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sexta-feira, agosto 07, 2020

Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros???


Os gregos antigos diziam que ter memória era um castigo dos deuses.

Por vezes, deparo-me com situações tão parvas que não percebo como ninguém, a começar pelos so-called jornalistas, aponta o dedo e revela o como o rei vai nú.

Lembram-se do leite e do karma?

A APROLEP desenvolveu uma campanha para reduzir as importações de leite, esquecendo que Portugal exportava mais leite do que aquele que importava. E mais, exportava leite a um preço mais alto do que o praticado em Portugal. Na base dessa campanha estava a identificação clara do país de origem do leite nas embalagens. A campanha teve sucesso e... as exportações de leite cairam porque os consumidores nos países importadores deixaram de escolher leite português.

São os famosos jogadores de bilhar amador que só pensam na próxima jogada e esquecem as suas consequências.

Hoje, encontro outro terrorista. No Jornal Económico de hoje aparece o artigo "Conservas querem substituir 200 milhões de importações".

Como começa o artigo?
"O setor nacional das indústrias de conserva de pescado valeu no ano passado cerca de 323 milhões de euros, dos quais cerca de 70%, 226 milhões de euros, respeitaram a exportações, num total de 43 mil toneladas. “No último ano, as exportações tanto em quantidade, como em valor, diminuíram cerca de 5%,"
O que faz a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe? Em vez de se concentrar no aumento das exportações, resolve concentrar os seus escassos recursos no ataque às importações. Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros???
"No entender deste responsável, “para a indústria nacional será muito fácil substituir as importações, uma vez que não é um problema de capacidade produtiva, mas sim de estratégia comercial, dos canais de distribuição”.
Se cada português, nas suas compras, substituir dez latas de conservas importadas por dez conservas nacionais por ano, a economia portuguesa tem um incremento de 60 milhões de euros, criando inúmeros postos de trabalho.""
Porque não olham para os números? Os portugueses importam produtos baratos e exportam os produtos mais caros. Olhando para os dados de 2016, o kg de conserva importada era cerca de 73% do kg de conserva exportada.

Esta associação em vez de ajudar os seus associados a subir na escala de valor, está a querer que se enterrem com descontos para ganhar quota de mercado interno. PORRA!!!
Quando é que esta gente percebe que volume e quota de mercado não é o objectivo. O objectivo é o lucro!

quarta-feira, julho 15, 2020

Cuidado com o que desejas, pode ser que o obtenhas. Ou, como Karma is a bitch



Este postal de Agosto de 2019, ""The Great Sparrow Campaign" - gente perigosa", faz um apanhado daquilo a que se pode chamar: Cuidado com o que desejas, pode ser que o obtenhas. 

Há dias, enquanto conduzia, ouvi e tomei consciência dum trecho dos Coldplay:
"when you get what you want but not what you need"
Ontem no JdN apanhei:
"César Araújo propõe que 60% dos artigos consumidos sejam fabricados na Europa
...
Tudo tem de partir da consciência dos nossos governantes em Bruxelas. Não vale a pena só injetar dinheiro. A Europa tem de fazer um Plano Marshall e dizer que 60% dos produtos consumidos têm de ser manufaturados na Europa."
Isto é tão a conversa da APROLEP que até dói ...

Atentemos no que César Araújo dizia há meses:
"Vocacionada para a produção de vestuário para marcas da gama média-alta e luxo, a Calvelex exporta as cerca de 800 mil peças que fabrica anualmente para os quatro cantos do mundo, com enfoque especial na Europa e nos EUA.
...
Quais vão ser os principais mercados da Calvelex em 2018?
.
Vão ser toda a Europa, que é o nosso mercado doméstico, os EUA, o Canadá, a Coreia do Sul e o Japão."
Como é que um dirigente associativo no século XXI ainda vê a economia como um jogo de soma nula?

E se os países extra-europeus para onde exporta resolverem aplicar a receita que ele propõe para a Europa?