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quinta-feira, dezembro 07, 2023

Acerca da evolução de Portugal e da Roménia


A evolução da produtividade de Portugal e Roménia (fonte)

Com base nesta ferramenta, "Atlas of Economic Complexity", a evolução do perfil das exportações de Portugal e Roménia entre 1999 e 2021:

Impressionante!


quinta-feira, junho 30, 2016

Colhe-se o que se semeia

Hoje, dia em que se pode ler "Morreu Alvin Toffler, autor de Choque do Futuro", autor que me ensinou a perspectivar o futuro, faz todo o sentido recordar o que escrevemos aqui em Fevereiro de 2011, "Não é impunemente que se diz mal" e o slide que passei:
E comparar com a situação actual "Fábrica têxtil da Europa tem falta de engenheiros":
"A indústria têxtil nacional conseguiu dar a volta à crise de uma forma extraordinária, mas ainda não se livrou da má fama. Resultado: continua com “fome” de engenheiros.
Todas as semanas chegam pedidos de CV [curriculum vitae] de recém-mestres e licenciados em Engenharia Têxtil aos serviços da Universidade do Minho. A indústria precisa de sangue novo, e a oferta não chega para a procura."

terça-feira, outubro 18, 2011

Subir na escala de valor

Manzano é um velha conhecida deste blogue.
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No livro "Big Strategies for Small Business Exceptional Projects in Europe" editado por Hans-Joachim Gögl e Clemens Schedler encontrei mais informações.
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Manzano é uma região de Itália onde há muitas décadas se fabricam cadeiras de madeira. Cadeiras sem marca distribuídas por empresas exteriores.
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Com a abertura da China e da Europa de Leste o fabrico de cadeiras foi duramente atingido.
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Numa região muito individualista, alguns empresários, num movimento bottom-up, criaram uma organização, a Promosedia, para promover o futuro da produção de cadeiras.
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Eis uma lista das actividades que a Promosedia está a levar a cabo para ajudar a transformar produtores em    fazedores de marcas:
  • "Manages and organizes the annual exhibition Salone internazionale della sedia in Udine, Friuli.
  • Hosts Caiazza Memorial Challenge, an international design competition that selects the top three works by young designers under 40 and recognizes outstanding student designs.
  • Sponsors the “TopTen Award” for the best technologically and formally innovative design products.
  • Publishes the semiannual newsletter Chairs.
  • Organizes periodical information events on design, technology, environmental protection, etc.
  • Organizes group presentations at other international trade fairs: in recent years, for example, in Moscow and Dubai.
  • Marchio collettivo di qualità: development of a label that will ensure quality for the consumer by standardizing categories for chairs from Manzano (similar to the DOC for wine)."
O esforço para criar uma onda em torno do design, da diferenciação, da distinção... o esforço para chegar a novos clientes.
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A leitura do capítulo dedicado a Manzano é interessante porque parece que estamos a ler conversas com empresários portugueses da velha guarda:
  • nos anos 60 do século passado - "“We couldn’t keep up with the demand for chairs. We didn’t have the production capacity. That was the problem – back then . . .”
  • a oferta era menor do que a procura - "“Up until then, if people wanted to buy a chair, they came to us." As fábricas italianas produziam e os grandes distribuidores alemães vinham, compravam, aplicavam a etiqueta made in Germany e vendiam por 3 vezes mais caro com a sua própria marca.
  • a boleia da moeda fraca - "But with the new millennium the period of unbridled growth once again came to an abrupt end. On the one hand, Italy and with it the Friulian chair manufacturers were hit especially hard by the introduction of the euro. “Up until then,” explains Mansutti, “the Italians had a significant competitive edge over the other European countries: the weak lira. We definitely profited from this, especially on the German market. Every two or three years we would have another welcome currency devaluation of 20 percent.” 
  • a chegada da China et al. - "At about the same time, the Chinese and Indonesian cheap producers launched an offensive on the furniture market. They produce their products dirt cheap and they’re not just making white plastic chairs anymore either. “They’ve got a lot of nerve, too,” one businessman tells us. “At the exhibition in Udine their advertising pitch claims they can produce any chair the customer wants. One of them even had a copy of my catalogue at his stand. A customer had apparently asked for an estimate on a model from my product line.”
  • a abertura da Europa de Leste - "EU enlargement has brought cheap-labor countries like the Czech Republic, Hungary, Poland into the union."
Depois, o choque com a dura realidade e o esforço de "effectuation" para criar um futuro desejado diferente.
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Aprecio sobretudo o esforço bottom-up!

