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terça-feira, novembro 08, 2011

Mateus 25, 1-13

Enquanto uns pedem ao papá-pedo-mafioso que os ajude "Governo mandou criar grupo de trabalho para pensar a reorganização do sector"... então, o Governo é que tem de pensar a reorganização top-down do sector da construção?
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Este trecho:
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"Para Matias Ramos os mercados internacionais têm sido a solução para muitas empresas e profissionais. Mas também para isso precisam de ajuda política que esbata entraves administrativos e burocráticos, ou introduza alterações nas políticas de visto que têm países como o Brasil, Angola e Moçambique."
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Faz-me lembrar duas coisas:

  • A ameaça do José Silva de dinheiros começarem a ser desviados para este sector sob a capa de ajudas à internacionalização
  • E a situação das empresas como a Martifer "De Portugal, já vem pouco negócio. A mudança foi gigante. Em 2009, a Península Ibérica representava 70% do negócio do grupo; no final do próximo ano, 90% do negócio já virá de fora da Península Ibérica."
Enquanto a Martifer fez isto:
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"O que é que tiveram de fazer para conseguir esta mudança tão grande em tão pouco tempo?
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Acima de tudo, foi preciso criar equipas. Portugal e Espanha eram mercados conhecidos, próximos. Foi necessário convencer as pessoas de que já não se pode ir a casa todos os dias... Além disso, a entrada numa nova geografia exige um esforço grande de investimento, a vários níveis. Há que chegar a um mercado novo, completamente desconhecido, tentar conhecer, apresentar a empresa... Enfim, há que fazer todo um trabalho exigido sempre que se trata de entrar num mercado novo."
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Os que estiveram a dormir até à última hora querem a ajuda do papá. Assim, como vão aprender a estar vigilantes e a tentar perceber como poderá ser o futuro? Não precisam, sempre terão o papá para os ajudar...
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BTW, e aquela frase

"O bastonário da ordem dos Engenheiros, Matias Ramos, lamenta que no Orçamento do Estado que está em discussão só haja medidas para a "estabilidade orçamental" e nenhuma estratégia para futuro. Preocupado com o "desânimo" em que mergulhou o sector, o bastonário refere que a engenharia portuguesa "precisa de saber qual é a estratégia do país", para se preparar para lhe dar respostas."
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Mais um crente no todo-poderoso grande planeador o papá-Estado. O ministro Álvaro devia dizer-lhes "Sim, há uma estratégia para o país, façam o by-pass ao Estado, emancipem-se, tratem da Vossa vida. É a melhor forma de serem úteis a esta comunidade e não mais um peso!"

quarta-feira, outubro 05, 2011

By-pass à banca

"Um dos aspectos notáveis, quando analisamos o conjunto da proposta de novos negócios é a capacidade de detectar oportunidades que antecipam as profundas modificações da procura que a actual crise vai desencadear. A flexibilidade, o aluguer em vez da compra, a redução do investimento inicial e as parcerias estiveram presentes na generalidade das propostas. Um exemplo concreto foi o de um carro de supermercado para pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas, que foi desenvolvido em parceria com um fornecedor português de carrinhos de supermercado.
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Também as empresas em fases mais avançadas do seu ciclo de vida têm vindo a evidenciar uma capacidade de se reinventar que surpreende quem suspeitasse do seu imobilismo. O calçado português tem-se destacado pela inovação do "design" e capacidade de crescer em período recessivo. Outros sectores, do metalo-mecânico ao mobiliário, da agricultura ao turismo, evidenciam igualmente uma revolução que desafia ou cavalga a crise - balança comercial positiva no comércio do azeite ou o reconhecimento de Lisboa como oferecendo dos melhores "hostels" do Mundo confirmam essa tendência de adaptação às novas tendências do mercado, interno e externo, tendo a balança comercial vindo a bater recordes de redução do "deficit"."
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"No entanto, uma pesada nuvem paira sobre este esforço de renovação do tecido económico - a contracção do crédito bancário não cessa de se agravar, apesar do crescimento que os depósitos bancários têm registado. O desequilíbrio acumulado e a impossibilidade de renovação dos financiamentos levam a banca nacional a restringir cada vez mais o financiamento das empresas." (Moi ici: E para que serve o sistema bancário de um país? Se um sistema deixa de cumprir a sua função primordial, deixa de satisfazer a sua razão de ser... então, deixa de ter sentido a sua existência. Viable Systems Model - systems 1 de Stafford Beer. Claro que a Natureza tem horror ao vazio...)
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as empresas devem buscar financiadores internacionais, de preferência sob a forma de capitais próprios. Embora ainda escassas, são já várias as operações efectuadas junto do mercado para as PME alemão, de grandes empresas americanas como a Intel ou a Cisco, ou de empresas de "private equity". Finalmente, há ainda a considerar o crowd-funding, um modelo baseado nas redes sociais que permite o contributo de numerosos pequenos investidores para projectos de mérito reconhecido pela opinião pública. (Moi ici: Aquela velha proposta deste blogue de "fazer by-pass ao país" vai ainda mais longe... fazer by-pass ao sistema bancário do país, como a Douro Azul recentemente. A Martifer não o tentou, ou não o conseguiu fazer... e pressionada pelos bancos vendeu um investimento com pouco mais de 2 anos... )

