quinta-feira, abril 13, 2017

"the primary role of the store will not be to sell product"

Um texto excelente em "The Store Is Media And Media Is The Store" a merecer a reflexão por quem é responsável por uma loja física:
"There’s a dramatic and strangely under-editorialized reality taking shape in retail.  One that seems to be eluding even some of the industry’s most sophisticated retailers and brands.
.
It’s that until very recently the primary function, form and purpose of retail stores was to distribute products. Stores were the principle and in many cases the only means of availing distribution of products to a given market.
.
Consequently, the entire retail industry framework has been based on product sales from the store to the consumer, and the revenue it generates.
...
It’s all about the sale of product.
...
In a post-Internet, post-mobile world of one click access, the distribution of products has all but ceased to be the issue. When one of something can be efficiently shipped to anyone, anywhere, the question of where the sale takes place is rapidly becoming moot.  In other words, in the long-term, sales of product simply can’t be the primary strategic purpose or metric for the store.
.
Some of the world’s largest retailers are struggling with this jarring reality already. “Stack it high and watch it fly” has abruptly turned into “stack it low and hope it goes” as big box stores scramble to lower inventories in the face of flat or declining sales.  The knee-jerk reaction among some is to simply downsize and marginalize the role of the store.  Others are adopting the buzzword of omni-channel – resigning to the idea that all channels now act as one – which I would argue risks oversimplifying what’s really happening.
...
What used to be a distribution channel is becoming a media channel and likewise, media channels (television, magazines, radio, print advertising, social media etc.) are increasingly becoming the “store”.  Virtual storefronts are cropping up in all forms of media.
...
So increasingly, the primary role of the store will not be to sell product but rather to deliver the most powerful, and emotionally galvanizing experience possible, to create an essential level brand affinity, trust and allegiance – none of which necessarily results in immediate, or location-specific revenue recognition.
...
Of course, many will.  But unlike today, where retail is a product-first, experience-second business, the reverse will increasingly be true.  Product sales will simply ride on the back of remarkable experiences.  Consequently, sales in general will steadily become a less meaningful or accurate measure of true store contribution and productivity."

IMHO, parece-me que a Farfetch está a apontar ao lado "Farfetch: da compra à sua porta em 90 minutos" ao concentrar-se demasiado na tecnologia como a salvação da loja física.

Um resumo sobre Mongo

"The defining characteristic of post-industrial economic spaces is the increased, non-algorithmic, variety of behaviors that is available. It is not necessarily about common goals or even shared purposes any more."
Isto é um resumo daquilo a que chamo Mongo. A explosão de variedade, o fim da uniformidade.

Trecho retirado de "Business Game Design"

quarta-feira, abril 12, 2017

Curiosidade do dia

"A oligarquia, muito assustada durante o ajustamento, vive em lua de mel. Admira a solidez da coligação, sem perceber o desespero que a explica: a derrota de Costa e a perda de influência do PCP e do BE. Elogia o crescimento da economia em 2016, sem querer notar que é inferior ao de 2015, apesar dos juros baixos e do petróleo barato. Está embasbacada com o défice, sem querer saber da dívida.
...
Peguemos no défice, por exemplo. É construído em negociação com a Comissão Europeia. Como notou Daniel Bessa há umas semanas, o nível dessa “construção” pode ser medido pelo facto de, em 2016, o défice ter sido de 3807 milhões de euros, mas a dívida ter aumentado em 9590 milhões. Ou seja: por decisão política, “3807 milhões contaram para o défice, e 5783 milhões não contaram”. Mas para a dívida, contou tudo. Por isso, cresceu 4,1%, mais do que a economia e mais do que o previsto pelo governo. O seu peso, que diminuíra de 2014 para 2015, voltou a agravar-se, para 130% do PIB. O défice mais pequeno da democracia esconde a maior dívida da democracia, [Moi ici: Calma Nuno!]
...
Neste momento, em Portugal, só a dívida pública diz a verdade.
...
Entretanto, o efeito do endividamento transparece em pequenos pormenores, como no sarcasmo com que o célebre Djisselbloem comentava ontem: “Esperava que Portugal pedisse a minha demissão, mas não o fez”. Pois não. Os leões de Lisboa são hamsters em Bruxelas. Porque em Bruxelas, valem o que vale a total dependência financeira de uma economia sem reformas."
Trechos retirados de "A espiral da euforia"

Mesmo em Portugal

Quando um estudante de hoje faz experiências de fenómenos de transferência de massa ou de energia num laboratório pode usar as mesmas equações que eu aprendi nos anos 80 do século passado no meu Foust ou no meu Sherwood.

Quando um investigador das ciências sociais estuda um fenómeno ocorrido uns anos antes corre o forte risco de estar a referir-se a uma realidade que já desapareceu, que já se alterou. E o que era verdade então deixou de o ser.

Recordando o filme referido aqui:
 Investigador tenta descrever e explicar o que aconteceu uns anos antes. Quando publica os resultados provavelmente a situação já se alterou:
Escrevo isto por causa deste estudo "FMI. Trabalho perde terreno por causa do progresso tecnológico". O reshoring e Mongo, a demografia e a escola desenhada para produzir funcionários, mesmo em Portugal, já estão a gerar estas situações "Operários, precisam-se. Qualificados".

BTW, IMHO em países como Portugal acredito que a causa tenha sido mais o avanço da globalização do que a automatização.


Muito para aprender

Quando li este texto, "Menos produção e azeite mais caro desagrada a produtores transmontanos",
 fiquei a matutar. Produtor fica preocupado porque a procura supera a oferta e, por isso, pode fazer um preço mais alto? Será que percebi bem?

Hoje, em "LVMH: that’s the spirit" uma lição que estes produtores precisam de aprender.
"Cognac quaffers, reserve that bottle of Paradis Impérial now. Louis Vuitton Moët Hennessy, maker of the $3,000 tipple, warned on Tuesday of a potential shortage of cognac this year amid strong demand. The obvious response would be to raise prices — and the time to do so may soon be approaching."
Nuno, há aqui trabalho por fazer.

"Smart contracts substitute boundaries"

"Smart contracts substitute boundaries. The architecture of a firm is a live social graph of networked interdependence and accountability."
Este trecho que li ontem ficou-me na memória porque, de certa forma, relaciona-se com conversa que tive durante a manhã numa reunião em Gaia. Conversa em que discutíamos o quanto a tecnologia está a baixar as barreiras à entrada (a democratizar a produção) e a permitir arranjos empresariais novos e exóticos.

O que antes existia sob o tecto de uma empresa caminha cada vez mais para ser realizado por uma orquestra de entidades independentes.

As ideias de Coase e o papel da tecnologia na redução da fricção.

