domingo, maio 19, 2019

A tradição do linho para o século XXI

Muitas vezes recordo aqui no blogue a artesã de Bragança:
"Ontem, em casa dos meus sogros vi uma boa hora da programação do Porto Canal. Numa reportagem sobre as inúmeras feiras que nesta altura se realizam em todo o Norte do país, a certa altura, numa feira transmontana, uma artesã dizia que não havia mercado para as suas colchas de linho... talvez haja, se calhar, deixou foi de frequentar estes espaços.
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Talvez precisasse de frequentar outras feiras, noutros países, talvez precisasse de divulgar os seus produtos na internet, talvez precisasse de aproveitar os meses de Verão para expor os seus produtos nas lotadas quintas de turismo rural que se multiplicam desde a Beira-Alta até Trás-os-Montes."

Este artigo, "O linho de Ribeira de Pena, a inovação e a projeção com a mala de Louboutin", vai ao seu encontro:
"Tecedeiras de Cerva conciliam a tradição do linho com a inovação de peças e acreditam que a participação na nova mala do designer Christian Louboutin vai ajudar a projetar esta arte ancestral de Ribeira de Pena.
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Além da mala do designer francês, Fernanda Machado destacou a produção de toalhas de praia em linho que estão a exportar para os Estados Unidos da América (EUA) e também os tecidos que estão já a preparar para o desfile de moda que irá abrir a Feira do Linho de Ribeira de Pena, que se realiza no primeiro fim de semana de agosto."
Pena que não haja um Portugal 2020 para apoiar um projecto de internacionalização desta realidade.

sábado, maio 18, 2019

Mongo e magia (parte IV)

Parte I , parte II e parte III.

Há anos que falo da tríade e do seu foco no eficientismo, os encalhados.

“In theory, you can’t be too logical, but in practice, you can. Yet we never seem to believe that it is possible for logical solutions to fail. After all, if it makes sense, how can it possibly be wrong?
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Highly educated people don’t merely use logic; it is part of their identity. When I told one economist that you can often increase the sales of a product by increasing its price, the reaction was one not of curiosity but of anger.
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This book is not an attack on the many healthy uses of logic or reason, but it is an attack on a dangerous kind of logical overreach, which demands that every solution should have a convincing rationale before it can even be considered or attempted.
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We could never have evolved to be rational – it makes you weak.
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A rational leader suggests changing course to avoid a storm. An irrational one can change the weather.
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If you are wholly predictable, people learn to hack you."
Por que é que tantos académicos e comentadores previram o fim das PMEs? (recordar aqui e aqui, por exemplo) Porque o enquadramento lógico, o seu modelo ambiental, impedi-os de ver, ou de suspeitar que existiam alternativas. Quem as descobriu? Os livres de modelos mentais castradores (recordar aqui), os ignorantes e a sua vantagem (recordar aqui).
“Evolution, too, is a haphazard process that discovers what can survive in a world where some things are predictable but others aren’t. It works because each gene reaps the rewards and costs from its lucky or unlucky mistakes, but it doesn’t care a damn about reasons. It isn’t necessary for anything to make sense: if it works it survives and proliferates; if it doesn’t, it diminishes and dies. It doesn’t need to know why it works – it just needs to work.”
Trecho retirado de "Alchemy: Or, the Art and Science of Conceiving Effective Ideas That Logical People Will Hate" de Rory Sutherland.


"meaning cannot simply be discovered"

"People often need to act and make decisions in situations in which causality is poorly understood, where there is considerable uncertainty and people hold different beliefs and have personal biases. However, people very reluctantly acknowledge that they face ambiguity at work. Problems in organizations tend to get labeled as lack of information. It feels more professional to try to solve a knowledge management problem that is called lack of information than a problem that is called confusion.
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The challenge is that managers often treat the existence of multiple views as a symptom of a weakness rather that as an accurate and needed barometer of uncertainty.
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The reality is not an objective set of arrangements outside us, but is continually constructed in daily interaction.
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Because any information can mean a variety of things, meaning cannot simply be discovered. Information does not help. We have to talk!...
situations are progressively clarified in iterative interaction. Our reality is an ongoing accomplishment that takes form when people together make sense of the situations in which they find themselves"
Trechos retirados de "Confusion and ambiguity"

sexta-feira, maio 17, 2019

Uma evolução interessante

Uma evolução interessante, uma aprendizagem mais rápida que a dos produtores de leite:

Mongo e magia (parte III)

Parte I e parte II.

"It’s true that logic is usually the best way to succeed in an argument, but if you want to succeed in life it is not necessarily all that useful; entrepreneurs are disproportionately valuable precisely because they are not confined to doing only those things that make sense to a committee.
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When you demand logic, you pay a hidden price: you destroy magic. And the modern world, oversupplied as it is with economists, technocrats, managers, analysts, spreadsheet-tweakers and algorithm designers, is becoming a more and more difficult place to practise magic – or even to experiment with it.
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The human mind does not run on logic any more than a horse runs on petrol....
if we allow the world to be run by logical people, we will only discover logical things. But in real life, most things aren’t logical – they are psycho-logical.
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Similarly, if you expose every one of the world’s problems to ostensibly logical solutions, those that can easily be solved by logic will rapidly disappear, and all that will be left are the ones that are logic-proof – those where, for whatever reason, the logical answer does not work.
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More data leads to better decisions. Except when it doesn’t.
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The need to rely on data can also blind you to important facts that lie outside your model."

Trecho retirado de "Alchemy: Or, the Art and Science of Conceiving Effective Ideas That Logical People Will Hate" de Rory Sutherland.

quinta-feira, maio 16, 2019

Curiosidade do dia

Da próxima vez que ouvir falar em convergência com a zona euro recorde dois gráficos:
Este, retirado de "EU economies have converged since last elections".

E este outro:
Retirado de "PIB português sobe acima da média europeia, mas há 13 países a crescer mais".

A vida é um eterno retorno

Volta e meia recordo aqui no blogue uma canção dos anos 60 com o refrão "turn, turn, turn". Por exemplo,  Tudo tem o seu tempo, tudo muda.

