terça-feira, maio 13, 2008

E não se passa nada

E não acontece nada...
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Façam o favor de investir um pouco do Vosso tempo a ler as denúncias, ou gritos de revolta ou de desespero daqui. Em especial o texto assinado por FS... e ninguém faz nada? E ninguém actua?
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Faz-me lembrar aqueles periódicos acidentes no Nilo, em que um barco sobrelotado vai ao fundo. Então, só então, é que as autoridades competentes aparecem, para concluir que o barco transportava passageiros ilegalmente, pois não estava licenciado para o efeito.
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Se ao menos o nosso anafado cuco percebesse a mensagem de Porter, sobre o papel da legislação e da fiscalização, para fomentar um cluster competitivo...
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Se um jornal decidisse inscrever um seu jornalista como aluno, durante 1 período lectivo, e viesse depois a publicar as suas conclusões e relatos... perante o escândalo que seria, já imagino o ministro do ensino superior a marcar uma conferência de imprensa à Pilatos...

21 comentários:

Anónimo disse...

hmmmm.... este também dava pano pra mangas...
1- O comentário da FS descreve um cenário que eu também vi, e por isso posso apoiá-la na argumentação, tem toda a razão, é mesmo assim que as coisas "parecem ser";
2- Penso que o tom da sua escrita reflecte algum cansaço, provavelmente ocasionado pela tal sobrecarga de trabalhos que refere a dado passo do comentário (eu também passei por isso), e que afecta muito particularmente os trabalhadores-estudantes, como deve ser o seu caso;
3- Não acredito que seja assim apenas nas Privadas. Não acredito, e podia demonstrar com conhecimento de causa, se me visse forçado a isso;
4- O meu curso de gestão vem duma Privada. Pretende algum aluno duma Pública discutir comigo os méritos de tê-lo concluído, os conhecimentos que adquiri, o crescimento que representou para mim, o esforço e empenho que coloquei ao serviço?
5- Cada caso é um caso. Ao aluno que não foi bem sucedido na Pública e resiolve tentar uma privada por achá-la mais fácil, podemos fazer corresponder o aluno que anda eternamente numa pública só porque os pais podem - porque o preço da Propina é só um dos "ingredintes" da despesa final, e nem sempre, mesmo na Privada, o que tem maior peso na carteira dos pais.

Mas enfim, é como disse, o comentário da FS descreve um cenário que eu também vi...

Anónimo disse...

Pois bem, cá fica uma opinião diferente de um aluno de um instituto privado, que, conhecendo já esse mesmo instituto a mais de 10 anos,afirmo que para além de boatos nunca vi nem tomei conhecimento de situações como as que referem.

Para além disso, conheço pessoas que como eu, tentam acabar ano após ano o referido curso.

Caso saibam os dados da Privada que o FS refere, por favor indiquem pois também eu gostaria de acabar com o stress e comprar o canudo.

O que eu penso que realmente existe é uma imagem muito errada a respeito das privadas, que dão asas a especulações muitas vezes sem fundamento.

Mais uma vez repito, não estou a generalizar, pois isso é algo que não posso de forma alguma fazer, apenas falo do meu caso em especifico.

Para concluir pergunto:
E nas públicas...????
Ou será que existindo este tipo de facilitismo nas privadas é um crime, enquanto que nas publicas o filho do Srº Drº não sei das quantas que até estudo com reitor....

Anónimo disse...

Conheço uma pessoa (mulher, jovem), que me pagou recentemente honorários para que a ajudasse a debater um projecto na minha área (dizia ela), e que afinal queria apenas "conversar sobre gestão". Mais tarde veio a contar-me que tinha sido convidada para dar aulas numa instituição pública.
Ora este "convite" (a mim não me enganam assim tanto), posso especular sem grande risco sobre qual terá sido o seu principal critério: Mulher, jovem... muito riso, muito sorriso, e muita forma, duma forma geral.
Mas bem sei eu o que por ali vai em termos de conteúdo... hehe... afinal fui pago para em algumas horas a preparar para dar essas aulas (na altura não sabia que era essa a finalidade...).
Fosse eu o melhor do mundo nestas coisas, e mal estaria o ensino se meia duzia de horas de conversa preparassem alguém para ser docente universitário! :D

Reportando a este facto mas também ao meu comentário anterior: eu não estou aqui a dizer que não existe o tal "lockdown", o que quero rebater é que se tente associar isto ao ensino privado. Aliás, que ninguém se iluda, ao tentar alimentar-se esta ideia não só se alimenta um preconceito injusto (em muitos casos), como se cai no erro de ignorar a verdadeira dimensão do problema. É que a coisa está em todo o lado, em toda a sociedade portuguesa, e também no ensino, privado ou público.

Nota: no meu curso naquela Privada, bem sabem eles que não podiam descansar com a minha atitude de permanente crítica relativamente à qualidade dos recursos e dos métodos (não conquistei por lá grandes admiradores, isso é certo, a mim não convidam eles para dar umas aulinhas... :D)

Ai, ai, que isto até dá vontade de rirrrrr..... :D:D:D

Anónimo disse...

