Uma afirmação corrente é dizer que a maioria deste crescimento homólogo das exportações se deve aos combustíveis:
Ou seja,
69% do crescimento das exportações deve-se às exportações de combustíveis.
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Números são números!
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Contudo há algo que não bate certo...
Como é que sem combustíveis as exportações só crescem 1,2% quando, no mesmo período, as exportações de:
- agro-alimentares cresceram 8,0%
- químicos cresceram 5,5%
- madeira, cortiça e papel cresceram 3,0%
- peles, couros e têxteis cresceram 5,2%
- produtos acabados diversos cresceram 5,8%
Então, reparo no desempenho das exportações de "material de transporte"!
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E se descontarmos o efeito das exportações de "material de transporte", qual é a percentagem de crescimento dos outros sectores nas exportações?
Em que:
Só assim se explicam, por exemplo, os bons números das exportações via portos como o de Aveiro.- A - Energéticos (combustíveis)
- B - Material de transporte
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Já fico mais satisfeito com esta interpretação dos números.
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Mas já agora, lembram-se dos títulos do blogue da Ana Sá Lopes e do blogue do Nicolaço?
- "Portugal exportador? 40% do crescimento das exportações vem do ouro e combustíveis"
- "Ouro vale 9% do crescimento das exportações"
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Façamos então mais uma análise, e se descontarmos o efeito das exportações de "Minérios e metais"?
- C - Minérios e Metais
Assim, sorrateiramente, sem que os radares genéricos o captem, o perfil das exportações vai-se alterando.
Uma boa notícia para o próximo ano é esta "Venda de carros novos na Europa regista maior ganho em dois anos", apesar de, em minha opinião, o automóvel já ter atingido o seu pico na Europa, a demografia, a consciência ecológica das novas gerações e o sucesso dos novos modelos de negócio baseados na partilha e aluguer vão impor-se cada vez mais. Se esta tendência de curto-prazo pegar, a da notícia do JdN, vai ajudar bastante as exportações nacionais do próximo ano.
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E apesar das exportações de "Material de transporte" estarem "mancas", "Portugal entre os países da UE onde as exportações mais aumentaram"
Um bom post ccz.
ResponderEliminar.
As exportacoes excluindo os combustiveis (q tem uma margem reduzidissima) nao subir grande coisa.1,2% é mto pouco.
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A dependencia do sector automovel da autoeuropa é assustador. E nao augura nada de bom, já q a qualquer altura se pode por ao fresco. Penso q tem um peso relativo de 10%.
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A analise q devia ser feita é outra. Perceber se o preço de venda unitario dos produtos vendidos ao exterior estão a subir ou nao. Se estamos realmente a acrescentar mais valor aos produtos ou se estamos num estado de sobrevivencia a vender ao desbarato para nao fechar.
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No calçado existem esses numeros q demonstram bem q a dinamica é positiva pois o preco de cada sapato tem vindo a subir fruto do engenho dos nossos criativos, emprsarios, enegenheiros de qualidade.
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Nos outros produtos nao me parece q isso aconteça, nomeadamente no sector das bebidas e agroalimentares cuja receita global diminui apesar do aumeno nas exportacoes o q na pratica revela q estao a ganhar menos dinheiro.
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Vista a coisa em termos mais amplos, verificamos q a posicao de Investimento Internacional, a PII, está a agravar-se todos os meses nao obstante a balanca comercial melhorar. Isto é, as responsabilidades q temos ao exterior estao cada vez piores em face das disponibilidades que temos sobre o exterior. Um dos factores pode ter a ver com as margens de comercializacao reduzidas, provavvelmente, algumas, em claro prejuizo.
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Eu posso dar nota q importei mta mercadoria de Portugal para o exterior fora da UE e negociei preços com os fornecedores nacionais q me indicam q eles nao ganham dinheiro. No caso dos vinhos e dos enlatados por exemplo.
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Rb
Exportar a preços de custo operacional é uma prática banal. Tem o mérito de diluir os custos fixos permitindo aumentar as margens de venda no mercado nacional. O pior é que traz menos riqueza para dentro das fronteiras.
ResponderEliminarCaro Ricciardi,
ResponderEliminarO que conta é bem verdade e de cortar o coração, a dificuldade das empresas portuguesas em subir na escala de valor.
Caro Manuel Galvão,
ResponderEliminarO que diz funcionava bem no passado quando a exportação era uma coisa pontual... até extraordinária. Agora, quando passa a ser algo previsível e ordinário, essa táctica é perigosa, porque as exportações deixam de ser um bónus extra mas tão importantes como as vendas para o mercado interno.
"#1 KPI in firms: How much money have you left on the table? Timesheets or cost accountants can't answer this question."
ResponderEliminar@ronaldbaker