Podemos contar o tempo como algo linear, mas a vida é um eterno retorno. O que é verdade hoje, amanhã é mentira e, depois, volta a ser verdade.

A economia é uma continuação da biologia. Na economia vemos empresas fecharem ou evoluírem quando o contexto muda, tendo de alterar proposta de valor e estratégia. Na biologia é o mesmo "Extinct bird resurrected as evolution starts over again".

Mongo e magia (parte II)

Parte I.
“There is a simple premise to this book: that while the modern world often turns its back on this kind of illogic, it is at times uniquely powerful. Alongside the inarguably valuable products of science and logic, there are also hundreds of seemingly irrational solutions to human problems just waiting to be discovered, if only we dare to abandon standard-issue, naïve logic in the search for answers.
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Engineering doesn’t allow for magic. Psychology does.
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In our addiction to naïve logic, we have created a magic-free world of neat economic models, business case studies and narrow technological ideas, which together give us a wonderfully reassuring sense of mastery over a complex world. Often these models are useful, but sometimes they are inaccurate or misleading. And occasionally they are highly dangerous.
We should never forget that our need for logic and certainty brings costs as well as benefits. The need to appear scientific in our methodology may prevent us from considering other, less logical and more magical solutions, which can be cheap, fast-acting and effective. The mythical ‘butterfly effect’ does exist, but we don’t spend enough time butterfly hunting.”
Para quem conhece este blogue e consegue recordar o conceito de tríade, um marcador que nasceu em Outubro de 2011 e que foi referido pela primeira vez no texto:
"Podemos começar a listar os académicos, paineleiros e políticos portugueses (a tríade) que não conhecem alternativa ao preço mais baixo e aos salários baixos)"
Para quem conhece este blogue e consegue recordar o conceito de Muggles, gente que não conhece a magia, "Temer o pior sempre que os Muggles se metem". Marcador nascido em Julho de 2011.


Trecho retirado de "Alchemy: Or, the Art and Science of Conceiving Effective Ideas That Logical People Will Hate" de Rory Sutherland.

quarta-feira, maio 15, 2019

Curiosidade do dia

"E quando, aos 30 anos, deixam de ter a maminha da mamã, habituaram-se de tal maneira à maminha, que são já um caso perdido para o liberalismo. Agora, querem a maminha do Estado.
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Portugal é uma sociedade híper-protegida onde as pessoas se fazem à vida muito tarde, se é que alguma vez se fazem. São, literalmente, pessoas muito mimadas quando comparadas com as gentes do norte da Europa, onde o liberalismo nasceu (o liberalismo é a doutrina política que emergiu do protestantismo calvinista).
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É muito difícil fazer uma sociedade liberal com esta matéria-prima. Mas não se perde nada em tentar."
Trecho retirado de "a maminha da mamã"

"acha que uma PME consegue?"

Nem as empresas com dinheiro e protecção governamental se safam quando não estão focadas, quando escolheram ser tudo para todos e estar em todo o lado.

Isto a propósito de "Air France plans to cut almost 500 jobs on ‘fierce’ competition":
"Air France blamed increased competition from high speed rail and low-cost airlines as it announced 500 job cuts and said it would downsize its short haul operations.
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The airline said on Monday it would implement 465 voluntary redundancies over the next year. It also announced plans to cut its domestic network capacity by 15 per cent by 2021.
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The move comes as the carrier, part of the Air France-KLM group, looks to deal with “extremely fierce competition” in the sector."
Se empresas com dinheiro e consultores pagos a peso de ouro não conseguem, acha que uma PME consegue?

Quem são os clientes-alvo? Qual a proposta de valor?

Perguntas e inquéritos (Parte II)

Parte I.

Sabem que sou muito crítico acerca do que se faz sobre a medição da satisfação dos clientes. Por exemplo:

Por isso, neste artigo, "What Must You Ask? Comparing Two Customer Survey Approaches", apreciei sobremaneira a liberdade das perguntas abertas:

"Understanding context of satisfaction – Word cloud based on responses to question, “What one word best describes this company?” [Moi ici: Até que ponto o que os clientes pensam da empresa está em sintonia com a mensagem que a empresa procura passar?]

Understanding context of satisfaction – What improvements would you make?" [Moi ici: Uma das frases mais comum naquela lista de artigos lá em cima é "não existem empresas perfeitas"]

Como escrevo aqui:
"Não existem empresas perfeitas. Por isso, de cada vez que um inquérito de satisfação dos clientes conclui que somos bons... perdeu-se uma oportunidade de melhoria e reforçou-se o conformismo com o status-quo."
Agora, relacionar isto com a parte I.

terça-feira, maio 14, 2019

Perguntas e inquéritos (Parte I)

Há dias, ao terminar a leitura do livro "Choose" de Ryan Levesque fixei a SMIQ:
“The ASK Method starts with the desire to better understand your market at a deep emotional level so you can ultimately better sell and better serve your market. Knowing your market at this deep emotional level requires asking the right questions in the right way to understand what your most ideal potential customers want. Not what they think they want, not what they say they want, but what they really want. And most importantly, what they really want to buy.
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People don’t know what they want. But they do know one thing, and that’s this: They do know what they don’t want. And therein lies the first clue to figuring out what to ask. The right questions are somewhat counterintuitive.
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what we call the SMIQ, which stands for Single Most Important Question, because as the name implies, this is your single most important question
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When it comes to X, what’s your single biggest challenge, frustration, or question you’ve been struggling with? (Please be as detailed and specific as possible.)
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Now, the reason for asking this question in this specific way, is because, as we now know, while people don’t know what they want, they do know what they don’t want.
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When you ask people this question, whether through a survey link created in a survey software like bucket.io designed for this very process, or through a simple Facebook post, you want the response format of this question to be open-ended—that is, they can write their response in their own words, as opposed to selecting one of several multiple choice options. The reason for keeping this question open-ended is that it’s all about discovering who the “hyper-responsive” potential customers are in your market—the people most motivated and interested and likely to spend money to solve the problem that you’re intending to solve. It’s about uncovering what natural language patterns these hyper-responsives use, so you can echo that language back in your marketing and messaging. It’s about identifying what makes the hyper-responsive people in your market different from everyone else so you can focus 100 percent of your effort on targeting and serving similar customers.
One of the ways in which you can identify hyper-responsives is, in part, by looking at the length of their response to your SMIQ. All things being equal, the person who gives a longer, more detailed, more passionate response to the question “What’s your single biggest frustration?” is more likely to spend money on a product that solves that frustration than the person who gives you a short one- or two-word answer.”
Julgo que a técnica proposta faz todo o sentido.

