segunda-feira, abril 11, 2011

Começar mal a semana

Desconfiamos que a semana começa mal quando:
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No Norteamos "Breve e casual comentário" percebemos que há uma corrente de nortenhos, desligados da realidade das empresas do Norte que não dependem do Estado, que só conhecem a realidade que chega aos media e que, por isso, desistiram de acreditar na capacidade da sociedade civil livre e longe das carpetes e biombos do poder.
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No WSJ "Agenda: Portugal gets a little friendly advice", já citado por @JMF1957,  percebemos que vai começar uma campanha da Big-Man Economy destinada a convencer-nos que não somos competitivos a nível mundial e temos de nos contentar com um folclórico posicionamento, algures entre a Albânia e Marrocos, e viver à custa de preços baixos. Só que mesmo com escudo não teríamos hipóteses de competir pelo preço, basta recordar esta tabela com os valores salariais praticados e perceber o abismo que existe. O nosso problema não começou com a adesão ao euro, começou com a abertura da China!!!
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Mas se "Because wages have increased six times as fast as productivity in the past decade, labor costs are so high that Portuguese goods are priced out of world markets" é verdade, como é que quem está a exportar está a exportar a preços cada vez mais altos? Como encaixar isto?
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Nunca esquecer a realidade factual da distribuição de produtividades (ver marcador abaixo) dentro de um mesmo sector de actividade e perceber o que isso significa.
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Todos os anos o Estado gasta milhões a proteger empresas para que elas não soçobrem. Empresas apoiadas são empresas que vivem mais um ano para consumir recursos que eram mais bem aplicados noutro sítio. Empresas apoiadas são empresas que não precisam de se reinventar. Empresas apoiadas são empresas que podem bloquear a entrada de sangue novo no mercado.
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A propósito recomendo a leitura de "Plant Turnover and Productivity Growth in Canadian Manufacturing":
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"Entry is important because new firms and new plants provide an important source of competition to incumbents. They are a source of new products and technologies. In this paper, we outline the size of the turnover in plants that have entered and exited the Canadian manufacturing sector over each of the last three decades—1973-1979, 1979-1988 and 1988-1997. We also examine the contribution of plant turnover to labour productivity growth in the manufacturing sector over the three periods. Plant turnover makes a significant contribution to productivity growth as more productive entrants replace exiting plants that are less productive.
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Plant turnover contributes a quarter of productivity growth in the 1973-1979 period, 20% in the 1979-1988 period, and 15% to 20% in the 1988-1997 period."

A experiência na estrada de Damasco

@JMF1957 no Twitter cita:
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"The reinvented escudo would undoubtedly drop like a stone, but to a level that makes Portugal's under-educated and under-trained work force competitive in world markets"
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Caro JMF julgo que não está a ver bem a coisa.
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Portugal não tem 1 economia. Portugal tem 3 economias:

  • a economia da administração pública e dos funcionários públicos;
  • a economia dos bens não-transaccionáveis; e 
  • a economia que exporta.
As 2 primeiras representam cerca de 70% do PIB. As 2 primeiras são como um cuco que vive da riqueza criada pela terceira.
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Reparou no sucesso das nossas exportações em 2010? Já reparou que 2011 se prepara para ser ainda melhor do que 2010?
Ou seja, "Portugal's under-educated and under-trained work force" é  "competitive in world markets", o nosso problema é a parte da economia onde estão os mais formados e educados.
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Por favor não caia na tentação, nem alimente a tentação de pedir apoio ao estado-pedófilo-mafioso.
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Há uma solução para competir e ter sucesso com uma moeda forte. Os alemães já o descobriram e as nossas PMEs, muitas delas sem licenciados em cargos de direcção, também já o descobriram.
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O que falta é a experiência da estrada de Damasco Act 9: 3-7

Mas o que é isto?

Mão malandra enviou-me ontem um irónico e-mail com uma hiperligação e um comentário destinado a fazer-me morder o anzol.
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E mordi!
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Mas o que é isto?
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Primeiro o mapa dos processos incluído no Manual da Qualidade:
Já me tinham falado deste tipo de mapas de processos nas entidades do chamado 3º sector. No entanto, nunca tinha visto nenhum.
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Com que então um grupo de consultores anda a montar sistemas da qualidade para certificação, e as certificadoras aceitam, onde os edifícios são os processos.
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Um processo chamado "Creche Familiar", outro chamado "Lar Residencial"... mas que é isto?
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Um processo não é um conjunto de actividades que transformam entradas em saídas?
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Já agora, consultando o Plano de Actividades 2011... o que vemos é mesmo isso, listas e listas de actividades. Por exemplo:
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OBJECTIVO: "Sensibilizar os Pais / Encarregados de Educação na participação das actividades a desenvolver na escola"
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ACTIVIDADE: "Reunião com os Pais / Encarregados de Educação"
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Estão a ver o filme... o objectivo é fazer a reunião, não há outra forma de medir a concretização do objectivo...
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Ou aquele objectivo "Apoiar 80% das crianças (Moi ici: devem estar a mais aqui?) e jovens na transição para a vida pós escolar, nomeadamente a transição para o emprego" Apoiar? E resultados? E compromisso com metas? Quantos jovens vamos integrar num emprego? Já estou  a ouvir a desculpa "Ah! Não podemos obrigar ninguém a contratar!" E alguma empresa não-monopolista pode obrigar um cliente a comprar? Não! E essas empresas não-monopolistas não têm objectivos de vendas?
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Pois, velhas lutas deste blogue... "Os gestores têm receio de pôr o pescoço no cepo, por isso, os monumentos à treta!"

The day of reckoning

"The day of reckoning is June 15, when Portugal must repay €4.9 billion of maturing long-term bonds."
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"Portugal's Bailout to Require Deep Cuts"
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Estava escrito nas estrelas...

domingo, abril 10, 2011

Hoje é dia de... Janus



Crescer a 70-80% ao ano

Até tenho medo de que este tipo de artigos aguce o apetite dos cucos-normandos para sacar ainda mais impostos...
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Reparem em mais este exemplo, num país à beira do caos provocado pelas duas economias que representam mais de 70% do PIB (a da administração pública e a dos bens não-transaccionáveis) temos: "Marcas de luxo compram peles nacionais"
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"A indústria portuguesa de curtumes saiu da sombra, com a criação e desenvolvimento de produtos inovadores, fornecendo grandes marcas internacionais como Prada, Lancel e Christian Louboutin.

"Estamos a criar produtos novos a um ritmo alucinante. Todos os dias, os nossos clientes têm necessidade da nossa inovação para se diferenciarem dos mercados concorrentes", disse à Lusa Fernanda Henriques, directora da BQ, uma das 17 empresas portuguesas que participaram na Lineapelle, a feira internacional de pele, acessórios e componentes, em Bolonha.
Com mais de 60 anos a curtir peles de ovino e de caprino, destinadas à indústria de vestuário, marroquinaria e calçado, a Curtumes Fabrício deu o salto para as marcas topo de gama e conquistou dois grandes nomes da moda: Lancel e Christian Louboutin.
Da empresa de Seia, depois de vários testes para responder a todas as exigências das marcas, saíram coleções de pele para carteiras que estão à venda em lojas de todo o mundo, o que permitiu, em três anos, aumentar as exportações de 8 para 40 por cento das vendas de dois milhões de euros, uma percentagem para "continuar a crescer", revelou o director financeiro, José António Santos.
A mesma meta tem Renato Fernandes, director da Mercolusa, que acredita que só será atingida com a criação e desenvolvimento de novos produtos: "Tanto o meu pai como o meu tio viveram este negócio de uma forma diferente. Hoje vive-se muito mais da moda, da criação e desenvolvimento de novos artigos e da expansão para o mercado externo".
Na Ramiro, a segunda geração também assumiu os destinos da empresa de Arrifana que está a crescer "na ordem dos 70 a 80 por cento", impulsionada pela indústria portuguesa de calçado, mas também pelas vendas ao exterior, tendo apostado em ter representação em Espanha, Itália e Marrocos."

