"Increasingly successful companies do not just add value, they reinvent it. Their focus of strategic analysis is not the company or even the industry but the value-creating system itself, within which different economic actors (suppliers, business partners, allies, customers) work together to co-produce value'." (Moi ici: A linguagem está datada e contém algumas imprecisões, como aquele "co-produce value" mas o essencial é a ideia de sistema... talvez de modelo de negócio. A actuação concertada de vários agentes que maximização o valor potencial originado na cadeia da procura... não sei se é a maximização do valor originado ou a do valor experienciado por quem tem mais poder na cadeia)
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Trecho retirado do livro "The Value Net - A Tool for Competitive Strategy" de Cinzia Parolini publicado no distante ano de 1999.
Bom dia Carlos,
ResponderEliminarEste post não tem a ver com o tema do seu artigo. Hoje de manhã, na M80, ouvi o Camilo Lourenço falar dos estaleiros de Viana do Castelo. Ele disse, e bem, que os estaleiros perderam competitividade porque continuam a produzir barcos que os brasileiros (e outros) produzem, mas a um preço muito mais baixo.
A sua sugestão (do Camilo) passa por uma redefinição estratégica, concentrando a empresa (os estaleiros) num nicho/segmento de mercado, onde a mão-de-obra baixa não seja um factor crítico de sucesso, por exemplo, a empresa poderia passar a produzir barcos de recreio – de luxo. Duvido muito que isto se concretize, mas no essencial concordo com a sua opinião (pelo menos o diagnóstico está bem feito e vai de encontro do que o Carlos aqui tem defendido).
O que acha o Carlos que se poderia fazer relativamente aos estaleiros?
Hoje não consegui ouvir o Camilo. Pelo que li e ouvi os ENVC querem cortar 380 trabalhadores, ou seja, os ENVC terão cerca de 760 trabalhadores...
ResponderEliminar.
Todas as empresas de média e grande dimensão que conheço, na área da metalomecânica não têm esta política de ter toda a mão de obra a seu cargo. Vendem produtos que têm um ciclo de venda muito longo, tendo toda a mão de obra a seu cargo, qualquer proposta que façam vai ter de pagar os salários dos trabalhadores parados e a laborar, logo, vai ser muito pouco competitiva. Depois, porque tem muitos trabalhadores vai ter tendência a procurar os trabalhos que dêem trabalho aos seus trabalhadores, precisamente aqueles projectos onde têm menos hipóteses de serem competitivos.
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Qualquer empresa de metalomecânica com uma gestão com 2 dedos de testa, e temos muitas graças a Deus - as exportações de metalomecânica não automóvel cresceram estratosfericamente nos primeiros 4 meses do ano - começou a fazer, há mais de uma década o que as gestões dos ENVC nunca fizeram. Ter os craques especialistas no quadro e subcontratar a produção bruta a pequenas empresas que podem fazer muita coisa e que, por isso, raramente estão paradas, podendo praticar preços muito mais competitivos.
Há quase 3 décadas ouvi o desabafo de uma arquitecta, que tinha uma empresa industrial com centenas de trabalhadores, sentia-se uma escrava. Tinha de arranjar trabalho para aquela gente toda, e o trabalho era cada vez mais pequeno e valia cada vez menos.
ResponderEliminarEm empresas suportadas pelo Estado é claro que não vai haver nenhum administrador ou comercial muito preocupado em arranjar trabalho e facturação para o próximo mês. O Portas resolve, ou o Santos Silva resolve...
Pois, eu não conheço os estaleiros e a sua estratégia. Mas a ser assim, como o Camilo e o Carlos dizem, e por aquilo que se vê na comunicação social, a empresa ainda vai tendo algumas encomendas. Mesmo assim, tem gerado resultados negativos. O que significa que mesmo com trabalho, a empresa dá prejuízo. Um caso objectivo de gestão inadequada, já que as vendas não chegam para pagar os custos da empresa.
ResponderEliminarClaro, como empresa do Estado que é, é capaz de ter um número de funcionários completamente desajustado. Mas se for como o Camilo refere, a única forma de salvação será mesmo uma reorientação da sua área de negócio, focalizando-se em segmentos de mercado, onde os brasileiros e empresas de outros países com mão-de-obra mais barata não compitam.