Continua.

O fim de um ciclo (parte III)

Parte I e parte II.
"Many investors lose sleep over "black swans" -- hard-to-predict events that cause chaos, like terror attacks or the bursting of the dot-com bubble.
Now authorities in China are being urged to watch for "gray rhinos" -- obvious dangers that are often ignored anyway."(daqui)
Nunca é se, é quando. Quando é que a maré muda. A maré muda sempre.
"As exportações da indústria têxtil e do vestuário começam a tremer e fecharam o primeiro trimestre do ano a cair 0,9%, pressionadas pelo segmento do vestuário (-2%) e pelo desempenho negativo dos 4 maiores clientes da fileira: Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, anunciou esta sexta-feira a ATP - AssociaçãoTêxtil e Vestuário de Portugal.
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Depois de bater três recordes consecutivos na exportação, para fechar 2018 nos 5,3 mil milhões de euros (+2%), o sector entrou em 2019 já de forma cautelosa.
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No seu conjunto, a fileira exportou 1,35 mil milhões de euros, menos 12 milhões de euros do que no ano anterior, e terminou o trimestre com um saldo positivo de 241 milhões de euros na balança comercial, o que se traduz numa taxa de cobertura de 122%.
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Com uma quota de 29,7% nas exportações da fileira têxtil, Espanha continua, assim, a estar sob o "efeito Inditex", o grupo que reúne marcas como a Zara, Pull&Bear, Bershka ou Massimo Dutti, é o maior cliente das têxteis do Vale do Ave e tem estado a desviar compras que fazia habitualmente no país, especialmente as encomendas de valor mais baixo, para outros destinos, designadamente a Turquia e Marrocos."
E quando se escreve:
"No entanto, o esforço das empresas para diversificarem clientes e encontrarem alternativas à quebra de Espanha está a ter resultados positivos em dois destinos do top 10 do ranking das exportações do sector, com os Estados Unidos a protagonizarem a maior subida (+14,8% ou 11 milhões de euros)" 
Há que ter cuidado, os Estados Unidos são um mercado de preço:
"É que o mercado dos EUA "é um dos mais sensíveis em relação ao preço, mesmo em produtos de valor acrescentado" 
Tempo para parar para pensar, tempo para reflectir no que cortar, tempo para reflectir no que focar, tempo para lançar novas sementes, tempo para testar novos caminhos.

É claro que há gente a sofrer com esta evolução, por isso, peço desculpa por recordar esta ironia: Boas notícias, Portugal a ser abandonado pelo negócio do preço (1)

segunda-feira, maio 13, 2019

Mongo é a resposta

Pena que o papa Francisco não conheça Mongo. Mongo é a resposta aos seus desejos:
"O objetivo é criar um modelo económico "diferente, que permita às pessoas viver e não matar, incluir e não excluir, humanizar e não desumanizar, cuidar da Criação e não depredar", num evento que gere "um pacto" para mudar a economia atual."(1)
Mongo é a fuga ao vómito industrial e a ascensão do trabalhador-artista.

A inevitabilidade de Mongo a emergir, também neste texto, "Changing the German growth model will not be easy":
"What gave German industry another lease of life was how globalisation increased demand for German machinery and how it led to integrated global supply chains. I admit I did not see the supply-chain effect when I predicted the demise of the German economic model over a decade ago.
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New trends may intrude that would extend the lifespan of the growth model further. But Mr Macron is ultimately right. It is going to end — “perhaps”, as he wisely added."
(1) - Trecho retirado de "Papa aos jovens: novo modelo económico deve “incluir e não excluir, humanizar e não desumanizar”"

Mongo e a magia

Ao folhear o livro apanhei com esta lista memorável:
“Rory’s Rules of Alchemy
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The opposite of a good idea can also be a good idea. [Moi ici: Como não relacionar com o teste do algodão de uma estratégia - "and it's not stupid"]
Don’t design for average.  [Moi ici: Como não relacionar com "Justin Bieber e o preço da diferença" - na semana passada usei esta estória de 2010 duas ou três vezes ]
It doesn’t pay to be logical if everyone else is being logical. [Moi ici: Como não relacionar com a segunda lei da teoria dos jogos "Rational choice, chosing a dominant strategy, can lead to outcomes that suck"]
The nature of our attention affects the nature of our experience.
A flower is simply a weed with an advertising budget.
The problem with logic is that it kills off magic.  [Moi ici: Como não recordar a tríade e a sua incapacidade de ver o poder da magia... chamo-lhes de Muggles]
A good guess which stands up to observation is still science. So is a lucky accident. [Moi ici: Como não recordar "A vantagem dos ignorantes"]
Test counterintuitive things only because no one else will.
Solving problems using rationality is like playing golf with only one club.
Dare to be trivial.
If there were a logical answer, we would have found it.”
Trecho retirado de "Alchemy: Or, the Art and Science of Conceiving Effective Ideas That Logical People Will Hate" de Rory Sutherland.

