No início da década de 90 do século passado, a indústria química europeia estava em maus lençóis, a baixa cotação do dólar promovia a importação de "commodities" químicas dos Estados Unidos e de mercados exóticos como Israel, Brasil, Venezuela, México, ...
Lembro-me de, por mais de uma vez, ouvir palestras de CEO's da indústria química aos seus gestores, pedindo a redução dos custos. Contudo nunca diziam onde cortar, deixavam a escolha ao critério de quem os ouvia... e é tão fácil mudar alguma coisa, para que tudo fique na mesma!!!
Claro que os mais cínicos propunham com um sorriso nos lábios "Corte-se no papel higiénico"
Na altura já me fazia espécie, falar na necessidade de cortar custos, sem apresentar quais eram os custos mais importantes e quais eram os desperdícios que pesam mais.
No início da década de 80 do século passado, numa sociedade como a americana, muito mais competitiva do que a nossa, Deming e Juran defendiam que cerca de 20% dos custos eram desperdícios. Defendiam que antes de cortar no essencial, no que pode prejudicar o cumprimento da missão, da razão de ser de uma organização, havia uma "fábrica" fantasma que em vez de produzir riqueza, consumia riqueza. A redução da dimensão dessa fábrica fantasma não se fazia, e não se faz, por decreto de um iluminado, nem por medidas pontuais. Há que ir à raiz.
2 comentários:
Ia jurar que li isto em algum livro muito recentemente....
As declarações do representante da Ordem dos Médicos e da associação de gestores hospitalares à TSF, revelam que a medida, se for sujeita a uma análise mais profunda não tem pés nem cabeça. Não se pode cortar um medicamento porque é novo, tal como não se pode comprar um medicamento porque é novo. Na minha ingenuidade pensava que as comissões de escolha e outras entidades do género avaliavam caso a caso as vantagens dos novos medicamentos e só faziam substituições nos casos em que a relação desempenho vs preço justificasse.
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