quinta-feira, setembro 22, 2011

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte VI)

Na parte I escrevi:
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"de 10 Agosto para cá mudei de opinião "e apesar de ter escrito aqui que estava apreensivo quanto às exportações no 2º semestre "O mais certo é que tudo isto se desmorone quando a recessão voltar ao mercado de destino das exportações." começo a desconfiar que a recessão na Europa pode ter um lado positivo para as PMEs portuguesas porque os importadores europeus vão preferir comprar menos e perto, do que contentores cheios pagos à cabeça com meses de antecedência na Ásia. Vamos ver o que vai dar.""
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Acabo de ler "Encomendas à indústria portuguesa registam segunda maior subida da Zona Euro":
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"Portugal destaca-se pela positiva neste relatório do Eurostat, mostrando que as exportações nacionais continuam a aumentar a bom ritmo.
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Em Julho as encomendas à indústria portuguesa aumentaram 19,6%, o que representa o segundo maior registo entre os 17 países da Zona Euro. Na Estónia as encomendas subiram 24,5% e tendo em conta todos os países da União Europeia, também a Lituânia (24,4%) consegui uma subida mais acentuada que a verificada em Portugal. O crescimento homólogo verificado em Julho em Portugal representa uma forte aceleração face ao verificado em Junho, quando as encomendas à indústria portuguesa aumentaram 9,9%."
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E isto apesar do Estado sorvedouro socialista ... como seria se não tivéssemos que pagar os desvarios da orgia cainesiana dos últimos 30 anos... conseguem imaginar?!!!
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Precisamos mesmo da TSU para exportar, está-se mesmo a ver

quinta-feira, maio 26, 2011

Não combaterás o adversário no terreno que lhe dá vantagem!

Como é que uma PME pode competir de igual para igual com as multinacionais?
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Não pode!
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Nem lhe interessa!
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Não combaterás o adversário no terreno que lhe dá vantagem!
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""a rapidez de resposta da empresa"- que trabalha 24 horas por dia, com paragem apenas ao fim-de-semana- é um dos segredos para a sua afirmação num negócio dominado por grandes multinacionais. O gestor destaca também a flexibilidade de resposta em relação às necessidades dos clientes, não só no fornecimento de colas para necessidades específicas, como também na disponibilização dos laboratórios da empresa, onde trabalham em permanência cinco pessoas, para desenvolver e testar novos produtos ou aplicações."
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As multinacionais têm gente inteligente mas gente que tem de prestar contas no mercado bolsista. A bolsa tirana quer ver crescimento e crescimento rápido! Por isso, estas empresas apostam cada vez mais nos produtos massificados. "Blockbusters" suportados por patentes. ou por estruturas de custos super-eficientes que ganham no combate do preço mais baixo.
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Essas empresas não têm grande latitude para pequenos, em dimensão, trabalhos ou clientes. Não têm autonomia para uma relação que assente na flexibilidade ou inovação à medida.
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Como é que uma PME pode competir de igual para igual com as multinacionais?
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Fazendo opções:
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"a empresa especializou-se na produção de..."
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"diversificar mercados fora da Europa comunitária..."
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"aposta no segmento das colas para produtos de higiene pessoal,..."
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Não sei se estas opções são boas ou más, não conheço o sector nem a paisagem competitiva mas, para o que é importante neste postal, o fundamental é sublinhar a necessidade de fazer opções, de fazer escolhas.
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Por fim, algo que me agrada pessoalmente:
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"o crescimento da empresa, designadamente o investimento de cerca de três milhões de euros, na década de 90, tem sido, em grande parte, suportado por capitais próprios."
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Trechos retirados de "Colquímica aposta em colas para produtos de higiene para conquistar novos mercados"

