quarta-feira, março 09, 2016

Lucro vs quota de mercado (parte III)

Parte I e parte II.
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Outro exemplo:
"Lindt & Spruengli AG on Tuesday reported an 11% increase in full-year profit as the Swiss chocolate maker overcame a “persistently challenging market environment” where a hot summer slackened demand for chocolate and a strong Swiss franc weighed....
The maker of Lindor chocolate balls had previously announced a 7.9% increase in annual sales to 3.65 billion francs for 2015."
Este trecho que se segue faz-me lembrar as preocupações da APICCAPS com o aumento do preço das matérias-primas:
"Lindt said it increased sales in all its major markets, despite describing 2015 as a tough year where higher raw material prices and the elevated level of the Swiss franc were negative factors."
Quando não se está no campeonato do preço mais baixo as regras são outras. A estória, a marca, a sedução são mais importantes

Trechos retirados de "Lindt & Spruengli Lifts Profit in Challenging Market"

Lucro vs quota de mercado (parte II)

Parte I.
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Recordando o mercado da refrigeração na Europa e a sua polarização:

Este exemplo fresco dos colchões nos Estados Unidos:
"Most mattresses bought in the U.S. cost under $1,000, but mattresses that cost more than $1,000 account for over half of the industry’s sales in dollars, according to Tempur Sealy." 
Trecho retirado de "Bed-in-a-Box Startups Challenge Traditional Mattress Makers"

Aprenda a duvidar dos media (parte XXIV)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIIIparte XIXparte XXparte XXIparte XXII e parte XXIII.



Acerca do leite e da carne, este blogue tem reportado a evolução:

Entretanto, como está a agricultura portuguesa? Recordar a parte XII desta série.
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Recordar o que escrevemos sobre aquela afirmação de Paulo Portas, aqui. E o que escrevemos sobre Jaime Silva e a agricultura de joalharia em "Ter razão antes do mainstream é tramado" (Dezembro de 2014). 

terça-feira, março 08, 2016

Curiosidade do dia

"Os eleitores e os políticos escolheram e decidiram como se o futuro fosse o intervalo entre duas eleições. Os eleitores afastavam os que não satisfaziam as suas preferências. Os políticos propunham um imaginário de direitos, sem custos para o utilizador, protegido pelo princípio da confiança das disposições constitucionalizadas. A cadeira do poder tornou-se uma cadeira imaginária onde quem se sentasse teria de cair.
...
O esvaziamento da política é responsabilidade da política, porque promoveu e permitiu que a economia e a sociedade saíssem do campo de possibilidades. O retorno da política será o retorno ao campo de possibilidades, trocando a ilusão pelo real."

Como não recuar a 2012 e a "Agora é que vão começar as decisões políticas"

Trechos retirados de "A política e a finança"

Crianças crescidas a brincar aos mercados

Interessante esta postura tão pouco habitual, pena ter de ser feita com o dirigismo do Estado e dinheiro dos contribuintes, "Governo dos Açores pretende retirar 200 produtores do setor leiteiro".
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No continente continua o "chutar da lata para mais ao longe", o "adiar com a barriga", "Produtores de leite e suinicultores vão pagar só 50% da Segurança Social". Se fosse uma situação pontual, um choque conjuntural até faria sentido. No entanto, vai ser cada vez mais disto.
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Pena que os jornalistas não tenham coragem de fazer perguntas frontais:
"“O que queremos são medidas estruturais para ultrapassar a crise. [Moi ici: Eufemismo politicamente correcto para esconder a realidade] Quando damos apoios ao armazenamento de leite em pó, por exemplo, esse leite irá [mais tarde] de novo para o mercado e o preço vai baixar.[Moi ici: Uma medida estrutural, estou a ver seria destruir o leite em pó sem mais, ou usá-lo como adubo, não?] A nível europeu o que pedimos é a regulação da produção – um mecanismo para ser usado em tempo de crise. Além disso, defendemos que as ajudas devem ser dadas a quem travou a produção e não a todos. [Moi ici: Promoção do imobilismo levada ao extremo, quem faz algo para ser mais competitivo deve ser penalizado... esta gente não se enxerga] Há uma injustiça nisso”, defende Carlos Neves.
...
Em comunicado, a CNA detalha que a manifestação junto aos hipermercados serve para reclamar das “práticas comerciais abusivas que as grandes superfícies comerciais continuam a praticar e que têm contribuído para a grave crise que arrasa a pecuária nacional – leite e carne”. Esta organização pede ao Governo um controlo “severo das importações, como está a Espanha a fazer desde há meses”, a compra pública dos vitelos e das vacas já fora da produção leiteira, a isenção temporária dos pagamentos à Segurança Social sem perda de direitos e outra ajudas como o reembolso de parte do consumo da electricidade verde, aumentos nas ajudas à vaca leiteira e o consumo “prioritário” da produção nacional nas cantinas."[Moi ici: O festival de pensamento anti-económico... deram confiança aos meninos e agora eles julgam que mandam]