Consigo recuar a Michael Hammer (Junho de 2007) e a uma previsão: a extensão da reengenharia do interior das empresas para os fluxos inter-empresas.
"No fundo trata-se de uma vertente de aplicação do conceito que Michael Hammer promoveu no seu livro "The agenda", publicado em 2001(?). Depois de aplicar a re-engenharia internamente (e ainda há muito por fazer a este nível nas empresas e sobretudo na Administração Pública - basta recordar que a aplicação de metodologias de gestão na Administração Pública norte-americana, levou ao corte do número de funcionários públicos nos Estados Unidos em cerca de 15-20% durante a administração Clinton), pode e deve-se replicar o conceito na relação com os clientes e com os fornecedores. Se deitarmos abaixo as paredes que nos separam dos clientes, porque é que o cliente há-de ter armazém de matéria-prima? Porque é que o cliente há-de ter dinheiro enterrado em inventário e instalações? Porque é que o cliente há-de ter pessoal que não gera valor, a pastorear inventário? Porque é que o fornecedor não entrega directamente à produção do cliente? Idêntico pensamento pode ser feito a montante, em relação aos fornecedores."
Só que aqui a realidade está a seguir um percurso que não conseguia prever em 2007. Não é a reengenharia entre as entidades do passado (a empresa e os seus fornecedores e clientes) é a explosão da empresa clássica em entidades mais pequenas.

Trecho retirado de "Business game design"


Super importante

Para quem quer seduzir clientes, para quem quer identificar os clientes-alvo, cuidado com a segmentação "Netflix says Geography, Age, and Gender are “Garbage” for Predicting Taste":
"Netflix uses one predictive algorithm worldwide, and it treats demographic data as almost irrelevant.
...
“Geography, age, and gender? We put that in the garbage heap,” VP of product Todd Yellin said. Instead, viewers are grouped into “clusters” almost exclusively by common taste, and their Netflix homepages highlight the relatively small slice of content that matches their taste profile.
...
Netflix (nflx) seems to have discovered (or built on) a powerful insight from sociology and psychology: That in general, the variation within any population group is much wider than the collective difference between any two groups.
...
There’s a huge, crucial lesson here for other businesses—and perhaps a slightly scary reality for consumers. In the era of big data, consumer profiling can’t rely on broad categories like race or location. To target the customers who want what you’re offering, you have to get past the surface and see what really makes them tick."

terça-feira, abril 11, 2017

Curiosidade do dia

"Sociedades que merecem sobreviver arranjarão uma resposta, mudarão comportamentos e regras e adaptar-se-ão a uma nova realidade. Sociedades que teimarem em não se adaptar irão parar ao baú de obsoletos e darão lugar a outras. Nada se perde nada se cria tudo se transforma."(daqui)
E pur
"Temos o Governo constitucional menos reformista de que há memória e isso pagar-se-á caro." (daqui
E pur
"A crise terminal de um regime político inicia-se quando as entidades que integram esse sistema político perdem o seu poder de regeneração e conservam apenas o seu poder de reprodução das suas relações de dominação. O poder político reproduz-se, mas não se regenera, não tem vitalidade. O regime político conserva o poder, mas não identifica, nem neutraliza, os factores de crise que gerou no seu interior, no seu processo de decisão e no regular funcionamento das suas instituições. O regime pode continuar por um período indeterminado, mas o poder não é exercido, limita-se a repetir o que já fez e sem resultados que confirmem o que foi prometido nos programas dos partidos e nos fundamentos do regime." (daqui)

"But there is a third way" (parte II)

Parte I.

E em "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth" encontro um tema clássico neste blogue, pelo menos desde Maio de 2010:
"the variance in business performance within a given industry is considerably higher than the variance in the average performance across industries. In other words, there are individual star performers in every industry, regardless of the performance level of an industry as a whole."

"Complements are not substitutes"

"Business models and competitive advantages are complex systems. This means that they consist of multiple elements – some of them tangible; some intangible – which interact with one another, meaning that it is their combination that makes it work. In many markets, digital will just add one new factor to the mix or replace one element, but not often all of them. This means that in many businesses, digital technology will complement and alter the incumbents’ existing resources and capabilities, but it certainly won’t always entirely replace them altogether. Therefore, when making strategy, the focus should be on identifying complements, rather than assuming complete substitution."
Um trecho que faz pensar no impacte do online no retalho físico. Ontem numa empresa um empresário usou o termo: "lojas cansadas". Entretanto, outro empresário recordava que a Amazon está a entrar no retalho físico.

Quando os centros comerciais chegaram não trouxeram necessariamente o fim do comércio de rua. Obrigaram o comércio de rua a renovar-se... ou não.

Trecho retirado de "What So Many Strategists Get Wrong About Digital Disruption"

Começar pelo fim (parte II)

Depois de ter escrito "Começar pelo fim", ontem à tarde em "Guided Change" sublinhei:
"Over the past many years I have worked with some powerful teams help clients with change. In every interaction, the clients that were the most successful had a clear picture of what change would look like and feel like. By creating what they wanted to become and mapping it out, could individuals, teams or whole organizations understand the path that they needed to take and the obstacles to overcome. Most importantly, they knew they had a guide to help them when they faltered or got off course."
Recordar Ortega Y Gasset em "O meu presente não existe senão graças ao meu futuro"

Portugal faz bem. Não esquecer!

Em "Espanha, França e Itália têm quase três quartos da área de vinha da UE" pode ler-se:
"Espanha sozinha tem quase um milhão de hectares de vinha: são 941 mil hectares, o equivalente a 30% da área total da União Europeia. Castilla-La Mancha é a sua maior região, com 46,1% do total da vinha espanhola. O facto de ser o país com mais área dedicada à produção de uva para vinha não o impede de estar também no topo dos que dedicam mais espaço à produção de vinho de qualidade: quase 900 mil hectares, 95,6% do total da sua vinha, está afeta a esta produção mais exigente.
...
Em Portugal, por exemplo, dos 198,6 mil hectares ocupados com vinha, 87,8% estão dedicados ao vinho de qualidade.
...
Os dados do Eurostat mostram ainda que Portugal está entre os países com maior número de proprietários e vinhas mais pequenas."
Uma coisa são as estatísticas. Nunca esquecer como Aznar enganava os burocratas agrícolas de Bruxelas como fotografias aéreas manipuladas.

Outra coisa é a realidade. Recordar "Portugal faz bem"

segunda-feira, abril 10, 2017

Curiosidade do dia

"Sociedades que merecem sobreviver arranjarão uma resposta, mudarão comportamentos e regras e adaptar-se-ão a uma nova realidade. Sociedades que teimarem em não se adaptar irão parar ao baú de obsoletos e darão lugar a outras. Nada se perde nada se cria tudo se transforma."(daqui)


E "Prestações sociais absorveram 93% dos recursos da Segurança Social"

Começar pelo fim

The secret of achievement is to hold a picture of a successful outcome in the mind
Henry David Thoreau

Uma forma de "Começar pelo fim"

"But there is a third way" (parte I)

"If the choice is either to enter a poorly performing industry, playing by the same rules as incumbent market leaders, or to stay out of the business entirely.
...
But there is a third way, and that is to recognize that the industry as a whole may be missing an attractive opportunity to address an unserved market that can be tapped only by playing by a very different set of rules."
Trecho retirado de  "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth"

"economy is ever-evolving"

Um texto, "Old economics is based on false ‘laws of physics’ – new economics can save us", conotado politicamente mas em linha com uma das mensagens deste blogue: a analogia entre biologia e economia.