segunda-feira, maio 23, 2011

Dicas para iniciar a exportação

Simples, directos e, em minha opinião, muito importantes conselhos para quem quer começar exportar "Five Tips for Getting Started in Exporting".
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"1. Get connected. To find buyers overseas, it helps to have a contact in the country you're targeting.
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2. Put yourself out there. To find contacts, you may need to travel. Barlett recommends attending trade shows where foreign buyers and distributors might be in attendance. (Moi ici: Mas cuidado com as feiras em que se participa, vão lá os clientes-alvo? Por exemplo, algumas empresas de calçado deixaram de frequentar feiras de calçado! Já não se revêem como empresas de calçado! Frequentam feiras de moda! São empresas de moda!)
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3. Advertise. Whether it's through trade magazines that have an international reach or online advertising -- it's important to spread the word about your company," (Moi ici: Mas cuidado com os marketeiros com que trabalha, há que recordar os avisos do Aranha)

quinta-feira, maio 19, 2011

Brasil surpreende-me

O Brasil quer refrear o consumo!
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O Brasil quer que o investimento aumente!
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"Puzzled by Brazil’s apparently ad-hoc approach to economic management? Somewhat confused by how president Dilma Rousseff’s government one week says it wants to bring inflation down by cooling the economy and letting the exchange rate rise, and then the next says it wants to maintain high investment while also getting the exchange rate down?

Well, worry no more about these seemingly mutually-exclusive goals. “Moderation” is the single word that best describes current economic policy, at least if you listen to Luciano Coutinho, the polished president of Brazil’s state development bank, the BNDES. “We [in the government] need to moderate demand, but we don’t want to moderate investment,” as he told journalists in London. “There has to be a balance; there are trade-offs”."
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Mas se o Brasil quer refrear o consumo quem vai consumir os bens que o investimento há-de colocar no mercado?
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A exportação?
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Mas como é que as empresas brasileiras, protegidas das importações com taxas alfandegárias de 40 e 60%, podem aprender a exportar bens de consumo?
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Competindo com a China?
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Recorte retirado de "Brazil’s nip, tuck economic management"
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Um dia, como cá, vão dizer que a culpa é das medidas neoliberais!!! Go figure!!!

quarta-feira, maio 18, 2011

Pérolas

Na passada semana, a convite do Nuno, tive oportunidade de visitar duas empresas, duas pérolas preciosas, que em plena Terra Fria Transmontana dedicam parte significativa da sua produção para exportação.
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Quem podia acreditar que uma pequena empresa algures numa freguesia desconhecida pudesse enviar todas as semanas um semi-trailer de produção para França e um contentor de produção para Angola. Faz ver a muito boa gente.
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- Mas como é que começaram a servir o mercado francês? - perguntei eu.
- Começou por uma brincadeira. Um vizinho emigrado em França desafiou-nos a produzir para uma entrega e a partir daí nunca mais paramos.
- É como o ditado chinês: as oportunidades multiplicam-se à medida que são aproveitadas!!!
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A outra empresa, exporta produtos típicos da região e tem um potencial fantástico.
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Dois exemplos, longe do litoral e que mostram como gente anónima não precisa de planos do Estado sobre o que se deve produzir e para quem.
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Mao costumava dizer: Que mil giras-sóis floresçam!
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Que milhares de empreendedores destes continuem o seu trabalho.
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Acham que esta gente tem medo do FMI?

terça-feira, maio 17, 2011

Esta doeu!!!

Ainda esta manhã escrevi "O que falta no relatório".
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E o que escrevi está em linha com o meu esforço missionário neste blogue:

É um esforço titânico contra as forças do status-quo!!!
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Vejam lá se não tenho razão... com os salários chineses a crescerem ao ano a uma taxa com 2 dígitos a solução é... não, não é cortar os salários!!!
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A solução é... subir na escala de valor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Sim, a tal que é só a longo prazo... pois...
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"China: the end of cheap? Not so fast…"
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"China’s export makeup is changing (and has already changed significantly). Shoes, textiles and garments that once made around half of Chinese exports a decade ago, now only account for just over 20 per cent. Instead, electronics, machinery, cars and car parts are taking over"
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O tempo que se perde com discursos e masturbações de gente que não sai de gabinetes nem da academia e não percebe como Mongo pode ser fantástico para todos!!!