O caminho está escrito nas estrelas...

O futuro chama por nós, mas nós já não estamos habituados às provas de iniciação que marcam a transição da idade-criança para a idade-adulto... não largamos a mão ao Estado pedófilo a quem chamamos papá e que nos oferece a protecção do mafioso.
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O futuro está ao nosso alcance...
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Sempre que o futuro nos desafia a sermos adultos e rejeitamos essa chamada:
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"Insolvências crescem mais de 21% no sector da construção":
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"Os níveis de insolvência, no sector da construção, apresentaram um aumento de 21,6%, no último trimestre do ano passado. As previsões apontam para que esta tendência se mantenha ao longo do ano em curso, de acordo com a Crédito y Caución.
A produção decresceu 6,5%, em 2010, verificou-se uma quebra de 1,8% no número de empresas a operar e houve um aumento de 4% no número de desempregados, com a agravante que os prazos médios de pagamento são superiores a quatro meses."
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Recuamos, temos medo e pedimos mais protecção, mais um pacote de protecção... sem perceber que por causa desse pacote vamos levar outra vez no pacote e continuar a ser crianças.
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No entanto, há famílias com as suas tendas tão longe da tenda do chefe e dos seus conselheiros que não têm alternativa... os seus filhos não podem pedir protecção, têm de se fazer à vida, têm de passar pelo ritual que transforma crianças em adultos e... o resultado:
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"Indústria tradicional aumenta exportações no primeiro trimestre":
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"Os primeiros três meses deste ano terão sido positivos para a indústria portuguesa, pelo menos no que concerne aos níveis de exportações e número de encomendas. Têxteis, vestuário e calçado mostram aumento significativo de actividade para com o exterior, enquanto o sector metalúrgico cresceu ligeiramente. Em ciclo contrário está a fileira da construção. Empresários mostram-se "apreensivos" com a actual situação política do país.

"Se compararmos este trimestre com o homólogo, parece ser unânime que há um aumento de actividade", afirma Paulo Vaz, director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Apesar de, nos diferentes subsectores desta indústria se registarem "carteiras de encomendas com ritmos de crescimento diferenciados", esclarece, "o sentimento é positivo".
No que diz respeito às vendas para o exterior, o mesmo responsável assegura que "estão a aumentar continuadamente desde 2010". O ano transacto, refere, "ofereceu uma taxa de crescimento de 6,4% nas exportações têxteis e de vestuário e no primeiro mês do corrente ano as vendas já se cifram em 9,7%".
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Exportação de calçado aumentou 14%
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O ano terá arrancado de forma positiva também para a fileira do calçado. De acordo com Fortunato Frederico, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Sucedâneos (APICCAPS), os números disponíveis "apontam para um acréscimo das encomendas no início de 2011", uma tendência que surge em linha com o verificado no ano anterior.
Esta indústria lusa exportou, em 2010, "mais de 95% da sua produção para 132 países distintos", expõe o líder associativo, o que se traduziu "num crescimento das vendas para o exterior de 5,2% para 1300 milhões de euros".
Relativamente aos primeiros dados de 2011, diz Fortunato Frederico, "apontam para um reforço desse crescimento". Prova disso é o facto de os dados do Instituto Nacional de Estatística apontarem para um "crescimento de 14%", sublinha.
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No que ao sector metalúrgico diz respeito, "no mês de Janeiro houve uma ligeira subida relativamente ao mesmo mês do ano anterior", diz Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP). Sobre o volume de encomendas em geral, o mesmo esclarece que, "por enquanto, não há registo de diminuição".
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Quanto aos negócios, há grandes variações: os que trabalham essencialmente para a exportação estão mais optimistas, enquanto os que dependem apenas do mercado doméstico estão altamente apreensivos"."
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O futuro chama por nós... teremos coragem para largar a mão do pedófilo e abraçar a incerteza que a idade adulta acarreta, ou seremos sempre cucos e deolindeiros?
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Infelizmente receio que Arroja tenha razão e que já estejamos tão contaminados que seja quase impossível mudar (fantástico vídeo)... talvez o FMI e a falência do pedófilo nos obrigue a fazer à vida.

Encouraging dissent!

Quem fica com a criança?
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sábado, abril 09, 2011

A primeira papoila

Aqaba!!!

Quando facilito o exercício de desenvolvimento de um mapa da estratégia numa empresa:
Facilito a criação de uma ferramenta que facilita a comunicação.
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Com base no mapa da estratégia, é possível contar uma história que faz sentido. É possível mostrar como é que cada um contribui para o sucesso do todo. É possível alinhar, sintonizar, concentrar as pessoas, as acções, os recursos, os investimentos, as prioridades, as atenções, as motivações num rolo compressor imparável rumo ao futuro desejado.
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Um mapa da estratégia permite contar uma história. Uma história que reúne várias pessoas e diferentes níveis temporais, uma história com um argumento forte, uma história com personagens de carne e osso.
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Tudo isto encaixa bem com a mensagem deste artigo "The Art of the Business Narrative":
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"S+B: The basic premise of your book — that behind every great business endeavor is a great story — is not obvious at first glance.
GUBER: That’s because business is often seen as a purely rational act: marshaling facts and figures to get someone to buy your product or service. (Moi ici: Nancy Duarte em Resonate escreve "Facts are one type of content to collect – but they’re not the only type needed to create a successful presentation. Facts alone are not sufficient to persuade. Stating fact after fact in an hour-long presentation doesn’t signal to the audience why these facts are important. Use emotions as a tool to bring emphasis to the facts so they stand out. If you don’t, you’re making the audience work too hard to identify the decision they are to make. Staying flat and factual might work in a scientific report but simply won’t work for the oral delivery of persuasive content.
People are more conditioned to generate content from their heads. Yet it’s from the more emotional region that hunches, hypotheses, and passions are generated – big ideas need those too. ... So far, you’ve generated and collected ideas. Now you’ll give those ideas meaning. The structure and significance of stories transforms information from static and flat to dynamic and alive. Stories reshape information into meaning. Trying to persuade by stating the features and specifications of your subject matter, product, or philosophy is meaningless – until you add a human to the mix. Stories help an audience visualize what you do or what you believe; they make others’ hearts more pliable. Sharing experiences in the form of a story creates a shared experience and visceral connection. Stories are the currency of human relationships"
) But although information, data, and analytics are important to support any proposition, they are unmemorable in and of themselves. If you really want to create fans of your business who will become apostles and advocates for you, you have to use a narrative. That’s the way people are wired."
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"In business, by contrast, the story is told for an explicit purpose. You tell it to encourage the other person to see the value proposition you’re offering, and to make that person want to be part of it. Without that story, you have only transactional elements and no relationship. Transactions happen only once; repeat business requires relationships.
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I said, “We are also a disparate group of people, from different businesses — television, theater, distribution, everything. But we’ve got to become one tribe. So our cry will be: Aqaba!” We gave out little pictures of O’Toole as Lawrence pondering in the desert as a reminder of the story of pulling together. Today, the company is still there. All the other motion picture companies that were bought by foreign enterprises are gone. At the time, I didn’t know what I was doing. I did it instinctively. Now, I do it deliberately, (Moi ici: É a isto que eu chamo fazer batota, a esta acção deliberada que parece natural) which is about 5,000 times easier."

