Mostrar mensagens com a etiqueta rory sunderland. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rory sunderland. Mostrar todas as mensagens

domingo, setembro 28, 2025

"it’s much better to derail something at the beginning than at the end"

 
"Think slow, act fast: That’s the secret of success.
...
But "Think slow, act fast" is not how big projects are typically done. "Think fast, act slow" is. The track record of big projects unequivocally shows that."

Li isto em Fevereiro de 2023.

Agora, encontro a versão de Rory Sunderland:

"And my job, I think, is basically to continually provide the hint—to raise the uncomfortable questions. And actually, that means being a bit of a pain in the ass. Because to someone with an unbelievably linear mindset, it feels like you’re derailing things, throwing a spanner in the works.

But if I can judge the moment well, it’s much better to derail something at the beginning than at the end. One of the worst things you can do on any creative project is to start work straight away. There’s a kind of messy preliminary phase where it’s absolutely right to mess around with the brief—not least to ask whether the objective of the brief is even the right one in the first place."


As PME vivem com recursos limitados — dinheiro, pessoas, tempo. O risco de se lançar logo numa solução (o “act fast, think fast”) é enorme: pode significar investir em algo que afinal não resolve o problema certo. O “think slow” protege a PME contra erros caros. É o tempo de discutir o objectivo, de desafiar o brief, de perguntar “o que é que estamos realmente a tentar resolver?”.

As PME têm uma vantagem que muitas empresas grandes não têm: agilidade. Uma vez tomada a decisão, conseguem implementar rapidamente, ajustar processos, testar no mercado e corrigir em movimento. É aí que entra o “act fast”: depois da reflexão cuidadosa, a execução é veloz e decidida.

"think slow" não é o mesmo que engonhar. Também recordo muitas situações em que a um engonhar se seguiu um act slow.

sexta-feira, setembro 26, 2025

Arbitrage: o segredo dos que ousam ver o que os outros não vêem

 

"My father ran a small business. The great thing about growing up in a small business—whether it’s a shop, a café, or a restaurant—is that if you’ve got a family business, it’s like getting a free MBA. You automatically start to notice things.
The entrepreneurial mindset is very different from the bureaucratic mindset. The bureaucratic mindset hates outliers and surprising information because it disrupts their mental model. They tend to react with hostility to what you might call counterintuitive information—just like the original behavioral economists were shunned by mainstream economists for messing with the neatness of their artificial models.
The entrepreneurial mindset is the complete opposite. When it notices something weird, it immediately starts looking for an arbitrage opportunity. In contrast, the governmental or bureaucratic mindset says, “I must maintain consistency so I can avoid blame for my decisions. I must preserve fidelity to the model I use to justify my activities, to create a spurious veneer of rationality around everything I do—all with the ultimate aim of avoiding blame and responsibility.”
The entrepreneurial mindset says: “What the hell is going on there? Wait a second... If I know this and nobody else does, there's a market opportunity here.”"

 

A cultura burocrática não quer aprender. Quer proteger-se.

Esta frase, inspirada na transcrição acima, ajuda a expor um dos maiores bloqueios à eficácia dos sistemas de gestão: o medo de enfrentar o estranho, o inesperado, o que não encaixa nos modelos mentais existentes.

A ISO 9001 fala de liderança (5.1.1), de cultura da qualidade, de avaliação de riscos e oportunidades (6.1), de acção correctiva e melhoria (10.2 e 10.3). Mas o que acontece, na prática, quando aparece um dado fora do esperado?

Quando algo não encaixa nos nossos planos, dashboards e procedimentos? Numa cultura empreendedora, alguém pára e pergunta:
-"O que é que se passa aqui? Será que isto é uma oportunidade? Podemos aprender com isto?"
Numa cultura burocrática, a reacção típica é:
"Isto está fora do plano. Vamos arquivar. Fingir que não vimos."

A ISO 9001 pede explicitamente que as organizações determinem e avaliem oportunidades, com o mesmo rigor com que avaliam riscos. Mas quase ninguém o faz.