Claro que sublinho e concordo com:
"So how can economic policymakers be more like gardeners in their approach? They should think of policy as an adapting portfolio of experiments, says Eric Beinhocker, a leading thinker in the field of evolutionary economics. We should mimic nature’s process of natural selection, which can be summed up as diversify-select-amplify: set up small-scale policy experiments to test out a variety of interventions, put a stop to the ones that don’t work and scale-up those that do.[Moi ici: Isto é tão o meu Verão de 2008]
...
No one knows for sure what will work, so it is important to build a system that can evolve and adapt rapidly.”
.
Realising that the economy is ever-evolving is an empowering insight. If complex systems evolve through their innovations and deviations, then this gives added importance to novel initiatives – from complementary currencies to open-source design – that are at the leading edge of new economic design."
Não sei é se o mesmo jornal que publica isto percebe as implicações. Aquilo que resultava num dado contexto pode deixar de resultar quando o contexto muda: cuidado com os direitos adquiridos alicerçados em sociedades que também elas evoluem.

Calçado e estratégia

Empresário de calçado enviou-me tese escrita em 2007 "Opções estratégicas em sectores tradicionais: o caso do sector do calçado" (pelo código do ficheiro terá sido apresentada na Universidade Fernando Pessoa) de autor que não consigo identificar.

Agora em 2017, ou 2013, é fácil escrever o que se encontra nesta tese. Difícil e meritório é tê-lo escrito em 2007, ter-se revelado correcto e ainda continuar a ser correcto.

Recordo que em 2005 e 2008 o mainstream veiculado pelos jornais económicos era este:

Mas mais do que aquilo que se escreve sobre o calçado e sobre as diferentes alternativas estratégias possíveis, sublinho este trecho:
"Não há escolhas certas ou erradas, nem soluções padrão para a totalidade da indústria do calçado portuguesa. Deve, isso sim, haver uma adequação entre o perfil da organização e a sua escolha estratégica.
É um erro definir estratégias em abstracto: é fundamental analisar de forma rigorosa a organização e os recursos disponíveis, escolher uma estratégica em conformidade e de forma racional, definir objectivos claros, monitorizar, controlar e perspectivar a evolução da organização a médio prazo.
O sucesso só poderá ser conseguido através de melhorias contínuas na execução das actividades em que a organização é ou poderá ser especialista, ou seja, na criação de valor pela excelência em actividades-chave.
Em contraponto com a ambição de tudo fazer ou de tentar alargar as suas actividades para outras áreas onde manifestamente não possui competências, pela ilusão de potenciais margens comerciais mais alargadas, as organizações poderão optar por especializar-se nas actividades industriais, na prestação de serviços ou na criação de marcas, com a opção complementar de iniciar actividades de retalho."

domingo, abril 09, 2017

Mensagem do dia



Estes cristãos coptas no Egipto têm de ter uma fibra.

Hacking

Por um lado a John Deere aparece em artigos, cerimónias e prémios a fomentar a co-criação. Por outro lado, outra realidade "Why American Farmers Are Hacking Their Tractors With Ukrainian Firmware".

Algo me diz que a John Deere vai ter de mudar de política.

"a clearly articulated story"

"“Storytelling is the most underrated skill,”
...
Companies that don’t have a clearly articulated story don’t have a clear and well thought-out strategy,”
...
business books are full of advice on how to achieve objectives and goals, but they’re light on explaining the “why” questions that matter the most:
.
Why are we doing this? Why does the problem need to be solved? Why should you join this company? Why should you invest in this company? Why should you buy a product from this company? The answer to “why” is the company’s story. Horowitz told me that he believes a leader’s ability to articulate a clear and compelling vision –and to tell a story around the ‘why’—is fundamental to the task of leadership.
.
The story must explain at a fundamental level why you exist. Why does the world need your company? Why do we need to be doing what we’re doing and why is it important?”"
Fez-me lembrar o desafio que costumo lançar aos empresários: por que é que a sua empresa existe? Qual a sua razão de ser? Em que se diferencia?

E recordo em particular o empresário que me disse que não conseguiu adormecer porque percebeu que não sabia responder à pergunta.

Trechos retirados de "'Your Story Is Your Strategy' Says VC Who Backed Facebook And Twitter"

Estratégia em todo lado - não é winner-take-all (parte V)

"1. Network effects: The winner does not always take all.
The first common misconception is that in a digital world, the winner takes all. Many business models that make extensive use of digital technology have network-type properties. This means that the more users and content-providers you sign up, the better the business model will work.
...
That logic sometimes holds, but more often it does not. That is because networks are rarely exclusive. Travel to Singapore, for example, and you will see why. Every taxi driver has at least two mobile phones in her window: if a ride comes in on one network, she will click “accept” and turn the other off. Taxi drivers are invariably part of multiple competing networks. Similarly, most riders have at least two apps on their smartphone. When they require a ride, they will quickly check both apps and then use the one where a taxi is available quickest and at the best rate.
.
It is a misconception to think that network effects inevitably and always lead to a winner-take-all market. Sometimes that may be true, but there are at least as many network-type markets that can easily sustain a variety of players."
 Em linha com o que aqui defendemos:



Trechos retirados de "What So Many Strategists Get Wrong About Digital Disruption"

Dúvida (parte II)

Parte I.

Acredito que vamos começar a ver com mais frequência notícias deste tipo, pelo menos em certos países.


"the U.S. Bureau of Labor Statistics job market report released on Friday showed it was an even bigger disaster than expected, with 30,700 jobs lost. Combined with similar job losses in February, the retail industry had its worse two-month job creation period since the depths of the Great Recession. And retail, which employs nearly 16 million Americans, was one of the very few industries to ditch jobs last month and certainly cut the most jobs by far of any industry."
E sempre a mesma resposta instintiva e errada, tal como nos media:
"Under enormous pressure from investors, retailers are cutting costs, including personnel, in a bid to hit earnings per share targets despite soft sales, thereby meeting projections and mollifying investors. The irony of course is that leaner store staffs will likely compromise store service and give shoppers more reason to go online. And many of them have made it clear, when they go online, they go to Amazon. Hello, vicious cycle."
Quando um disruptor oferece uma proposta de valor superior aos clientes os incumbentes só sabem responder com os custos...

Trechos retirados de "Bankruptcies and Amazon Impact on Retail Hiring"

sábado, abril 08, 2017

Curiosidade do dia

Empresas, governos e famílias fragilistas colocam-se, mais tarde ou mais cedo nesta situação.

Imagem retirada de:


Dúvida

E conjugar "Luxury retailers beat a retreat from ‘vanity’ real estate" com "Amazon Discovers the High Cost of Being Poor"?

Será que há aqui algo a investigar?

Será que quanto mais elevado o preço unitário mais fácil será a transição para o online, se os retalhistas não fizerem nada para justificar a sua existência?

