quarta-feira, maio 07, 2008

Unintended consequences

Depois da morte da Mao e da subida ao poder de Deng Xiao Ping na China, foi publicada a lei "Uma família, um filho(a)", com incentivos e punições em conformidade.
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Contudo a lei nada dizia quanto ao género do filho(a).
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Assim, os pais começaram a viciar a roleta. Em 1990, por cada 100 raparigas nascidas, nasciam 111 rapazes. Em 1995, por cada 100 raparigas nascidas, nasciam 116 rapazes, um ratio que continua até hoje.
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Hoje existem, literalmente, milhões de chineses que não se podem casar!!!
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A cultura chinesa confuciana dá um alto valor ao casamento.
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Logo, inexoravelmente, milhões de esposas, ou futuras esposas, estrangeiras vão ter de emigrar para a China fechada e vão abri-la ao mundo e vão contaminá-la com outras culturas e outras formas de pensar e ver o mundo.
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As grandes revoluções começam assim, sem fanfarra, sem se anunciarem, vão avançando sorrateiramente...
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Ideias retiradas de "Inevitable surprises" de Peter Schwartz
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Juro que quando via na televisão a série "Caminho das Estrelas" com o comandante Kirk e Spock, torcia sempre o nariz aquela composição étnica. No futuro, vamos ser quase todos chineses, ou descendentes de chineses, ou ter sangue asiático a correr nas nossas veias.

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu também torço o nariz a esta perspectiva. A ver vamos!
Mas que é evidente essa possibilidade, é... e logo ao virar da esquina. A ver vamos!

Anónimo disse...

O nome Peter Schwartz nao me é estranho. É ele sociólogo?
De qualquer maneira o nome dele é alemao; e a ideia de uma raca ir contaminar uma outra também é alema.
Actualmente ele tem medo do "perigo amarelo", noutros tempos - Terceiro Império - era a raca judaica o problema.
Nós, portugueses, que andamos por mares nunca dantes navegados, quanto sangue asiático nao nos correrá nas nossas veias.

Além disso, pode ser que os restantes homens chineses, que nao podem casar por nao haver mulheres suficientes, sejam homossexuais, e assim já nao há problemas.

Beste Grüsse aus D´dorf!

CCz disse...

Não, não, não, não me interpretem mal.
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Peter Schwartz é filho de pais judeus hungaros, nasceu num campo de concentração.
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Eu é que quis contrapor a ideia de contaminação, à ideia de sociedade fechada ao exterior.

Anónimo disse...

Bom dia, ccz:
Ser judeu nao impede ser racista como já disse Max Frisch.
Penso que todos nós temos uma pontinha de racismo, ou pelo menos, de preconceito.
Noto, com arrepios, a minha antipatia pelos islamistas, devido à sua mentalidade mediaval. Nao aceito que que espezinhem os Direitos da Mulher.

O seu blogue é para mim um enriquecimento. O meu é de uma pobreza franciscana.

Liebe Grüsse aus D´dorf!

CCz disse...

Boa noite cara Teresa,
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Sabia que em Londres, em 2001, 15% da população já era mugulmana?
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Lembro-me, há anos, de ter estacionado o carro junto a uma antiga capela visigótica na Galiza, a poucos quilometros da fronteira com o Minho, e ter sentido uma comunhão cultural com as pessoas que ergueram aquela capela, no meu cérebro correm sinapses e ideias que foram por eles formuladas pela primeira vez à mais de 1000 anos.
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Depois, olho para as taxas de natalidade de ambos os lados do Mediterrâneo e percebo que é só uma questão de tempo, a Natureza é muito forte, as fronteiras geográficas e sobretudo humanas não podem represar tamanha diferença, e lembro-me daquela capela e sinto que pertenço a uma cultura que se está a suicidar, como disse o bispo de Munique e actual bispo de Roma.
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Schwartz, tal como a maioria dos americanos, e ao contrário da maioria dos europeus, acredita que a imigração, a diversidade é positiva, cria riqueza. Dá vastos exemplos de como à 2ª/3ª geração os descendentes dos imigrantes já têm um curso universitário e são americanos, depois, dá vastos exemplos do que sucede na Europa, na Europa acreditamos que o bolo é finito e que cada imigrante que chega representa uma fatia retirada a um europeu, quantos imigrantes de 2ª/3ª geração tiram um curso superior na Europa? Quantos são convidados e querem mesmo integrarem-se nas sociedades dos países de acolhimento?

CCz disse...

mugulmana = muçulmana

of course

CCz disse...

Lembrei-me de mais uma coisa, gosto dos pequenos pormenores contados por pessoas "simples" de forma natural, para perceber como se encaixam e na realidade.
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Um português, emigrante na Alemanha contou-me numa conversa casual como era a vida dentro de uma fábrica, com portugueses, sérvios, turcos, italianos,... alemães
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No final do dia, juntavam-se todos em pequenos "cafés" para tomar uma bebida e conversar... todos? Todos não.
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Os turcos isolavam-se, por questões religiosas, receavam ser tentados a beber bebidas alcoólicas.
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O que é que este pequeno pormenor multiplicado por 3 ou 4 milhões de turcos na Alemanha representa em termos de alicerce de muros com os outros?