Porquê?
Porque ver oportunidades exige desconforto. Exige aceitar o "weird".
É preciso ver padrões onde outros só vêem ruído.
É preciso estar atento a falhas no modelo dominante.
É preciso fazer perguntas inconvenientes:
  • E se o cliente não quiser o que sempre quis?
  • E se este desvio for sinal de mudança de comportamento, não de erro?
A maior parte das empresas, mesmo certificadas, confunde oportunidade com melhoria interna. Automatizar um formulário não é aproveitar uma oportunidade. É, no máximo, reduzir desperdício.

Oportunidade, em termos económicos, é arbitrage.

É ver uma diferença de valor entre dois mundos.
É perceber que há algo disponível, barato, subvalorizado — e que pode ser transformado em algo que alguém valoriza mais.
Mas para isso... é preciso ver.
É preciso aceitar que o inesperado pode ser o sinal.

Grande parte da mentalidade empresarial — sobretudo anglo-saxónica — está enraizada num modelo de competição perfeita: mais eficiência, mais corte de custos, mais concorrência, mais pressão para o preço mais baixo.

Este modelo não valoriza o estranho. Valoriza a normalização.
Procura escala, não nuance.
Procura replicar, não reinventar.
Procura "compliance", não surpresa.

Resultado?
Quando aparece uma arbitrage - uma diferença de valor percebido - quem a aproveita não é a multinacional nem o governo, mas o pequeno agente periférico que tem a coragem (ou a liberdade) de ver o que os outros ignoram.

É ingénuo esperar que a inovação venha de quem precisa de justificar todas as suas decisões com base num modelo estável e previsível. O funcionário público, o gestor de grande empresa, o auditor de gabinete - todos são formatados para manter a coerência, não para detectar o estranho.

Quem vê o estranho como "bug" nunca o vai aproveitar como "feature". A arbitrage exige curiosidade.
Exige desconfiar dos consensos.
Exige sistemas de gestão que permitam olhar para uma não conformidade e dizer:
- "Não vamos só corrigir. Vamos explorar."
- "Isto pode ser o princípio de uma ideia nova, não o fim de um desvio."

Um sistema de gestão da qualidade eficaz não serve para garantir previsibilidade.
Serve para garantir aprendizagem rápida e acção inteligente.
O estranho, o inesperado, o fora do plano — tudo isso pode ser ruído.

Mas pode também ser ouro.

Depende de quem olha.
Depende de que cultura se tem.

Depende de se estás a usar a ISO 9001 como escudo contra a realidade - ou como lente para vê-la melhor.

segunda-feira, setembro 15, 2025

Cuidado com esta gente à frente de empresas (parte II)




Mais um podcast com Rory Sunderland a merecer vários sublinhados.


Logo por volta do minuto 11 Rory atira-se ao eficientismo.

Há alguns anos escrevi aqui no blog em "apostar noutro mindset" que os bancos estavam a fugir da interacção com os clientes.

Fechavam balcões, automatizavam processos, transferiam para o cliente tarefas que antes eram feitas pela própria instituição. Tudo em nome da eficiência.

Mas cada visita, cada contacto, é uma oportunidade de interacção e de co-criação. Quando essa oportunidade é eliminada, perde-se valor.

Rory Sutherland, no podcast do IEA, leva esta ideia ainda mais longe ao falar sobre call centers. Para muitas empresas, o call center é apenas um custo a cortar ou automatizar. Mas, como ele sublinha, isso é um erro estratégico.
“It should be possible for someone working in a call center to earn six figures quite easily.”
Porque um bom atendimento não é apenas “resolver chamadas rapidamente”: é prolongar a relação, aumentar a confiança, reduzir a desistência, criar valor vitalício no cliente.

James Dyson dizia-o de forma simples: receber uma chamada de um cliente é uma honra, não um custo.
O paralelo é claro: bancos a fecharem agências, empresas a desvalorizarem os seus call centers. Todas correm atrás do “cheaper” e do “cost”. Mas o valor verdadeiro nasce noutro lado: na experiência humana, no serviço que surpreende, na relação que se reforça a cada interacção.