segunda-feira, maio 16, 2011

Evolução das exportações

Interessante apreciar a evolução das exportações portuguesas na primeira década do século XXI. Aqui pode-se ver o pormenor de cada quadrado.
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E comparando as exportações de Portugal vs Espanha em 2009:
O perfil de Portugal parece-me mais colorido, com mais variedade que o de Espanha

terça-feira, maio 10, 2011

Já tenho dado para este peditório ao longo dos anos neste blogue

A propósito deste filme "Paquistão ameaça têxteis nacionais" até parece que com esta evolução do custo da mão-de-obra ao longo dos anos:
o sucesso actual da indústria têxtil portuguesa assenta em competição pelo preço...
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O futuro é o preço ou o valor?
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Os mesmos que elegem os paquistaneses como os novos chineses são os mesmos que há um ano defendiam que quem não conseguisse aguentar um novo salário mínimo nacional devia fechar. Go figure!
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"Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!"
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A somar a isto o ignorante Fausto Coutinho que comenta economia na Antena 1 veio afirmar que os têxteis paquistaneses que afectam a indústria portuguesa são os têxteis-lar ... pois
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É que basta ter memória:
  • "Têxteis do lar portugueses apostam nos “produtos topo de gama” na China" ("“O negócio, na China, não é a quantidade. Isso é para a China, Índia, Paquistão ou Bangladesh. Só nos podemos impor através da diferenciação técnica, da qualidade e do design”, disse Sofia Botelho, representante da Associação Selectiva Moda na Feira Internacional de Têxteis do Lar que decorreu esta semana em Xangai.
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    “Já temos alguns casos de sucesso na China, e também estamos a vender relativamente bem para a Coreia do Sul, mas com colecções caras e dirigidas a nichos de mercado”, acrescentou.")
  • "Não basta produzir - é preciso criar valor"
  • Numa indústria que conseguiu aumentar o preço a que exporta as T-shirts em cerca de 42% acham que é o preço que conta?

Algo me diz que os economistas andam perdidos e a brincar à política

"Em Março de 2011, as novas encomendas recebidas, pelas empresas industriais, com origem no mercado externo aumentaram 30,5% em termos homólogos (33,8% no mês anterior).
O índice do agrupamento de Bens Intermédios apresentou uma desaceleração, tendo apresentado um aumento de 21,2% em Março, após ter registado uma variação de 32,9% no mês precedente. Este agrupamento contribuiu com 10,1 p.p. para a variação do índice no mercado externo. No entanto, foi o agrupamento de Bens de Investimento que deu o maior contributo para a variação do índice agregado (16,8 p.p.), resultante de um aumento de 55,6% em termos homólogos (55,0% no mês anterior). O valor das novas encomendas do agrupamento de Bens de Consumo aumentou 16,1%, taxa superior em 9,0 p.p. à observada em Fevereiro."
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Como é que Vítor Bento explica este desempenho?
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Os macro-economistas continuam agarrados ao preço. As empresas, sobretudo as PMEs, sem catedráticos a geri-las, fuçaram até descobrir na prática a solução: criar valor!!!
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Trecho retirado de "Índice de Novas Encomendas na Indústria - Março de 2011" do INE.
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PS: Por que põem Faustos Coutinhos na Antena 1 a comentar economia? Começa a comentar os têxteis e o Paquistão dizendo asneiras, para acabar a usar o exemplo alemão para contradizer o que começou a dizer.

segunda-feira, maio 09, 2011

Lc 3, 4 *

Esta foi a frase, escrita numa lousa, que me recebeu no meu primeiro dia de catequese.
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Lembro-me de a ler pois já andava na segunda classe quando comecei a ir à catequese.
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Foi dela que me lembrei quando li isto:
Que pode a opinião de um reles e anónimo consultor contra as teorias económicas que dominam o mainstream?
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Que importa que esse reles e anónimo consultor passe os dias a ver exemplos de empresas que exportam e exportam sem problemas de competitividade pelo preço?
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Que importa que as estatísticas demonstrem que as PMEs já não competem pelo preço para terem sucesso nas exportações.
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Tenho de reforçar o meu esforço missionário em prol da vinda de Mongo.
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* "Esta é a voz daquele que brada no deserto!"