O futuro é interacção e co-criação

"marketing has changed. Some say it’s about lead generation, creating demand, building relationships and engagement. I like that last word, engagement. Here’s a thought. Marketing appears to be about putting something out there, an advertisement, email campaign, promotion, etc., that will hopefully pull in business. Engagement is about interacting and attraction.
Both are part of the customer experience (CX). So, which customer experience would you rather create? One that is pushy and promotional or one that is about interacting and relationship building?"
Ontem recebi um telefonema. Olhei para o écran e vi que era um número de Lisboa.
- Quem será?

Atendi e era uma gravação a dizer que a minha opinião era tão importante mas tão importante que tinham criado uma aberração automática para a obter. Claro que desliguei de imediato o telefone.

If you give them peanuts you'll get monkeys.

O futuro é interacção e co-criação. Um futuro baseado em relações comoditizadas não é para quem quer é para quem pode.

Trecho retirado de "The Customer Experience Is Your Best Marketing"

"Identifying Value At A Higher Level"

"Once a task becomes automated, it also becomes largely commoditized and value is then created on a plane that wasn’t quite obvious when people were busy doing more basic things.
...
So the first challenge is not try to simply to cut costs, but to identify the next big area of value creation. The value of bank branches, for example, is no longer to facilitate transactions, but to solve problems and upsell and there are more branches today than in 1980. In much the same way, nobody calls a travel agency to book a simple flight anymore. They expect something more, like designing a dream vacation.
...
the key to winning in the era of automation, where robots do jobs formerly performed by humans, is not simply more efficiency, but to explore and identify how greater efficiency creates demand for new work to be done. When technology automates tasks, value shifts to humans collaborating with other humans to design work for machines."

Trechos retirados de "How To Compete And Win In An Automated Age"

Experiências e economia

Lendo "Escape room games offer adventure in Columbia" fico a pensar quando é que as escolas e os museus, por exemplo, vão começar a trabalhar juntos para criar experiências de aprendizagem que criam "bué" de sinapses.

E não é uma questão de tecnologia ou de efeitos especiais. Um bom guião, um bom enigma, alguns actores misturados no grupo, uma casa "velha" et voilá: os ingredientes para uma experiência.

sexta-feira, abril 07, 2017

Curiosidade do dia

A propósito de "O inferno demográfico" e de "Bagão Félix em 2080? Tenho medo do conhecido, mais do que do desconhecido", será que vai ser mesmo um inferno?

Confesso que não acredito que vá ser um inferno.

Uma vez perguntei a um tio padre o que achava do problema de falta de sacerdotes no futuro. Nunca me esqueci da resposta dele:

- O Espírito Santo providenciará uma resposta!

Sociedades que merecem sobreviver arranjarão uma resposta, mudarão comportamentos e regras e adaptar-se-ão a uma nova realidade. Sociedades que teimarem em não se adaptar irão parar ao baú de obsoletos e darão lugar a outras. Nada se perde nada se cria tudo se transforma.

Três imperativos estratégicos

"In the simplest terms: I will make the case that there are three strategic imperatives that drive sustained profitable growth:
  1. Continuous innovation—not for its own sake, but to deliver.... 
  1. Meaningful differentiation—recognized and valued by consumers, enabled by.... 
  1. Business alignment—where all corporate capabilities, resources, incentives, and business culture and processes are aligned to support a company's strategic intent. 
By continuously delivering innovative and meaningfully differentiated products and services, companies can attract and retain customers at favorable prices, while making it difficult for competitors to replicate their products and business practices. These outcomes in turn are the essential drivers of long-term profitable growth."




Trecho retirado de  "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth"

Dúvida esclarecida

Uma destas dúvidas, de Junho de 2015, parece que está esclarecida e que os meus receios não faziam sentido: "Viriato exporta 95% e prevê para 2017 salto de 50% na faturação"


Orçamento e estratégia (parte III)

Parte I e parte II.

Começo por recuar a 2003, ou seria 2004?
"Smart leaders understand that their job requires them to identify trade-offs, choosing what not to do as much as what to do. Grading the importance of various initiatives in an environment of finite resources is a primary test of leadership.
...
There are three interdependent variables that are essential for executing any initiative — objectives, resources, and timing. You can’t produce the desired effect of a project without precise objectives, ample resources, and a reasonable time frame. If you push or pull on one leg of this triangle, you must adjust the others.
.
All three variables are important, but resources reign supreme. Resources are what enable an objective to be accomplished within a set time; without dedicated means, an initiative is pure fantasy."
E não é raro encontrar fantasias.

E na sua empresa como se distribuem os recursos?

Trechos retirados de "A Better Way to Set Strategic Priorities"

Aumentar a rentabilidade

O que está por trás de um aumento da rentabilidade:
Primeira figura que inclui num relatório de um projecto em curso.


quinta-feira, abril 06, 2017

Curiosidade do dia

"o défice desce (negociando as despesas que contam), mas a dívida sobe (porque tudo conta).
.
Afinal, as coisas não podem permanecer iguais. Portugal tinha um modelo de crescimento com império colonial, grupos empresariais privados, um pequeno sector de empresas públicas, sem défice orçamental e sem dívida. Descolonizou, nacionalizou, criou um grande sector de empresas públicas, aumentou as despesas com o seu modelo de sociedade, gerou défices orçamentais, aumentou a dívida pública e privada - mas não mudou o seu modelo de crescimento, nem mesmo depois da integração europeia e da adesão ao euro. Tem um modelo de sociedade com despesa pública sem ter um modelo de crescimento que sustente essa despesa."
Trecho retirado de "Sobe e desce"

Cuidado com as cópias

"the notion that there are specific prescriptions for success that are universally applicable in companies from different industries and at different stages of development is at best folly and at worst, dangerous. This philosophy tends to promote strategic rigidity.  ... effective business strategy needs to constantly adapt to inevitable shifts in technology, the market, and the competitive landscape. Strategic priorities that are effective in one company may be quite harmful if adopted by another company operating in a different business context."
Agora imaginem PME a tentarem copiar as actuações estratégicas de empresas grandes porque aparecem nas revistas, nos jornais, porque são comentadas, porque ...

Trecho retirado de  "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth"

Acerca de Mongo

"We are living in the age of mass individualization.
...
Every smartphone is unique two minutes after its first boot.
...
We are living in an age where the new mega industries have all become personal services industries and the old incumbents are still struggling to put out a mass product at almost no margin or cost
...
Future wealth lies not maximizing the efficiency of the value chain but in the individualization of every product, service and interaction.[Moi ici: O grande vector que está a mudar o mundo económico]
...
The premium puzzle is no longer about access to goods, but about individualization. People no longer accept being robbed of their identity or having to accommodate their needs and behaviors to the one dictated by a limited offer given by the current industry. They are increasingly demanding products not only tailored to them, but also demand that products exist in the markets that serve their needs.
.
The path forward seems to be more connected with forcing the technology to accommodate the individual customer, rather than forcing the customers to give up on their personal achievements and goals in order to collectively commit to the incumbents available technology."
Trecho retirado de "THE PREMIUM PUZZLE / THIS MIGHT BE YOUR FUTURE IN FIVE YEARS"

Quando as mensagens deste blogue se tornam cliché


A competitividade das PME.