domingo, maio 12, 2019

Quem lida com o extremo da cadeia, tem um trunfo

De "5 Ways to Know Your Customer Better Than Your Competitors Do" sublinho:
"Step 1: Spend Time Talking to the End UserMost businesses classify themselves as business-to-business (b2b) operations, meaning they don’t sell to the end users of their product. Yet these businesses would benefit from interacting personally with the end users.
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Take YouTube. ...
While the YouTube team knows it is critical to be well-connected to the needs of the “business” customers who pay them, they also spend time directly with their end users, attending events like the annual VidCon conference.
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Step 2: Spend More Time with the Customer Than Your CompetitionWhen it comes to understanding your customers, spending quality time with them is important—but spending “quantity time” matters even more. Decision makers who spend enough time seeing the day-to-day lives and challenges of their customers have a level of understanding that staged drop-ins cannot provide. In addition, they get the “credit” that comes from being the supplier that is willing to walk in its customers’ shoes.
...
Step 3: Watch Consumers Buy Your Product Before consumers can use your products, they usually have to purchase them. There are many insights that can be gained from watching consumers as they attempt to do this.
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Step 4: Watch Consumers Use Your ProductObserving consumers as they use your product or receive your service is the perfect chance to understand which features create value, which ones are never used, and which ones actually get in the way.
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Step Five: Engage End Users as Product Designers Finally, consider putting your customers to work. Stop seeing them as research subjects and instead begin to see them as partners in product development.
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A Word of WarningToday, businesses have more data than ever. While this is in many ways a great thing, it also creates a dangerous temptation to spend hours and hours analyzing spreadsheets, and runs the risk of confusing quantification for true understanding.
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Big consumer firms are experiencing the dangerous downside of being insulated from the consumer."
Uma provocação para todos os que esquecem os "end users".

Recordar "Alinhamento":
"The value proposition of the overall supply chain is the same as that of the company that is facing the end customer."
Quem estuda, quem interage com o end-user tem um trunfo importante!

Beware!

Não é se, mas quando!

Quando a próxima recessão chegar como vai estar preparada a sua empresa?
"For most small business, cash reserves are a critical tool for meeting liquidity needs. Cash reserves provide a readily available means to pay employees and suppliers in normal times and are an important buffer to draw upon during adverse times. This is particularly true for small businesses with limited access to credit and other sources of liquidity. In other words, cash reserves are a key measure of the vitality and security of a small business."(1)

"The question for these executives, then, isn’t whether to prepare, it’s how to prepare.
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What did the resilient companies do differently?[Moi ici: Durante a última recessão]
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They weren’t protected from the market because they had better products or services. In fact, most of the resilient companies lost nearly as much revenue as industry peers during the recession; the outliers were from a few sectors that didn’t experience the downturn as strongly.
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But by the time the recession had reached its lowest point in 2009, the resilients had increased their EBITDA by 10%, on average, while industry peers had lost nearly 15%. The resilients seem to have accomplished this by reducing operating costs earlier in the recession cycle, and more deeply. By the first quarter of 2008, the resilients had already cut operating costs 1% compared with the year before, even as their sector year-on-year costs were growing by a similar amount. The resilients maintained and expanded their cost lead as the recession moved toward its trough, improving their earnings advantage in seven out of the eight quarters during 2008 and 2009.
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Their willingness to move early made the resilient companies far more likely to successfully weather economic shock. As the effects of the downturn became more and more apparent, resilient companies focused on building more flexibility into their investment-planning and operations in addition to pursuing continued earnings expansion. By the time the economy was in full-on recession, the resilients had reduced their debt by more than $1 for every $1 of total capital on their balance sheet.
...
Even as the debate about “when” continues among economic forecasters, companies should begin to prepare themselves for the next recession. To assure some measure of resiliency, they should start now to assess the degree of exposure they have to slowdown, identify initiatives that can help to mitigate the exposure, and establish a “nerve center” to monitor progress on those initiatives."
Cuidado com as previsões que ouve ou lê. Quantas pessoas em 15 de Setembro de 2007 ousavam escrever este marcador "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia...,"





(1) - Cash is King: Flows, Balances, and Buffer Days
(2) - What Companies Should Do to Prepare for a Recession



sábado, maio 11, 2019

Curiosidade do dia

"O país descobriu agora pela reação do PS - o PSD e CDS já sabiam por experiência própria - que a austeridade é o nosso caminho coletivo para os próximos anos. Infelizmente esta vai ser só para alguns: para os que não têm força reivindicativa como os contribuintes [Moi ici: contribuintes líquidos, os saxões do costume] (comprovando a lei da Olson), porque são muitos. Os pequenos grupos de interesse - armadilhados ou não com substâncias explosivas, o sindicalismo estatal e o capitalismo de Estado e compadrio - sobrevivem sempre à falta de coragem governativa reformista.
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o socialismo é e sempre será um beco sem saída. O património real e o rendimento anual duma nação são as limitações da vida coletiva e individual.
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O socialismo assume temporariamente para manter o poder que é preciso devolver rendimentos (isto é a vida e a liberdade ao cidadão, comprovando as tesas liberais sobre o Estado por portas travessas), ainda que não os tenha. Por isso, o socialismo é sempre mais original e criativo com mais um imposto, umas taxas ou um emprestimozinho apresentado sempre na comunicação social como tendo a melhor taxa de juro (parecendo que o Governo ganha sempre e os credores perdem...).
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A evolução na continuidade será sempre um erro político neste país com um povo e uma história nobres: mas sabemos que só a adversidade nos obriga a mudar, ou um Governo que não se negue a construir um Estado inteligente para o séc. XXI. Este Estado constitucional tornou-se bafiento e geracionalmente irresponsável."


Trecho retirado de "A negação do poder e do Estado"

Risk management

J&J model to deal with risk management:
"Risk can be viewed as the combination of the probability of an event and the impact of its consequences. Events with a negative impact represent risks that can prevent value creation or erode existing value. In order to deliver value to our stakeholders we must understand the types of risks faced by our organization and address them appropriately.
Generally, risks to the Company’s success can be grouped into four categories: (1) Strategic, (2) Operational, (3) Compliance and (4) Financial & Reporting. Specific examples of each type of risk are included in the table below.
Our J&J Enterprise Risk Management Framework is made up of six process components
...
Objectives are set by the Executive Committee in alignment with our strategic framework and are cascaded throughout the organization.
...
Trechos retirados daqui.




