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sexta-feira, setembro 30, 2022

A culpa é dos outros, dos maus

E o ciclo começa a fechar-se, outra vez:

"O motor do crescimento da economia portuguesa este ano vai voltar a ser o consumo privado, que vai superar o crescimento do investimento pela primeira vez em muitos anos, e isso é “uma preocupação” para o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno."

O alinhamento continua a fazer-se para o cumprimento da profecia mais fácil de sempre:

Pena que os defensores do fim da austeridade, das reversões e do virar da página não apareçam agora a dar a cara.

Crianças, não praticam a temperança, depois culpam os outros pelo destino a que chegam. O não-fragilista prepara-se para os problemas, para o fragilista:
"chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar." 

Trecho retirado de "“Motor do crescimento voltou a ser o consumo privado. Isso é uma preocupação”, alerta Centeno"


 

quinta-feira, agosto 12, 2021

No país dos fragilistas

“It’s what you do before the storm comes that most determines how well you do when the storm comes. Those who fully embrace productive paranoia don’t wait until they’re caught high on a mountain in a raging storm to secure extra oxygen canisters. Far better to be a paranoid neurotic freak, preparing and marching ahead of potential disruptive shocks that may never come than to get crashed by disruptive shocks because you failed to exercise productive paranoia all the way along, in good times and bad.”

Recordar os rinocerontes cinzentos e os fragilistas:

A 2 de Janeiro de 2016 escrevi em "O não-fragilista prepara-se para os problemas":

"Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar."

Em Julho do mesmo ano em "O fragilismo" escrevi:

"O fragilismo espera sempre o melhor do futuro, não prevê sobressaltos. Acredita que os astros se vão alinhar em nosso favor, não vê necessidade de precaução, just in case."


Trecho inicial retirado de BE 2.0 de Jim Collins e Bill Lazier.

domingo, março 15, 2020

Safe-fail, não fail-safe

Se a Irlanda cobrasse os impostos normandos às multinacionais agora teria dinheiro para enfrentar o coronavírus.

Oh! Wait...

A diferença que faz ter políticos não-fragilistas no governo:


Preparados não para o "se", mas para o "quando".

sábado, março 07, 2020

O bode expiatório

Ao apanhar este título no Jornal Económico de ontem:


Como não recordar o conselho de José ao faraó.
Como não recordar Nassim Taleb: Desconfiem sempre das conclusões, dos "so-called" especialistas, que vão ao arrepio das conclusões das nossas avós.

Como não recordar a crítica permanente deste blogue aos fragilistas:



Recordo:

O coronavírus vai ser o bode expiatório de quem não soube preparar uma economia para os maus momentos. Os maus momentos ocorrem sempre! Não são uma questão de "se", mas uma questão de "quando". Não-fragilistas sabem que algures haverá turbulência. Por isso, em vez de criar situações fail-safe, preparam situações safe-fail. Recordar Alicia Juarrero -  "-THERE WILL BE TURBULENCE!" por isso, safe-fail (Maio de 2015).
"Stability ends of up getting killed by the next hurricane, the next pest, the next competitor, the next predator, ...."
Quando ouvirem as críticas ao bode expiatório lembrem-se deste gráfico:

Quando ouvirem as críticas ao bode expiatório lembrem-se das críticas deste anónimo engenheiro da província a uma cultura que não viu problema na evolução do padrão de exportações nos últimos anos como o aumento do Parcial II.

BTW, lembrem-se que nem todos estão no mesmo barco.

sábado, janeiro 25, 2020

Gente não fragilista

No Jornal de Negócios do passado dia 23 de Janeiro no artigo "Jesus salvou têxtil, ficou sem a Zara e ganhou Boss e Hilfiger" sublinhei:
"A Círculos & Contrastes, que acabou por falir, tinha um único cliente, a gigante espanhola Inditex, cuja confiança teve de ser reganhada pela nova Tamanho e Tantos. “Tivemos de começar tudo do zero com a Inditex, da qual continuamos completamente dependentes”, lembrou Jesus, que divide a meias o capital da empresa com o seu “sócio e amigo” José Teixeira.
.
Entretanto, a líder mundial de venda de roupa a retalho começa a desviar massivamente encomendas para fornecedores mais baratos. “A Inditex, que começou a abandonar Portugal, podia sair a qualquer momento, pelo que começamos a fazer o desmame e a arranjar novas soluções”, recordou o co-CEO da empresa.”
Um bom exemplo. Uma equipa de gestão que não se iludiu com o presente e preparou o futuro. Algo que me fez recordar:
“For the unprepared organisation, periods of significant transition are typically marked by confusion (‘What’s happening?’), uncertainty (‘What should we do?’) and reprisals (‘Who’s to blame?’). Caught by surprise, managers tend to react with hasty, inadequate responses that merely demonstrate their misreading of the situation, or else they are struck by strategic inertia, frozen by their inability to fully comprehend what is happening.”
Só revelam que não são fragilistas, que não acreditam que os astros se vão alinhar para que tudo corra bem. Gente que avalia os riscos do contexto
  1. Factor externo negativo - Desinvestimento da Inditex em Portugal
  2. Factor interno negativo - Dependência importante da Inditex
  3. Risco - Perca de um volume importante de vendas e a sobrevivência da empresa
e aje em conformidade.