sexta-feira, maio 06, 2011

Até nos States - modelos mentais a estilhaçarem-se

Até nos EUA, tão dominados pelo "short-termism", se está a assistir a um certo renascimento do chão de fábrica face à China:
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"Why US manufacturing can take on China"
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"US manufacturing takes on China"
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"Made in the USA, Again: Manufacturing Is Expected to Return to America as China’s Rising Labor Costs Erase Most Savings from Offshoring":
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"“All over China, wages are climbing at 15 to 20 percent a year because of the supply-and-demand imbalance for skilled labor,” said Harold L. Sirkin, a BCG senior partner. “We expect net labor costs for manufacturing in China and the U.S. to converge by around 2015. (Moi ici: Como os salários portugueses são inferiores aos americanos... tanta gente que devia andar a estudar como aproveitar esta oportunidade e que anda entretida a fazer política) As a result of the changing economics, you’re going to see a lot more products ‘Made in the USA’ in the next five years.”"
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"After adjustments are made to account for American workers’ relatively higher productivity, wage rates in Chinese cities such as Shanghai and Tianjin are expected to be about only 30 percent cheaper than rates in low-cost U.S. states. And since wage rates account for 20 to 30 percent of a product’s total cost, manufacturing in China will be only 10 to 15 percent cheaper than in the U.S.—even before inventory and shipping costs are considered. After those costs are factored in, the total cost advantage will drop to single digits or be erased entirely, Sirkin said.

Products that require less labor and are churned out in modest volumes, such as household appliances and construction equipment, are most likely to shift to U.S. production. Goods that are labor-intensive and produced in high volumes, such as textiles, apparel, and TVs, will likely continue to be made overseas." (Moi ici: O nosso conselho de sempre)
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Claro, os macro-economistas são os últimos a saber. Aqui ver os 3 primeiros postais.

Competitividade uma ova!

Será que quem é funcionário público, ou quem é funcionário de uma loja, ou trabalha para uma empresa que vive do mercado nacional percebe que além da conversa do défice e da crise há um outro Portugal que os suporta?
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"As vendas na indústria com destino ao mercado externo aumentaram, em Março de 2011, 13,1% em
termos homólogos.
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Os agrupamentos de Bens Intermédios e de Bens de Investimento registaram variações de 23,0% e de
23,6%, respectivamente, tendo contribuído com 9,0 p.p. e 4,9 p.p. para a variação do índice agregado deste mercado.
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Em Março de 2011, a secção das Indústrias Transformadoras registou um aumento de 12,2% em termos homólogos.
O volume de negócios da indústria com destino ao mercado externo apresentou, em Março de 2011, uma variação mensal de 13,9%.
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A variação média dos últimos 12 meses fixou-se em 16,5%."
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Sim pois, depois, os teóricos vêm dizer que não somos competitivos... somos competitivos sim senhor, temos é muitos cucos a viver sobre as costas de uma minoria.
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Trecho retirado de "Índice de Volume de Negócios da Indústria desacelera.Emprego diminui. - Março de 2011"

terça-feira, maio 03, 2011

Uma capa que foge ao alinhamento geral, parabéns.

Ontem saí no apeadeiro de General Torres, como é costume quando há tempo e bom tempo, e desci a avenida para entrar a pé no Porto através da Ponte D. Luís.
Logo no primeiro escaparate encontro um jornal que eu não conhecia e com uma capa estranha neste país... uma capa optimista em tempos de FMI.
 ""Depois de um ano 2009 penoso para a indústria nortenha, com as exportações a caírem quase 15 por cento no quarto trimestre, as contas das empresas começaram a recuperar. No final do ano passado, a variação homóloga na Região foi já positiva em 14,5%, evidenciando que as empresas estão a reagir às adversidades e novamente na rota dos bons resultados."
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Várias páginas dedicadas às exportações na zona Norte conjugando números e uma narrativa confiante... pensava que isso só existia neste blogue ;-)
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Interessante esta tabela:

