domingo, dezembro 14, 2025

Azeite, outra vez - Inovar é mudar de quadrante, não só de produto (parte IV)

Parte IParte II e Parte III.

Mais um exemplo de mudança de quadrante com azeite. No The Times de ontem li o artigo, "Growers rush to produce the UK's first extra virgin olive oil":

"Last year ValleRuan on the Roseland peninsula in Cornwall was the first to sell English olive oil with its Winter Press virgin product sold at £15 for 250ml. 

...

But the trees had survived temperatures as low as minus 7C, which researchers say should have killed them. [Moi ici: E lembrei-me das oliveiras de Murça, por exemplo]

...

The English Olive Company, in small batches of 250ml bottles for £20 each. Each batch has sold out within 30 minutes.

...

Hoyles suggested the less ripe English olives had an unexpected advantage over their Mediterranean rivals - a high polyphenol content, which is believed to offer extensive health benefits."

A história deste azeite inglês mostra como se sobe na escala de valor sem infraestruturas gigantes nem tradição secular:

  • microprodução ➡️ exclusividade
  • origem inesperada ➡️ narrativa diferenciadora
  • processamento artesanal ➡️ autenticidade percebida
  • preço alto ➡️ posição premium 
  • cliente curioso ➡️ disposição para pagar mais
O artigo mostra que, apesar do Reino Unido não ter tradição, está a nascer um micro-nicho de azeites artesanais, com forte identidade local e um posicionamento claramente premium.

Ou seja: criação de valor pela diferenciação, não pela eficiência de custos. Relembro a história do suíço que produzia azeite no Alentejo.



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