Somos todos alemães.

Competir por fazer subir os preços unitários em vez de concentrar tudo na redução dos custos unitários.

Apostar no numerador para aumentar a produtividade.

Não ter a veleidade de servir tudo a todos.

Não resisto a recordar três cromos:




"efficiency always leads to commoditization. Not sometimes. All the time."

"No doubt, when they think about how they can provide a better service, they come up with all kinds of great ideas, but none of them are experiences. Better service is efficiency, and efficiency always leads to commoditization. Not sometimes. All the time.
.
Experience has nothing to do with the offering.
.
Imagine if Canada Post had been able to see the writing on the wall, and instead of trying to only get better at providing better services, like drive-through windows, they instead converted most of their postal offices into coffee shops.
.
What was stopping Canada Post from becoming something more like Starbucks? I mean, aside from imagination?"
Concordo em absoluto com a mensagem sublinhada. E ainda acrescento uma citação da coluna de citações que vai ao encontro da mensagem:
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable
Trecho retirado de "Postcards from the Edge (of Oblivion)"

quarta-feira, abril 05, 2017

Curiosidade do dia

Ministro das Finanças a enganar-nos com a verdade:
"O ministro das Finanças disse esta quarta-feira desconhecer o alerta da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acerca do aumento das despesas com pessoal nas Administrações Públicas,
...
 “No conjunto das administrações públicas, as despesas com pessoal caem. Na execução orçamental de 2017, com dados conhecidos, são estes os números que lhe estou a referir” que aparecem, sublinhou.
.
Não me parece que haja nenhuma dúvida sobre essa matéria”, completou o ministro, repetindo: “Há uma queda com as despesas com pessoal”."
Há tempos previ esta jogada:


Aumenta os salários e, por milagre a despesa com pessoal baixa? Vai ser uma corrida contra o tempo para haver eleições antecipadas antes que a realidade os comprometa.

Trechos retirados de "Centeno desconhece dados da UTAO: despesas com pessoal caem"

"Don’t worry about the competition"

"I may never have been to Cape Cod in summer like the some of the blue bloods in the newsroom, or studied with John McPhee, or palled around with JFK and Jackie. I may not have spoken French or dined regularly with ambassadors or sports heroes—or anyone at all during that first couple of years, when I worked the graveyard shift exclusively.
.
But I did have a few things going for me. A facility with words. A musical bent. An eye for detail. An empathetic ear. An interest in people who were different than me. A little dab of street wise I’d picked up in my early days as a rebellious junior hippy, and later as a day-tripper through seedier climes. And above all, the knowledge that this was what I had to be doing.
.
Over time, without thinking too hard about it, I did the best I could with what I had, drawing from my intangible assets to create a style of my own. Some people like it. Some do not. I’m not a household word. But I always try, with every piece that I make, to deliver something different and original, something entertaining that carries the weight of truth, something that people will pay me for—yes, that’s important too. Into everything goes my all.
.
Along the way I have learned that comparison and competition are enemies of the artist. How did he get that assignment? How could she win that award? How many books did she sell? What’s his hourly rate?
.
All that should matter is the piece of work that sits before you. There is you. There is your art. At the elemental level, nothing else matters.
.
Call it my Theory of Originals.
.
Don’t worry about the competition. Find what you do best. When the room is full or when the lines are long, form a line of your own. Be number one in a class of one.
.
Once you’re there, nobody will be better than you, either."
À atenção das PME, esta é a receita que lhes recomendo.

Trecho retirado de "Nobody’s Better Than You"

25 cromos desmentidos com um gráfico

Se lerem "​Fuga para a frente", onde João Ferreira do Amaral culpa o euro por todos os nossos males, podem reparar num pormaior: deixa de acusar o euro de nos causar falta de competitividade.

Quando as evidências começam a suportar com cada vez mais força a tese deste blogue, a culpa não é do euro, a culpa foi da China, Ferreira do Amaral tem de podar com cuidado o que escreve para não usar a palavra competitividade.

Recordar "Aprenda a duvidar dos media" (uma série com 25 cromos)

Recordar, por exemplo, Vítor Bento (cromo nº 2):
Esta manhã numa saltada ao Twitter apanhei este tweet:


Pois... um simples gráfico desmonta a conversa de 25 Sarumans habituados a ver o mundo do alto das suas torres.

Uma geração de académicos, comentadores e políticos enformados pelo século XX onde "todos" convergiam para um pico único:

Mas agora: Mongo rules!!!


Michelin low-cost?

Ontem ao ler "Costa garante: Malparado não vai fazer “nascer um banco mau”" lembrei-me logo de "Costa quer tirar 'lixo' dos bancos. E passá-lo para um 'banco mau'".

Hoje ao ler a pompa e a circunstância de "Estrelas Michelin assinam refeições de bordo na TAP" lembrei-me logo das ideias pouco sensatas:

Não creio que estrelas Michelin casem bem com low-cost, pois não?

Quantas PME sofrem desta doença? Caro Paulo, está a ver o que quer dizer desalinhamento entre estratégia e orçamento? Ou entre estratégia comunicada e estratégia executada?

BTW, o que fazem aquelas meninas na foto? Bibelôs?

"there are not generically great ways to win"

"The challenge here is that both are linked, and together they are the heart of strategy; without a great Where to Play and How to Win combination, you can’t possibly have a worthwhile strategy. Of course, Where to Play and How to Win has to link with and reinforce an inspiring Winning Aspiration. And Capabilities and Management Systems act as a reality check on the Where to Play and How to Win choice. If you can’t identify a set of Capabilities and Management Systems that you currently have, or can reasonably build, to make the Where to Play and How to Win choice come to fruition, it is a fantasy, not a strategy.
...
no meaningful Where to Play choice exists outside the context of a particular How to Win plan. An infinite number of Where to Play choices are possible, and equally meritorious — before considering each’s How to Win. In other words, there aren’t inherently strong and weak Where to Play choices. They are only strong or weak in the context of a particular How to Win choice. Therefore, making lists of Where to Play choices before considering How to Win choices has zero value in strategy.
...
no meaningful How to Win choice exists outside the context of a particular Where to Play. Despite what many think, there are not generically great ways to win — e.g., being a first mover or a fast follower or a branded player or a cost leader. All How to Win choices are useful, or not, depending on the Where to Play with which they are paired. A How to Win choice based on superior scale is not going to be useful if the Where to Play choice is to concentrate on a narrow niche — because that would undermine an attempted scale advantage.
...
The only productive, intelligent way to generate possibilities for strategy choice is to consider matched pairs of Where to Play and How to Win choices. Generate a variety of pairs and then ask about each:
.
Can it be linked to an inspiring, attractive Winning Aspiration?
Do we currently have, or can we reasonably build, the capabilities that would be necessary to win where we would play?
Can we create the Management Systems that would need to be in place to support the building and maintenance of the necessary capabilities?"
Trechos retirados de "Strategic Choices Need to Be Made Simultaneously, Not Sequentially"

terça-feira, abril 04, 2017

Curiosidade do dia

"É verdade: um défice baixo pode ser um arranjo momentâneo, obra de engenho ou de sorte. Um bom défice baixo é outra coisa: reflecte um Estado viável e uma economia com elevado potencial de crescimento. O Estado e a economia em Portugal não são assim, e uma maioria que inclua o PCP e o BE nunca deixará que sejam.
.
Mas que importa? A oligarquia percebeu que, no actual contexto europeu, improvisações orçamentais efémeras bastam para ir buscar dinheiro ao BCE, e que enquanto isso for possível estará poupada à maçada de ter de pensar em mudar o Estado, ou libertar a economia. De facto, as coisas vão correndo da melhor maneira possível. Poderá tudo perder-se um dia, como receia Passos Coelho? Talvez, mas isso depende da Europa — e então logo se verá."
Trecho retirado de "Sim, dá muito jeito ter António Costa no governo"

"It ain't over till the fat lady sings" (parte II)

Parte I.

