Mostrar mensagens com a etiqueta oliva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta oliva. Mostrar todas as mensagens

sábado, março 15, 2014

Não é preciso inventar a pólvora...

Ontem, fui assistir a mais uma iniciativa do Clube de Empresários de S. João da Madeira, antes da coisa começar, visitei um pequeno museu sobre a velha Oliva.


A certa altura, paro ... e vejo à minha frente aquilo que nos anos 50 do século passado era feito por uma empresa de sucesso e, que muitas PMEs e não só, de hoje, ainda não aprenderam.
.
Muitos empresários continuam com a cabeça dentro da fábrica e julgam que produzir é tudo!
.
Se forem ao museu encontrarão 4 ingredientes essenciais para o sucesso, para complementar uma oferta adequada aos clientes-alvo:

  • publicidade;
  • cursos; (quem vende um produto tecnológico tem de "educar", ensinar, os utilizadores, a vencerem a barreira e a aprenderem a usar e a tirar partido do produto)
  • concursos (fixei uma foto de um concurso em Setembro de 1954. Outra forma de divulgar não o produto directamente, mas o que o produto permite fazer, o resultado do uso do produto. Por outro lado, os concursos são espaços de partilha entre utilizadores, o que fomenta a criatividade e o uso das potencialidades do equipamento e cria o bichinho para começar, entre quem assiste); e por fim
  • feiras (a presença em feiras, actividade tão acarinhada neste blogue)
Não é preciso inventar a pólvora...
.
Muitas vezes me interrogo sobre como teria sido a evolução da economia portuguesa se a transição para a democracia não tivesse implicado a decapitação da classe empresarial então existente nas empresas grandes.


BTW, ao desceram a Avenida Dom Afonso Henriques no Porto, ao chegarem à Estação de S. Bento, na esquina com a Rua do Loureiro, numa parede de um edifício arruinado encontrarão uma relíquia.

domingo, fevereiro 14, 2010

Primeiro, quem são os clientes-alvo?

"O mais recente relatório do processo de insolvência revela que a Oliva tem uma estrutura de custos desadequada para a receitas que gera e que há algumas ineficiências técnicas que a impedem de ser rentável, demonstrando ainda um desequilíbrio com os custos de mão-de-obra.
.
Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas, refere que o problema-chave é a falta de modernização. "Parece um contra-senso: a empresa tem equipamentos obsoletos e mesmo assim produz peças de qualidade, que não são feitas em mais nenhuma fundição do país". Neste momento, a produção resume-se a peças de ferro para a indústria automóvel pesada, maioritariamente para o mercado externo. "Ao não ter modernizado o equipamento, a Oliva tem de vender as peças mais caras para ter rentabilidade. Há custos para produzir que não são rentabilizados"."
.
1º Não há nenhum contra-senso. O que é um equipamento obsoleto?
Ter um equipamento antigo não é incompatível com a capacidade de produzir peças com elevada qualidade de acabamentos. Contudo, normalmente, peças com elevada qualidade de acabamentos só estão normalmente associadas a negócios rentáveis quando existe um equilíbrio entre: peças de elevada qualidade + pequenas quantidades + muita variedade + preço da peça não é o factor crítico + pequena unidade fabril.
Presumo que o sindicalista classifica o equipamento como obsoleto por causa da incapacidade de reduzir o custo unitário de uma peça, por que ao referir "indústria automóvel pesada" estamos a falar da indústria do tostão por excelência, a indústria automóvel é aquela onde o preço/custo é, de longe, o rei. É um sector onde normalmente se vê: peças de qualidade qb + grandes quantidades + pouca variedade + preço da peça é o factor crítico... é o único factor + grande unidade fabril.
.
2º A pergunta que eu gostava de ver respondida antes de tudo o mais é: quem são os clientes-alvo da Oliva? A quem é que a Oliva se recusou a servir encomendas?
.
Enquanto não se responder à segunda pergunta... tudo o resto é discussão estéril.
.
BTW, em São João da Madeira se ouvirmos alguém da Viarco falar sobre a fábrica e sobre os seus equipamentos vai ouvir uma história super-interessante. Se quiserem competir com os asiáticos têm máquinas obsoletas... não há saída?
.
Claro que há saída. Basta ler Sun-Tzu, em que terreno devemos combater para ter uma vantagem competitiva sobre os asiáticos que estão apoiados pelo último grito de tecnologia? Onde é que as nossas máquinas podem competir com vantagem?
.
Enquanto não se responder a esta questão nunca se ultrapassará o nível de mistério que Roger Martin identifica no Funil do Conhecimento... por isso é que o sindicalista chama à situação de contra-senso... uma outra forma de dizer "mistério".
.
BTW, a propósito de sindicalistas conjugar este artigo "Trabalhadores da Maconde em greve pelos salários em atraso" com o discurso do sindicalista deste postal e com o Post-Scriptum deste.
.