Trecho retirado de “Rethinking Strategy” de Steve Tighe.

quinta-feira, novembro 28, 2019

Tempo para desenhar cenários alternativos


A propósito de "Audi vai cortar 9.500 empregos na Alemanha até 2025"
"Audi shocked Germany yesterday with the announcement of almost 10,000 job cuts, leading to prompt accusations of mismanagement. We are no experts in management but would offer the observation that mismanagement is as prevalent in the car industry today as it has been before. The decline of the fuel-driven car and the diesel scandal have been a huge problem for Audi and the other German car makers. They need the money for new investments.
.
The decline of the German car industry is happening on many levels. Car component suppliers are being hit the hardest. Some are so specialised that the phase-out of the fuel-driven engine puts them out of business. Electric engines are much simpler than combustion ones and they use only a fraction of the parts. These, in turn, are not as highly tuned. The technological know-how, and the value-added, lies in the battery.
.
Audi is the first of the big German car makers to announce job cuts. Next year, most of the job losses in the sector are likely to occur in the supplier industries. Jobs in the car industry still protected until 2021 and 2022, due to job guarantees. The employment effect will therefore reveal itself over a longer period of time.
.
We note two overlapping effects - one is a relatively mild global cyclical downturn. The other is a structural technology shock. The impact of the latter will be much longer lasting."
Há cerca de um ano que as empresas de moldes estão a sentir a travagem brutal da cadeia de fornecimento de novos modelos automóveis. Ainda hoje vi um mapa comparativo que ilustra a guerra de preços em que até as multinacionais de peças e serviços estão a entrar.

Entretanto, numa leitura matinal que fez lembrar o ministro da Economia apanhei:
"Yet it took Xerox about 10 years to begin rethinking how to find a radically different relationship, between a new set of (a) capabilities and (b) its understanding of customers' value creation"
Portanto, muita turbulência a caminho. Nada que não prevêssemos aqui.

Surpresa? Só para os fragilistas.

Masoquismo ou mau feitio? Não, apenas as "certezas" que resultam da conjugação de uma série de factores:

  • alterações tecnológicas;
  • advento de Mongo e as suas encomendas pequenas com muita variedade;
  • incapacidade de um modelo de negócio durar para sempre (lembram-se do tempo de Cavaco?)

Trecho retirado de "Audi cuts jobs - the beginning of a trend"

sexta-feira, outubro 18, 2019

O cínico libertário em construção e o festival

Um amigo de longa data da minha veia ambientalista, o Serafim Riem, teve a gentileza de me oferecer o livro "Portugal em Chamas - Como Resgatar as Florestas" de João Camargo e Paulo Pimenta de Castro.

O segundo capítulo é simplesmente delicioso para um cínico como eu, a aprender a ser libertário. A certa altura lê-se:
"Há mais de vinte anos, foi aprovada uma "grande lei da floresta", a Lei de Bases da Política Florestal. Esta lei, nº 33/96, de 17 de Agosto, foi aprovada por unanimidade no Parlamento e mereceu forte consenso entre os agentes económicos e dos principais grupos sociais."
Como não pensar no último postal publicado neste blogue, ""foi mais importante fazer, caso a caso, pessoa a pessoa, a experiência no terreno"". À humildade da experimentação contrapõe-se o poder de um Parlamento unânime e o forte consenso das forças vivas(?).