Trecho retirado de "Produtores de leite preparam-se para o maior protesto desde que estalou a crise no sector"

Sintomas de Mongo

Acerca da evolução da para Mongo:

Contra o Evangelho do Eficientismo

Há muitos anos que aqui pregamos contra o Evangelho do Eficientismo. A primeira vez que usámos o marcador "eficientismo" foi em Junho de 2011.
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Assim, não admira que sublinhemos aqui a cada vez maior frequência com que aparecem artigos como este "Our Economy Is Obsessed with Efficiency and Terrible at Everything Else".

A economia das experiências

Ontem registávamos aqui algumas características acerca do valor durante o uso. Uma das características é a soma holística e subjectiva do conjunto que resulta da imersão no contexto, a experiência. Excelente exemplo do muito que está por vir em "Escape Room Devotees Get a Play-at-Home Option"

segunda-feira, março 07, 2016

Curiosidade do dia

"Were interest rates negative enough for long enough, specialist security firms would emerge that would build vaults to store cash on behalf of big depositors and clear transfers between their customers’ accounts. Firms would seek to make payments quickly and receive them slowly. Tax offices would discourage prompt settlement or overpayment of accounts: one Swiss canton has already stopped discounts for early tax payment and said it wants to receive money as late as possible."
Weird!!!
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Trecho retirado de "The New Frontier of Negative Interest Rates"

Acerca do valor durante o uso

Sobretudo para quem trabalha no B2C:
"Value-in-use
While value can be derived through interaction with the firm and its offerings, it can also arise through a process of consumption, which may be mostly independent of the company’s intervention or exchange. ViU extends beyond the co-production, exchange, and possession of a good or service, and it requires customers to learn how to use, repair, and maintain a product or service proposition. ViU is derived from the user’s use context and processes including time, location, or uncertain conditions, unique experience, stories, perception, and symbols, and relational affect. Value is co-created in use because customers assess and determine the value of a proposition on the basis of the specificity of their usage. ViU manifests in ways of mutual application of skills in the form of operand and operant resources of actors, which result in integrated stages of transformation.
ViU is the customer’s experiential evaluation of the product or service proposition beyond its functional attributes and in accordance with his/her individual motivation, specialized competences, actions, processes, and performances. The dyadic and networked actions of consumers reinforce their own beliefs and identity and result in associations and relationships with the proposition that enrich customers’ lives. The opportunity to apply and legitimize their own “meaning” or subjective assessment generates usage value. Additionally, in ViU, participants’ mental models attach value to the usage processes. These mental models have a specificity and uniqueness that offer personalization—a unique consumption value through the enjoyment of doing, or an idiosyncratic use process."
Trechos retirados de "Value co-creation: concept and measurement" de Kumar Rakesh Ranjan & Stuart Read, publicado por J. of the Acad. Mark. Sci.

Acerca do futuro das plataformas

"For a somewhat different picture of a future in which the blockchain undermines central platforms, travel to Israel, where a handful of collaborators have hatched a car-sharing service that’s been dubbed the “anti-Uber.”
...
“The responsibility of La’Zooz and other projects of its kind is to show there is a possibility for such services and networks to come to life without a central entity, or with a central entity that acknowledges the power and importance of the network creators,” he says.
...
La’Zooz is more of a DCO; it calls itself a “Decentralized Transportation Platform owned by the community.”
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One thread connects all these labels: They’re all about wresting marketplace relationships away from the grasp of the old rent-seeking, monopoly-hungry platforms.
...
n an essay last year, Trebor Scholz, a professor at the New School, imagined recreating Uber by, as he puts it, “basically, ripping out the heart and putting in a cooperative — run the technology with different values, to the benefit of the workers and everybody else involved.” Scholz and his collaborators call this approach “platform cooperativism”; melding app-economy tech with old-school progressive labor organization, they hope to spark a movement."
Aquilo a que chamámos plataformas de 2ª geração o pós-uberismo.

