domingo, outubro 19, 2025

Isto é um não estratégico


No jornal The Times do passado dia 14, o artigo "Charlie Bigham: We don't do ready meals" é mais um exemplo de como o quotidiano está sempre pronto para nos oferecer estórias da vida real sobre estratégia.

O artigo apresenta Charlie Bigham, fundador da marca homónima de refeições premium no Reino Unido, que rejeita categoricamente a designação de “ready meal” para os seus produtos. Bigham defende que o objectivo da sua empresa é oferecer uma alternativa de elevada qualidade à restauração, centrada no prazer de comer, e não em substitutos como os batidos da Huel.
"The 58-year-old sours at the mere mention of an all-in-one Huel meal shake. "I'm sure they're great guys and they've worked brilliantly — you know, clever them," he says.
"For me it's the antithesis of everything I believe in. They're about food as fuel, we're about food for pleasure. They don't care what it looks like, what it tastes like, anything," he claimed.
Huel would no doubt disagree." [Moi ici: Bom para ilustrar que uma estratégia genuína é assim mesmo. O seu contrário não é absurdo, é outra estratégiaOu seja, Bigham dá corpo ao que Roger Martin defende: uma estratégia credível exige dizer não a opções aparentemente tentadoras (volume de mercado em “ready meals”) para criar uma identidade distinta e sustentável.]

"Don't use the term "ready meal" in front of Bigham, though. "There's a category called ready meals, we're not really part of that, we sit adjacent to it," he says, adding: "It sounds like maybe a bit weird and pedantic. Surely you make ready meals? It's like, no, we don't."" [Moi ici: Isto é um não estratégico. Ele recusa alinhar a sua marca com um espaço competitivo saturado e de baixo valor (comida pronta de supermercado). Em vez disso, posiciona-se como uma alternativa de elevada qualidade a comer fora, e não como um produto barato ou funcional. A direcção não é "comida pronta" em geral, mas comida premium que oferece prazer, qualidade e experiência, mesmo que isso implique excluir segmentos de mercado.

"While certain industry colleagues have been quick to issue dire warnings about the nation's economic outlook, Bigham is a glass-half-full type and has little time for the "doom merchants", as he calls them. "I think our job is to face the facts and ... adapt accordingly rather than lament it and say, 'Oh the sky's going to fall on our heads." 

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