Depois, o capítulo continua com um festival de comparações entre as intenções da "grande lei da floresta" e os resultados concretos. Nos princípios orientadores encontramos:
"a) Da produção: as políticas tendentes ao aumento da produção, para além da expansão da área florestal, devem contemplar o aumento da produtividade dos espaços florestais, na óptica do uso múltiplo dos recursos e da sua sustentabilidade;"
  • Nas duas décadas que se seguiram o país foi invadido por eucaliptos sem que a produtividade média unitária nacional tenha tido qualquer aumento. O valor registado actualmente não difere dos 6 metros cúbicos por hectare e ano que já se obtinham em 1930. Como não recordar estas tretas (Capoulas e Cristas, a mesma luta)
"b) Da conservação: as intervenções silvícolas devem respeitar a manutenção da floresta enquanto recurso indissociável de outros recursos naturais como a água, o solo, o ar, a fauna e a flora, tendo em vista a sua contribuição para a estabilização da fixação do dióxido de carbono e como repositório de diversidade biológica e genética;"
  • "De 1996 a Outubro de 2013, bem como entre Outubro de 2013 e o final de 2017, o histórico de arborizações e rearborizações no território nacional revela que se plantou, em cerca de 80% dos casos, uma espécie exótica e com carácter invasor." Depois, os autores mostram como a introdução do eucalipto contribui para a libertação de mais dióxido de carbono, contribui para a entrada crescente de insectos exóticos, acidentalmente e deliberadamente, sem qualquer estudo para avaliar impactes futuros. Sim, estamos cheios de jogadores amadores de bilhar que só vêem a próxima jogada.
"c) Assegurar a melhoria do rendimento global dos agricultores, produtores e utilizadores dos sistemas florestais, como contributo para o equilíbrio sócio-económico do mundo rural;"
  • Segundo os autores: "o rendimento da silvicultura regista, desde a aprovação da lei, uma contracção muito significativa, com especial destaque para o período de 2000 a 2009. ... A mais recente aposta política pela produção de madeira para trituração associa-se ao acentuado declínio do valor da silvicultura." Como não recordar as poucas vergonhas que se apanham e já não escandalizam ninguém: "Este país é um país da treta.
"h) Assegurar a protecção da floresta contra agentes bióticos e abióticos, nomeadamente contra os incêndios;"
  • Segundo os autores: "Se quanto aos agentes biológicos, embora com menor visibilidade social, as situações ocorridas são reveladoras do descalabro sanitário das florestas nas últimas duas décadas" basta recordar o nemátodo-da-madeira-do-pinheiro, o gorgulho do eucalipto, o percevejo asiático, a vespa asiática, doenças no castanheiro, nas oliveiras, nos ulmeiros ... "no que respeita aos incêndios o panorama é muito mais visível para toda a população do país." Apesar da desflorestação em curso nos últimos 20 anos, as áreas florestais aredem cada vez mais.
"Ordenamento das matas e planos de gestão florestal
.
1 - O plano de gestão florestal (PGF) é o instrumento básico de ordenamento florestal das explorações, que regula as intervenções de natureza cultural e ou de exploração e visa a produção sustentada dos bens ou serviços originados em espaços florestais, determinada por condições de natureza económica, social e ecológica."
  • Os PGF são, 20 anos depois insignificantes
  • Este ano avançaram com:

 "1 - É instituído um sistema de seguros florestais, de custo acessível, nomeadamente um seguro obrigatório de arborização para todas as áreas florestais que sejam objecto de financiamento público.
.
2 - Este seguro obrigatório deve ser gradualmente estendido a todas as arborizações."
  • Não existe nenhum seguro obrigatório de arborização
"São de carácter prioritário as seguintes acções de emergência, ... d) Reforço, valorização profissional e dignificação do corpo de guardas e mestres florestais;"
  • Ooops! Já não existe nenhum corpo de guardas e mestres florestais
"São de carácter prioritário as seguintes acções de emergência, ... f) Adopção de todas as medidas tendentes à realização do cadastro da propriedade florestal"
Isto já vai longo é melhor não continuar com este festival.

Como não recordar Nassim Taleb e a Via Negativa? (Ver aqui também)
Como não recordar os intervencionistas ingénuos?

sábado, agosto 31, 2019

O exemplo que os políticos deveriam deixar para os vindouros

Normalmente somos pastoreados por políticos, da direita socialista à esquerda socialista, fragilistas.

Os fragilistas contam com o alinhamento das estrelas para que não ocorram tempestades, torram dinheiro impostado aos saxões como se não houvesse amanhã.

O meu exemplo de eleição desta cultura fragilista é o do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho.