Trechos retirados de "Can an Arcane Crypto Ledger Replace Uber, Spotify and AirBnB?"

A crença louca na eficiência, quando se lida com gente

"For instance, if you take health care, that industry or market is very vulnerable to the pattern involving expanded market reach. This is the notion of creating platforms that can connect fragmented players with diverse customer needs, and tend to undermine the notion of “one size fits all” mass-market approach to the marketplace.
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We would say health care is interesting as a central target for that pattern. The whole focus of health care over the past several decades has been to get bigger and more uniform in the way that it deals with disease and patients. Our sense is that this is creating opportunities for much more specialized expertise and capability, and potentially reverse the trend in which doctors are becoming part of larger and larger institutions. This will create opportunities to go back to much more focused and specialized medical practices."
A crença louca na eficiência, sobretudo quando se lida com pessoas... isto fez-me recuar ao final do século passado e à leitura de "The seven habits of higly effective people":
"At one point, one of my sons was deeply into scheduling and efficiency. One day he had a very tight schedule, which included down-to-the-minute time allocations for every activity, including picking up some books, washing his car, and "dropping" Carol, his girlfriend, among other things.
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Everything went according to schedule until it came to Carol. They had been dating for a long period of time, and he had finally come to the conclusion that a continued relationship would not work out. So, congruent with his efficiency mode, he had scheduled a 10- to 15-minute telephone call to tell her.
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But the news was very traumatic to her. One-and-a-half hours later, he was still deeply involved in a very intense conversation with her. Even then, the one visit was not enough. The situation was a very frustrating experience for them both.
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Again, you simply can't think efficiency with people. You think effectiveness with people and efficiency with things. I've tried to be "efficient" with a disagreeing or disagreeable person and it simply doesn't work. I've tried to give 10 minutes of "quality time" to a child or an employee to solve a problem, only to discover such "efficiency" creates new problems and seldom resolves the deepest concern."
Recordar o que digo acerca dos hospitais-cidade:

Aprenda a duvidar dos media (parte XXIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIIIparte XIXparte XXparte XXI e parte XXII.
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Outro encalhado no Normalistão em que o truque para exportar era ter o preço mais baixo.
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Entretanto:
Com um padrão: "Nunca se exportou vinho tão caro" no vinho, no calçado, no mobiliário, no têxtil, no ...

domingo, março 06, 2016

Curiosidade do dia

Interessante como o tempo no transporte de certas mercadorias é irrelevante... imaginem os que as queriam, e querem, pôr a circular em TGV ou comboio de alta velocidade.
"more and more some ships are deciding not to take the Suez route. Instead, they are travelling around the Cape of Good Hope, right at the southern tip of Africa. Over 100 ships did this between late October 2015 and the end of the year."
Trecho retirado de "Cheap oil is taking shipping routes back to the 1800s"

O que é mais importante eficácia ou eficiência?

E recuo a Junho de 2012 e ao postal "É preciso ter uma lata!" para recordar Nicolau Santos e o artigo "The incredible Shrinking portuguese firm".
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E volto ao postal de sexta-feira passada sobre a Têxtil Nortenha:
"A Têxtil Nortenha, que chegou a empregar mais de mil pessoas e a facturar perto de 50 milhões de euros, dobrou o cabo das tormentas do sector e passou a dedicar-se em exclusivo à exportação. Tem 100 trabalhadores e facturou 9,5 milhões de euros no ano passado."
E volto a um postal de Março de 2013 com um exemplo sobre o calçado:
"Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos" 
E volto a este texto de 2012:
"A bias to small firms is costly. The productivity of European firms with fewer than 20 workers is on average little more than half that of firms with 250 or more workers (see right-hand chart). The deeper roots of the euro-zone crisis lie with the loss of competitiveness in the region's trouble spots." 
O que é mais importante, eficácia ou eficiência?

