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domingo, julho 24, 2011

Treta!

Na passada sexta-feira, enquanto fazia este trajecto de bicicleta, ouvia na Antena 1 o programa "Consistório" (O conteúdo em mp3 está aqui)
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Oiço este programa com alguma regularidade para me divertir com a opinião de gente que vive num ecossistema bem longe das empresas reais e das pessoas reais de carne e osso. Nem sempre, como desta vez, consigo aturar até ao fim as barbaridades que oiço e mudo de canal.
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Enquanto ouvia, aí pelo km 6, só dizia para comigo "Esta gente daqui a umas semanas estará a desdizer-se!"
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Os representantes do status-quo estavam todos muito contentes, quase diria excitados, com os resultados do último Conselho Europeu (embora não chegassem ao limite do que ouvi na TSF, "A austeridade vai acabar" sic)
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O primeiro, aí pelo km 5, foi Luís atirem dinheiro para cima dos problemas Delgado: "As decisões do Conselho Europeu foram um sucesso..."
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Eu só me interrogava ao ouvi-los:
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Mas o que é que mudou? Vão poder pagar a uma taxa de juro menor ao longo de mais anos sim. E depois? Será que Portugal e Grécia vão ter superavit? Se não está previsto superavit, o endividamento vai continuar. Portanto... treta.
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Começm agora a surgir as primeiras rachas:

segunda-feira, abril 11, 2011

quinta-feira, setembro 09, 2010

A estabilidade podre em que vivemos e a que nos habituamos é uma ilusão

Se não vivêssemos numa sociedade anestesiada o dia de ontem devia ter sido o dia da revolta de quem não recebe o salário do Estado. Foi um carrocel de emoções:
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A estabilidade podre em que vivemos e a que nos habituamos é uma ilusão, por debaixo da superfície a corrosão vai-se desenvolvendo, invisível para a maioria.
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O Presidente da Republica preza mais a estabilidade ilusória, tal como o gerente de uma PME condenada a médio prazo, porque não arrisca a mudança. Assim, a situação em que vamos vivendo vai-se tornar cada vez mais irrespirável, para quem cria riqueza neste país, até que um dia a implosão do sistema vai ser uma inevitabilidade. Se calhar, já passamos esse ponto-limite e aproximamos-nos de uma singularidade, do caos.
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A implosão vai abater a maior parte da resistência ao necessário "reset" e permitir repensar um novo regime mais adequado à capacidade de riqueza gerada pelo país.
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Qual o risco?
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Num ponto de singularidade não é possível prever o que vai suceder a seguir. O risco é tudo isto descambar para uma situação de violência.
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Talvez tenhamos de aprender com os checos e eslovacos, ou com os polacos, ou com os húngaros, como é que se faz uma mudança de regime sem derramar sangue.
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Esta rota que seguimos, como já alguém disse, vai levar-nos seguramente em direcção a uma parede contra a qual chocaremos com estrondo. E basta ler Joaquim Aguiar para perceber que a Grande Recessão apenas acelerou o que já estava escrito nas estrelas.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

O ponto de singularidade

Estas reflexões, Baixar impostos e Saque fiscal, partem do princípio que não nos aproximaremos de uma singularidade.
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Em torno de uma singularidade as leis e os padrões que nos regem deixam de existir ou de fazer sentido, quer seja no mundo físico em torno de um buraco negro, quer seja no mundo político em plena revolução.
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Basta aplicar aquilo a que a teoria das restrições chama o desenvolvimento dos ramais negativos de uma Future Reality Tree para desenharmos aquilo que pode aproximar-nos de um ponto de singularidade. É claro que ninguém quer aproximar-se de um ponto desse tipo porque é impossível prever o que vem a seguir... afinal, as leis a aplicar são outras e muita gente poderosa tem a perder com a chegada da singularidade, assim como, muita gente simples.
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Basta o desemprego escalar à espanhola (mais do que duplicar face aos valores "oficiais" actuais), para isso basta lêr o que está a acontecer neste princípio de espiral negativa: Despedimentos colectivos mais do que duplicaram ; A thousand businesses collapse in trading gloom, e imaginar que os ainda empregados, com medo, se retraiam em compras futuras, para uma segunda onda de falências avançar e assim sucessivamente.
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Basta imaginar uma economia tomada pela deflação: em que mesmo que se mantenha a venda do mesmo número de unidades de produto por mês (muito difícil), a facturação baixa e as dívidas contínuam lá, a ter de ser pagas... um pesadelo para as empresas que tenham dívidas. (Abandon all hope once you enter deflation)
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Basta imaginar um orçamento para 2009 fora da realidade, um orçamento que inflaciona as receitas e subestima as despesas (por exemplo as ligadas aos subsídios de desemprego) Um Orçamento com um pé fora da realidade. Basta imaginar um estado sem dinheiro para pagar salários, pensões e aprovisionamentos...
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Basta imaginar algumas consequências militares do descalabro financeiro, mesmo que do outro lado do mundo World stability hangs by a thread as economies continue to unravel :
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"If the atrocity now propels the Hindu nationalist leader Narendra Modi into office at the head of a revived Bharatiya Janata Party (BJP), south Asia will once again face a nuclear showdown between India and Pakistan.
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Events are moving briskly in China too. Wudu was torched by rioters this month in a pitched battle with police. Violence has spread to the export hub of Guangdong as workers protest at the mass closure of toy, textile, and furniture factories. "
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"As for Europe, it is already fragile. Iceland, Hungary, Ukraine, Belarus, Latvia, and Serbia have turned to the IMF. Russia is a hostage to oil prices. If Urals oil stays below $50 a barrel for long, we are going to see an earthquake of one kind or another.
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It is too early in this crisis to conclude whether Europe's monetary union is a source stability, or is itself a doomsday machine. The rift between North and South is growing. The spreads on Greek, Irish, Italian, Austrian, and Belgian debt remain stubbornly high. The lack of a unified EU treasury has become glaringly clear. Germany has refused to underpin the system with a fiscal blitz."
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E se juntarmos a isto o descalabro futuro do dolar... talvez tenhamos reunido as condições para um ponto de singularidade.
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Há uma parabola no novo Testamento que conta a estória de um homem que estava a lavrar um campo que não lhe pertencia e encontrou um tesouro enterrado.
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Voltou a escondê-lo e foi a correr vender tudo o que tinha para comprar esse terreno.
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Se eu tivesse a certeza absoluta da aproximação do ponto de singularidade também eu faria como o homem da parábola e investiria em armas, enlatados, liofilizados, bolachas e massas e água, muita água num bunker. Como não o estou a fazer... ou não acredito que ele venha, ou não tenho a certeza que ele venha, ou sou um suicida.