Apostar noutro mindset é recusar ver a relação com o cliente como um problema de custos — e começar a vê-la como o lugar onde o valor é descoberto e multiplicado.

A lógica do efficiency first leva a decisões míopes que destroem valor. O valor real nasce da experiência, da interação, da confiança criada no contacto humano.

quinta-feira, agosto 07, 2025

Acerca do eficientismo




"It's worth noting that many people in procurement or finance are quick to claim credit for cost savings — but they rarely get blamed for lost sales.
Why? Because costs are easy to quantify, while opportunity costs aren’t.
That creates a massive asymmetry in how we evaluate decisions.
I've been noticing this more and more: everyone’s trying to drive sales through a single, highly efficient channel — but that often comes at the expense of missed opportunities elsewhere."

Esta assimetria é um exemplo clássico do que os economistas comportamentais chamam 'availability bias' - recompensamos o que é visível e mensurável (as poupanças), e ignoramos o que é invisível (as oportunidades perdidas). 

Reduzir custos é visto como uma gestão racional. Mas quando isso sufoca a diversidade de abordagens ou a flexibilidade no relacionamento com o cliente, transforma-se em miopia estratégica. Os custos de oportunidade são custos estratégicos — apenas não temos folhas de cálculo para os calcular.

Se as pessoas só são recompensadas por ganhos quantificáveis de curto prazo, vão naturalmente privilegiar essas acções — mesmo que comprometam o valor a longo prazo. As organizações precisam de papéis com responsabilidade pelo futuro, e não apenas pelo presente mensurável.

A eficiência é adorada porque parece lógica. Mas a natureza não optimiza - adapta-se. Quando se eliminam todas as ‘ineficiências’, elimina-se também a opcionalidade, o jogo, a descoberta. No fim, a organização transforma-se numa máquina sem margem de manobra.

quarta-feira, julho 09, 2025

Sem dados acerca do futuro


Há anos aqui no blogue comecei a falar no "optimismo não documentado," por exemplo:
Ontem, Roger Martin publicou um artigo, "Going on the Offensive with Creative Strategy", que está relacionado com o tema:
"My message was that in modern business, creatives are dooming themselves to high failure rates by accepting the dominant premise of modern business, which is that by objectively analyzing the past, you can predict the future.
...
In business, all ideas are subjected to the premise that we should only take an action for which data analysis confirms will garner the necessary revenues in the future to justify the investment required by the action. Analytics are taught that their job is to enforce this premise strictly and pervasively — any deviation is reprehensible and dangerous.
...
The problem is that analytics are taught a fundamental logical fallacy. To make decisions, they are taught to use a methodology that implicitly assumes that the future will be identical to the past while we definitively know that in business, the future is rarely identical to the past. But analytics enforce a methodology that assumes it is.
That is the single biggest problem in the modern practice of management.
...
The object of strategy is an integrated set of choices that compels desired customer action. But companies do not control customers: they will do whatever they wish. Analyzing past data to forecast the future behavior of people you don't control is a fantasy exercise.
...
If you are a creative, understand that you live in a business world completely dominated by analytics. It is an era - that took shape about fifty years and still dominants today — on which we will look back fifty years from now and wonder what were we thinking? And what on earth were we teaching?
It will probably take another twenty years for the current dominant business premise to be seen as utterly ridiculous."

O conceito de "optimismo não documentado" é a decisão de agir com convicção mesmo sem garantias estatísticas. É o risco de investir num caminho novo, sem “benchmarks”, baseado em algo que ainda não foi medido, mas que faz sentido. Ou como Martin escreve:

“Analyzing past data to forecast the future behavior of people you don't control is a fantasy exercise.”

E, como diria Rory, é justamente nas decisões que não podem ser sustentadas por dados históricos — porque criam o futuro em vez de o prolongar — que reside a verdadeira inovação. O que por sua vez se relaciona com a opinião de Phil Mullan acerca dos governos e do seu medo acerca da inovação verdadeira. BTW, Seth Godin também não é meigo:

"Certainty is another word for stalling."

segunda-feira, julho 07, 2025

Descobrir valor onde antes ele era ignorado



A minha transcrição dos primeiros minutos da intervenção de Rory neste podcast:

"Innovation is essentially about discovering value in areas that have been previously undervalued or overlooked. I have a concept that I call reverse benchmarking—a strategic exercise I encourage everyone to try. I coined the term myself, because, let’s face it, you have to name an idea if you want people to take it seriously.