O mais importante é ser eficaz e, depois, acrescentar a eficiência. De nada vale ser eficiente se não se é eficaz.
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Os economistas acham que se se for eficiente, se se tiver uma produtividade elevada é-se competitivo.
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Lamento, penso de uma forma diferente. Primeiro, há que ser competitivo! Primeiro, os produtos têm de ter mercado.
Segundo, depois de terem mercado, de serem competitivos, as empresas podem pensar em produtividade. Os economistas pensam no aumento da produtividade através da redução do custo unitário, a realidade é que a produtividade em Mongo cresce pelo aumento do preço unitário (ver o exemplo da Têxtil Nortenha ou do calçado português).
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Nicolau Santos, um socialista dos quatro costados cita o artigo e nem percebe o quanto o autor segue uma tese contra o socialismo mainstream.

Mongo em aceleração

Depois de ver:


Começa-se a imaginar o regresso em força dos alfaiates e modistas, a profissão do futuro, literal e figurativamente.
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Mongo aqui é personalização levada ao extremo:

  • quais são os gestos que quer?
  • quais são as funções que quer?
  • a quem ou a que aparelhos quer estar ligado?
É meter código nisso:

Para fazer crescer a auto-estima

O @pauloperes chamou-me a atenção para este artigo "This Country Is Now the World's Most Popular Maker of Wine".
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Como não recordar o caso recente Mattel vs Lego e o desafio lucro ou quota de mercado.
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Nunca esquecer a lição de Hermann Simon e o ditado australiano de Julho de 2006:
"Volume is Vanity, Profit is Sanity"
O presidente-eleito ameaça que nos quer fazer crescer a auto-estima, imagino que com prelecções e catequese laica. Obrigado, não precisamos!
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Basta publicitar os muitos bons exemplos do país, como é o caso do vinho. Recordar

E emprenhar menos pelo ouvido o cântico das cassandras preguiçosas.
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BTW, o espanhol entrevistado no artigo da Fortune não está a ver bem o filme... subir preços num mercado concorrencial não é tão fácil como os governos a aumentarem impostos, com o auxílio implícito das várias organizações armadas a quem paga o soldo e controla hieraquicamente. Aumentar preços implica trabalhar na co-criação de valor junto dos clientes e abandonar um ADN entranhado. A vantagem portuguesa é que começamos mais tarde e o Mar del Plastico não é em Portugal:
ADENDA: Acabo de receber dois tweets:

Aprenda a duvidar dos media (parte XXII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIIIparte XIXparte XX e parte XXI.

A pedido de várias famílias retomamos a nossa série de demonstração da capacidade de previsão dos comentadores da nossa praça. 
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2010.
Comentei na altura aquela afirmação aqui com:
"(Moi ici: A agricultura que não vive de subsídios e aposta nas nossas vantagens intrínsecas está bem e recomenda-se)"
Recordar que em Março de 2009 começámos a usar o marcador "agricultura com futuro".
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No geral tivemos:


Na agricultura o crescimento foi de ... 73%

Duvida?
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É fácil, basta ir ao Pordata, aqui, e comparar os números de 2004 versus 2013.
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Está a perceber como os media se enterram na falta de credibilidade e no pântano da irrelevância? Ninguém estuda, ninguém investiga, ninguém medeia, ninguém faz contraditório... emprenha-se pelo ouvido.

sábado, março 05, 2016

Curiosidade do dia

Ontem no Twitter o @icy chamou-me a atenção pra um tweet do @vlfig:
O texto é sobre a cultura nas empresas mas pensei logo nos engenheiros sociais que proliferam neste país: políticos, comentadores e jornalistas que querem construir um país novo com homens novos e uma cultura importada sabe-se lá de onde:
"Cargo "Cult"ure: Imitation can be Suicide"
BINGO!!!


Números ... megafones ou ignorantes?

Tanta gente que seguiu Humanidades no 10º ano de escolaridade para fugir à Matemática e que, depois, acaba sempre a fazer truques com os números e a não perceber que algo não bate certo.
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Hoje leio "Carris e Metro perderam 65 milhões de passageiros entre 2009 e 2013".
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Não me esqueço de ter lido em 2013 "2012. Carris e Metro perdem 75 milhões de passageiros".
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Algo não bate certo.
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Ninguém investiga, ninguém tem base de dados, ninguém faz contraditório, ninguém se prepara... megafones apenas ou desconhecimento básico das quatro operações da Matemática?
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A economia das experiências em toda a sua glória

Percebi recentemente que a moda dos jeeps está completamente in e as marcas marimbam-se para a diferenciação e diluem-se saltando para o comboio em andamento do "eu também".
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O que faz a marca original de jeeps?
"The Jeep Mud Masks  "contain exactly what a true offroad adventurer is missing in the city: 100 percent real dirt, as an expression of the desire to escape the daily grind and search for new adventures far off the beaten track,""
Uma brincadeira...