Dá que pensar...

Reunindo os eventos descobre-se um padrão.

Por detrás de um padrão, há um sistema que conspira para que a realidade seja o que é. Na base do sistema estão os modelos mentais...

"Johnson & Johnson's Quality Catastrophe"

Algures, o poder mítico do credo parece ter-se evaporado... pois,
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Desconfio sempre de empresas que estão, ou pretendem estar no campeonato da inovação e liderança tecnológica e se preocupam demasiado com a eficiência operacional.

Um canário

O canário vai à frente.
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"A STCP, que voltou a fechar o ano em falência técnica, admite que durante este ano terá de reestruturar o serviço nas linhas menos rentáveis e com menor procura. Também o serviço dos eléctrico será reformulado. Redução do efectivo também será para manter."
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É esta racionalidade que tem faltado ao nosso país.
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E mais, a STCP devia definir quem são os utentes que serve em primeiro lugar. Estratégia é fazer escolhas, e por vezes as escolhas são difíceis. Ás vezes nem é fazer as escolhas certas, pois elas não existem. Na impossibilidade de ir a todas há que escolher o que se faz e o que não se faz.
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É a ausência destas escolhas que tem faltado ao nosso país.
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Querer servir toda a gente é muito bonito, mas não é possível.
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Quem são os utentes que a STCP serve em primeiro lugar?
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Ou seja: que linhas; que horários; que frequências; que...
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Quantas linhas existem só por causa da pressão de autarcas?
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Trecho retirado de "STCP em falência técnica admite reformular mais linhas"

sexta-feira, abril 08, 2011

E o bronco sou eu

A sério, muito a sério, gostava de saber qual a definição que esta gente tem de investimento.
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Como bronco engenheiro que sou de formação, para mim, investimento é algo que gastamos agora para dar retorno positivo mais tarde. Gasto agora y e como contrapartida vou ganhar x no futuro (em que x > y).
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No entanto, sou mesmo bronco, julgo que para esta gente investimento é gastar dinheiro agora, para gerar benefícios imediatos que não são reprodutivos.
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A trabalhar com empresas privadas, o decisor quer saber vou recuperar o dinheiro gasto em quantos anos?
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Para esta gente, investimento é assar sardinhas com a chama de fósforos.

Obrigado FMI!

"Ministro das Finanças holandês refere que Portugal precisa de uma "reviravolta completa""
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"Teixeira dos Santos: Ainda é muito cedo para dizer o montante do pacote de ajuda", corrigido logo a seguir por quem parece que sabe mais sobre o estado das nossas finanças que o próprio ministro das Finanças: "Rehn: Assistência a Portugal deverá rondar os 80 mil milhões por três anos"

Novamente: By-pass ao país

Espero que desta vez isto não seja demasiado complicado de entender para os estagiários deolindeiros que nas redacções semeiam desgraças onde elas não existem, já bastam as que realmente existem:
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"No período de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011, as saídas de bens registaram face ao período homólogo (Dezembro de 2009 a Fevereiro de 2010) um aumento de 21,7% e as entradas de 13,4%, (Moi ici: sobretudo de combustíveis e lubrificantes e atenção à nota "Em termos dos Combustíveis e  lubrificantes, o aumento verificado na entrada de produtos transformados ficou a dever-se, em parte, ao encerramento temporário da refinaria de Leixões, que originou uma descida na refinação dos produtos primários e a consequente necessidade de importação de produtos transformados." ) determinando um desagravamento do défice da balança comercial em 31,0 milhões de euros."
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Fonte aqui.

Blasfémia!

Excepto nos países com uma forte comunidade muçulmana, hoje em dia a palavra blasfémia já pouco valor simbólico tem.
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Na Europa há até uma série de trolls que têm por hobby a prática sistemática da blasfémia.
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Gostava de usar a palavra blasfémia aqui, com um forte simbolismo.
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Várias vezes, não de ânimo leve, mas após alguma pesquisa, reflexão e discussão, acabo a proferir a blasfémia-mor numa empresa... "e já pensou em deixar de trabalhar com esse cliente? Acha que vale a pena o investimento nesse cliente?"
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A revista Bloomberg Businessweek vem em meu auxílio com o artigo "Save Your Company By Firing Your Customers":
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"Well, not all of your customers—just the ones who ask for more than they give, compelling your employees to start checking job boards"
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"Dropping clients is never easy. And right-sizing afterward is even harder. Nevertheless, you can't ignore facts: Some clients' best days have long passed. To position yourself for a recovery, you must align your structure and expenses. So which clients should stay and which should go? Ask yourself if the troublesome customers are affecting your business in the following adverse ways."
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"1) Cultivating misery:...
2) Exceeding Scope:...
3) Not Producing Growth:...
4) Failing Your Customers:...
5) Siphoning Too Much Time:...
6) Sticking with a Dying Partnership:...
7) Tolerating Payment Issues:..
8) Driving Down Price:..."
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Quem são os clientes-alvo? Qual é a cadeia da procura?
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Esta é a pedra angular de qualquer edifício competitivo. Quem servimos? Existimos para servir quem?
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Não! Não!! Não!!!
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Não podemos servir bem toda a gente!
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Têm de se fazer escolhas.
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Juro que isto é mesmo verdade: uma empresa em 2009 perdeu cerca de 30% das vendas e acabou o ano a ganhar mais ou menos o mesmo... deixando e perdendo os clientes com os quais perdia dinheiro.
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Quem são os clientes-alvo? Qual é a proposta de valor? Como alinhar operações, recursos e vontades?

Dedicado aos jovens a caminho dos 17 anos...

Por mais negro que seja o futuro há sempre uma alternativa à espera de ser encontrada.
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E encontra-se a alternativa construindo-a.
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Os velhos de todas as idades fazem fila para seguir o caminho mais percorrido, é mais fácil copiar os outros. Mais, quando se copia e se falha, tem-se sempre o argumento de que se fez o que os outros fizeram e o conforto de não estar sozinho... como os lemingues, também fazem fila para o suicídio...
O truque começa quando falamos connosco próprios e descobrimos o que Popper recomendava apaixonarmos-nos por algo que valha a pena, por algo ao qual possamos dedicar a nossa vida.
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Há sempre, sempre alternativa... ela pode é estar à espera de ser construída:


ATENÇÃO!!! Não estou a propor que sigam a receita de Sócrates: "Os problemas não se resolvem com optimismo, pensamento positivo, wishful thinking, bola para a frente ou teimosia. A determinação não torna certas soluções erradas." A determinação é importante, é fundamental, mas se apostarmos na solução errada, somos como o parvo do lemingue que acelera e ultrapassa os outros em direcção ao precipício.

Imagem roubada a Garr.

quinta-feira, abril 07, 2011

Lucas 10:38-42 - Pregarás o Evangelho do Valor

Há muita gente que lhe acontece o mesmo, quando olha para uma cena, concentra-se num pormenor e deixa escapar o pormaior.
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Este texto "Understanding Productivity: A Primer" comete o mesmo erro.
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A figura que se segue, que pretende responder à questão "Quem ganha com o aumento da produtividade?" ilustra a falha do autor:
O autor passa completamente ao lado da forma mais importante de fazer crescer a produtividade.
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Na figura que se segue acrescento a parte em falta:
Como MarnRosiello e Baker explicaram, consegue-se aumentar muito, mas muito mais a produtividade quando, em vez de concentrar a atenção no aumento da produtividade conseguido à custa da redução de custos, nos concentramos em aumentar a produtividade à custa da produção de bens e serviços que têm mais valor acrescentado para os clientes e que, por isso, estão dispostos a pagar mais.
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Esta mentalidade de só pensar na redução de custos, é a mesma que levou o ex-ministro das Finanças e o ex-ministro da Economia (Teixeira dos Santos e Vieira da Silva, respectivamente) a falar na teoria do jogo do gato e do rato, ou seja, da contradição entre aumento da produtividade e aumento de salários.

