sábado, outubro 25, 2014

"Vive e Deixa Viver"

E voltamos ao delicioso papel da estratégia, da diferenciação, da escolha, da selecção, da co-construção de um nicho e entrarmos no mundo do "Vive e Deixa Viver" (by-pass à concorrência):
"Michael Horn, who founded Craft Coffee, isn't afraid to give credit to Starbucks. "They have a really great read on the market," he says, and when they start throwing around capital into changing the market, "that's a really great thing" for everyone. It proves there's demand for good coffee and "it's a clear recognition the market is changing," he adds.
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"Our play is definitely different [from Starbucks]--it's kind of like Pandora for coffee.""
Vários exemplos de como os independentes continuam a crescer ao mesmo tempo que a Starbucks também cresce.
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Trecho retirado de  "How Indie Coffee Brands Are Taking on Starbucks' Be-Everywhere Strategy"

ADENDA: Obrigado pela dica Paulo

Mongo não é um mundo gigantes-friendly!

Quando dimensão e "espírito americano" se conjugam e Mongo, onde as pessoas não gostam de ser tratadas como plankton, entranha-se?
"But underlying it all is a sense of malaise for companies whose once powerful formulas for success left them too big to switch tack quickly when market conditions changed.
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“That’s what makes you successful. That also essentially locks you into the current paradigm,” Prof. Gupta says. “You become big, but you become trapped.”
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today’s blue chips face difficult challenges, such as globalization, rapid technological change and complex operations. Some have run out of new global locations in which to sell their consumer products. [Moi ici: Tipicamente americano, de dependente da escala do eficientismo] “They are too big to succeed right now,” Mr. Finkelstein says. “Size is an advantage until it becomes a disadvantage.”"

Trechos retirados de "Clouds Darken for America’s Blue-Chip Stocks"

Ver também, na mesma onda:

"Corporate giants are spinning off business lines and breaking themselves up at a near-record pace, as size increasingly looks like a negative to investors concerned about fierce global competition and slower growth.
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Big had long been a synonym for better in corporate America—for CEOs expanding their companies and for investors looking for insulation from sudden changes in markets. But these days the sun isn’t shining on empire builders. Investors are pressing companies to part ways with slower-growing businesses and focus their efforts on more-promising operations"
Mongo não é um mundo gigantes-friendly!

sexta-feira, outubro 24, 2014

Curiosidade do dia

Esta é para Medina Carreira, arauto do proteccionismo, "Embaixador chinês diz que China pode importar mais calçado português".
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Mas mais do que importar "mais calçado português" é o tipo de calçado que importa, recordar "A oportunidade chinesa" e sobretudo "Outro campeonato, uma verdadeira curiosidade do dia"

"Há uma forma rápida de aumentar a produtividade de uma costureira!"

"A Fapomed é uma conversão de uma empresa tradicional de têxteis. Esta empresa, que fazia parte de um conglomerado de empresas da confeção clássica, em meados dos anos 80 converteu-se numa empresa de fabrico de batas cirúrgicas."
Por curiosidade, fui à procura do site:
"Era uma vez uma fábrica de blusas de senhora em Felgueiras.
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A Administração da firma tinha em vista mudar o seu objecto social considerada a qualidade dos meios humanos, das tecnologias e das instalações disponíveis. [Moi ici: Fico curiosidade de saber se foi uma mudança proactiva ou um reagir à adversidade. Seria muito interessante descobrir ter resultado de uma actuação proactiva]
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Em 1986 uma empresa multinacional, líder na produção e distribuição de artigos de health care e de dispositivos médicos decidiu visitar a fábrica. Apercebendo-se da boa organização patente, estabeleceu com a fábrica uma joint-venture que veio a revelar-se exemplar. A intenção era a de produzir batas cirúrgicas em“não-tecido” apenas.
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Hoje ainda existe o mesmo edifício, mas as instalações foram radicalmente transformadas para se conformar com as “Boas Práticas de Manufactura” da FDA e directivas aplicáveis no âmbito europeu. O processo de fabrico e os produtos conformam-se inteiramente com a Directiva 93/42 da CE."
Também gostei desta "cumplicidade", cheirou-me a "interacção":
"A empresa é hoje reconhecidamente um importante player no mercado europeu de dispositivos médicos de uso único e tem vindo a desenvolver políticas de criação de valor, através de intervenções nos domínios da Investigação e Desenvolvimento, Qualidade e Gestão da Produção e de crescente cumplicidade com alguns clientes estratégicos." 
 E para os que vivem no país parado dos media:
"Temos este ano um crescimento interessante, na casa dos dois dígitos."
Interessante esta conversão de uma empresa tradicional para o técnico. Faz-me recordar isto:
Há uma forma rápida de aumentar a produtividade de uma costureira! Basta despedi-la de uma fábrica subcontratada por uma marca para costurar T-shirts e, adimiti-la numa outra fábrica, na mesma rua, que tem marca própria e fabrica T-shirts para vender com essa marca"
Trecho inicial e final retirado de "Fapomed. Um negócio muito saudável"

