Agora que vamos a caminho de eleições julgo que será o momento ideal para que os jornalistas não se esqueçam de colocar questões interessantes aos líderes partidários.
Por exemplo:
- Concordam com o aumento da despesa militar até aos 4% do PIB?
- De onde virá o dinheiro? O que será cortado?
"This paper has investigated the effects of government spending on private spending, unemployment, and employment. For the most part, it appears that a rise in government spending does not stimulate private spending; most estimates suggest that it significantly lowers private spending. These results imply that the government spending multiplier is below unity. Adjusting the implied multiplier for increases in tax rates has only a small effect. The results imply a multiplier on total GDP of around 0.5. Increases in government spending do reduce unemployment. For all but one specification, though, it appears that all of the employment increase is from an increase in government employment, not private employment."
A sério, fico com curiosidade em saber se alguém fará as perguntas e que "estória da carochinha" nos será contada.
Em Inglaterra, todos os dias, repito, todos os dias, o FT e o The Times trazem notícias sobre futuros cortes no NHS, na Segurança Social, ... por cá, neste país rico, discute-se espuma.
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2 comentários:
Carlos, aumento da despesa militar até aos 4% do PIB?
Portugal, como membro da NATO, comprometeu-se a gastar 2% do PIB em defesa até 2024, mas em 2025 ainda está aquém desse valor (cerca de 1,5%, segundo estimativas recentes). Aumentar para 4% seria um salto brutal — estamos a falar de passar de 3 mil milhões de euros anuais para cerca de 8 mil milhões (assumindo um PIB de 200 mil milhões de euros). Isso implicaria duplicar ou triplicar o orçamento militar, numa altura em que o SNS, a educação e as pensões já estão sob pressão.
Quem responde à pergunta? Poucos. A maioria vai fugir à questão dos cortes ou do financiamento com retórica genérica ("crescimento", "eficiência", "Europa").
4% do PIB é ambicioso demais para Portugal em 2025. Mesmo com cortes drásticos (digamos, 2 mil milhões no SNS ou na educação) e aumentos de impostos (outros 3 mil milhões), seria politicamente explosivo. O Reino Unido, por exemplo, gasta cerca de 2,3% e já debate cortes no welfare state — Portugal não tem essa margem sem convulsão social.
O que os jornalistas fariam? Se perguntassem isto (o que duvido), não insistiriam nas respostas evasivas. Passariam ao próximo tema quente — tipo "E o que diz do caso Spinumviva?" — em vez de exigir números ou planos.
4%? Vamos lá chegar. Trust me!
E tal como em Inglaterra, com o PS no poder, ainda mais depressa.
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