The key insight here is: don’t optimize for the average. That’s a trap. Instead of differentiating, most organizations fall into a cycle of comparing themselves to others—essentially entering a race to the bottom.

Roger Martin makes a powerful point in his article 'Benchmarking Is for Losers' on Medium. He argues that by benchmarking too closely, companies stop thinking strategically. They stop asking: 'What makes us unique?' and instead start mimicking competitors—turning competition into a zero-sum game.

Strategic thinking requires stepping back, looking at where real, underexplored value might lie, and choosing to stand out rather than fit in."

A ideia central é simples e poderosa: a inovação nasce quando descobrimos valor onde antes ele era ignorado ou subestimado. No fundo, não é através da comparação com os outros que criamos vantagem competitiva, mas sim através da diferenciação deliberada. É isso que a expressão reverse benchmarking quer ilustrar — em vez de olhar para o que os outros fazem bem, olhemos para onde ninguém está a olhar. 

domingo, julho 06, 2025

"Staying one step ahead of the need to be efficient"

Já aqui escrevi que ouvir Rory Sunderland é ter a certeza que vai citar 2 ou 3 livros que têm, repito, têm de ser lidos. Por exemplo, foi com ele que descobri "Unreasonable hospitality: the remarkable power of giving people more than they expect" de Will Guidara.

No último podcast em que ele é entrevistado (mais de duas horas e ainda só ouvi metade) cita Jules Goddard no livro que descobri chamar-se "Uncommon Sense, Common Nonsense" de Jules Goddard e Tony Eccles. 

A citação que me apanhou foi uma que parece tirada deste blogue:

"There are no surer signs of the inadequacy and delinquency of corporate leadership than that cost efficiency should feature as the dominant issue facing the company, and that tactics of outsourcing, shared services, reorganisation and other short-term palliatives are being paraded as the main drivers of future profitability... Strategy is the rare and precious skill of staying one step ahead of the need to be efficient."

Esta outra relaciono com Roger Martin e "Mais vale ser rico e com saúde do que pobre e doentio":

"In business, true beliefs deliver much greater wealth than virtuous goals... Performance is a return on right beliefs, not right intentions. The choice of strategy is not between outcomes but between means." 

Outra citação alinhada com este blogue:

"A business does not make money on the beliefs that it shares with its rivals, only on the beliefs that set it apart."

Esta semana tive uma conversa com uma pessoa que comparava a margem libertada pela empresa A com a libertada pela empresa B. Empresas a operar no mesmo sector de actividade. A empresa A liberta cerca de 4 vezes mais margem que a empresa B. Depois, o meu colega de conversa e trabalho defendeu a ideia de que é prioritário aumentar a produtividade física da empresa, que também se traduz em mais margem libertada, porque tem resultados imediatos.

Sim, tem resultados imediatos, e deve ser feito. Contudo, nunca será por aí que se colmatará o gap de "4 vezes mais margem". Quase que tenho a certeza que uma PME a operar num mercado competitivo e aberto à concorrência internacional deve aspirar a estar numa posição de "staying one step ahead of the need to be efficient". The need to be efficient significa que está comoditizada e isso é só para as empresas grandes ou chinesas. 

Afinal o que significa: "Promotor da concorrência imperfeita"?

terça-feira, maio 28, 2024

Valor e preço são contextuais

Aqui, escrevi (2011):

"No fim de semana passado entrei numa loja de uma cadeia de distribuição de material desportivo e a certa altura descubro, lado a lado, várias marcas de mochilas, da cadeia de distribuição, de marcas internacionais e uma, pelo menos, de uma marca nacional. Para espanto meu (minha ignorância) a marca mais cara, mas com mais variedade, mais cores, mais modelos, melhor aspecto nos acabamentos era ... a portuguesa.

