sábado, junho 02, 2007

A minha mão é melhor que a deles

Ainda do livro “Economia Portuguesa – Melhor É Possível” de António Mendonça Pinto (página 73):

"Há, pelo menos, duas razões que explicam a ausência de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento económico e social em Portugal. A primeira é de ordem geral e teve, e ainda tem, que ver com o peso da doutrina neoliberal que menospreza ou subestima o papel do Estado ao considerar que bastam as decisões livres dos agentes económicos para que a economia funcione bem. Para quem assim pensa – e não são poucos, especialmente na direita e no centro-direita do espectro político - , o Estado é um entrave à iniciativa privada e não é preciso qualquer estratégia de desenvolvimento.”

Confesso que após pesquisa e mais pesquisa aos recônditos mais profundos da minha mente, não consigo recordar-me do nome de um, um só político, que defendesse essa tal doutrina neoliberal. Recordo Paulo Portas e as OGMA, mais os estaleiros de Viana, recordo Durão Barroso, recordo Cavaco Silva, recordo os governos PS… falha minha certamente, não consigo identificar nenhum apologista da doutrina neoliberal.

Gostava de perceber porque é que o autor aqui, baixou o nível da sua argumentação e introduziu esta “frase feita”.

"Esquecem, no entanto, que a “mão invisível” nem sempre leva à eficiência económica e menos ainda à justiça social.”

É verdade. E a “mão mais que visível” do estado, faz melhor? Tem feito melhor? Como é que nos tornamos no país com a distribuição de rendimentos mais desigual da UE?

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelo post. Realmente não existe em Portugal uma cultura politica liberal. Todos os partidos são claramente de cariz estatizante, de esquerda ou direita. Agora, relativamente a este Mendonça, ele é realmente uma peça, saída das nossas universidades públicas. Não podia ser de outra forma. Já agora, só existirá um político verdadeiramente liberal, quando no seu programa eleitoral surgir como 1ª medida para os ministérios da economia, agricultura e cultura a sua extinção.