Já agora, um traço geral "lá na minha Escola": Exigência estúpidamente alta em termos de realização de trabalhos e provas, e depois uma enorme condescendência na atribuição de notas, quase sempre privilegiando a quantidade de papel em detrimento da qualidade das ideias.
Não sei se será diferente nos outros sítios.

CCz disse...

Caros duck & spider,
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Se amanhã entrasse numa mesquita, ou numa sinagoga, ou num templo hindú, teria o mesmo respeito que tenho, quando entro num templo cristão.
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Locais sagrados são locais sagrados, independentemente da religião, e por isso devem ser respeitados, por serem locais onde os humanos procuram, com as suas orações e reflexões, transcender-se e repetir no seu interior (edifício e corpo humano) a imagem de Miguel Angelo e tocar nos dedos de Deus.
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Para mim, independentemente de ser Pública ou Privada, uma Escola é também um templo. É também um local onde os humanos procuram, ou deveriam procurar, transcender-se na busca de respostas aos milhões de porquês que povoam a vida de uma comunidade de humanos. Desde o que é a Beleza, até ao que somos, e para onde vamos.
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Popper escreveu uma máxima que subscrevo, e este blogue é um exemplo vivo disso:
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"Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe - a não ser que encontrem outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim dos vossos dias"
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Os casos relatados no blogue Abrupto, independentemente de serem na Pública ou na Privada, relatam violações da essência desses templos do conhecimento. Foi o conhecimento, a par do humanismo cristão, que nos catapultou até aqui, sem conhecimento, sem verdadeira busca exigência, só nos resta a decadência, a submissão e o fim, como comunidade independente e orgulhosa do seu passado e com confiança para ir construindo o futuro.

Raul Martins disse...

Caro Carlos,
às sextas, esta vai ser a segunda vez, o meu blog terá como rubrica "Ditos e escritos". Nesse sentido, peço-lhe "emprestado" o comentário que aqui deixou.Desde o início até ao fim da citação de Popper. Pode ser?
Por falar em Karl Popper ainda não consegui encontrar "Em busca de um mundo melhor". Normalmente vou à FNAC e nelas está esgotado.
Carpe diem!

Anónimo disse...

A réplica do ccz aos duck & spider
é excelente.
BRAVO! BRAVO! BRAVO!
Diga-me onde encontro essa máxima do Popper. "Auf der Suche nach einer besseren Welt" ainda nao comecei a ler.

Raúl, vá a Biblioteca de Gaia, aí encontra o livro do Popper, com a maior certeza.
I love Biblioteca de Gaia!
Saudacoes para ambos.

CCz disse...

Caro Raul,

É uma honra, claro que pode ser.

CCz disse...

Ainda,

Caro Raul tente na livraria Leitura, para estes temas, para mim é a melhor.

CCz disse...

Cara Teresa,
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Duck e Aranha são duas pessoas que conheci, no âmbito da minha vida profissional. Entretanto essa relação desenvolveu-se e hoje somos amigos.
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Estes dois senhores, são pessoas que muito respeito, porque, optaram por alargar os seus horizontes como trabalhadores-estudantes. Um já tirou o seu curso, o outro anda a fazê-lo ainda.
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A Teresa conhece Ortega Y Gasset?
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Ortega Y Gasset tem um livro delicioso "A Rebelião das Massas" onde escreve: "... o homem selecto não é o petulante que se crê superior aos outros, mas aquele que exige mais de si que os outros, embora não logre cumprir na sua pessoa essas exigências superiores. E é indubitável que a divisão mais radical que cabe fazer na humanidade é esta de dividi-la em duas classes de criaturas: as que exigem muito de si e acumulam sobre si mesmas dificuldades e deveres, e as que não exigem de si nada de especial, pois para elas viver é ser em cada instante o que já são, sem esforço de perfeição em si mesmas, bóias que andam à deriva."
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Duck e aranha, assim como o imigrante ucraniano num estaleiro de obras em Portugal, ou o emigrante português que vai trabalhar para França, são, alterando o que escreveu Fernando Pessoa, meus compatriotas, pessoas da minha tribo, pessoas que não querem ser bóias à deriva, pessoas que não esperam que outros lhe resolvam a vida, são gente que quer ir mais além.
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Ainda por cima um deles deve um almoço ou jantar aos outros dois. ehehehe

Raul Martins disse...

Obrigado. Carpe diem!

CCz disse...

Cara Teresa,
Quanto à citação, vá por favor ao último parágrafo do livro...
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Está lá?

Anónimo disse...

