No seu primeiro volume da trilogia "Jesus de Nazaré", Joseph Ratzinger / Bento XVI dedica uma reflexão profunda às tentações de Jesus no deserto, e interpreta-as não apenas como episódios isolados, mas como desafios espirituais permanentes para a Igreja e para a humanidade. Eu nunca tinha apanhado ou lido sobre esta perspectiva do permanente.
Jesus é desafiado pelo diabo (o tentador) a usar o seu poder divino para transformar pedras em pão, e assim satisfazer a sua fome. Esta tentação, explica Ratzinger, não é apenas sobre fome física, mas sobre o papel de Deus e da Igreja na sociedade.
Ratzinger argumenta que esta tentação é a proposta de um messianismo puramente social ou político, que vê a missão da Igreja como resolver necessidades materiais, oferecendo “pão” no sentido literal, em vez de alimentar a alma com a verdade e o amor de Deus.
Bento XVI vê nesta tentação o risco constante da Igreja transformar-se numa ONG filantrópica, cuja principal missão seria resolver carências sociais, e de esquecer-se de "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus".
BTW, aproveito para citar este tweet:
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