Para reflexão

Tendo em conta a realidade portuguesa:
"De acordo com dados do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia, relativos a abril de 2013, conclui-se que 11,7% do total de trabalhadores por conta de outrem, a tempo completo, recebiam o salário mínimo. Comparado com 2012, em que a proporção era de 12,7%, o valor desceu." (fonte)

"Enfim, o salário mínimo nacional, em termos absolutos, é mesmo uma lástima - que não restem dúvidas quanto a isso. Porém, em termos relativos, representando 58% do salário mediano praticado em Portugal, encontra-se acima da média da OCDE (onde o valor correspondente é de 48%). O problema está pois na remuneração mediana, e não na mínima. Mais: o problema está na reduzida produtividade do trabalho em Portugal, onde cada hora de trabalho resulta numa produtividade média de apenas 17 euros por hora (dados do Eurostat). Na União Europeia o valor correspondente é 32 euros, e na zona euro de 37 euros por hora. Evidenciamos, portanto, uma produtividade que é metade daquela que se observa no resto da Europa, e que resulta exclusivamente do nosso padrão de especialização no comércio internacional." (fonte

"Qual é o impacto do aumento do salário mínimo sobre o emprego, o nível dos salários e a desigualdade salarial em Portugal? De 2002 a 2006, o salário mínimo, descontado da infl ação, permaneceu estável, mas até ao final da década registou fortes aumentos.
Em consequência, a desigualdade salarial aumentou na aba inferior da distribuição dos salários até 2006 e diminuiu fortemente no período mais recente. Contudo, os aumentos do salário mínimo diminuíram a probabilidade de emprego entre dois anos consecutivos para os trabalhadores com salário compreendido entre os salários mínimos dos dois anos. Esta elasticidade é semelhante à obtida para os Estados Unidos, um país com um salário mínimo baixo face ao salário médio e menor do que a obtida para a França, um país com um salário mínimo alto." (fonte)
Reflectir sobre "In China, 10% Boost to Minimum Wage Cuts Jobs By 1%, Paper Says":
"A 10% increase in China’s minimum wage cuts employment by 1%, according to a new International Monetary Fund research paper." (fonte)

Exportações e emprego, ou pessoas e estatística

Recordar "Consequências do crescimento dos sectores tradicionais" e este texto também.
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Para um tipo que teve um blogue chamado "balanced scorecard" é claro que a estatística é importante. No entanto, há a estatística e há as pessoas!
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Trecho 1:
"As empresas com menos de 10 trabalhadores assumem um peso de 61% entre as companhias portuguesas que vendem bens ao estrangeiro, mas o volume de negócios que conseguem não chega aos 10% do total facturado. As unidades com mais de 250 trabalhadores, apenas 1,1% do total, ficam para si com 42,5% do valor exportado, conclui um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)."
Trecho 2:
"A concentração do mercado exportador é ainda mais visível quando se verifica que as cinco maiores empresas exportadoras representam 19,3% das vendas a outros países. As 10 maiores são responsáveis por 24,4% e as 500 maiores por 71,4%."
Agora, vamos conjugar os trechos 1 e 2 na figura (retirada do documento do INE)
Quantos trabalhadores têm as 10 maiores empresas exportadoras? Se fossem todas do tamanho da Autoeuropa estaríamos a falar de 30 mil trabalhadores. Recordar:
"Entretanto, sorrateiramente, segundo os números do IEFP, os anónimos, entre ofertas de emprego e colocações, só em Abril deste ano tinham disponibilizado quase 30 000 empregos.."
Quantos trabalhadores têm aquelas 61% das empresas com menos de 10 empregos?
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Por isso, valorizo muito mais cada euro vendido pelas pequenas empresas, movimentam muito mais emprego.
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Qual será o grupo mais antifrágil?
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Trecho 1 retirado de "Grandes empresas são responsáveis por quase metade das exportações nacionais"
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Trecho 2 retirado de "Cinco empresas são responsáveis por um quinto das exportações portuguesas"