Neste postal "Há que mexer onde dói mais..." de 15 de Setembro de 2007 comecei a usar o marcador: "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia...".

Neste postal de 2012, "... a crise financeira não afectará a economia", contextualizo o marcador:
"Leio isto "Economia portuguesa foi das que mais destruíram emprego desde o início da crise" e recordo logo Setembro de 2007..Num dos primeiros dias de Setembro de 2007, o Diário Económico entrevistou o então ministro da Economia que a certa altura afirmou com segurança que a crise financeira não afectaria a economia... eu, anónimo engenheiro de província, a viajar num comboio suburbano algures entre Vila Franca de Xira e o Carregado não acreditei e achava impressionante que o ministro não estivesse a ver o que aí vinha."
Vejamos o exemplo que os políticos deveriam deixar para os vindouros:
"At the end of 2007, though, worried about the possibility of a recession, Franklin took a hand in things, calling for a major change initiative. He ordered all Jarden's businesses to plan for a 10 percent revenue loss in 2008, but to keep cutting their operating costs as though the economy, and their sales, would hold up. If business had been normal, they would have had extra cash on band. When the recession arrived, they had months of savings to weather the storm. That's vintage Martin Franklin." 
Exemplo retirado de "Deliver! How to Be Fast, Flawless, and Frugal" de Jim Champy. 

domingo, agosto 25, 2019

O fragilista e o diabo

Enquanto uns continuam embriagados, de orgia despesista em orgia despesista:
Outros já perceberam que estão embriagados e que vão para casa de carro e que se calhar a polícia pode apanhá-los no caminho (e levar a lei à letra):
"Sabemos que um grande conflito comercial entre a China e os EUA pode ter um efeito recessivo à escala global, como o que tivemos em 2008 — com as consequências que todos conhecemos."
Se fosse só a China...

Os fragilistas são como borboletas que passeiam pela vida semeando fragilidade, impreparação, imprevidência. Acreditam no alinhamento dos astros e afastam a possibilidade de qualquer desgraça.

quarta-feira, maio 08, 2019

O fim de um ciclo (parte II)

No passado dia 24 de Abril publiquei "O fim de um ciclo".

Ontem de madrugada li "Trabalhadores em vigília à porta de empresa de Lousada" e escrevi no Twitter:

Recordo "A mecânica newtoniana não serve para a economia (parte II)". No texto do JN pode ler-se que a empresa é alemã e não tem dívidas aos trabalhadores. 

Lembram-se dos rinocerontes cinzentos?

quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Conversa de fragilista com locus de controlo no exterior

"O secretário de Estado das Finanças afirmou nesta segunda-feira em Bruxelas que o Governo "obviamente" acompanha os riscos que podem condicionar o ritmo de crescimento da economia portuguesa, mas salientou que Portugal "pouco pode fazer" contra riscos externos."
Tão previsível...

Recordar daqui:
"A principal crítica que faço a este governo é a de agir como um fragilista, alguém que acredita que o futuro não vai ter stress, não vai ter problemas e, por isso, avança sem acautelar como reagir ao que pode correr mal. A verdade é que shit really happens." 
E recordar daqui:
"Most problems are like that. When we prepare for them and get used to them, they're not problems anymore. They're merely the way it is.
...
Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar."
Espero que na sua empresa não siga esta abordagem.
Primeiro, assuma um locus de controlo no interior - a responsabilidade por tudo o que acontece na sua organização é sua e de nada vale culpar outros pela falta de preparação que não foi capaz de planear ou realizar.

Segundo, assuma que o futuro pode sempre trazer consigo choques negativos e que a sua empresa tem de ser capaz de os aguentar. Não acredite que têm de ser os outros a alombar com os seus compromissos, não venda a sua independência por um prato de lentilhas, tenha cuidado com os apoios pedo-mafiosos do estado.

BTW, ontem no noticiário das 7 da manhã a Antena 1 referia este número "Portugueses pedem oito milhões por dia para comprar carro"e também o forte crescimento do crédito à habitação. Agora relacione isso com "Há mais 73 mil precários do que no ano da "troika"", com a desaceleração económica em curso, e com a avidez do monstro-estado em impostar cada vez mais e mais.