"your single most important decision as an entrepreneur"

Remember that this is your single most important decision as an entrepreneur: Who are you going to serve? What market are you going to enter? It’s worth spending time here. In the end, your future business will be all the better for it because you took the time to scrutinize your ideas from every angle and eliminate the ones that won’t lead to a viable market choice. Be committed to the tightest, strongest business idea possible. If you do this, you’re setting yourself up to be that much more likely to succeed.
...
choosing your market isn’t like choosing what froyo flavor you want in your cup. This decision creates many more ripples in your life, and knowing that tends to drum up some profound emotions at both ends of the spectrum. In the entrepreneurial world, we don’t like to talk about this much because it feels like inviting or admitting weakness, but the reality is that entrepreneurship is emotional. I don’t want to be one who downplays your emotions as you come to this big decision.”
Trechos retirados de “Choose” de Ryan Levesque.

sexta-feira, maio 10, 2019

Curiosidade do dia

Pena que o Mário Cortes se tenha escondido.
"O controlo das contas públicas previsto pelo Governo até 2023 vai continuar a depender do aumento das receitas com impostos e contribuições, diz o Conselho das Finanças Públicas, que antecipa uma subida destas receitas acima do aumento previsto para as despesas rígidas do Estado. A receita adicional vai permitir pagar o aumento de 9,4 mil milhões de euros nas despesas com pessoal e prestações sociais" (1)
"“Se, por ora, é possível acomodar, em previsão, estes aumentos nominais em resultado do crescimento superior previsto para o PIB nominal, não é garantido que essa capacidade acomodatícia se mantenha no futuro próximo“, avisa."(2)
Os saxões, aka contribuintes líquidos, que paguem.

Não sentem as bandarilhas no lombo?

(1) - Impostos e contribuições pagam aumento de mais de 9 mil milhões da despesa com pessoal, diz o CFP
(2) - CFP avisa que Centeno pode ter subavaliado fatura com pessoal até 2023


"stay focused on the future"

"How many balls can you keep in the air at one time? Some business leaders are better jugglers than others, but everyone has their breaking point—or, rather, their dropping point.
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Juggling priorities is a challenge for every business owner. You’re overwhelmed with business development and all the things you need to do to attract and retain customers. Whether you’re a solopreneur, salesperson, or CEO of a small business, you feel the constant push/pull between prospecting, working with existing customers, managing social media, and staying in touch with everyone (which can seem like an unending task).
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I know it’s tricky to take your head out of the weeds long enough to work on the business when you’re so busy working in your business.  The problem is, if you don’t make the time, you won’t have a business.
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Whatever you decide for your business, stay focused on the future.
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As the CEO, you’re the futurist of your business, and the product of a futurist’s work is foresight."
Recordar "Jongleurs" - Precisam-se (parte II)"

Trecho retirado de "Small Business Owners: The Future Is Your Responsibility"

Trabalhar o ecossistema do futuro

Quando animo reflexões estratégicas, e/ou apoio o desenvolvimento de sistemas de gestão da qualidade, desafio as empresas a pensarem como podem trabalhar o ecossistema da procura. Nomeadamente, por exemplo, como podem influenciar, seduzir, os futuros decisores, os futuros prescritores, os futuros influenciadores.
Por exemplo, de 2012:
"Esta abordagem pode ser fortalecida reforçando as relações entre a empresa e as universidades e politécnicos. Estas escolas fornecem os futuros prescritores e os futuros quadros dos empreiteiros. Desenvolver uma relação em que a empresa reforça a sua imagem de líder tecnológico, de solucionador de problemas, de inventor de novos produtos, de autoridade técnica."
Eis um exemplo de aplicação desta abordagem, "Vapesol lança concurso para jovens criadores de calçado":
"Nesta primeira edição da Academia Vapesol, devem os candidatos apresentar um projeto de design de calçado, masculino ou feminino, para a temporada outono/inverno 20/21 e o respetivo protótipo, os quais devem integrar solas da coleção da Vapesol.  A iniciativa conta com a participação dos alunos finalistas da Escola Profissional de Felgueiras, do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (polos de S. João da Madeira e Felgueiras) e do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
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Os prémios atribuídos pela Academia Vapesol são, para o grande vencedor, um prémio pecuniário de 1.000 euros, uma viagem a Milão com estadia e um convite para a feira Lineapelle agendada para os dias 2, 3 e 4 de outubro próximo. Já o segundo classificado tem direito uma viagem a Milão, também com estadia, e um convite para a mesma Lineapelle."

quinta-feira, maio 09, 2019

Curiosidade do dia

Aquilo que você lê aqui, Fevereiro de 2019, chega aos media tradicionais em Maio de 2019, "Como se descobriu um urso-pardo em Portugal, de que não havia rasto há 176 anos"

"move beyond a focus on efficiency"

"For many companies, the traditional path to value creation is simply too narrow, centered on driving efficiencies rather than growth and innovation. Creating new value often requires employers to think differently about work in three ways:
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The objective of work becomes expanding value, not delivering scalable efficiency.
The work itself entails addressing unseen problems and opportunities, not executing routine tasks.
The work draws on human capabilities such as imagination, intuition, curiosity, creativity, and empathy—not on skills tied to a particular task or technology.[Moi ici: Recordem os profetas do Armagedão provocado pela automatização]
With this broader view, companies can move beyond a focus on efficiency—and beyond growth driven by M&A and market share—and aim to create new forms of customer value. Organizations can do this by looking for ways to create additional meaning for the customer. This typically starts by deeply understanding customers’ needs and aspirations, now and in the future—and deep understanding requires more than just soliciting customer feedback or monitoring net promoter scores. Because these needs and aspirations are limitless and rapidly evolving, there is always more value that companies can create for customers."
Parece um texto retirado deste blogue ...

A aposta no numerador versus o eficientismo da aposta no denominador.
A aposta na originação do valor.

A treta da tríade, apesar de tudo, vai precisar ainda de alguns anos, talvez 10 a 20 para ser varrida para o caixote do lixo da história. Economia não é física newtoniana ou galilaica, em economia o que é verdade hoje, amanhã é mentira.

