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terça-feira, novembro 25, 2025

Curiosidade do dia

O WSJ de ontem trazia um artigo interessante, "Two Sisters: How AI Affects Their Different Career Paths".

"The Texas sisters' divergent career paths reflect the shifting dynamics: White-collar jobs that once seemed solid are no longer, and some skilled blue-collar work is looking like a safer bet."

O artigo conta a história de duas irmãs americanas, Sophia e Hannah Talley, cujas carreiras estão a ser afectadas, de forma oposta, pela evolução da inteligência artificial.

  • Sophia, 22 anos, queria ser escritora de não-ficção. Entrou no mercado de trabalho como editora freelancer, mas enfrenta grande dificuldade: muitos trabalhos de escrita, edição e comunicação estão a ser automatizados ou substituídos por ferramentas de IA. Envia CVs, faz entrevistas, mas suspeita que está a perder oportunidades porque as empresas filtram candidatos com IA e descartam perfis "não ideais". Está a ponderar obter uma certificação em Al prompt-writing como "fallback".
  • Hannah, 25 anos, saiu da universidade para se tornar mecânica automóvel. Os mecânicos, ao contrário de muitas profissões de escrita, ainda têm pouca exposição à automação: apenas 19% das tarefas são automatizáveis. Trabalha na Firestone, ganha cerca de 53 mil dólares, tem 401(k), formação em serviço e oportunidades reais de progressão. Clientes chegam com ideias e "diagnósticos" gerados por IA, mas ela nota que "a IA não tem mãos".

Os pais, ambos frequentes utilizadores de IA no trabalho, apoiam as duas filhas, mas reconhecem que o impacto da IA não é igual para todos. A mensagem final do artigo é que a IA está a redefinir carreiras, abrindo portas para algumas e fechando portas para outras — e que as pessoas precisam de se adaptar, mas nem todas as carreiras são igualmente vulneráveis.

O caso da Sophia mostra um fenómeno já visível em Portugal: jovens qualificados em áreas de escrita, comunicação, marketing ou jornalismo a entrar num mercado saturado — e agora tecnologicamente substituível. Enquanto isso, as profissões técnicas (EFA, IEFP, cursos profissionais) têm escassez de candidatos.




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