Trecho inicial retirado de "Portugal pouco pode fazer contra riscos externos, afirma Mourinho Félix"

quarta-feira, janeiro 23, 2019

Que lindo caldinho se está a preparar

Há os cisnes negros, muito conhecidos:

E há os rinocerontes cinzentos:
"Many investors lose sleep over "black swans" -- hard-to-predict events that cause chaos, like terror attacks or the bursting of the dot-com bubble.
Now authorities in China are being urged to watch for "gray rhinos" -- obvious dangers that are often ignored anyway."
A 2 de Janeiro de 2016 escrevi em "O não-fragilista prepara-se para os problemas":
"Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar." 
Em Julho do mesmo ano em "O fragilismo" escrevi:
"O fragilismo espera sempre o melhor do futuro, não prevê sobressaltos. Acredita que os astros se vão alinhar em nosso favor, não vê necessidade de precaução, just in case."
É impressionante juntar as peças para compor o retrato do que está a preparar-se:
Lembra-se do trecho de Janeiro de 2016?
"chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar." 
Porque não é nada connosco:
Entretanto, começam a ouvir-se novas teorias económicas de malta instalada e sem skin in the game, gente que quer desligar salários da produtividade.

Que lindo caldinho se está a preparar.

Direitos adquiridos e bandarilhas.

Como se protegem os trabalhadores do privado, perante um monstro insaciável?

Como se faz ó Cortes?

quarta-feira, maio 23, 2018

Acerca do contexto

Olhar para este mapa:
É difícil perceber o racional por trás do título... adiante.

 Lembra-se do fragilismo?
"Que países considera serem os mais arriscados?
.
Com base nas métricas que monitorizamos, neste momento estamos particularmente preocupados com economias com elevada dependência de financiamento externo. Esta é uma das razões para o severamente mau desempenho da Turquia, particularmente no lado da moeda." (fonte)
Relacionar com "Défice comercial duplica no primeiro trimestre de 2018" e com as mudanças no perfil das exportações e no perfil do emprego.



sexta-feira, março 23, 2018

Esteja atento

Cuidado com a ideologia fragilista, "The Next Recession Might Be Worse Than The Great Depression".

Esteja atento ao retorno dos investimentos que faz e às prioridades que escolhe.

Lembre-se das salamandras mortas na beira da estrada no day-after ao temporal.

Há quantos anos consecutivos é que o seu sector cresce? Acha normal e saudável que cresça sempre?

Eu sei que vejo cada vez mais empresas com falta de capacidade produtiva e falta de candidatos a emprego, mas também sinais inquietantes em alguns sectores tradicionais.

quarta-feira, março 14, 2018

Delicioso (parte II)

Parte I.
"This tendency to underestimate the complexity around us is now a well-studied aspect of human psychology and it is underpinned, in part, by the so-called narrative fallacy.
...
You see the narrative fallacy in operation when an economist pops up on the early-evening news and explains why the markets moved in a particular direction during the day. His arguments are often immaculately presented. They are intuitive and easy to follow. But they raise a question: Why, if the market movements are so easy to understand, was he unable to predict the market movement in advance? Why is he generally playing catch-up?
...
That is the power of the narrative fallacy. We are so eager to impose patterns upon what we see, so hardwired to provide explanations that we are capable of “explaining” opposite outcomes with the same cause without noticing the inconsistency.
...
But think about what this means in practice. If we view the world as simple, we are going to expect to understand it without the need for testing and learning. The narrative fallacy, in effect, biases us toward top-down rather than bottom-up. We are going to trust our hunches, our existing knowledge, and the stories that we tell ourselves about the problems we face, rather than testing our assumptions, seeing their flaws, and learning. But this tendency, in turn, changes the psychological dynamic of organizations and systems. The greatest difficulty that many people face, as we have seen, is in admitting to their personal failures, and thus learning from them. We have looked at cognitive dissonance, which becomes so severe that we often reframe, spin, and sometimes even edit out our mistakes.
...
But when we are misled into regarding the world as simpler than it really is, we not only resist testing our top-down strategies and assumptions, we also become more defensive when they are challenged by our peers or by the data. After all, if the world is simple, you would have to be pretty stupid not to understand it."
Isto faz lembrar Taleb e os fragilistas.

Trechos retirados de "Caixa Negra" de Matthew Syed.

sábado, fevereiro 03, 2018

Conversa de não-fragilista

Conversa de não-fragilista:
"So the idea is you think: what’s the worst case scenario for me? What could my opponent do that would make me worse off?
.
And then you figure out what’s the best strategy against that, so you’re minimizing your maximum loss."
A economia não é um jogo de soma-nula, no entanto, recomendo a leitura de "How to outfox someone who's smarter than you"

segunda-feira, janeiro 01, 2018

VUCA rules!

