar a todas as sistematizações

Só nos anos 70 do século passado, na Escola de Harvard, Kenneth Andrews:
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"His definition of strategy identifies it as the roll-it-all-up-into-this framework by which a company is to determine what the enterprise is and what it wants to be.
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For Andrews, "corporate strategy is the pattern of major objectives, purposes, or goals and essential plans for achieving those goals, stated in such a way as to define what business the company is in or is to be in and the kind of company it is or is to be."
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Andrews also was clear on the proposition that a company's strategy was, within certain constraints, the product of choices made by its leaders - still a surprinsingly novel idea in academic circles of that era."
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E agora a grande surpresa, tal como previ há dias, se só descobriram isto em Harvard nos anos 70 do século passado, quando é que isto terá chegado ao mainstream das escolas de economia no resto do mundo?
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"Andrews found that contrary to what contemporary economists would have predicted, different companies in that industry actually had different cost structures and different levels of profitability, mostly because competitors pursued different product and sales strategies"
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Respirar fundo!!!
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Reler o último parágrafo.....
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Por fim, para destroçar os partidários do Grande Planeador, os partidários da redução de salários, os jogadores de xadrez que não podem jogar contra si próprios:
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"Andrews took pains to describe his conception of strategy as reflecting a general manager's point of view - in contrast to the economist's view, which he had little use for. Economists, he argued, failed to take into account the rich variety of issues that such a manager should consider in charting the company's future, including relating strategy to the needs of society, the environment, and the manager's personal values, and parsing how "organizational processes and behavior" conduced to "the accomplishment of purpose."
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"Individual companies and industries were just too idiosyncratic, and the ambitions and values of their managers too rich and varied to be mapped on any single template."
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Leio isto e faço logo a ponte para alguns textos de Pedro Arroja, como este "soluções pessoalizadas".
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Como defendeu Andrews, como eu defendo aqui neste espaço, contra a ditadura dos custos dos macro-economistas, a solução única não existe, só existem soluções pessoais, adequadas à realidade de cada empresa, de cada organização. Uma solução para cada organização escapando a todas as sistematizações.
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Pelos vistos 30 anos não foram suficientes para chegar ao mainstream...
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Trechos retirados do livro "The Lords of Strategy" de Walter Kiechel III.

3 comentários:

Jonh disse...

Concordo plenamente consigo, mas o problema aqui (já comentei num post anterior) está em fazer com que as empresas façam o que devem fazer. Dito de outra forma, como é que se há-de mostrar aos nossos empresários que devem apostar na diferenciação, nos produtos personalizados, apostar no valor em detrimento do preço baixo?

CCz disse...

Não se pode obrigar ninguém.
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Não se pode ajudar quem não quer ser ajudado, não se pode ajudar quem nem sabe que precisa de ajuda.
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Só a necessidade, só o exemplo dos pares pode ajudar a descobrir que há uma outra via.
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http://balancedscorecard.blogspot.com/2007/12/correlaes-calado-e-o-exemplo-dos-pares.html

Jonh disse...

Obrigado pela sua resposta

No entanto, se nos focarmos na sua perspectiva, o Estado nada pode fazer economicamente, o que não concordo. Sei que numa economia de mercado, cabe aos particulares tomarem a iniciativa, mas ela pode ser picada ou relembrada.

Muitas empresas e muitos empresários lançam-se completamente às escuras, sem saber sequer quais são os seus objectivos e as suas estratégias. É a estratégia do passo a passo, sem rumo. Uns gabinetes de apoio aos empresários ajudariam um pouco a prepará-los melhor para o mundo empresarial.