sábado, maio 22, 2021

Preservação versus destruição


Via Dinheiro Vivo, numa coluna de opinião assinada pelo presidente da CIP, descubro que a CAP, a CCP, a CIP, a CPCI e a CITP criaram o Conselho Nacional das Confederações Patronais.

Leio que "as duas preocupações são, no imediato, a preservação do tecido produtivo existente e, numa visão de médio e longo prazo, enfrentar os problemas que travam a produtividade, a competitividade e o crescimento das empresas."

A preservação do tecido produtivo existente ... onde isto nos pode levar. Levantar barreiras à entrada, como o apoio do governo de turno? Apoios e subsídios?

Depois, relaciono "que travam a produtividade" e "preservação do tecido produtivo existente" e penso que é, em certa medida um oxímoro, se eu confiar nas ideias de Taleb e de Maliranta. Depois, relaciono "preservação do tecido produtivo existente" com o meu grito "DEIXEM AS EMPRESAS MORRER!" como condição indispensável para aumentar a produtividade. Relaciono também a preservação com o dilema entre resistir ou abraçar a mudança.

Podem pensar: 
"Essa é só a sua opinião. Você é um anónimo da província. Quer saber mais do que quem comanda estas associações?"

Aceito o reparo com humildade, e vejo que ele me leva para outra parte do texto:
"As causas comuns que nos unem são claras:
- O primado da iniciativa privada e da economia de mercado;
- A defesa das empresas e a promoção do empreendedorismo;
- A dignificação dos empresários e a valorização dos seus colaboradores;
- O crescimento da economia e a partilha da riqueza criada.
Os desafios transversais que as empresas têm pela frente estão, também, identificados:
- Recuperar clientes e mercados;
- Aumentar a competitividade à escala internacional;
- Captar e reter recursos humanos com as competências adequadas;
- Alcançar estruturas financeiras mais sólidas;
- Adequar os novos investimentos aos novos desafios, acelerando a introdução de novas tecnologias."
Sei que nestas coisas é mais forte do que eu, sou um cínico. Sem ver objectivos específicos mensuráveis e uma janela tempral para os atingir começo logo a pensar que é tudo treta... que objectivos assumem para avaliar o resultado da nova instituição?

No dia em que assumirem objectivos, metas e janelas temporais podemos avaliar quem tem razão, até lá é retórica e oratória.

Até lá continuo a preferir a destruição criativa.

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