Trecho e imagem retirada de "Jeep Is Making Limited-Edition Mud Masks for Adventure-Deprived City Jeeps Bringing the off-road to the on-roaders By Tim Nudd"

Mongo e o futuro do trabalho

Acompanho com atenção o que Esko Kilpi escreve no Twitter e fora dele. Ontem, resumiu, no Twitter, um workshop sobre o futuro do trabalho desta forma:
"By 2045 one-third of the workforce could be self-employed
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The most important change is that people are finding a way to keep working in a meaningful way beyond the traditional retirement age
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70% of the people who have become self-employed during the past three years are over 50 years old
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The personal finance industry (banks) is decades out of date in accommodating these changes
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Profound changes in the way we work are far outstripping the the ability of political parties to respond
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1/ We have to become better at finding customers and handling our personal finances
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2/ we have to understand that we don’t live in a world of  employers and employees any more
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3/ We have to understand the world of running a business better because we are going to run one, however small, at one time or another
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We are so attached to the idea of getting and keeping a job that we don’t grasp the scale and speed of changes with which work is changing
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Many of the people who become self-employed are in effect under-employed. They are working fewer hours than the they would like
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The drivers that have not been understood: the shift to services means much less predictability than in manufacturing
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The growing service industries need flexible labour. The shrinking ones are based on predictability and fixed labor
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Work is getting more creative. In creative and cultural industries it is normal for people to work for themselves and not for an employer."
Conseguem imaginar como muitos deputados classificariam estas afirmações?
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Conseguem relacionar estas afirmações e colocá-las no retrato do mundo económico do futuro a que chamo de Mongo?

Aprenda a duvidar dos media (parte XXI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIIIparte XIX e parte XX.
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Espero que esta lista de comentadores, de jornalistas, de políticos, de gurus económicos de bancada, sirva de exemplo para a necessidade de dupla precaução perante o que os media nos despejam sem investigação, sem contraditório, pleno de superficialidade, acerca da evolução económica do país.
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Economia não é Física

E o vector tempo é fundamental. Recordar:

Onde se pode ler:
"Ao contrário da ciência clássica, a economia é uma ciência que depende do tempo, tal como no futebol, o que é verdade hoje amanhã é mentira. O que é verdade numa época fica obsoleto no momento seguinte."



sexta-feira, março 04, 2016

Curiosidade do dia

Este artigo "Protozoa Could Be Controlling Your Brain", pode explicar a actuação de muitos fragilistas que nos desgovernam:
"Some protozoa infect the brain of their host, shaping its behavior in ways most suited to the pathogen, even if it leads to the suicide of the host"
Recordar o paralelismo que faço entre a biologia e a economia.

A grande evolução

A propósito de "Têxtil Nortenha exporta tudo, factura 9,5 milhões e emprega 100 pessoas" saliento:
"A Têxtil Nortenha, que chegou a empregar mais de mil pessoas e a facturar perto de 50 milhões de euros, dobrou o cabo das tormentas do sector e passou a dedicar-se em exclusivo à exportação. Tem 100 trabalhadores e facturou 9,5 milhões de euros no ano passado."
Vamos simplificar e usar mil pessoas para uma facturação de 50 milhões de euros: facturação por trabalhador de 50 000 euros.
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Em 2015 facturação por trabalhador de 95 000 euros.
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Esta foi a grande evolução do têxtil em Portugal na última década.

E a sua empresa, em que campeonato está?