Tudo matéria-prima para construir novos ecossistemas

O Miguel Pires há dias, num comentário, chamou-me a atenção para estas ligações:


Tudo sintomas de Mongo a entranhar-se a um ritmo exponencial (primeiro lentamente e, depois, explosivamente).
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Já agora, acrescento "3D opportunity for end-use products":
"The overall market size for the AM industry was estimated to be $3.1 billion in 2013 on annualized growth of 35 percent over sales of $2.3 billion in 2012.
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Capital versus scale: Considerations of minimum efficient scale shape the supply chain. AM has the potential to reduce the capital required to reach minimum efficient scale for production, thus lowering the entry barriers to manufacturing for a given location.
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Capital versus scope: Economies of scope influence how and what products can be made. The flexibility of AM facilitates an increase in the variety of products a unit of capital can produce, reducing the costs associated with production changeovers and customization as well as the overall amount of capital required.[Moi ici: Tudo a transpirar Mongo]
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Increased customization: AM also enhances manufacturers’ ability to create individually customized products."
Tudo matéria-prima para construir novos ecossistemas.

quinta-feira, outubro 23, 2014

Curiosidade do dia

Alguém contou-me o caso de um jovem que não conseguiu entrar para uma escola de polícia porque lhe faltavam 2 cm de altura. Então, o referido jovem terá começado a frequentar um consultório de fisioterapia para conseguir mudar de postura corporal e "crescer" os centímetros que faltam.
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Pensei logo no job-to-be-done do consultório, o resultado que o jovem pretende, entrar na escola de polícia, cumprir um sonho de criança(?), ...

Para reflexão sobre o marketing

Ao ler "Getting Your Message ‘Out There’" pensei logo na caminhada sobre uma fina camada de gelo que cobre um lago...
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É tão fácil comportarmos-nos como os Gatos Fedorentos do Meo e a sua publicidade intrusiva no YouTube, é tão difícil não gritar hoje em dia, é tão difícil não quebrar o gelo...

É meter código nisso e os novos modelos de negócio (parte I)

" For more than a century General Electric made most of its revenue by selling industrial hardware and repair services. But in recent years GE was at increasing risk of losing many of its top customers to nontraditional competitors - IBM and SAP on the one hand, and big-data start-ups on the other. Those competitors aimed to shift the customer value proposition away from acquiring reliable industrial equipment [Moi ici: Fugir da oferta pura e simples do produto e pensar no serviço, no resultado que os clientes procuram... sim, é meter código nisso] to deriving new efficiencies and other benefits through advanced analytics and algorithms based on the data generated by that equipment. The trend threatened to turn GE into a commodity equipment provider.
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In 2011 GE responded with a multibillion-dollar initiative focused on what it calls the industrial internet. The company is adding digital sensors to its machines, connecting them to a common, cloud-based software platform, investing in modern software development capabilities, building advanced analytics capabilities, and embracing crowdsourced product development. All this is transforming the company’s business model. Now revenue from its jet engines, for example, is tied not to a simple sales transaction but to performance improvements: less downtime and more miles flown over the course of a year. Such digitally enabled, outcomes-based approaches helped GE generate more than $800 million in incremental income in 2013; the company expects that number to reach at least $1 billion in 2014 and again in 2015."
Trechos retirados de "Digital Ubiquity: How Connections, Sensors, and Data Are Revolutionizing Business"
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Continua.

Para reflexão sobre as marcas

"In a study of a 1995 surge in counterfeiting in the Chinese shoe market, Yi Qian of the University of British Columbia found that the entry of fakes had the effect of increasing sales of high-end authentic shoes by 63%. The arrival of counterfeits on the market affirmed the value of the brands in consumers’ minds and in many cases introduced the brands to new customers. At the low end, however, counterfeits merely ate into the brands’ sales."
Trecho retirado de "Counterfeiting as a Form of Free Advertising"

"não existem soluções únicas"