Trechos retirados de "Redefine Work to Bring New Value to Customers"

Para reflexão

"The experts were, by and large, horrific forecasters. Their areas of specialty, years of experience, and (for some) access to classified information made no difference. They were bad at short-term forecasting and bad at long-term forecasting. They were bad at forecasting in every domain. When experts declared that future events were impossible or nearly impossible, 15 percent of them occurred nonetheless. When they declared events to be a sure thing, more than one-quarter of them failed to transpire.
...
Even faced with their results, many experts never admitted systematic flaws in their judgment. When they missed wildly, it was a near miss; if just one little thing had gone differently, they would have nailed it. “There is often a curiously inverse relationship,” Tetlock concluded, “between how well forecasters thought they were doing and how well they did.”
...
Hedgehogs are deeply and tightly focused. Some have spent their career studying one problem. ...
Foxes, meanwhile, “draw from an eclectic array of traditions, and accept ambiguity and contradiction,” Tetlock wrote. Where hedgehogs represent narrowness, foxes embody breadth.
.
Incredibly, the hedgehogs performed especially poorly on long-term predictions within their specialty. They got worse as they accumulated experience and credentials in their field. The more information they had to work with, the more easily they could fit any story into their worldview.
.
Unfortunately, the world’s most prominent specialists are rarely held accountable for their predictions, so we continue to rely on them even when their track records make clear that we should not."
Trechos retirados de "The Peculiar Blindness of Experts"

BTW, este anónimo da província apostou em Agosto de 2013 quando todos falavam da espiral recessiva, foi no dia 25 de Abril de 2013. Recordo Outubro de 2013 e sobretudo "Uma espécie de Agosto de 2013".

Há dias publiquei a segunda parte de "O fim de um ciclo":
E reparem como andam os funcionários do governo no semanário [sim, porque não eu não me esqueço de Gigerenzer], "INE deve apresentar esta semana a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 15 anos":
"Economistas ouvidos pelo Expresso apontam, em média, para uma taxa de desemprego de 6,5% no primeiro trimestre deste ano, o que compara com 6,7% nos últimos três meses de 2018. A confirmar-se, será o valor mais baixo desde 2004"
E comparem com "Taxa de desemprego sobe pela primeira vez em três anos":
"No primeiro trimestre de 2019, a taxa de desemprego foi 6,8%, acaba de divulgar o Instituto Nacional de Estatística, registando uma subida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior, mas também uma descida de 1,1 pontos percentuais face ao período homólogo, o primeiro trimestre de 2018. A subida trimestral acontece pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2016."[Moi ici: Recordar "Acerca do desemprego"]
A maré já mudou, agora só está a ser atenuada pela boleia demográfica.

quarta-feira, maio 08, 2019

A onda demográfica

A propósito de "Why marketing to seniors is so terrible", um texto sobre o qual muitos marketeiros deviam ler e reflectir:
"If you took your entire view of the human race from primetime advertising alone, you’d see a society without old people. They don’t work, they don’t drink beer, they don’t drive cars."
E recuo a Dezembro de 2006... e recordo este mapa:

O fim de um ciclo (parte II)

No passado dia 24 de Abril publiquei "O fim de um ciclo".

Ontem de madrugada li "Trabalhadores em vigília à porta de empresa de Lousada" e escrevi no Twitter:

Recordo "A mecânica newtoniana não serve para a economia (parte II)". No texto do JN pode ler-se que a empresa é alemã e não tem dívidas aos trabalhadores. 

Lembram-se dos rinocerontes cinzentos?

terça-feira, maio 07, 2019

A mensagem visual

Li o título, "Seeing Beauty In “Ugly” Vegetables, Cofounders Find Business Model For Reducing Food Waste". Li o lead, "What should you do with your "ugly" vegetables? @Imperfectfruit is dedicated to reducing food waste." Depois vi a foto:
Acham que gente realmente dedicada à redução dos desperdícios de comida atira assim fruta para o chão e usa-a como um adereço barato?

É o segundo caso em menos de 24 horas em que deparo com situações em que a mensagem visual não tem nada a ver com o que a empresa é e faz, e com o que os clientes valorizam na empresa.

Num mundo em que o span de atenção é cada vez mais curto a mensagem visual é cada vez mais importante.


Arte e eficiência não conjugam bem

Art is anything that’s better than it needs to be.”
Arte e eficiência não conjugam bem

Recordar a minha luta contra o eficientismo e a minha defesa da arte como o futuro para as PME.

Trecho retirado de "The crucial difference between content marketing tactics and content marketing strategy"

segunda-feira, maio 06, 2019

Segmentar, segmentar, segmentar

"Fashion retail is undergoing dramatic change – digital channels, fast fashion, and a surge of discount campaigns are all causing retailers discomfort.
...
In order to succeed in this difficult market environment, brand manufacturers must deploy their resources in the most targeted way possible. The most important step is to invest in productive trade relationships. Only by securing the right partners in brick-and-mortar and online retail and by strengthening customer relationships with them will manufacturers be able to grow in tandem with successful retailers.
...
So who are the right retail partners? Not every customer is the same. For example, the hip concept stores found in big cities differ significantly, in terms of sales structures and potential, from the traditional fashion boutiques of smaller towns. Hence, it doesn't pay off to invest the same amount in every customer relationship. In order to identify which partners are most strategically important, customer segmentation needs to be conducted. The only way for manufacturers to set the correct priorities is to understand their customers in detail, including all their strengths and weaknesses.
...
In addition to raw figures, fashion manufacturers need to monitor qualitative aspects, such as influencer potential, location, competitive positioning, and collaboration, to determine the strategic importance of their retail customers. These rating criteria need to be used to assess both online and offline retailers. For brick-and-mortar stores, a good location in a shopping area is essential, while the equivalent in online retail is a top Google ranking or a large number of unique visits. The interplay between all these criteria determines the overall customer value. When evaluating retailers, it is important not to assess chain stores as single entities – the situation of individual locations has to be considered!"


Trechos retirados de "Segmentation in Fashion Wholesale: Using Resources Effectively"

Para reflexão

A sua empresa está com problemas?