A propósito da primeira compra do ano, acerca do último livro de Nassim Taleb:
"The problem, says Taleb, is that in modern times we have become increasingly preoccupied with prediction, and blind to the value of antifragility. As a result, iatrogenic damage (harm caused by well-meaning interventions) has become ubiquitous. ...
Taleb describes himself as a skeptical empiricist and a disciple of Seneca, the Stoic philosopher. We tend to think of the Stoics as being able to withstand life’s vicissitudes, but Taleb says they are always looking for situational asymmetries. This quest is the essence of an antifragile strategy: to identify and exploit options in which you can bet against the fragilistas with little to lose and much to gain."
Este trecho acerca da minha segunda compra do ano:
"vivid account of what happens when superbly trained and highly resourced teams that operate as part of a bureaucratic structure confront a decentralized and fluid network of underprepared and barely resourced competitors that are nonetheless fiercely aligned around a persuasive common narrative. And it offers a rich template for effective action. In the process, One Mission demonstrates precisely why 20th-century managerial innovations such as management by objectives and vertically cascading strategic alignment are doomed in an environment characterized by complexity, unpredictability, and speed." 

sexta-feira, dezembro 22, 2017

I see BS vendors everywhere


Hoje no Twitter, Nassim Taleb recorda uma grande verdade:


Claro que quem está de fora não percebe o que são isto de "scars"

Há dias, sublinhei este título "“For an Entrepreneur, Every Day Is a Crisis”"

Agora reparem no discurso de um BS vendor [o deputado do BE, José Soeiro] neste texto "Recibos verdes: quem paga mais e menos? Veja as simulações":
"Para simplificar, num primeiro passo tomemos o exemplo de um rendimento constante de prestação de serviços de um trabalhador"
Rendimento constante?! Piada feita!!!


sexta-feira, dezembro 08, 2017

Portugal competitivo (parte III)

Parte I e parte II.

Se nos deixarmos de tretas e facilitismos, se arrepiarmos caminho do fragilismo... fazemos milagres:
"O rótulo “Made in Portugal” é sinónimo de procura e de negócio
...
Na feira de decoração de interiores e design, no parque de exposições de Paris-Nord Villepinte, há mais de 70 marcas lusas,
...
“Não só aqui, como na feira de Nova Iorque, andam à procura dos produtos portugueses por terem qualidade e também a questão da matéria-prima. Nota-se uma crescente procura de produtos portugueses
...
Acho que o design português agora reinventou-se. O produto português tem-se notado que tem mais qualidade e o 'made in Portugal' tem mais relevo”
...
Na única fábrica de lápis de Portugal, a origem do fabrico é fator de prestígio e a estratégia de internacionalização passa por exportar os próprios produtos históricos, os produtos concebidos pela sub-marca Art Graph e os produtos personalizados por encomenda.
.
“Nós produzimos material personalizado para alguns dos mais importantes museus do mundo e as pessoas que os comercializam dizem que isto é produzido em Portugal na Viarco. Significa que aquela carga de levar Portugal às costas (...) deixou de ser um problema e passou efetivamente a fazer parte da nossa estratégia fundamental e da criação da nossa própria identidade”"
Recordar 2015 e 2014.

segunda-feira, novembro 20, 2017

Unintended consequences - para reflexão


"When Professor Bar-Yam revealed some of the findings from his research we were mind blown. He said that, today almost 50% of the US corn crop is used to produce ethanol, the substance that comprises 10% of gasoline. Evidence from his research found that policy in the US energy and environmental discussions lead to this shift in the use of biofuels for ethanol, but soon unintended consequences would arise from this policy change. Bar-Yam explained that corn is such an integral part of how we produce food, because it provides feed for animals to make meat products and dairy products and it is used in the production of sugar, among other uses, so for such a large portion of this crop to be reallocated for the production of ethanol, was very disruptive. In fact, it was disruptive on a global scale.
...
Professor Bar-Yam made the profound connection to events like the Arab Spring and the breakdown of order in several countries, including Syria, from food prices, a dramatic case of unintended consequences. He explained that civil unrest, revolutions, and refugees are all events which resulted from many civilians being unable to feed their families and feeling frustrated with unsympathetic governments. Bar-Yam stated, “we are watching this global cascade that goes from economic factors to food to riots and revolutions to refugees cascading around the world”."
Trechos retirados de "Understanding Unintended Consequences with Yaneer Bar-Yam"