«Vieram dos empresários as críticas mais violentas. Confrontados com a recessão económica que atingiu a Europa, em 1992-1993, e pouco vocacionados para apostar no aumento da produtividade, na inovação e na melhoria da qualidade dos produtos, e habituados a que o escudo fosse, de vez em quando, desvalorizado para colmatar as dificuldades de competitividade das empresas, não admitiam que essa possibilidade desaparecesse.
Em 25 de Setembro de 1992, num hotel do Porto, num jantar organizado por Eurico de Melo com um grupo de grandes empresários do Norte, bem me esforcei por explicar a importância da política de estabilidade cambial para o futuro da economia,mas tive pouco sucesso.Chegaram a acusar-me de querer destruir a indústria portuguesa, o que me incomodou e entristeceu. Quando, cerca da meia noite, recolhi ao quarto levava comigo um certo desânimo. Apoderaram-se de mim interrogações sobre se Portugal, com os empresários e os sindicalistas que tinha, conseguiria vencer o grande desafio da união monetária.»
(Cavaco Silva, Autobiografia Política II, p207)
1 comentário:
mas que esperar de uma "classe empresarial" que tem na taróloga Maya, um dos seus consultores económicos, como foi revelado pelo J.Negócios nesta noticia ?
Há cada vez mais empresários portugueses que recorrem aos astros para investir, negociar, contratar colaboradores ou delinear estratégias de marketing.
Uma procura tão forte que, inclusive, levou a mediática taróloga Maya a criar um acesso privado ao seu gabinete e a contratar uma assistente especializada em Economia e Finanças: «neste momento as consultas empresariais são superiores às pessoais», confessa, avança o «JN Negócios».
Em parte, diz, porque também «têm uma vigência mais curta, já que o empresário faz vários investimentos ao longo do ano».
São sobretudo os homens de negócios que procuram o auxílio astral de Maya. A maior parte, garante, tem um «nível sociocultural muito elevado e importantes relações internacionais.
Os pedidos dos empresários giram sempre em torno dos mesmos aspectos. Das cartas de Maya pretendem obter resposta para «o momento mais indicado para investir, se haverá retorno, que perfis deverão ter os colaboradores».
Cada sessão, «sigilosa», custa 100 euros mas a informação que presta aos clientes, comenta Maya, «não tem preço».
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