Talvez valha a pena ler este texto, "When your project isn’t making money". Um texto de Seth Godin, mais longo do que o habitual. Por exemplo:
"(Low price is the last refuge of leadership that doesn’t have the guts to make a great product and tell a true story to the right people)
.
Because you’re selling to the wrong people…Choose your customers, choose your future.
(Some customers want to pay more than others, and some customers want to get more—of something—than others)"

domingo, maio 05, 2019

Muito mais do que 27 segundos e muito menos do que 545 reais


Muito mais do que 27 segundos... é toda uma vida a criar uma marca, cuidar dela e fazê-la crescer.
Pensar que as contas se fazem só com o passado, 5 reais, e pensar que (550-5 = 545) reais é tudo lucro, é esquecer os custos do futuro.
E volto a Schumpeter e ao princípio dos meus anos 90... li isto na recepção de uma empresa, antes de uma entrevista de emprego que, graças a Deus, não deu em nada:
"As soon, however, as one shifts from the axiom of an unchanging, self-contained, closed economy to Schumpeter's dynamic, growing, moving, changing economy, what is called profit is on longer immoral. It becomes a moral imperative. Indeed, the question then is no longer the question that agitated the classicists and still agitated Keynes: How can the economy be structured to minimize the bribe of the functionless surplus called profit that has to be handed over to the capitalist to keep the economy going?.The question in Schumpeter's economics is always, Is there sufficient profit? Is there adequate capital formation to provide for the costs of the future, the costs of staying in business, the costs of "creative destruction"?This alone makes Schumpeter's economic model the only one that can serve as the starting point for the economic policies we need. Clearly the Keynesian - or classicist - treatment of innovation as being "outside," and in fact peripheral to, the economy and with minimum impact on it, can no longer be maintained (if it ever could have been). The basic question of economic theory and economic policy, especially in highly developed countries, is clearly: How can capital formation and productivity be maintained so that rapid technological change as well as employment can be sustained? What is the minimum profit needed to defray the costs of the future? What is the minimum profit needed, above all, to maintain jobs and to create new ones?"...BTW, "And it is a total fallacy that, as Keynes implies, optimising the short term creates the right long-term future."
Trecho registado aqui no blogue em 2010 em "Lucro: O custo do futuro"




Cuidado com a miudagem!

"Salespeople and some of their leaders believe they can pitch everyone and win new business, and there is a growing cottage industry on LinkedIn of salespeople who are taught and trained to write a four-paragraph pitch with a link to their calendar to strangers, without targeting, and without any indication that the person might be right for their service or solution...
It’s easy to increase your activity by pitching more people faster, and you can deceive yourself into believing that you are efficient. Efficiency is measured by the energy expended to produce a specific result, not the elimination of effort and energy without a result. To believe that you are efficient when you try to make selling easy, you have to refuse to look at the wasted energy and effort.
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Most of the effort expended in trying to make selling easier would be better spent in increasing your effectiveness."
Estão a ver o problema de não saber que são os clientes-alvo, de tratar os clientes como miudagem?

Trechos retirados de "The Problem with Wanting Sales to Be Easy"

sábado, maio 04, 2019

Amadores a jogar bilhar

Em "É só fazer as contas" recordei isto:
"Ontem, tive acesso a números de uma empresa que me fizeram recuar ao meu tempo de "catequista" no SNS a tentar converter índios que não queriam ser convertidos (em que traduzia o número anual de infecções em cesarianas não programadas em dias extra de internamento e, depois, esses dias extra em custo extra)."
E porque é que aconteciam as infecções em cesarianas não programadas? Bastou ver um gráfico com o nº de infecções ao longo do ano:
À medida que nos aproximávamos de Agosto o número de infecções subia e depois baixava até Janeiro e depois voltava a subir.

O que estava por trás deste perfil? O ar condicionado do bloco operatório estava avariado e não havia dinheiro para o reparar. Como não se gastava 10 a reparar o aparelho, gastavam-se 100 a 1000 todos os anos a pagar dias de internamento não necessários se não tivesse ocorrido infecção.

Por que recordo isto agora? Por que vi isto:

Não têm dinheiro para arranjar a máquina, mas põem alguém que ganha 800 ou mil euros por mês a validar andantes... go figure.






Unintended consequences (parte II)

"Há a ilusão do poder: o exercício do poder conduz a situações em que as consequências das decisões geram resultados muito diferentes dos esperados. A pluralidade das intenções e dos objectivos condena ao fracasso os que acreditam que o exercício do poder é a imposição da sua vontade unilateral e descobrem, demasiado tarde, que o exercício do poder é a coordenação e mobilização das vontades dos outros para a concretização dos objectivos possíveis, nessas circunstâncias e com esses recursos. Há as ilusões do fim: antecedem o colapso de um regime político que pretende estender a sua continuidade para além do seu campo de possibilidades, desencadeando uma ruptura que destrói o que acumulou no passado e reduz o horizonte de construção do futuro. E há o fim das ilusões: é o que se vê no nosso presente."
Como não relacionar isto com a parte I.

Trecho retirado de "Ilusões há muitas"

sexta-feira, maio 03, 2019

Todos vão perder


O século XX foi o século de Metropolis, o século de Magnitograd, o século de Levittown, o século das linhas de montagem, o século da escala e do volume, o século do Normalistão. O século do crescimento canceroso.

Razão tinha Popper em defender a ideia de que temos de estar sempre alerta, só porque hoje se vive melhor do que ontem, não quer dizer que amanhã se viverá melhor do que hoje.

Em Dezembro de 2014 escrevi "Ter razão antes do mainstream é tramado". Nesse texto sublinhava a ironia da ministra da Agricultura de então, actual dirigente do CDS, chegar ao mesmo modelo para a agricultura portuguesa que o saudoso ministro socialista Jaime Silva preconizava. Ou se calhar, não chegou, apenas leu o que alguém lhe "botou" no discurso. Na altura ela disse: "Cristas quer colar a Portugal o rótulo de país da "joalharia da agricultura". Algo que jogava bem com a marca Portugal, recordo este outro texto de Junho de 2014, "A marca Portugal".