Um exemplo interessante em "How Subscriptions Could Save Small Movie Theaters".
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Uns, para dar a volta, tentam alterar a experiência do consumidor:
"Large chains are attacking this problem [Moi ici: Os americanos vão cada vez menos ao cinema] by making the movie theater experience more like an amusement park ride. Moving seats, immersive screens, and luxury seats are now a big part of the movie-going experience. But while bells and whistles are giving theater owners a good excuse to raise ticket prices, they’re not necessarily getting more butts in seats."
Outros, para dar a volta, tentam alterar a fórmula de pagamento:
"found a way to offer if not variable pricing, then a pricing structure that makes more sense for small-town movie theaters.
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Members pay $20 per month to see as many movies as they want. If the average movie goer then sees three movies per month, she is already getting extra value from her membership."
A beleza de lidar com empresas está nisto, não existem soluções únicas. Uns concentram-se no produto, ou na experiência e tentam subir na escala de valor. Outros, concentram-se numa qualquer outra variável do modelo de negócio.

quarta-feira, outubro 22, 2014

Curiosidade do dia

"No, I won’t give you thirty dollars worth of produce for five bucks just because it’s the end of the market day and you are operating under the delusion that I will do anything to avoid hauling the leftover produce back to the farm. I refuse to give you a discount on principle because I know those shoes cost $200 and because anyone carrying a Vera Bradley handbag can afford to pay full price. I own a barn, lady—I wasn’t born in one. Besides, you’re wrong. I don’t take this shit back to the farm; I take it to the food bank and sleep the sleep of the just."
Quando visitar os seus clientes olhe para o ambiente que o rodeia.
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Trecho retirado de "A Small-Scale Organic Farmer Wants You to Know a Few Things."

Acerca dos investimentos grandes

Ás vezes ouvimos vozes, que foram jovens nos anos sessenta do século passado, suspirar pelos investimentos grandes do passado:
"The bigger the firms, the larger the share of fixed costs in total costs. Networks, infrastructure, trained personnel, management, research, and capital equipment are among the fixed costs, as are pensions incurred on past labor. Hourly labor and materials are variable. The greater the fixed costs, the longer a company, project, industry, or technology must last in order to justify the initial investments, and the more the need for control over circumstances, including political stability, resource costs, competition, and the market, stretching far into the future. For this reason, only in times of optimism, security, and confidence will great projects be undertaken by private firms. Only then are they foreseen to yield great rewards—and only then will financing will be available for them at low rates and for long terms.
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But when resources are scarce and expensive, when uncertainties loom large, then time horizons shorten. Scale is limited, and total surplus or profit is less than would be available to the large enterprise under stable conditions. Since profits are less, distributive conflicts—among labor, management, owners, and the tax authorities—become more intense. Confidence in good outcomes wavers."
Trechos retirados de "The End of Normal" de James K. Galbraith

Arte vs eficiência

Nas minhas apresentações, há muito que uso esta sequência:



Contra a força bruta da eficiência pura e dura e do número, apostar na arte, apostar na diferenciação, apostar no caminho menos percorrido.
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Por isso, estes trechos de Hillary Austen são um bálsamo:
"The belief is such analytically inclined students have been trained in the scientific inquiry process, which will give them a solid footing in tackling the problems their companies encounter. But Hilary Austen, an adjunct professor at the Rotman School of Management in Toronto and semi-retired consultant, pushes back at such notions.
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It’s not that a scientific background is unhelpful. But she believes there is a balancing approach, artistic inquiry, which in many cases will prove just as valuable.
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In mid-career, she went back to get her PhD and her dissertation involved watching what managers did, a study that did not fit with the scientific, hard numbers approach [Moi ici: As habituais folhas de cálculo. Boas para um mundo de risco, perigosas num mundo de incerteza. O velho conflito McGyver vs Sandy] favoured in much of academe.
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The validity of the scientific approach depends on bias-free methods and conclusions. It records measurable observations. Generalizations come from sound statistical sampling. Artistic inquiry, on the other hand, captures important experiences and their meaning. Generalizations are informed by qualitatively vivid single samples. Their validity depends on their power to shape our conception of the world. Knowing is emotionally neutral for scientific inquiry but rooted in emotion for artistic inquiry. [Moi ici: Aquilo a que aqui costumamos de chamar de relações amorosas com clientes, fornecedores e produtos]
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You may prefer hard facts. But she quotes her mentor: “We can’t say something only counts as knowledge if it’s algorithmic and neutral.”
Onde é que a interacção actua?


Trechos retirados de "Make a smart decision: Balance data with experience"

Mais um exemplo da diversidade intra-sectorial!!!