Trecho retirado de "Financiar o crescimento" de José Paulo Esperança publicado ontem no JdN.
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ADENDA: A Martifer não o quis fazer... percebi agora ao recordar este documento de Fevereiro deste ano (diapositivo 28)
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ADENDA (6 de Outubro): Agora fiquei um bocado confuso ... "Martifer vende centrais fotovoltaicas a fundo do BNP Paribas"

sexta-feira, junho 20, 2008

Para os meus ficheiros

Para uso futuro:

"Martifer altera plano de investimentos e reafirma metas" artigo de Nuno Carregueiro, no Jornal de Negócios.
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"Martifer espera investir 950 milhões de euros até 2010" artigo de Pedro Duarte no Diário Económico.

quarta-feira, junho 04, 2008

Está escrito nas estrelas, está no ADN de quem entra no jogo da bolsa

Há dias neste postal, referimos a Martifer…
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Ontem, no Jornal de Negócios, encontrei um artigo sobre a mesma Martifer, assinado por Elisabete de Sá, onde se aborda o tipo de preocupação que manifestei no referido postal.
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“Só que esta é uma corrida na qual os irmãos Martins já não estão sozinhos. A entrada em bolsa trouxe responsabilidades adicionais e o desafio passa agora por conciliar a decisão de correr com as expectativas e os interesses de investidores e analistas.

O problema está na diferença de expectativas, dizem. Os dois irmãos até gostam da alta velocidade, mas parecem não estar dispostos a sacrificar tudo para ser uma espécie de Lewis Hamilton, o piloto da McLaren que dias antes arrecadou o Grande Prémio do Mónaco. “Cada vez que apresentamos resultados, sentimos essa pressão de estar a ser avaliados ao minuto”, desabafa Jorge Martins.
Foi assim na apresentação das últimas contas trimestrais da Martifer. A empresa cresceu mais de 70% e os dois irmãos garantem não ter ficado decepcionados com os resultados. O mercado parecia esperar mais. “Estamos a seguir a trajectória que traçamos, mas é como se as nossas expectativas e as dos analistas estivessem desalinhadas”, analisa Jorge Martins.”

“Temos de estar constantemente a fazer esse esforço de informação e educação, explicando aos investidores que estão a investir num título de crescimento e não especulativo.”

“Nas empresas que são geridas por CEO profissionais, a tendência é para que haja uma gestão mais imediatista e nós nunca iremos ceder a essa pressão. Sempre gerimos a nossa casa numa perspectiva de médio e longo prazo”, defende Carlos Martins.”
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Só que não é uma questão de ceder ou não ceder à pressão de fazer uma gestão imediatista é… a vida das empresas de sucesso que chegam à bolsa. É a vertigem imposta pela bolsa, como tão bem explica Christensen no livro “The Innovator’s Solution”.
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“When a company’s revenues are denominated in millions of dollars, the amount of new business that managers need in order to close the growth gap – new revenues and profits from unknown and yet-to-be-discounted sources – also is denominated in the millions of dollars.
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But as a company’s revenues grows into the billions, the size threshold of new business that is required to sustain its growth rate, let alone exceed investor’s expectations, gets bigger and bigger and bigger. At some point the company will report slower growth than investors had discounted, and its stock price will take a hit as investors realize that they had overestimated the company’s growth prospects.
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To get the stock price moving again, senior management announces a targeted growth rate that is significantly higher than the realistic underlying growth rate of the core businesses. This creates a growth gap even larger than the company has ever faced before – a gap that must be filled by new-growth products and businesses that the company has yet to conceive. Announcing an unrealistic growth rate is the only viable course of action. Executives who refuse to play this game will be replaced by managers who are willing to try. And companies that do not attempt to grow will see their market capitalization decline until they get acquired by companies that are eager to play.”

“When confronted with a large growth gap, the corporation’s values, or the criteria that are used to approve projects in the resource allocation process, will change. Anything that cannot promise to close the growth gap by becoming very big very fast cannot get through the resource allocation gate in the strategy process. This is where the process of creating new-growth businesses comes off the rails. When the corporation’s investment capital becomes impatient for growth, good money becomes bad money because it triggers a subsequent cascade of inevitable incorrect decisions.”

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Está escrito nas estrelas… que ginástica seguirá a Martifer para fugir a esta espiral auto-catalítica que tenderá a afastá-la de investimentos com rentabilidades crescentes directamente para investimentos que geram sobretudo volume?