Um bom dia para olhar o mundo de forma diferente


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Visitar este blogue "Escape from cubicle nation"

By-pass ao país

"As vendas na indústria com destino ao mercado externo aumentaram, em Fevereiro de 2011, 21,8% em termos homólogos (14,0% no mês anterior).
Os agrupamentos de Bens Intermédios e de Bens de Investimento registaram variações de 32,5% e de 25,0%, respectivamente (23,2% e 23,4% em Janeiro), tendo contribuído com 13,2 p.p. e 5,6 p.p. para a variação do índice agregado deste mercado. A variação do agrupamento de Bens de Consumo situou-se em 18,7%, taxa superior em 11,5 p.p. à observada no mês precedente, da qual resultou um contributo de 5,0 p.p. para a variação do índice agregado."
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"Em Fevereiro de 2011, a secção das Indústrias Transformadoras registou um aumento de 17,1% em termos homólogos (14,4% em Janeiro).
O volume de negócios da indústria com destino ao mercado externo apresentou, em Fevereiro de 2011, uma variação mensal de 6,9% (variação de 0,1% em período idêntico de 2010)."
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É o melhor dos mundos para a terceira economia. (aquiaqui e aqui)
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Trecho retirado de "Índice de Volume de Negócios da Indústria acelera. Emprego diminui. - Fevereiro de 2011"
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quarta-feira, abril 06, 2011

Curiosidades

Em 1999 fui à Califórnia, a uma cidade chamada Anaheim, assistir ao 53º encontro anual da American Society for Quality.
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Na viagem através da auto-estrada entre Los Angeles e Anaheim (Intersate 5) fiquei admirado com os bonitos jardins que a ladeavam. O motorista da espécie de "chapa" contou-me que aqueles jardins eram uma forma de publicidade, as empresas de jardinagem e outras empresas, tal como no zoo suportam uma espécie, aquilo responsabilizavam-se por uma área e demonstravam o seu saber ou davam aos viajantes uma bela vista.
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Lembro-me muitas vezes desse exemplo, quando viajo nas auto-estradas e vejo o mau aspecto de algumas ilhas nas zonas onde há entradas e saídas.
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No passado dia 15 de Março, ao olhar para o mau aspecto desta rotunda junto ao estádio do Dragão
lembrei-me dessa experiência na Interstate 5.
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Será que não compensaria uma jardim patrocinado por algumas empresas naquele local?
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Anteontem, um aluno de uma pós graduação recente enviou-me o e-mail que reproduzo abaixo:
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"Ultimamente temos ouvido bastantes noticias sobre a falta de recursos financeiros das empresas de transportes e da ruptura financeira da Metro do Porto. Considero que as administrações das empresas públicas, na sua grande maioria, são desprovidas de ideias que gerem lucros para as empresas e só são bons a "choramingar" por mais dinheiro do Estado. Este sábado quando ia no metro para a APG reparei na quase inexistente publicidade nas estações do Metro. Porque não forrar os metros e as estações de publicidade de grandes empresas e/ou produtos de forma a obterem receitas extraordinárias? e porque não fazerem como os clubes de futebol que vendem o nome dos seus estádios a marcas que lhes pagam muito dinheiro por essa publicidade? Pessoalmente, não ficava nada chocado se a estação da Trindade se chama-se "Trindade Galp Energia", ou D. João II Millenium BCP..., certamente haverá muitas empresas que gostariam de promover as suas marcas em locais com tanta afluência de público."
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Ontem, ao fim da tarde, encontro este artigo "Berlusconi dá direitos de imagem do Coliseu de Roma à Tod’s"
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Parabéns João!!!

Distribuição de produtividades - Parte I

Ele há coisas tão absurdas, mas tão absurdas, que só podem ser aceites por quem vive em estufas e redomas afastado da realidade.
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O arranque deste texto "Productivity Dynamics in Manufacturing Plants" de Martin Neil Baily, Charles Hulten, David Campbell, Timothy Bresnahan e Richard E. Caves, publicado por Brookings Papers on Economic Activity. Microeconomics, Vol. 1992 (1992), pp. 187-267, é de chorar de gozo por um lado e de preocupação por outro.
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De gozo porque não há nada de mais afastado da realidade e, de preocupação porque se imaginam quantos modelos mentais, quantas decisões são tomadas tendo por base linhas de orientação deste tipo:
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"Much of the traditional analysis of productivity growth in manufacturing industries has been based explicitly or implicitly on a model in which identical, perfectly competitive plants respond in the same way to forces that strike the industry as a whole. The estimates of growth obtained with this framework are then used as the basis for discussions of policy concerning capital accumulation, research and development, trade, or other issues. (Moi ici: Tolice pegada, como recorda a série do Senhor dos Perdões) This contrasts markedly with the literature of industrial organization in which perfect competition is seen as an unusual market structure and in which the differences among firms are examined in detail."
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"We will explore the heterogeneity among plants to see how individual plants move within an industry, which plants account for most of the productivity growth, and how important entry and exit are to industry growth.
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As we have examined this data, we have been impressed by the diversity among plants and among industries. Some industries in our sample have achieved huge improvements in productivity; in others productivity has fallen sharply. There are high-productivity entrants and low-productivity entrants, high-productivity exiters and low-productivity exiters, plants that move up rapidly in the productivity distribution and plants that move down rapidly. Many plants stay put in the distribution. Both in level of and rate of change in productivity, plants manifest significant differences. The aggregate productivity performance of the manufacturing sector reflects the average of diverse economic outcomes at the plant level." (Moi ici: A vida real é assim, plena de diversidade, plena de diferença, impossível de conter dentro das equações que retratam modelos artificiais onde se simulam realidades que não existem)
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Continua.

Para apresentadores, formadores e professores - UM MUST!!!

Dado meu modo de vida, tenho de preparar, com alguma frequência, apresentações em Powerpoint.
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Alguém, com a minha idade, aprendeu algures a usar uma ferramenta como o Powerpoint?
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Não!!!
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Mesmo agora, os miúdo com os magalhãezes e PCs, são ensinados por professores que também nunca aprenderam a usar o Powerpoint.
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O Powerpoint é muito usado como um lançador de deixas para o apresentador, como um visualizador de relatórios, como um provocador de bocejos e sonos.
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A minha utilização do Powerpoint tem um antes e um depois.
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Antes e depois de seguir Garr Reynolds e o seu livro Presentation Zen.
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Cada vez menos texto, cada vez mais imagens. Frequentemente dei por mim, ao preparar uma apresentação, e a considerar-me uma espécie de realizador que em vez de filme usa slides.
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Foi através de Garr que conheci Nancy Duarte que depois publicou Slide:ology, um livro sobre a construção de slides.
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Acabo de ler o último livro de Nancy Duarte Resonate.
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Resonate é uma prequela a Slide:ology e encheu-me as medidas. Aprendi uma série de truques e ferramentas, aliás, quero criar uma série de templates para sistematizar o uso dos ensinamentos do livro (a fase do conscientemente competente) sobre o que fazer antes de ligar o Powerpoint.
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E engraçado, Nancy Duarte vai buscar o fundamento a muitas das ferramentas à indústria do ... cinema!!!
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Se tem que fazer apresentações, antes de qualquer outro livro deve começar por este. Só depois faz sentido pegar no Presentation Zen, ou no Slide:ology, ou no Advanced Presentations by Design, ou no ...

terça-feira, abril 05, 2011

Acerca dos líderes e da liderança

"To Be a Leader, First Gain Trust":
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"A leader is someone you are not disappointed in placing trust in."