"The reality is that the Internet has done more than create the potential for simple price comparison – it has unshackled shoppers from the tyranny of ‘one size fits all’. Shoppers are free break up their shop and spend their time and money where they get value. The discounter may happily supply those categories that the shopper cares little for, an online specialist perhaps to pick up something unique and interesting, and a high street specialist for a category where expertize and service are desired.
...
What is both challenging and exciting about this for the consumer goods and retail businesses is that this won’t be the same for everyone. Over simplifications such as ‘shoppers are driven by price’ are simply not good enough and not true. Shoppers are people, and are far more complex. Price might be all I care about when it comes to buying shampoo, but for coffee I’m a little more discerning, for example. But some of my colleagues would be the exact opposite. The challenge for consumer marketers, shopper marketers and trade marketers is to recognize this. Not to try and be all things to every shopper, however. Rather, to focus on the consumers that are key. To focus on the shoppers that will be key to driving future sales and profit, and to build an understanding of how these target shoppers use different channels for different categories. Generic models and generalizations simply won’t help your brand or store win."
E a sua empresa em que campeonato está?
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Confesso que quando leio estas explicações para uma evolução menos positiva das vendas:


Fico sempre a pensar se não haverá demasiada superficialidade ao culpar o poder de compra.

Trechos retirados de "Changes in Shopper Behavior Driven By More Than Price"

Uma estratégia que merecia ser estudada pelas PME

Se há coisa que acho risível é ver tentativas de usar exemplos de corporações americanas para formar gestores de PME portuguesas.
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A Lego não é uma PME, a LEGO é uma empresa grande. No entanto, tem uma estratégia que merecia ser estudada pelas PME. Este resultado "Lucro vs quota de mercado" deve servir para estimular a pesquisa:

"Sobre a “fórmula Lego”, o Financial Times (FT) dá a receita: pega-se num quilo de plástico que custa menos que um dólar, transforma-se em conjuntos de peças baseadas na saga Star Wars ou Hobbit e apresenta-se depois o produto ao consumidor final, por aproximadamente 75 dólares por quilo."


O sucesso desta nova vida da Lego surge depois da empresa perder a protecção das patentes, depois dos genéricos invadirem o mercado.
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Como é que a sua PME pode aproveitar este caso para se iniciar na via da co-criação de valor, na via da subjectividade do valor, na via do pricing baseado no valor? 

Aprenda a duvidar dos media (parte XX)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIII e parte XIX.


Entretanto a evolução do PIB:

quinta-feira, março 03, 2016

Lucro vs quotade mercado

Impressionante!
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A Lego, depois de perder as patentes, depois de uma experiência de quase-morte, quando resolveu deixar de olhar para a eficiência, de olhar para o denominador ... descobriu que o valor não resulta de uma folha de cálculo mas é um sentimento.
"Denmark’s Lego A/S reported a 31% increase in full-year net profit on strong revenue growth,
...
The closely held toy maker said net profit came to 9.2 billion Danish kroner in 2015 ($1.34 billion), compared with 7.0 billion kroner in 2014. Revenue jumped 25% to 35.8 billion kroner, while operating profit grew 26% to 12.2 billion kroner.
...
Mattel's 2015 revenue fell 5% from the previous year, and the company posted a 26% decline in its net profit to $369.4 million."
Parece uma trajectória à la Apple.

Trechos retirados de "Lego Profit Rises 31% but Mattel Remains King of Toy Market"

Clientes a despedir


"Some customers simply aren't worth the effort and then take time and energy from customers who deserve and will appreciate your attention,"

Ver "9 Clients You Should Fire Immediately"

Começar a brincar

Há dias visitei empresa do sector dos plásticos e no final perguntei pela "impressora 3D".
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Estranharam a pergunta.
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- Desenvolvem e produzem peças plásticas, apostam na inovação. Têm de ter uma impressora 3D!
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Não, Ainda é uma tecnologia recente, em fase de desenvolvimento.
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Sim, é verdade mas eu, no vosso lugar, aproveitaria esta fase para "brincar", para testar limites, para testar integração com a produção normal.
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Foi disto que me lembrei assim que li "3-D Printing Promises to Change Manufacturing":
"“We give you the strength of metal for the cost of plastics,”
...
The printer costs $5,000 and is being used by at least one automotive manufacturer to make parts for the machines that make cars
...
“Our long-term goal is to replace injection molding,”"
É claro que as impressoras 3D de hoje não vão acabar já amanhâ com a injecção, o ponto aqui é entrar e começar a brincar.

Um templo de experiências

Quando li este título "Um terço dos postos de trabalho no retalho no Reino Unido pode desaparecer até 2025" pensei logo neste outro "Why Trends Are For Suckers".
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O mais provável é que muitos empregos no retalho desapareçam por causa do triunfo do comércio online. No entanto, acredito que a maioria das perdas será da responsabilidade dos muggles que só pensam na eficiência e esquecem que a loja física pode ser um templo de experiências.
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O problema é que a experiência não é um atributo extra que se compra, é o resultado de uma interacção.