Ao reler a parte I veio-me à mente Beinhocker e Lindgren:
"“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”

And now, the grande finale:
We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.”"

Risco

Quando comecei a trabalhar com empresas de calçado no final da década passada percebi que quase todas tinham um indicador que nunca tinha encontrado até então em PME: o indicador media o número de clientes responsáveis por X% das vendas.

As empresas, como gatos escaldados que da água fria têm medo, queriam reduzir a dependência de um único cliente porque tinham aprendido o quão isso as colocava numa posição de fragilidade.

Ao ler este título "Maioria das 10 maiores exportadoras trabalham à volta de um carro" pensei na posição de fragilidade dos políticos da situação de turno que se comprazem com as exportações das empresas grandes sem olhar para as das PME.

O que vale é a diversidade das exportações feitas pelas PME, o que contribui para alguma antifragilidade do emprego do sector transaccionável da economia.

Agora imaginem que o carro eléctrico, ou o carro autónomo descabela o sector automóvel...

E recuo a 2003:
""Life is the most resilient thing on the planet. It has survived meteor showers, seismic upheavals, and radical climate shifts. And yet it does not plan, it does not forecast, and, except when manifested in human beings, it possesses no foresight. So what is the essential thing that life teaches us about resilience?Just this: Variety matters. Genetic variety, within and across species, is nature's insurance policy against the unexpected. A high degree of biological diversity ensures that no matter what particular future unfolds, there will be at least some organisms that are well-suited to the new circumstances."
Poema de Gary Hamel e Liisa Valikangas em "The quest for resilience", Harvard Business Review, Setembro de 2003"


"people have changed more than the business organisations"

Costumo escrever aqui que nos estamos a entranhar em Mongo. Estamos a abandonar o modelo económico do século XX baseado no eficientismo e na massa e, a entrar no modelo do século XXI baseado em nichos, em tribos, na explosão de heterogeneidade. Por isso, o sublinhar deste trecho:
"“The chasm is where we live today. We are living at a moment in economic history where people have changed more than the business organisations they must depend upon for consumption and for employment."
Continuando:
"A hundred years ago there was an emerging society of mass consumers. [Moi ici: Prefiro a versão de Seth Godin. A massa foi criada pela indústria, não era o que as pessoas queriam: "The factory came first. It led to the mass market. Not the other way around."] People who had basically no stuff, a little more than discretionary income and they wanted a lot more stuff. And breaking through the premium puzzle a hundred years ago ment inventing new ways to get people stuff at a prize they could afford. Thus was born mass production. Mass production was an economic logic that had never been discovered. And the one who finally put together the pieces of the premium puzzle was Henry Ford. Now a lot of the pieces were out there. But there was a day, in 1913 [Moi ici: "O século XX começo há 100 anos"] in the life of the 3rd incarnation of the Ford Motor Company when the engineers and the tinkerers and Ford himself looked up at each other at the end of the day that they had broken through to a completely virgin economic territory. And the economic logic in that territory was high throughput low unit cost.”" 
A consequência dessa lógica levada ao extremo levou a excelentes resultados financeiros com uma contrapartida:
"“So the deal for high throughput low unit cost was [externalizing the] customer; you are now an exogenous [outside] variable to the business process, you’re on the outside of the business model. The only thing we owe you is efficiency. Because efficiency is what is going to make it possible for us to standardize and give you a low cost [product]. Now that model was extremely successful; concentrated assets, commmand and control, managerial hierarchy, standardization, interchangeability, consumer as an external variable. Very successful, created massive wealth, unprecedented wealth.”" 
Só que os clientes não querem ser plankton:
"“This is what I call the new society of individuals. The hallmark is a sense of psychological uniqueness … my destiny is not born in my blood. I am the origin of my meanings, I am the origin of my destiny. I think of this with thee headlines: sanctuary, voice and commitment. Sanctuary: I want to have control over my life, I want to be the origin of my choices. Voice: I want to have influence unmediated, and I want it to matter. Connection: I want to be connected to other people, but not with the conformity demand of the old feudal system, still characteristic of our large organizations.”"
O que entra em choque progressivo com o modelo do século XX:
"where as the low cost product and services of the 20th century, met the needs of the old mass consumer, they no longer meet the needs of the new individuated consumer. We need new kinds of entities operating on a new enterprise logic," 
Trechos retirados de "The Changing Content of Capitalism"

Complex Adaptive Systems: 15 Fitness Landscapes

segunda-feira, abril 03, 2017

Curiosidade do dia

"Mas quais seriam as consequências de uma saída de Portugal da zona Euro, sem que esta terminasse?
.
Seria um processo extremamente complexo e difícil. Teríamos de fechar as fronteiras, proibir os levantamentos de dinheiro, terminar com a liberdade de capitais, intervencionar a banca e manter a ordem pública. Só que, como o processo não seria feito de um dia para o outro, a fuga de depósitos e capitais seria elevadíssima. E provavelmente sem qualquer apoio do Banco Central Europeu.
.
E como pagar as importações sem moeda externa para o fazer? Sabem qual seria o primeiro produto a acabar nos supermercados? O pão, dado que Portugal importa quase 100% dos seus cereais dos EUA e da Ucrânia.
...
No fundo, seria transformar Portugal na Venezuela da Europa. Na semana passada, o governo da Venezuela (além do golpe de Estado em curso) proibiu as padarias de produzir bolos. Parece que a causa é a escassez de farinha, necessária para produzir pão. Qualquer economista sério dirá que é o falhanço do modelo socialista (na Venezuela e em qualquer outro lugar). O Bloco e o PCP dirão que é uma medida de saúde pública para combater a obesidade e a diabetes."
Repito-me. A melhor forma de acabar com estes discursos populistas lepenistas-comunistas-bloquistas em Portugal seria fazer um episódio de uma novela ou de um "Benvindo a Beirais" passado hipoteticamente no day-after da saída do euro. O português-tipo não é bom a pensar abstractamente, tudo o que lhe digam sobre a desgraça da saída do euro não lhe diz muito. Agora ponham-no a assistir a um episódio e a sentir na pele a subida dos preços, as filas, a inflação, o fim dos apoios comunitários, ...

Trechos retirados de "Sair do euro?"