Por que é que não comprei?

Como vi que a fábrica é em S. João da Madeira resolvi ir lá. E porquê? Para não dar dinheiro a ganhar à cadeia de distribuição, e porquê? Porque o produto estava maltratado. Estava desprezado, estava lá num canto apertado, tudo meio a monte."

Aqui, escrevi (2018):

"Recordo um lojista a ser entrevistado na sua loja com as camisas de modelos arcaicos amontoadas no chão."


É impressionante o impacte significativo que a apresentação e comercialização dos produtos têm na percepção e no valor do produto. 

A forma como os ovos, as mochilas, as camisas, ... são expostos nos supermercados afecta a forma como os consumidores percebem o seu valor. Quando os ovos são apresentados de forma deficiente ou "inútil", isso sugere que são de baixo valor ou importância, o que pode influenciar as decisões de compra e levar à redução das vendas e aos preços mais baixos para os agricultores.

Ao melhorar a apresentação através de melhores embalagens, expositores atraentes e rotulagem informativa, o retalho pode aumentar o valor percebido dos produtos. Isto pode levar a um maior interesse dos consumidores e à vontade de pagar preços mais elevados, beneficiando assim os produtores ou fabricantes.

O autor do tweet defende que mudanças simples na forma como os ovos são comercializados e exibidos nos supermercados poderiam ter um impacte positivo significativo na indústria da produção de ovos, aumentando o valor percebido do produto e aumentando a procura do consumidor. 

Recordo o preço da Coca-Cola e da lata de conserva em função do contexto. O preço é contextual.

terça-feira, dezembro 27, 2022

Como é possível? (parte II)

Ontem questionava-me, "Como é possível?". Como é possível aplicar a receita da redução de custos a torto e a direito e as empresas que não competem, nem podem competir pelo preço, embarcarem na onda?

À noite, já deitado, um tweet remeteu-me para um artigo sobre Gerd Gigerenzer, que me fez chegar a um tweet de Rory Sunderland onde era citado este artigo de Roger Martin, "Why Planning Over Strategy?". Reli-o e ficou claro como água como é possível:

"As with many things in life, an outcome that doesn’t make sense, ironically, is often the product of a process that makes lots of sense. There is an enormous amount of planning in the modern world of business and very little strategy — for a reason. 

...

The world’s penchant for data analytics causes analysis to be strongly encouraged, supported, and rewarded in business. And planning fundamentally concerns the analysis of the known and setting forth a sensible set of initiatives that collectively manage the known — or at least appear to until things change and then the ensuing problem is blamed on ‘unforeseen chance events.’

Strategy, in contrast, imagines a desirable future and makes a set of choices with the best chance of bringing it about. It is fundamentally not analytical, which causes it to conflict with the analytical bent encouraged in and supported by business. [Moi ici: Agora aqui, recordo Gigerenzer e o que ele escreve sobre a incerteza]

...

This belief in analysis that drives a love for planning renders the business world very friendly to technocrats. Technocrats focus more on inputs than outputs. They are driven to check all the boxes and follow the prescribed procedure (often prescribed by themselves for themselves). Planning is all about inputs: these are all the things that we are going to do, and since we have been thorough and analytical, all these initiatives are justifiable.

In contrast, entrepreneurs are laser-focused on outputs. They don’t check the boxes and rarely follow any prescribed process. And strategy, as I argue in the video, is all about producing outputs that you don’t directly control. [Moi ici: Como não recuar a 2007 e aos monumentos à treta]

...

The planning-oriented business technocrats are more interested in and comfortable with buying planning services from the so-called ‘strategy consulting firms’ than strategy services. They want smart and capable planners, and they find plenty of them in the ‘strategy consulting firms.’

Consequently, strategy is a tiny business within the ‘strategy consulting firms.’ I recently spoke with a partner of one of the ‘big three’ (McKinsey, BCG, Bain) who had recently left to pursue other interests and I speculated that strategy as a percentage of billing at his former firm was probably about 10–15%. He laughed at how high my estimate was and told me that it was closer to 3%."