Aprenda a duvidar dos media (parte XIX)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVII e parte XVIII.
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Confrontar com "Economia portuguesa cresceu 0,9% em 2014"

quarta-feira, março 02, 2016

Curiosidade do dia

"António Nogueira Leite reafirmou os objectivos do Fórum Oceano, que quer dinamizar a indústria do mar em Portugal, tendo apontado "a legislação excessiva" como um dos principais constrangimentos para o crescimento da economia do mar."
Trecho retirado de "Nogueira Leite: "França é um exemplo" para a indústria do mar portuguesa"

É meter código nisso e mudar de modelo de negócio

Recordar "É mesmo meter código nisso".
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Com este artigo "Amazon and Brita team up for Wi-Fi water pitchers" um exemplo de como a introdução de código num produto clássico pode levar à mudança do modelo de negócio. Em vez de vender o produto, passar a vender o serviço... subscrição com venda desencadeada pelo código do próprio aparelho?

Calçar os sapatos do cliente

"Too many salespeople confine themselves to an established budget. Think return-on-investment, make it a financial decision and not a product decision. That’s how the CEO or CFO view their decision. If you have a profit angle, they want to hear it. If you have a product story, they will defer to others.
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There is a good chance that a fat, dumb and happy incumbent is not paying attention to the economics of their customer’s business. What is happening with their topline growth? What are the trends? What are the keys to their growth strategies? Are they growing their business profitably? Are they efficient and growing operating margins at desired levels? How would your total solution drive revenue growth so critical to executive management? The more you know about these issues, the stronger your message will be as you gain the attention of the economic decision makers. If you answer these questions, you will positon yourself as a salesperson there to solve problems, someone who is focused on profitability.
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Of course, you need to understand how your “total solution” will impact profitability."
Efeitos de 2ª ordem.

Trechos retirados de "Selling Against a Strong Incumbent? Change the Game"

Aprenda a duvidar dos media (parte XVIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVI e parte XVII.

Assim se percebia que Nicolau Santos não percebia a transformação que tinha ocorrido no calçado e estava a ocorrer no têxtil, vestuário, mobiliário, ...
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O fim das grandes séries, das margens de cêntimos, da china da Europa.
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BTW

Favor tirar as palas

Este trecho retirado de "Confessions of the Pricing Man: How Price Affects Everything" de Hermann Simon devia fazer muita gente parar para pensar:
"Special discounts and price promotions - two standard forms of price cuts - are an everyday occurrence in retail , but they seem to occur with increasing frequency and depth. In recent years, promotions accounted for 50 % of beer sales in one of the world’s largest beer markets. Just two years later, some 70% of all beer  sales at the retail level came on special offer, with discounts as high as 50 %. Whether driven by opportunity or perceived necessity, this is clear evidence that managers think that aggressive prices help their business. But is this really true?"
Entretanto, assistimos ao crescimento da cerveja artesanal, mais cara:

Faz logo pensar nesta figura:
A maioria concentra-se na massa dos overserved e esquece-se do potencial de margem que existe nos underserved. 
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Claro, não podem é ser servidos da mesma forma e pela mesma estrutura.

terça-feira, março 01, 2016

Curiosidade do dia

Em Gestão fala-se muito da missão, do propósito de uma empresa. Para que é que ele existe, qual a sua razão de ser.
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Hoje percebi que no ISCTE têm já uma resposta, independente das empresas e dos seus líderes e mercados: as empresas existem para pagar impostos; existem para suportar o Estado.
"o impacto positivo das exportações sobre as finanças públicas é muito baixo. O Estado ganha mais quando os produtos das empresas são vendidos internamente, por meio de impostos sobre o consumo, do que quando são vendidos no exterior. Logo, a opção por privilegiar a correcção da dívida externa põe em causa a prossecução dos outros dois objectivos: crescimento do emprego e finanças públicas."
Portanto, o ISCTE é uma escola que molda futuros profissionais neste modelo mental.
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Percebo melhor agora estes sinais errados "Costa pede às empresas para não esquecerem mercado interno"
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Estes académicos, encerrados na sua torre de marfim e em fórmulas económicas criadas para explicar o Normalistão, não percebem que no Estranhistão o mundo é outro. E continuam a acreditar que agora, tal como nos anos 80 do século passado, as empresas praticam preços mais baixos na exportação do que no mercado interno... tão desfasados da realidade.