"Your customers care about the progress they will make"

"It’s true. Your customers don’t care about your product. Don’t worry, they don’t care about your competitor’s products either. Your customers don’t care about any products. Thankfully, your customers do care about something, which is why they buy your product.
.
Your customers care about the progress they will make as a result of using your product.
...
Customers actually don’t buy your product. They aspire to be more awesome, and they believe your product will help them get there. They buy the vision of themselves being more awesome.
...
1.Customers don’t want your product or what it does; they want help making their lives better.
.
2.Solutions and Jobs should be thought of as parts of system that work together to deliver progress to customers."



Trechos retirados de "Your Customers Don’t Care About Your Product: They Care About Progress"

Orçamento e estratégia (parte II)

 Parte I.

Na sequência de um comentário do amigo @pauloperes cá vai uma tentativa de esclarecimento
"tying budgets to strategic plans correlates more closely with higher growth and profitability than any of the other practices we identified."
"higher growth and profitability" é uma consequência, é um resultado desejado para o futuro.

Como se trabalha para conseguir essa consequência?

Começa-se por formular uma estratégia e, depois, executá-la.

Executar uma estratégia traduz-se na transformação da organização actual na organização do futuro desejado, a única capaz de gerar as consequências desejadas de forma sustentável.

Muitas organizações formulam estratégias que nunca chegam a ser executadas porque não passam de conversa. A transformação requer um investimento para alinhar a empresa com a estratégia. No entanto, a gerência nunca chega a pôr o dinheiro onde diz que deve pôr, segundo a sua estratégia. Umas vezes porque a estratégia formulada e comunicada não passa de "window dressing" para enganar papalvos e, acredito, muitas vezes porque a gerência não consegue descer da estratosfera das formulações estratégicas para planos operacionalizáveis do género: o que fazer, por quem, quando e com que recursos.

Segundo o estudo referido na parte I a capacidade de manter a coerência entre a estratégia e o orçamento é o factor com uma correlação mais forte com o cumprimento da consequência de "higher growth and profitability".

BTW, esta é uma grande vantagem do balanced scorecard, transformar uma narrativa da estratégia (mapa da estratégia) num conjunto de projectos (iniciativas) e poder associar a cada um deles: tarefas; responsabilidades; prazos e recursos financeiros.

A evolução do pensamento

Esta figura é um bom resumo:
do que critico no pensamento da tríade, no pensamento gringo. por exemplo:
"A falta de paciência estratégica e a disponibilidade de dinheiro para fazer deslocalizações nunca permitiu que a economia manufactureira americana desse o salto que a alemã ou a portuguesa deram. Por isso, o reshoring que vemos acontecer na América está muitas vezes manchado por este pecado original da focalização paranóica no custo" (fonte aqui)
Ou:
"É este pensamento fossilizado que domina o mainstream do pensamento económico nas universidades, nas empresas, nos media e nas políticas públicas." (fonte aqui)
Volto tantas vezes a esta reflexão:
"Para quem escreve há anos sobre a paranóia da eficiência e do eficientismo, para quem aponta para a vantagem de trabalhar para aumentar o numerador, em vez da paranóica concentração na redução do denominador, é reconfortante ler:" (fonte aqui
Talvez nem sempre o que as PME precisem seja concentrarem-se na "The Customer opportunity". No entanto, essa é a minha abordagem by default. Provavelmente por ter começado este trabalho com PME encostadas às cordas pelo choque chinês. Empresas com pouco capital, com uma experiência e competências na bagagem mas a precisar de as repensar, como um artista em frente à tela, para se concentrarem num outro tipo de cliente-alvo, numa outra oportunidade.

Imagem retirada de "THE OUTCOME ECONOMY – A DATA DRIVEN ECONOMY BASED ON SUSTAINABLE VALUE CREATION"




"It ain't over till the fat lady sings"

Bom texto "Evolution isn’t over until you click stop":
"As always, evolution managed to surprise me. It wasn’t a good surprise, either. It nearly led me to the wrong conclusion in one of my projects.
.
This time, I learned an important lesson about evolution: Evolution isn’t over until you click stop."

domingo, abril 02, 2017

Curiosidade do dia

Um trecho a merecer reflexão:

Retirado de "Antifragil" de Nassim Taleb

"break away from the assumption of sustainable, competitive advantage and embrace adaptable differentiation"

""Be ready to face and learn from increasing change. The trick is not to lose sight of one's acquired abilities and values but to find ways to continuously learn how to communicate and display one's own beliefs in different ways. Know that when you want to play in the big league, you are going to be very exposed, through social media and all that, and to be okay with that.
.
"You need to be quick about what you do and don't agree with, and to support that with your words and actions. Yet, keep a very open mind because you may discover soon, in the face of new knowledge, that you were wrong."
.
Dr Van Coller-Peter quotes Forrester Research's chief analyst Craig le Clair: "Companies must break away from the assumption of sustainable, competitive advantage and embrace adaptable differentiation, i.e. develop an agility advantage. Forrester defines this agility advantage or business agility as the quality to embrace market, operational, technological, cultural, leadership, political or any other changes as a matter of routine."
.
For the individual it would mean moving from an established expertise to constantly acquiring cross-functional skills."

Trecho retirado de "​Move from a competitive advantage to an agility advantage"

A realidade existe mesmo?

Esta semana, durante uma viagem de comboio ou metro, ao ler umas linhas de Liozu veio-me à mente o bispo Berkeley e o seu imaterialismo.

Ontem à noite, durante o relato da bola, a coisa concretizou-se assim:

Esta imagem aborda um tema recorrente aqui no blogue, o tema da distribuição de produtividades, o tema de se encontrar mais variabilidade no desempenho entre empresas do mesmo sector económico do que entre empresas de diferentes sectores económicos. A variabilidade intersectorial é menor que a variabilidade intrasectorial.

Então, escolhendo um sector:
Como é que os líderes de cada uma das empresas que ocupam os extremos da distribuição vêem o mundo? Como é que analisam a sua realidade à luz da metodologia de Porter, por exemplo?

A realidade existe mas o que interessa é o que cada um percepciona dessa realidade. Se um olha para a realidade como claustrofóbica ela será claustrofóbica, se um olha para a realidade como esperançosa ela será esperançosa.

Será que posso dizer que a realidade existe? Será que a única realidade real é a que a mente de cada um permite ver? Por exemplo, quando na oposição o deputado Galamba olhava para os números do desemprego e diziam que eram enganadores porque o desemprego real era bem maior aos relatados.

Agora como deputado da situação o mesmo olha para os números do desemprego:

Acrescento que o INE continua a calcular o desemprego agora como calculava dantes.

Nas empresas, o que me acontece muitas vezes é agir como um outsider com outro modelo mental e que vê a realidade de outra maneira. Alguém que sabe que existe uma alternativa, quase sempre. E quase sempre os empresários subestimam-se. Recordo empresa que estava quase a aceitar oferta de compra quando eu entrei e lhes fiz ver que valiam muito mais e tinham um potencial de crescimento muito superior. Declinaram a oferta que se tornou, dois anos depois, numa oferta mais valiosa por parte minoritária na empresa.