Sifonagem incompleta

"Há 20 anos que não eram abertos tão poucos espaços comerciais em Portugal"
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É a desalavancagem que deveria sifonar recursos da economia de bens não-transaccionáveis para a economia de bens-transaccionáveis. Contudo, desconfio que esses recursos estão a ser desviados para a economia da função pública.

BTW, até 2014 na cidade de Porto Alegre no Brasil, só nessa, vão abrir 50 shoppings.
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Para reflexão

Sinto que este tema "Coaching Urged for Women":
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"Inadequate career development has kept women from reaching the top ranks of the corporate ladder, according to a report set to be released Tuesday by management consulting firm McKinsey and Co."
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E este outro "Want to Lead? Don't Fit In" estão relacionados.
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Qual o género que arrisca mais? Que se balda mais à carreira? Qual o género menos certinho?
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Não esquecer "Screw Your Career Path. Live Your Story."

Mais um exemplo da agricultura com futuro

Já abordei este tipo de modelo de negócio nesta série e aqui.
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Encontrei no sítio do Público este interessante artigo "Vender online e entregar em mãos para aproximar a agricultura ao consumidor":
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"Ao final da tarde, as oito caixas que Ana Cordeiro enche com os legumes e frutas que colheu de manhã já terão entrado na bagageira dos carros de alguns dos 50 clientes que às sextas ou sábados a encontram no Espaço Fortuna Artes e Ofícios, em Palmela. (Moi ici: Proposta de valor - frescura)
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Ana é apenas uma das seis dezenas de pequenos produtores agrícolas que hoje estão associados ao projecto Prove (Promover e Vender). Uma rede de venda online de produtos hortícolas que os consumidores vão buscar aos próprios produtores a quem fazem a encomenda. (Moi ici: Proposta de valor - proximidade) O projecto movimenta hoje 6,5 toneladas de produtos hortícolas por semana, 900 consumidores de norte a sul e tem uma média de 8200 euros de vendas semanais."
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"Os consumidores fazem as encomendas através da Internet (Moi ici: Canal - Internet) - é Ana quem trata desta parte. A partir daí, passam automaticamente a ser clientes da rede (podendo optar por encomendas de cabazes todas as semanas ou quinzenalmente) e a responsabilidade das duas é preparar caixas com produtos frescos e, de preferência, diferentes de sete em sete dias."
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"Com a entrada no Prove, conta Vitória Almeida, teve de aumentar a produção de hortícolas. Só na estufa que montou para alfaces, tem 300 pés, ainda rasteiros, que "dentro de um mês e pouco estão prontos para colher."
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O programa não é apenas uma ajuda no bolso dos produtores agrícolas - o rendimento mensal médio do que ganham ronda 560 euros, que resultam directamente do que vendem. Podem também receber formação dada pelas associações locais: como abordar os consumidores, "a grande lacuna" (Moi ici: Recursos-Chave - Gente competente) detectada por José Diogo quando disseminou o Prove, e como ordenar a exploração."
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"Aquilo de que beneficiam pelo contacto com os consumidores é também um motor de desenvolvimento do projecto. "Há alguns que sugerem o que plantar",  (Moi ici: Desenvolvimento da relação - Proximidade) explica Vitória Almeida, que toda a vida viveu da terra. O conceito é aproximar os clientes do produtor. E o perfil está bem definido: famílias urbanas, de agregados entre três e quatro pessoas, sobretudo quadros médios e superiores,  (Moi ici: Clientes-Alvo - Perfil dos clientes-alvo) sublinha José Diogo."
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Muito material para explicar o modelo de negócio em causa:
Em plena crise, gente que não está a fazer comissões de serviço, gente que arrisca o seu dinheiro, gente que não tem uma reforma choruda garantida... gente que não lida com as carpetes e biombos dos corredores do poder... como eu admiro esta gente que arrisca apesar do sistema político que nos desgoverna e espolia.

Estas pequenas histórias têm magia...

""Cão do tsunami" já está com os donos"
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And now... something completely different

A propósito de I love this.
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Este interessante artigo de Richard Florida "The State Story: Growth Without Growth" (versão mais curta aqui).
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Os estados norte-americanos onde a população mais cresce não são os estados onde a economia e o nível de vida mais cresce!!!
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É uma nova economia...
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"State population growth does not necessarily translate into higher incomes, notes Harvard economist Edward Glaeser, who points out that median family incomes were $56,200, $60,800, and $56,600 in fast-growing Georgia, Nevada, and Texas, significantly lower than the $83,000, $81,000, and $66,900 found in slow-growing Connecticut, Massachusetts, and New York.
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If there is one thing that economists of all persuasions agree on, it's that it is productivity growth -- fueled by invention and innovation, increased skills and human capital -- that is the main driver of economic growth and greater prosperity. Higher productivity translates into higher wages and income and improved living standards."
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"Some states that have attracted lots of people have registered meager productivity growth. This is especially true of the booming Sunbelt states that show up in the lower right-hand quadrant of the graph. Nevada, which posted the fastest rate of population growth, posted negative productivity figures. Productivity growth was also negative in the fast-expanding Sunbelt states of Georgia and North and South Carolina. And economic conditions in many of these states have likely worsened as the housing crisis has deepened."
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"Conversely, other states where population growth has been slow have seen much higher productivity growth. This group, clustered in the upper left-hand quadrant, includes Rhode Island, New York, Oklahoma, Iowa, North Dakota, South Dakota, Nebraska, and Kansas, all of which posted above-average productivity growth alongside below-average population growth."
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Isto devia pôr algumas cabecinhas a pensar e a interrogarem-se como é que os seus modelos mentais, talhados na época do volume, da escala, do preço como a única vantagem competitiva estão obsoletos.

segunda-feira, abril 04, 2011

Evangelho segundo São Lucas 14, 28-32

"Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:

‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’.

E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz."
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"Metro do Porto está sem dinheiro para funcionar"
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Esta gente nunca geriu uma empresa... nunca passou noites em claro para arranjar dinheiro para pagar salários... como dizia Reich "O Zé-Ninguém chegou ao poder. O Zé-Ninguém que só sabe pensar entre o que almoçou e o que vai jantar..."

I love this

Durante milénios vivemos num mundo sem limites, podíamos ir caçar a um couto diferente todos os dias. Nós, humanos, crescíamos e o mundo crescia connosco.
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Até que chegamos aos confins do mundo... até que o mundo é, verdadeiramente uma aldeia ... não, melhor ainda, até que o mundo é uma barcaça no espaço.
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Se não há mais coutos de caça novos, convém gerir melhor aqueles que temos e, convém começar a pensar de uma forma diferente.
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"Dancing faster than ever, but why?"