A página 3 do semanário Vida Económica do passado dia 17 de Outubro fez-me recuar a Agosto de 2010 e a "Exemplo da diversidade intra-sectorial".
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Grande parte da página é ocupada com um artigo intitulado "Arco Têxteis apresenta em tribunal processo especial de revitalização". O artigo começa assim:
"A Arco Têxteis, de Santo Tirso, que já empregou 1500 trabalhadores e dá hoje trabalho a cerca de 800 pessoas apresentou-se no Tribunal de Santo Tirso para um Processo Especial de Revitalização". 
A mesma página termina com um artigo intitulado "Exportações têxteis e de vestuário mantêm forte crescimento" onde se pode ler:
"As exportações têxteis e de vestuário registaram um valor de mais de 3,1 mil milhões de euros, nos oito primeiros meses, o que se traduziu num crescimento de 9,4%, face a igual período do ano passado. A balança comercial apresentou um saldo positivo de 823 milhões, mais 12,4% em termos homólogos. No final deste exercício, as exportações deste sector deverão chegar a 4,5 mil milhões de euros, de acordo com a ATP."
Mais um exemplo da diversidade intra-sectorial!!!
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Mais um exemplo do padrão seguido, também, no calçado: empresas grandes plissam e patinam; empresas mais pequenas progridem e têm sucesso!!!

terça-feira, outubro 21, 2014

Curiosidade do dia

"Soares dos Santos: "Detesto investimentos chineses. Não trazem coisíssima nenhuma""
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A concorrência é tramada!
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Por isso é que eu sou apologista da concorrência imperfeita. Contudo, a concorrência imperfeita pressupõe esquecer a concorrência.
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Soares dos Santos está no campeonato do preço, o campeonato que precisa de market share, o campeonato que vê os concorrentes como um jogo de soma nula, o que for para os outros não vem para nós.

Há empresários e empresários

Há os empresários, gente da ferrugem, gente que sabe que tem de servir e seduzir clientes ou estes fecham-lhe a porta.
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Depois, há os empresários do regime, os que vivem de relações privilegiadas com o papá-Estado.
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Esses, na revista da CIP, em Outubro de 2013, escreviam e sublinhavam:
Acreditar que a CIP pode representar o tecido empresarial português de hoje, é o mesmo que acreditar que a CAP de hoje pode representar os interesses dos jovens agricultores que não estão ligados aos cereais.
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Pessoalmente, considero que o melhor para as PME é o Estado sair da frente, que não se ponha com mais invenções e complicações.


Sintomas do tal país parado

O sucesso do calçado, do têxtil e vestuário, do mobiliário, são presenças frequentes neste blogue.
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Menos frequente, talvez pelo seu low-profile, é escrever aqui sobre o sector da indústria metalúrgica e metomecânica, não incluindo os veículos de transporte, o que é pena pois é, somente, o sector industrial português que mais exporta:
""Pela primeira vez a indústria de metalurgia e metalomecânica vai conseguir ultrapassar a barreira dos 13 mil milhões de euros de exportações num só ano"
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no primeiro semestre de 2014 as exportações cresceram 6,2%"
Trechos retirados de entrevista do vice-presidente da AIMMAP à Vida Económica no passado dia 17.

"o mindset das redacções dos jornais económicos"

Mais um exemplo do desalinhamento entre a realidade empresarial em Portugal e o mindset das redacções dos jornais económicos:
"Ninguém diria que hoje em Portugal há negócios que vivem da indústria, quando se diz que a indústria morreu? [Moi ici: Ninguém diria? Duh!]
Existe espaço para crescer em Portugal.
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Mas em que áreas?
Em todas as áreas. Inclusive na têxtil. Acho que a indústria teve de ser reinventada. [Moi ici: Eheheh devem ler aqui o blogue] O conceito de ‘mass production' está falido. Temos de ter um conceito de valor acrescentado."
Os jornalistas económicos não olham para as estatísticas? Não olham para a realidade? Não conseguem subir na escala de abstracção e detectar padrões por trás do sucesso?
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BTW, a empresa prevê crescer este ano 25% face a 2013. Acho que as redacções dos jornais económicos estão demasiado convencidas que a economia decorre do Orçamento do papá-Estado... enfim. Na semana passada conheci uma empresa com mais de 25 anos que este ano já cresceu quase 10% no emprego que proporciona... para os jornais o país continua parado, pois!
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Trechos retirados de “Não há ninguém na empresa a ganhar o salário mínimo