Cara Teresa,

"A réplica do ccz aos duck & spider
é excelente."
Creio que a resposta de CCZ a este seu comentário já terá sido elucidativa. No entanto, deixe que lhe transmita que com o tom da sua expressão apenas subscreveu aquilo que eu penso - que são os que estão no preconceito que mais procuram alimentá-lo (ou não o ver). E assim, passamos duma manifestação de superioridade para precisamente o oposto.
E já agora, recordo o que comecei por dizer logo no meu primeiro comentário: "O comentário da FS descreve um cenário que eu também vi, e por isso posso apoiá-la na argumentação" - quanto a independência na análise, teria bastado isto como demonstração, certo?
É pena, é pena que se procure alimentar os mitos em vez de lutar pela realidade... e só para reforçar, aqui vai outro (mito) que sempre me fez confusão: o impulso de quase todos para afirmarem que a sua universidade é que é a melhor, quando... nunca estiveram noutra, só conhecem de ouvir dizer!...

Anónimo disse...

"A réplica do ccz aos duck & spider
é excelente."
...hehe....sem querer insultar ninguem, mas desculpem-me a minha honestidade, isto faz-me lembrar um ditado que tenho que partilhar com todos voçes:

"O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer. O tolo fala porque tem que dizer alguma coisa."

Teresa sem ofensas ok? Apenas lembrei-me disto que já não me recordava a muito tempo. :-)

O importante é partilharmos as nossas ideologias... Se todas fossem iguais isto não tinha piada.

ematejoca disse...

Olá duck & spider:
Assim é que eu gosto, um blogue com debates. Nao sou uma pessoa de mandar sorrisos, eu amo as polémicas.
Podem tambem ir ao meu blogue, e criticar sem dó nem piedade. Vou adorar.
Estudei em Düsseldorf na Universidade Heinrich Heine, Germanicas e filosofia. Claro que conheco Ortega Y Gasset.

Nao percebo patavina de gestao, mas acho os tres "geil".

Saudacoes de D`dorf!

Anónimo disse...

Olá Duck:
"O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer. O tolo fala porque tem que dizer alguma coisa."
Bem, quando se cita um ditado é conveniente mencionar o autor do dito. Caso contrário, pensamos que esse ditado é seu. E eu sei muito bem que nao é!!!

Mais saudacoes da compatriota.

Anónimo disse...

"Nunca houve um filósofo que conseguisse suportar pacientemente uma dor de dentes."
William Shakespeare

E sim, faço aqui a defesa do meu amigo Duck, na sua dignidade e honestidade incomparáveis, no seu esforço a sangue e trabalho, na sua luta consigo e por si: ele óbviamente que não estava a usurpar a autoria do ditado. Mas é que é tão óbvio, de facto...
E ele escreveu o ditado, assim tão áspero na forma, porque o sangue com que paga o seu esforço lhe gritou e comandou a mão e o impulso - ainda assim procurando amaciar, enquadrar a ideia no contexto.
Por isso, e porque é tão óbvio que foi "a quente", não percebo a manifestação de sensibilidade ferida da parte do leitor Teresa (neste e no outro post).
Mas enfim, com isto tudo, e de novo os impulsos, onde é que se fala do tema essencial, do que se relacciona com o "templo do conhecimento"?... Acho que já nos esquecemos... e assim, eu, aranhiço empertigado, arrogando-me o mérito de ter transmitido fielmente as minhas opiniões (sobre o "templo"), retiro-me humildemente.

P.S.: Este blog tem merecido nos últimos tempos uma participação mais activa dos seus leitores, à medida que abrangendo questões mais vastas, digamos assim. Por vezes sentia-me só na teia. Agora não, e basta ver só o reino animal... é a aranha, o pato, o grifo... :D :D :D

Anónimo disse...

Venho por este meio solicitar as minhas sinceras desculpas ao meu último post, pois efectivamente não mencionei a autoria do dito.

Devem então considerar o mesmo da autoria de Arístocles, vulgarmente conhecido por Platão, e para quem queria deixar aqui um abraço...Platão, aquele abraço!

Voltando ao meu pedido inicial de desculpas, espero que me desculpem mais uma vez, pois realmente não estava em mim para cometer um erro assim tão crasso...

Vou tomar uma aspirina e tentar acalmar-me pois ainda não acredito que falhei dessa forma...

Sinceramente as minhas desculpas a todos...desculpem, desculpem.

Anónimo disse...

Acredite, Aranha ou Spider, nao estou melindrada com ninguém.
Acho a vossa amizade fantástica, e como se defendem uns aos outros. A amizade dos homens é mais forte e sincera do que as das mulheres.
Só tenho pena de nao fazer parte do grupo, e ir também jantar convosco.
Nao acho a minha universidade a melhor. Preferia ter estudado em Oxford, Cambridge, Sorbonne ou mesmo Heidelberg.

Um abraco caloroso da sua compatriota!

Anónimo disse...

Caro Duck:
Para o acalmar vou repetir o que já disse num outro blogue: "como nao tenho uma alma grande como a da c.c., preocupo-me com coisas pequeninas."
O Sócrates, o Platao e o Arístoteles vao-lhe perdoar.

Um abraco de reconciliacao.

CCz disse...

Meus caros,
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Vamos em frente?