Desenvolver Personas - parte I

Na sequência deste postal, comecei a estudar o capítulo 4 do livro "The Persona Lifecycle: Keeping People in Mind Throughout Product Design" de John Pruitt e Tamara Adlin.
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A ferramenta, usado no mundo do software, parece-me muito interessante para caracterizar os clientes-alvo e as experiências que procuram e valorizam.
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"The six-step conception and gestation process
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Persona creation is largely a serial and straightforward process in which you summarize, cluster, analyze the data to discover themes.
You use these themes to generate rough persona “skeletons.” You then cull and prioritize the skeletons to focus only the most important, most appropriate, targets. Finally, you enrich skeletons into full personas by making the details concrete and adding personality and a story line.
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Conception
Step 1: Identify important categories of users. If you can, identify categories of users that are important to your business and product domain. Identifying these categories now (even if they are based solely on assumptions) will help you structure your data processing and build a bridge between the ways people think of users today and the data-driven personas you will create.
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Step 2: Process the data. Process your raw data to extract information relevant to your user and product domains and then identify themes and relationships.
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Step 3: Identify and create skeletons. Evaluate your processed data to verify the categories of users and to identify subcategories of users. Create skeletons, which are very brief (typically bulleted) lists of distinguishing data points for each subcategory identified.
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Gestation
Step 4: Prioritize the skeletons. Once you have a set of skeletons, it is time to get feedback from all stakeholders. You will evaluate the importance of each skeleton to your business and product strategy and prioritize the skeletons accordingly. Your goal is to identify a subset of skeletons to develop into personas.
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Step 5: Develop selected skeletons into personas. Enrich the selected skeletons to create personas by adding data, concrete and individualized details, and some storytelling elements to give them personality and context.
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Step 6: Validate your personas. Once you have added details, it is important to double-check to make sure your final personas still reflect your data."
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Continua.

Mais do que uma cadeia de fornecimento - um exemplo

Já por várias vezes referi aqui o trabalho de Veronica Martinez relativamente ao alinhamento das operações com a estratégia (por exemplo: aqui e aqui).
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Encontrei este artigo "Make Promises that Turn Customers into Loyal Allies Aligning the value propositions in your supply chain gives you that special market identity that keeps customers coming back for more" no "Supply Chain Strategy", uma newsletter do MIT Center for Transportation and Logistics de Outubro de 2006.
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Muitas empresas, sobretudo nos tempos que correm, quando seleccionam um fornecedor só têm em mente um critério: QCD
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Quality (Conformance)
Cost
Delivery
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Pior, alguns fornecedores também embarcam na onda...
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"Your trading partners should support a supply chain that delivers the value proposition that defines you in the marketplace.
Such a supply chain can be created by mixing and matching the value propositions of suppliers to establish the combination that best serves your business objectives. To do this you must have an intimate knowledge of the promises your suppliers make to their customers — including you. Armed with this information, you can map your supply chain according to the set of value propositions upon which it is based, and the one you ultimately want to present to your customers."
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Um exemplo:
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"For example, British apparel company Daks has a distinctive market identity that is a function of the collaborative network of enterprises that supply the company.
It designs, manufactures and sells apparel under the Daks label. Daks’ products, which are linked to a classic and elegant British heritage, are tailored and produced to high specifications in limited quantities.
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These products compete with prestigious designers’ houses such as Chanel, Armani and Prada.
Daks’ supply chain is characterized by its high product variety and low production volumes. Its design flexibility is high; every six months Daks launches a complete new collection.
For this reason, it has frequent changes to its operational schedules. Its outsourcing strategy is limited to accessories and a few standard materials.
Daks has close communication and coordination with some suppliers, such as Arthur Bell, B&L and London Badges, on the design of new materials (cloths, buttons and yarns). The development of a new material takes up to four months before it is accepted, and so the material costs are generally high. (Moi ici: Poupar dinheiro, apostar na eficiência onde se deve ser eficaz, para fazer a diferença, não é sensato) In contrast, Daks’ relationship with other suppliers that provide standard materials (such as Botto) is limited to a simple buying and selling transaction.
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The value creation process of Daks’ supply chain is complex. For example, the cloth supply chain follows two
different strategies:
1. The B&L-Arthur Bell-Daks chain is focused on the design of new cloths,which are generally patented. B&L operates in a Brand Manager strategy; it spins and dyes yarns following Arthur Bell’s instructions. Thus,Arthur Bell,which is an Innovator,works in close collaboration with Daks in the design of new cloths, combining yarns to produce innovative cloths (with exclusive colors, styles, textures and finishes). A new cloth design process takes up to four months and its cost is generally high. Then, Daks, following a Brand Manager strategy, designs and manufactures a high variety of apparel on a low-volume basis. Once the garments are finished, they are distributed to exclusive retailers,which also operate as Brand Managers.
2. The Sudwollen-Botto-Daks chain is focused on the acquisition of high standard cloths. Daks’ supply chain speeds up its design and operations processes by buying predesigned cloths from Botto,which is an Italian Brand Manager.
The buttons supply chain runs similarly to the cloth one. London Badge, which follows a Technological Integrator’s strategy, customizes buttons for Daks’ exclusive apparel. The designs of these buttons are developed by Daks with the support and expertise of London Badge. These expensive buttons are used for the external part of the garments. Meanwhile another button supplier, Stern, which follows a Price Minimizer’s strategy, provides simple and cheap buttons. These buttons are used for the internal part of the garments. In contrast to London Badge, Stern is not a strategic member of Daks’ supply chain because it does not hold core capabilities or core products within the supply chain.
The overall value proposition of Daks’ supply chain is Brand Manager."
Em função da relevância do fornecedor para a proposta de valor do cliente há necessidade de maior ou menor alinhamento.
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"The combinations of value propositions, strategic competencies and capabilities from different members of its supply chain create a unique value creation process for Daks. Many organizations would benefit from such a strategic analysis of the components of their supply chains using the value matrix."
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Como perguntava Jonathan Byrnes "You only have one supply chain?"

domingo, abril 03, 2011

C'est le Printemps...

Ontem, durante o jogging, pelas 19h22

Nichos de futuro...

Um artigo que chama a atenção para três pontos:

  • a aposta num nicho que começou por ser o da alimentação para celíacos e que tem crescido com a preocupação crescente de comer com saúde;
  • o uso de um blogue para gerar notoriedade, autoridade, comunidade: "The cornerstone is a set of recipes rated by the audience covering seven areas such as snacks, main dishes, and desserts. Three principle bloggers provide thoughts about cooking for families and for gourmet settings. There is a resource list of books and websites, a monthly newsletter that provides articles and coupons, and a printable list of some 250 General Mills gluten-free products. The site involves by allowing the visitor to submit and rate recipes, blog, and comment."
  • "Some lessons. First, the emergence of the gluten-free market, illustrates that niche markets, considered too small, can get traction. Second, social media has a role in making the emergence of the new category happen faster and in determining who will ultimately win. Third, the breadth of seemingly disparate products anchored by the Betty Crocker Kitchen and distribution clout represent assets that can have an important role with product spanning trends such as gluten-free eating or high fiber foods."
Por exemplo, a quantidade de frutos secos, benéficos para a saúde, que são destruídos pela incorporação de quantidades tremendas de sal, assassinam quanta quota de mercado?
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Basta ir a um hipermercado para perceber o potencial de mercado esquecido... por exemplo, o Pingo Doce só venda amêndoas e avelãs embaladas na Alemanha e muito lavadinhas e polidas.
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Alinhar operações e estratégia, o mosaico - again

