Agora, consideremos esta abordagem:
"Mais produtividade, mais competitividade. É esta a receita do bastonário da Ordem dos Economistas, Rui Leão Martinho, para o crescimento. [Moi ici: A sério?]Leio este último sublinhado e sorrio em discordância.
...
A produtividade é determinante para ganharmos competitividade."
Não é por sermos mais produtivos que seremos mais competitivos. Isso é a aposta no denominador daquela equação.
A aposta no numerador, pela diferenciação e escassez, leva-nos a sermos competitivos. Por que somos competitivos podemos ter preços mais elevados e daí vem a produtividade.
Economista com a doença dos engenheiros.
Trecho retirado do Jornal Económico de 25 de Outubro de 2019, “É preciso menos intervenção do Estado no licenciamento de empresas”

Uma empresa pode ser muito competitiva sem ser muito produtiva. As empresas que ganham a luta do preço mais baixo são muito competitivas (uma vez que passam á frente da concorrência), mas a relação entre o valor criado e os custos pode ser baixo.
ResponderEliminarO aumento da produtividade tanto pode estar relacionado com o numerador como com o denominador. Nesta sua análise,o Carlos parte do princípio que o bastonário se está a referir apenas ao centro
Estive tentado a alongar o postal explicando um pouco mais o meu ponto.
ResponderEliminarUma empresa que está na luta do preço mais baixo com cabeça, tronco e membros, tem sempre de ser muito produtiva. Infelizmente, a maior partes das empresas que está nesse campeonato está não por escolha deliberada, mas arrastada pelas circunstâncias. Por isso, estão sempre na corda bamba, com problemas de tesouraria e nas mãos dos clientes. Como escrevo aqui desde 2007: O negócio do preço não é para quem quer é para quem pode.
Escrevi o postal porque muitos, diria a esmagadora dos comentadores económicos, só conhece o trabalhar o numerador da produtividade. Tal como no artigo de Gronroos e Ojasalo, as pessoas olham para a equação da produtividade e esquecem-se que podem mudar o output, podem deixar de vender enxadas e começar a vender bancos de jardim.
É claro que o aumento da produtividade tanto pode estar relacionado com o numerador como com o denominador, o problema é que a empresa portuguesa-tipo, não tem mercado nem, sobretudo nem, capacidade organizativa para abraçar com cabeça tronco e membros o desafio de competir pelo preço mais baixo, as exigências de escala e volume são tremendas.
Um abraço
Imagine uma daquelas empresas que, de repente, fecham e os funcionários advogam: não percebemos porque é que fechou, uma vez que tínhamos muito trabalho... A empresa era muito competitiva (ainda que apenas virtualmente), uma vez que era muito competitiva (ganhava negócio á concorrência), mas era pouco produtiva (os recursos gerados eram insufientes).
ResponderEliminarEu percebo o seu ponto: se não for produtiva morre, mesmo que seja competitiva.