Pricing man (parte XI)

"Success Factors for an Ultra-low Price StrategyIt is still unclear whether companies can sustainably generate adequate profits with ultra-low price strategies. Nonetheless, the success factors for such a strategy are quite clear:
1. Think “simple yet robust”: A company must strip down a product to the bare essentials, but without making it too primitive or rendering it dysfunctional.
2. Develop locally: The company must develop the product in emerging markets; that is the only way to guarantee that it meets the customer  requirements in the ultra-low price segment.
3. Lock in lowest cost production: This requires the right design and the ability to manufacture in the lowest wage locations which still ensure adequate productivity.
4. Apply new marketing and sales approaches: These will also require keeping costs as low as possible, even if that means forgoing traditional channels and approaches.
5. “Easy to use, easy to fix”: These two aspects are of paramount importance, because customers may lack the background to understand complicated  functionality and service providers may lack the resources to make anything but the most basic repairs or adjustments.
6. Provide consistent quality: Sustained success is only possible if the quality of ultra-low price products is not only adequate, but above all consistent.
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The key challenge in the ultra-low price segment is to find an acceptable level of value to customer which will attract enough buyers and still keep costs at extremely low levels."

Trechos retirados de "Confessions of the Pricing Man: How Price Affects Everything" de Hermann Simon.

O bezerro dourado da eficiência e os seus efeitos

sobre o denominador versus o numerador, sobre a eficácia versus a eficiência e o eficientismo:
"What is wrong with the economies of the West—and with economics? It depends on whether we are talking about the good or the just.
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In the classical models I have been describing, no one is trying to think up something new (except perhaps new profitable investments) and no one is attempting to create it. There is no conception of human agency, only responses to wages, interest rates, and wealth. The economy is mechanical, robotic. The crops may be growing, but there is no personal growth.
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Such classical models are basic to today’s standard economics. This economics, despite its sophistication in some respects, makes no room for economies in which people are imagining new products and using their creativity to build them. What is most fundamentally “wrong with economics” is that it takes such an economy to be the norm—to be “as good as it gets.” The cost is that elements of the Western economies are becoming products of this basically classical economics, which has little place for creativity and imagination.
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Since around 1970, or earlier in some cases, most of the continental Western European economies have come to resemble more completely the mechanical model of standard economics. Most companies are highly efficient.
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How might Western nations gain—or regain—widespread prospering and flourishing? Taking concrete actions will not help much without fresh thinking: people must first grasp that standard economics is not a guide to flourishing—it is a tool only for efficiency.
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We will all have to turn from the classical fixation on wealth accumulation and efficiency to a modern economics that places imagination and creativity at the center of economic life."
Trechos retirados de "What Is Wrong with the West’s Economies?"

De que falamos quando falamos em transformação?


De que falamos quando falamos em transformação?
"When executives say transformation what do they really mean? Often, the word confuses three fundamentally different categories of effort.
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The first is operational, or doing what you are currently doing, better, faster, or cheaper.
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The next category of usage focuses on the operational model. Also called core transformation, this involves doing what you are currently doing in a fundamentally different way.
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The final usage, and the one that has the most promise and peril, is strategic. This is transformation with a capital “T” because it involves changing the very essence of a company.
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Defining what leaders mean when they drop the word transformation matters, because these different classes of efforts need to be measured and managed in vastly different ways.
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Not all of these efforts are of equal impact. Focusing on “today better” operational efforts does nothing more than create parity with the best executors of yesterday’s model. It is a recipe for short-term survival, not long-term sustainability. Leaders instead should be thinking about how to blend together operational model and strategic transformation to execute what Innosight calls a dual transformation. “Transformation A” strengthens today by reinventing the core operating model. “Transformation B” creates tomorrow’s core business." 
Trechos retirados de "What Do You Really Mean by Business “Transformation”?"

Aprenda a duvidar dos media (parte XVII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XV e parte XVI.
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O relato da situação fi-lo neste postal de 2012 ""... a crise financeira não afectará a economia""

O resto... já sabem o que aconteceu à economia.