segunda-feira, maio 02, 2011

Novamente: By-pass ao país

Pessoalmente chamo-lhe "by-pass ao país". Na Solidal usam um português mais rebuscado:
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""Temos de ser independentes da péssima situação em que o país está", comenta Pedro Lima, presidente da Solidal, empresa subsidiária do grupo Quintas & Quintas.
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"A contínua redução da exposição ao mercado interno é uma prioridade.
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Tentar receber mais rápido dos clientes, e pagar mais rápido pelos contratos de fornecimento, adoptar medidas de gestão que nos permitam crescer e continuar a reduzir a exposição a Portugal", enumera o gestor, mostrando acreditar que a empresa reúne todas as condições para crescer, apesar do ambiente adverso no país."
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A leitura do artigo "Solidal aposta forte no estrangeiro para poder continuar a crescer" deixa-me cheio de curiosidade, como estará a ser feito?
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"A empresa tem vindo a aumentar paulatinamente o seu volume de negócios - em 2009 foi de 68,5 milhões de euros, em 2010 registou um volume na ordem dos 80,7 milhões, e já não tem dúvidas que vai precisar de três dígitos para inscrever a facturação deste ano de 2011, com as estimativas a fixarem-se, para já, nos 108 milhões de euros, mas onde, com apenas três meses passados, já há um desvio positivo de três milhões de euros."
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Como estarão a evoluir as margens?
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"porque o mercado ainda está a viver uma apertada guerra de preços, "e em que as empresas têm de trabalhar com margens muito reduzidas".

A situação de preços deprimidos instalou-se ao longo de 2010, e foi-se desenrolando sobretudo no mercado espanhol, onde se registou uma quebra de procura superior a 60 por cento, e que acabou por contaminar um pouco o que se passava em Portugal e o que se passava em França."
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Espero que não se estejam a esquecer que "Volume is vanity, profit is sanity".

quinta-feira, abril 28, 2011

Não foi o euro foi a China

Basta olhar para esta tabela e ver a evolução chinesa e indiana para, em minha opinião, perceber que o nosso problema não foi a adesão ao euro, foi a abertura chinesa e indiana ao comércio internacional.
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A propósito de "Crise é reflexo da falta de crescimento de há 30 anos":

"Depois do período entre 1986 e 1992, em que com a entrada na CEE "Portugal conseguiu inverter alguns aspectos negativos e ter acesso a um mercado enorme", a entrada do euro na economia portuguesa "dificultou as exportações".
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Segundo Luciano Amaral, até 1990 "foi possível aumentar a competitividade através da desvalorização da moeda", referiu, considerando que esta medida "hoje já não é possível"" 

sábado, abril 23, 2011

Outro subsídio

Ainda ontem foi este, hoje mais um novo!!!
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Será que isto significa o acelerar da mudança?
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"Third day of Shanghai strike threatens China exports"
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Para quem importa da China, para quem exporta para a China, para quem compete com a China... o que é que isto pode significar?
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E já aprenderam a fazer batota?
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Basta procurar o marcador lá em baixo para começar a equacionar como se pode aproveitar.
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BTW, e isto não ajuda a estilhaçar modelos mentais obsoletos?
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As simplificações são más conselheiras... com que então são escravos.... os que pensam que os chineses são escravos nem imaginam que a ganga dos jeans que vestem foi produzida por um chinês que ganha pelo menos 520 euros por mês... do you get it?

sexta-feira, abril 22, 2011

Mais um subsídio

Mais um subsídio para ajudar a estilhaçar modelos mentais obsoletos:
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"Relatively large pressure for yuan gains has affected companies’ export orders, the Ministry of Commerce said on its website today. The country’s import growth may be faster than export growth this year, the ministry said. The world’s second- biggest economy had a $1.02 billion trade deficit in the first three months of this year, the first quarterly shortfall in seven years.
Consumer prices rose 5.4 percent in March from a year earlier, exceeding the government’s 2011 target of 4 percent, according to data released last week."
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Conseguem imaginar as consequências deste dominó número 1? Para quem compra na China e para quem não é competitivo com a China nos custos?
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E para quem quer exportar para a China?
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Se os nossos media não estivessem tão tomados pelos não-transaccionáveis... era só espalhar esperança realista e fundamentada em coisas concretas, e não em alucinações cor-de-rosa de Sócrates ou do oásis de Braga de Macedo.