Mas uma coisa são os agricultores que espalham bosta nos campos e que daqui a 10 ou 20 anos vão continuar por lá, eles ou os seus filhos. Outra são os que mandam semear ou plantar hoje aqui e quando não der, deitam abaixo o pau do circo e mudam-se para outro lado.

E o que está a acontecer no Alentejo é a cópia de tudo o que nos afasta da joalharia agrícola, é a cópia do Mar del Plástico.

Meter um país pequeno, com terras pobres, a mergulhar na produção intensiva ... só vai dar asneira... "A outra face do sucesso do Alqueva é um Alentejo envenenado por químicos"

Mongo, aka Estranhistão, será o mundo da variedade, o mundo da diversidade, o mundo em que não queremos ser tratados como plancton. Outros, sabem fugir do crescimento canceroso e da tragédia dos comuns apostando na joalharia:
BTW, os fabricantes low-cost de cortinas em PVC para a casa de banho deram cabo do produto. Hoje, já ninguém usa esse material, mesmo que seja produzido por fabricantes com cuidado. No redemoinho turbulento da tragédia dos comuns ninguém se safa... o Rei Lear: Uma estória amoral, todos perdem os bons e os maus.

Todos acabam por perder, mesmo o que não seguem a via cancerosa, porque a marca Portugal vai ficar queimada.

Unintended consequences


Unintended consequences, tão comuns com jogadores amadores a praticarem bilhar. A via negativa é mais inteligente do que se possa pensar à primeira vista.

Ler "San Francisco Had an Ambitious Plan to Tackle School Segregation. It Made It Worse."

quinta-feira, maio 02, 2019

"Without focus"

"Without focus a company cannot achieve an execution culture....unfocused companies pursue too many objectives and have too many initiatives. ...the greater the number of strategic objectives and priorities, the more unfocused are the are the employees. Alternatively, the more focused is top management, the clearer employees and departments are about what they need to do on a daily basis. When priorities cascade down the organization, the result is often a distorted focus - a frequently a significant distortion. ...Another significant consequence is that lack of focus leads to lack of discipline in executing organizational objectives. Focus imposes discipline because staff at any level know what to do at any point....One of the most dramatic consequences of being an unfocused company is the impact on staff. Lack of clear direction and priorities causes staff to be unhappy in what they do because they do not understand how their work contributes to the company's goals...Managements needs to decide every year  how to distribute the company's limited resources, specifically its staff and financial assets. Decisions regarding how much and where to allocate resources are not easy. Management at an unfocused company often fails to regards these decisions as part of their key responsibilities because they lack clarity about the run-the-business/change-the-business dimensions. Consequently, the distribution of work within the business becomes totally unbalanced and grow out of control."
Trechos retirados de "The Focused Organization: How Concentrating on a Few Key Initiatives Can Dramatically Improve Strategy Execution".

quarta-feira, maio 01, 2019

Alinhamento

Uma conversa esta semana, durante uma reunião mensal de gestão, fez-me recuar no tempo até a Veronica Martinez e este postal "Escolher, escolher, escolher" que referi aqui no blogue em 2007, mas também em 2008 e 2009.

O artigo é "Aligning value propositions in supply chains":
"Despite the plethora of studies on value that have been undertaken to date, our exploratory analysis found that organisations are still failing to identify their value propositions, particularly in aligning their resources and capabilities with their value creation processes in their supply chains.
...
The value propositions directly impact business’ strategies; e.g. they impact the market where businesses are competing, the acquisition and development of core competencies and capabilities, selection of members of the supply chain and the financial priorities. The value propositions also impact operations, e.g. market research, new product development, supplier relationships, production processes, customers’ relationship and delivery systems. In other words the value propositions shape any subsequent plan and decision that companies make.
...
we can conclude that:
1. Strategic/key members of the supply chain are those who hold the core competencies of the chain.
2. The value propositions of strategic members of the supply chain should be aligned to enhance the value proposition of the entire supply chain.
3. Other members which are not strategic members of the supply chain can have different value propositions, but should support the value proposition of the overall supply chain.
4. The value proposition of strategic members of the supply chain dictate the value proposition of the overall supply chain.
5. The value proposition of the overall supply chain is the same as that of the company that is facing the end customer.
6. The alignment of individual value propositions with the overall supply chain ensures the alignment of strategic competencies.
7. The collaboration with strategic members is focused on the improvement of the supply chain competencies."

"You should be asking who"

“What’s the single most important question you should ask before you start your business?
...
There’s no shortage of good business ideas or people with the drive to go after them. So why all the failure? How can it all go wrong when you seemingly do everything right? You may create a brand, produce your website, write your emails, make your product, utilize every resource you have, and spend valuable time and money (that you may or may not have), yet still not find success in your venture.
Some people blame the economy or business loan interest rates or bad decisions about vendors. Some people blame themselves, thinking, If only I had worked harder or been more creative or were just more cut out for business. I’m here to tell you that none of the above is what will cause your business to fail out of the gate. While there might be some contributing factors on that list, none of them will single-handedly determine your fate.
But there is one thing that will, and it’s this: choosing the wrong market.
If you choose the wrong market, your business is destined to fail before you even begin.
Guaranteed.
...
Instead of asking what—what should you sell or what should you build?—you should be asking who. As in, who should you serve?
The what is a logical question that will come soon enough, but starting off with who is the foundation from which all other things are built.”
Quem são os clientes-alvo? Uma preocupação de raiz e na raiz deste blogue.

Algures aqui no blogue escrevi alguns postais sobre as empresas que, por causa da autenticidade, não podem alterar o produto que fabricam. Por isso, a alternativa é procurar mercados que valorizem o produto, porque mudar o produto seria mudar de ADN e isso só daria asneira.

Na verdade, nuns casos é o produto que não pode mudar, mas em todos os casos, para as PME, é o ADN das empresas que não pode mudar. Quem podemos servir com base no nosso ADN?



Trechos retirados de “Choose” de Ryan Levesque.