Um excelente artigo da Booz and Company "The Capable Supply Chain Linked with Strategy for Superior Performance".
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Um artigo que chama a atenção para o alinhamento, para o mosaico que ajuda a fazer a diferença:
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"When an organization’s supply chain capabilities are directly aligned with its way to play (Moi ici: "They know well the type of company they are, they focus on their most profitable products and services, and they consistently target the preferences of their prime customers and markets.") , the company enjoys a coherence premium—that is, superior performance and an extremely strong market position. Unfortunately, this coherence is all too rare. More often, companies’ strategic thrusts are divorced from their operational capabilities; as a result, supply chain organizations (and their executives) must contend with conflicting demands that either can’t be reconciled or substantially drive up costs."
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"This premium (also called “essential advantage”) is the logical outcome of having the appropriate supply chain capabilities—interconnected processes, tools, people, knowhow, and organization—to drive asset-, technology-, and scale-based performance improvements that go beyond what others in the industry are able to achieve.
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Companies often fail to marry strategic goals with supply chain  architecture, leaving supply chain chiefs to struggle with a myriad of often conflicting demands from manufacturing, marketing, sales,  engineering, and procurement.
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With little agreement within the organization—and no way to make or manage trade-offs—issues of cost, customization speed, and price, among many others, are never addressed. But when a company is strategically coherent, the supply chain can be a linchpin of outsized performance."
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Depois, o artigo apresenta o conceito de puretone.
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Por fim, algo de ainda mais interessante na secção "Linking Capabilities to Archetypes" os autores introduzem um conceito a que chamam "lever" (alavanca) e que não é outra coisa senão aquilo a que chamamos processo, neste blogue. O que os autores tentam transmitir é o conceito de abordagem por processo.
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É comparar este esquema do artigo:
Com este nosso gráfico:
"These levers can be segmented into four types based on their role in the supply chain life cycle: the right to win, which helps the company prepare for success; design-driven efficiency, which involves developing advantageous supply chain management systems and tools; structure and processes, which covers the critical decisions about supply chain infrastructure;
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Neste postal reuni as hiperligações para um conjunto de reflexões sobre a possibilidade de recorrer aos processos contexto, processos que não são críticos para a execução da estratégia, para retirar recursos deles e usá-los nos processos críticos para a execução da estratégia.
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Nesta figura do artigo podemos exemplificar, a figura base é:

As setas vermelhas identificam processos-contexto onde se estão a desperdiçar recursos que podem ser aplicados nas setas verdes, que identificam processos-críticos que estão a precisar de recursos:

sábado, abril 02, 2011

Também por lá a mesma doença...

"We've Become a Nation of Takers, Not Makers":
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"More Americans work for the government than in manufacturing, farming, fishing, forestry, mining and utilities combined.
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If you want to understand better why so many states—from New York to Wisconsin to California—are teetering on the brink of bankruptcy, consider this depressing statistic: Today in America there are nearly twice as many people working for the government (22.5 million) than in all of manufacturing (11.5 million). This is an almost exact reversal of the situation in 1960, when there were 15 million workers in manufacturing and 8.7 million collecting a paycheck from the government.
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It gets worse. More Americans work for the government than work in construction, farming, fishing, forestry, manufacturing, mining and utilities combined. We have moved decisively from a nation of makers to a nation of takers."

If you give them peanuts, you will get monkeys

Por várias vezes discordei dos governos, de Marcelo Rebelo de Sousa e de muitos outros que em nome da auto-estima, da confiança e sei lá que mais proclamaram "fake recoveries" e uma atmosfera cor-de-rosa.
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John Kotter põe o dedo na ferida:
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"Don’t protect people from troubling data":
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"Usually top management shields people from disquieting news. Then when they try to initiate significant changes, a low sense of urgency within middle management makes execution painfully difficult. The change effort eventually fails or falls far short of top management’s aspirations.
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They resist sharing outside information broadly with managers or employees either because (1) they believe most people are not smart enough or experienced enough to understand it, (2) they worry about being unfairly blamed when the information does not make them look good, (3) they fear that leaks to analysts and brokers will cause a drop in stock price, and (4) they worry that a broader distribution of troubling information will hurt morale, increase turnover, and, in general, turn damaging contentment into even more damaging anxiety and anger."
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"The choice is clear. Do you want to risk short-term problems, or do you want to shield people from relevant external information, allow complacency to remain too high, and ultimately to undermine an organization’s future? Stated as such, this question sounds so stark as to be simplistic. A decade ago I would have said “too simplistic.” Not today."

Há, naquela frase qualquer coisa...

Venho transmitir uma mensagem de fé, de esperança e confiança aos empresários. De que não podemos baixar os braços e que há mais mundo para além da crise», disse o responsável da AICEP num encontro em Ponte de Lima, com empresários locais."
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No ano passado escrevi este postal "Abençoado cheiro a bosta" dedicado a quem não vira a cara à luta, dedicado a quem não está a fazer comissões de serviço, dedicado a quem pensa no hoje e no futuro, pois no futuro terá de arcar com as consequências das decisões de hoje.
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Basílio Horta proferiu aquela afirmação lá em cima... quando Basílio Horta estiver a beber piñacoladas numa qualquer ilha do Pacífico, aqueles empresários continuarão a sua luta, o seu combate, a sua vida.
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Há, naquela frase de Basílio Horta qualquer coisa de ... não, não a vou qualificar mas não é agradável a sensação.
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Trecho retirado de "«Maior problema de Portugal já não é FMI»"

Ver mais longe para decidir melhor...

Quando aprendi a ler, porque ficava longas horas em casa com o meu irmão mais novo, aprendi a devorar os livros de História Universal de José Mattoso que os meus pais tinham tido na escola.
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Quando ia a casa dos meus avós paternos, ficava longas horas a conversar com o meu primo mais velho sobre o que tínhamos aprendido sobre História Universal.
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Depois, a Mitologia Grega carregada de magia, carregada de fantástico, foi outra paixão.
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Ontem, descobri este postal carregado de episódios da antiguidade greco-romana "The Will to Victory"... ainda, ontem ao almoço, comentava que tinha lido alguém na Internet a defender o poder do secreto para garantir o respeito e a autoridade. Na verdade, o cozinheiro de César, por mais importante que fosse, e foi (quer nas batalhas da Gália, quer no Norte de África na batalha de Tapso contra Catão, O Jovem e Cipião Metelo (o Bacorinho?), onde um exército romano teve de se alimentar sobretudo de carne) não era César.
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Este episódio é saboroso:
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"A Roman general was leading his legions toward the enemy in a swampy country. He knew that the next day’s battle would be fought on a certain plain because it was the only dry, flat place for miles. He pushed his army all night, marching them through a frightening and formidable swamp, so that they reached the battle site before the foe and could claim the high ground. In the aftermath of victory, the general called his troops together and asked them, “Brothers, when did we win the battle?” One captain replied, “Sir, when the infantry attacked.” Another said, “Sir, we won when the cavalry broke through.” “No,” said the general. “We won the battle the night before—when our men marched through that swamp and took the high ground.”"
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Hoje vou para uma Workshop que começa com estes acetatos:

View more presentations from Carlos da Cruz.
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Ver mais longe para decidir melhor...
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Quem lidera, tal como o general Romano, tem a obrigação de ver mais longe e trazer todos para a mesma plataforma, para que vejam mais longe.
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E mais, tem de considerar que muitas vezes os liderados estão a milhas de perceberem qual o campeonato em que se joga o jogo.
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BTW, este trecho é um retrato de um outro mundo...
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"A detachment of Romans was cut off in a waterless place. The enemy commander demanded their surrender. The Romans refused. “You are surrounded,” declared the enemy captain in exasperation. “You have neither food nor water. You have no choice but to surrender!” The Roman commander replied, “No choice? Then have you taken away as well the option to die with honor?”"

sexta-feira, abril 01, 2011

O mundo real é este

Retirado de "Capitalizing on Complexity Insights from the Global Chief Executive Officer Study"

Pedido de ajuda

Na quarta-feira escrevi sobre os mercados que amadurecem. No entanto, há mercados que parece que nunca saem da cepa torta e continuam a inundar-nos com commodities.
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Para proteger e transportar o meu novo fiel companheiro Thor preciso de uma ajuda:
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Preciso de uma mochila que proteja o meu portátil, que tenha muitos bolsos para guardar: marcadores, post-its, tesoura, cola, fita-cola, etc e que seja, sobretudo, colorida, (abaixo o preto).
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Alguém me recomenda onde possa pesquisar uma companhia para o Thor?