Ou a empresa que estava mesmo à beira de fechar e que não fechou e hoje está bem e recomenda-se.

Pena que os professores de Filosofia apresentem as ideias de certos filósofos como caricaturas do seu pensamento.

Orçamento e estratégia

"The way companies allocate resources and make investment decisions is critical to their ability to create shareholder value.
...
four practices that correlate closely with outperformance: tying budgets to corporate strategy, making evidence-based decisions, setting bottom-up performance goals, and formally ranking investments.
...
tying budgets to strategic plans correlates more closely with higher growth and profitability than any of the other practices we identified." [Moi ici: E recuar a 2007!]

Trechos retirados de "The finer points of linking resource allocation to value creation"

sábado, abril 01, 2017

Curiosidade do dia

"Aliás, não se pode esquecer que a comunicação social nunca diz verdades, mas notícias. A diferença é que estas constituem a parte interessante, interpelante e engraçada dos factos. O resto não interessa e fica oculto. Basta notar que aquilo que os jornais trazem é sempre simples, claro, divertido, provocador, desenhado a preto e branco, com maus horríveis e bons vítimas inocentes. Ora nós, que andamos na realidade, sabemos bem como o mundo é complexo, confuso, maçador, cinzento. Por isso as questões têm de ser muito mais morosas, intrincadas e ambíguas do que dizem as notícias"
Trecho retirado de "Notícias falsas"

Veneno keynesiano

Neste postal "Curiosidade do dia" o J H P comentou:
"Problema: "Baixas qualificações / Reduzido nº de doutorados / etc."
Solução: Apanhar níveis de qualificação/doutorados/investimento em I&D
Tradução: Rios de dinheiro em bolsas e projectos para os amigos nas faculdades
Problema: demasiada oferta de Doutorados, apenas procura no estrangeiro
Solução: "grande esforço de investimento nos setores públicos."
lavar, enxaguar e repetir"
O comentário despertou-me duas frases de imediato:

  • A produção que cria a sua própria procura (uma frase tão querida dos keynesianos)
  • If you build it they will come 
Na vida real o que acontece é que a produção não cria a sua própria procura nem they will come if you build it.

"posso sobreviver a uma desgraça?"

"«Em 2005 tivemos uma grande crise económica, a nível de mercado interno, ficamos completamente estagnados com a entrada da China, da Turquia. [Moi ici: A China, não o euro!] Vendíamos muito para o mercado interno e tivemos que pensar noutras saídas. E a saída n.º 1 foi mesmo o mercado externo, encaminhei todas as nossas energias para a exportação»
...
a fórmula para conquistar os clientes já está definida: «temos apostado em artigos diferentes, preços competitivos e, especialmente, no poder de resposta. O poder de resposta é muito importante porque, hoje em dia, os clientes querem tudo rápido».[Moi ici: A resposta não podia ser competir de igual para igual com a China]
...
Depois de um ano de 2016 de «muito investimento», com a aquisição de maquinaria que permitiu aumentar em 30% a produção, o CEO está convicto que 2017 «vai ser o ano de consolidar todo o investimento, de organização, de expansão em novos mercados e expectamos um crescimento de 3% a 4% no final do ano»."
Um optimista como eu, ainda com o vídeo na cabeça:


Começou a pensar naquela situação em que se tomam as decisões correctas e se chega ao topo da paisagem e ... subitamente, ela implode e afunda-se. Há alguma possibilidade de antecipação da mudança? Talvez não, talvez sim.

Recomendo o conselho de Nassim Taleb e dos estóicos: posso sobreviver a uma desgraça do mercado?

Trechos retirados de "Campos & Campos com prego a fundo"

"VBP is an essential part of something larger: a value-based culture"

E assim termino a leitura de "Dollarizing Differentiation Value: A Practical Guide for the Quantification and the Capture of Customer Value" de  Stephan M. Liozu:

"What is very interesting about figure 12.2 is that VBP is only one of the five steps in the cycle. This cycle is a management story, not a pricing story. VBP is an essential part of something larger: a value-based culture. You can see in each phase, including VBP, how this cycle weaves together the core business functions of value-based innovation, marketing, pricing, and selling with the three steps of value: creation, communication, and capture."

Foram precisos 10 anos

Chegar a 2017 para finalmente ler nos media "Bússola das empresas portuguesas deve apontar a norte":
"O mercado africano e latino é para manter, mas a aposta deve ter como alvo o hemisfério norte.
.
As empresas portuguesas podem competir com as melhores do mundo e nesse sentido devem apontar baterias em termos de internacionalização, a países mais organizados, mais modernos e sofisticados como os do Hemisfério Norte.
...
As empresas portuguesas devem fazer da diferenciação do produto o seu mote nos países mais desenvolvidos e apostar nos produtos menos diferenciados nos mercados africanos e latinos. “Quando temos um produto pouco diferenciado devemos canalizá-lo para mercados como África e América Latina, quando o produto é mais diferenciado devemos aspirar a entrar no primeiro mundo”, aconselha."
Algo que já se escrevia por cá em 2007, "Tele análise, com base nos jornais":
"Angola é um mercado prioritário?
Angola, pode ser um mercado prioritário, para quem vende produtos básicos a preços competitivos. Agora, e com todo o respeito por Angola e pelos angolanos (afinal de contas nasci lá), Angola não será um mercado exigente, onde produtos inovadores, com margens elevadas possam ser um sucesso… se calhar nem em Portugal há massa crítica para esse mercado."[Moi ici: Hoje já não tenho dúvidas que em Portugal não há massa crítica para esse mercado]
E que repeti em 2016, "Expandir a zona de conforto":
"há muito que partilho da opinião que Angola não deve ser vista como um mercado de futuro para as empresas portuguesas simplesmente por uma questão de poder de compra. Independentemente da componente política e das incertezas económicas, podemos exportar e ter sucesso a exportar para Angola mas será sempre a jogar uma estratégia que as empresas portuguesas não dominam, a do preço-baixo. O nosso sucesso dependerá sempre do timing de entrada de quem domina esse tipo de estratégia.
...
Esta é a minha guerra de sempre!!! Fugir do granel, fugir da comoditização, fugir do primeiro preço e abraçar o Evangelho do Valor. Subir na escala de valor, trabalhar para segmentos que valorizam e pagam mais pela experiência que vivem ao provar vinho alentejano.
.
Daqui a uns anos alguns produtores continuarão a vender para Angola vinhos de primeiro preço, andarão muitas vezes dependentes de apoios e subsídios e serão presença frequente nas comitivas políticas. Outros, espero que muitos, olharão para trás e agradecerão este contratempo na economia angolana porque os obrigou a subir na escala de valor para servir mercados mais exigentes e, como consequência, ganharem muito mais dinheiro. Um pouco como o transtorno que ocorre no meio das férias, que no momento é mal visto, um furo por exemplo, ou o esquecimento da comida para o piquenique, e que anos depois, é recordado como um momento bom que gerou experiências boas que teimamos em recordar e partilhar com os amigos."