Quando se pretende efectuar a transformação estratégica de uma organização, pretende-se mudar a realidade actual. Normalmente, a transformação é realizada através de projectos, ou seja iniciativas estratégicas.
Há sempre o risco das mudanças introduzidas por uma iniciativa estratégica durarem o tempo que durar a iniciativa. Quando termina a iniciativa e se apagam os holofotes, as velhas práticas regressam para voltar a assombrar a organização (a entropia é soberana).
Lembro-me sempre da frase "I'll be back!". As práticas antigas regressam para nos atormentar, porque são como o trilho que as carroças deixam nas estradas de terra batida das aldeias. Quem circula de bicicleta e cai num desses trilhos sabe como é difícil sair dele. A "cama" está feita, é mais fácil circular no trilho antigo do que criar um novo caminho.
Para reduzir esta probabilidade de regressão das mudanças introduzidas, há que ancorar aquilo que é transiente, as actividades de um projecto, naquilo que é permanente, os processos que constituem a organização.
Assim, precisamos de identificar os processos e a forma como interagem entre si, precisamos de criar um modelo do funcionamento de uma organização, neste
postal demos um exemplo de desenvolvimento de um modelo, do geral para o particular.
Uma ferramenta que me ajudou nos primeiros exercícios de modelação em que me meti foi o IDEF0 (Integration Definition for Function Modelling 0) , apreciei sobretudo a capacidade de nos ajudar a não nos perdermos com detalhes. Começamos ao nível mais alto de abstracção e vamos, sucessivamente, pormenorizando, pormenorizando, até onde nos fizer sentido ir.
Modelar a organização é fundamental, para evitar que as mudanças que queremos introduzir não sejam mais um acrescento, um apêndice, algo à parte. As mudanças passarão a fazer parte da rotina diária daquilo que fazemos para cumprir a missão da organização.
Uma boa introdução ao IDEF0 pode ser encontrada
aqui
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