Liberdade económica é fundamental

Do abstract de "Who Creates Jobs? Small vs. Large vs. Young" de John Haltiwanger, Ron S Jarmin e Javier Miranda:
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"Using data from the Census Bureau Business Dynamics Statistics and Longitudinal Business Database, we explore the many issues regarding the role of firm size and growth that have been at the core of this ongoing debate (such as the role of regression to the mean). We find that the relationship between firm size and employment growth is sensitive to these issues. However, our main finding is that once we control for firm age there is no systematic relationship between firm size and growth. Our findings highlight the important role of business startups and young businesses in U.S. job creation. Business startups contribute substantially to both gross and net job creation. In addition, we find an “up or out” dynamic of young firms. These findings imply that it is critical to control for and understand the role of firm age in explaining U.S. job creation."

Memórias cheias de poesia

Um excelente artigo "Changing business model takes creativity, courage" que me recorda uma experiência profissional vivida em Portugal, no mesmo sector de actividade, em 2004.
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Num sector atolado na guerra do preço mais baixo, onde parece não haver alternativa... recorrer a uma solução graciosa: apostar na inovação e fazer o by-pass aos clientes... sim, fazer o by-pass aos clientes. Como?
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Seduzindo os clientes dos clientes!!!
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Foi tão bonito, foi poético. Num sector dominado pelo preço mais baixo aparecer um player a jogar a carta da inovação.

O que faz falta é avisar a malta!

Era o refrão de uma canção de Sérgio Godinho Zeca Afonso (obrigado pela correcção).
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Ontem de manhã, na minha viagem de comboio suburbano para o Porto, enquanto me deliciava a ler, a sorver o conteúdo do último livro de Nancy Duarte "Resonate", ouvia os meus companheiros de viagem, anónimos a discutirem entre si:
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"Eu já nem ligo a televisão. É só crise e mais crise e mais crise"
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Não sou adepto, como já o escrevi, das novelas cor-de-rosa sobre a situação do país.
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Sou adepto da verdade, e a verdade, quando há um plano, dá esperança. Sem verdade só há o cinismo.
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E dentro da verdade há esta realidade que raramente chega ao mainstream:
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"Indústria nortenha cresce a reboque das exportações":
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"As exportações da Região Norte aumentaram, no 4º trimestre de 2010, 14,5%, em termos homólogos, tendo sido o sector eléctrico um dos maiores impulsionadores. Os dados constam do boletim "Norte Conjuntura", publicado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. O emprego, no sector transformador cresceu, em termos homólogos, 4,1%, ao fim de mais de três anos com tendência negativa."
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O in-breeding das mentes que têm acesso ao mainstream limita tanto o alcance da sua visão que pouco conseguem pescar para lá do universo que habitam e frequentam. Não fazem ideia que, graças a Deus e ao trabalho de fuçar por uma oportunidade, há muitas PMEs exportadoras que depois de um 2010 espectacular, vão ter um 2011 ainda melhor.
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Há quantos anos recomendo o by-pass a Portugal? Aqui, pelo menos desde Agosto de 2007.

Crescimento, indicadores e arrogância

Aranha, este artigo "Starbucks’ quest for healthy growth: An interview with Howard Schultz" ajuda a explicar o sucedido em Itália com a Starbucks.
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Primeiro, uma saudável rejeição do crescimento como uma religião.
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"growth became a carcinogen at Starbucks
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When you look at growth as a strategy, it becomes somewhat seductive, addictive. But growth should not be—and is not — a strategy; it’s a tactic. (Moi ici: Nunca esquecer "Volume is vanity, Profit is sanity") The primary lesson I’ve learned over the years is that growth and success can cover up a lot of mistakes."
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Também interessante, o exemplo de como o que se mede influencia o comportamento dos gestores:
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"there’s a fine line between trying to manage the company in the most appropriate fiduciary way—and at the same time providing analysts with 100 percent transparency, which they deserve.
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An albatross around the neck of most retailers and restaurant companies is this metric that Wall Street created many, many years ago: the calculation of the growth of stores open for more than one year.
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we had become linked internally to the comp-store sales number, and we started making decisions that were driving incremental revenue and perhaps were not consistent with the equity of the brand. I wanted to remove that albatross from the necks of the operators.
So I announced, one day when I came back, that we were going to stop reporting monthly comps."
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Cá está uma justificação para a dúvida do Aranha:
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"What we want to do as a company is put our feet in the shoes of our customers. What does that mean, especially in China? It means that not everything from Starbucks in China should be invented in Starbucks in Seattle. Now, the Chinese customer, like many customers around the world, does not want a watered-down Starbucks. But we want to be highly respectful of the cultural differences in every market, especially China, and appeal to the Chinese customer. So as an example, the food for the Chinese stores is predominantly designed for the Chinese palate.
Now, this is not a company that did these kinds of things in the past. We were fighting a war here between the people in Seattle who want a blueberry muffin and the people in China who say, “You know what, I think black sesame is probably an ingredient that they would rather have than blueberry.” And I would say that goes back to the hubris of the past, when we thought, we’re going to change behavior."

Perder o Norte é terrível!

Ontem o Jornal de Negócios trazia este apontamento sobre a Wal-Mart "Discriminação sexual é só um dos problemas da Wall-Mart":
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O consumo nos EUA está a mudar. A Aldi - um retalhista de origem alemã - abriu uma loja em Manhattan e tem outra prevista para breve. Distinguem-se por serem lojas mais pequenas, colocadas nos centros urbanos - precisamente o contrário do modelo de décadas praticamente imposto pela Wall-Mart: grandes centros comerciais suburbanos.
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A Target é outra cadeia já a tirar partido da nova moda de consumo. A própria Wall-Mart anunciou que vai construir "centenas" de lojas mais pequenas e citadinas nos próximos anos."
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A minha interpretação sobre o que se está a passar vai mais para esta vertente: A Wal-Mart perdeu a noção de quem serve, esqueceu-se de estar concentrada, alinhada nos seus clientes-alvo e começou a inventar:
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"So what went wrong at Wal-Mart? The retailer simply failed to address the most critical questions facing its business: Who are our customers now? Who do we want to attract to the customer base in the future? (Moi ici: Uma constante neste blogue. O alicerce, a pedra angular: Quem são os clientes-alvo? O que procuram e valorizam?) How will we retain both customer types while staying true to our vision and mission? In short, Wal-Mart inadequately framed the problem to be solved.

Based on its actions—creating supercenters, remodeling, decluttering shelves by reformulating its brand mix, going organic — it seemed that Wal-Mart wanted to attract more-affluent consumers who found themselves squeezed by the recession and were searching for high-quality, yet value-priced items such as organic foods and wines, as well as basic household items and electronics. As Wal-Mart moved to attract well-heeled customers in order to capitalize on the economic downshift, it struggled to manage the overhead costs associated with expansion.

The company responded by increasing prices. No longer could Wal-Mart's core customers (households earning $30,000 to $70,000 a year) count on a low-price guarantee on every item, which was especially troublesome since they represented the group most severely affected by the economy. In framing its strategy to expand and remodel to attract new customers, Wal-Mart put its most sacred cow out to pasture—its founding mission of "saving people money so they can live better." Over the last seven quarters, Wal-Mart's grip on the customer sector that helped build the brand has weakened."

Julgo que é uma justificação bem mais forte para o sucedido, perder o norte, abandonar o alicerce.
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Trecho retirado de "Wal-Mart's Epic Strategic Fail"