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segunda-feira, dezembro 04, 2023

"todos tratados como Figos"

Ao longo dos anos tenho referido esta previsão no blogue. Demografia, e o reshoring estão dar um poder negocial cada vez mais forte aos trabalhadores. Por exemplo:

"Escrevi aqui algures que um dia seríamos (os nossos descendentes) todos tratados como Figos."

"ALMOST EVERYONE agreed that the mid-2010s were a terrible time to be a worker. David Graeber, an anthropologist at the London School of Economics, coined the term "bullshit jobs" to describe purposeless work, which he argued was widespread. With the recovery from the global financial crisis of 2007-09 taking time, some 7% of the labour force in the OECD club of mostly rich countries lacked work. Wage growth was weak and income inequality seemed to be rising inexorably.

How things change. In the rich world, workers now face a golden age. As societies age, labour is becoming scarcer and better rewarded, especially manual work that is hard to replace with technology. Governments are spending big and running economies hot, supporting demands for higher wages, and are likely to continue to do so. Artificial intelligence (Al) is giving workers, particularly less skilled ones, a productivity boost, which could lead to higher wages, too. Some of these trends will reinforce the others: where labour is scarce, for instance, the use of tech is more likely to increase pay. The result will be a transformation in how labour markets work.

...

To understand why, return to the gloom. When it was at its peak in 2015, so was China's working-age population, then at 998m people. Western firms could use the threat of relocation, or pressure from Chinese competitors, to force down wages. David Autor of the Massachusetts Institute of Technology (MIT) and colleagues estimate that this depressed American pay between 2000 and 2007, with a larger hit for those on lower wages. Populist politicians, not least Donald Trump, took advantage, vowing to end China's job "theft"

...

The approach is already bearing fruit for workers. In a recent paper, Mr Autor and colleagues demonstrate that tight American labour markets are leading to fast wage growth, [Moi ici: Por isso, é que o patronato é tão amigo da imigração, mão de obra barata] as workers switch jobs for better pay, and that poorer employees are benefiting most of all (see chart 3). The researchers reckon that, since 2020, some two-fifths of the rise in wage inequality over the past four decades has been undone.

A similar trend is probably playing out across the rich world. Germany's employment agency keeps a tally of jobs that are facing severe worker shortages. So far this year it has added 48 professions to the 152-strong list. Most require technical, rather than academic, education, with shortages most pressing in construction and health care. Japan offers time-limited visas for workers in a dozen fields, including the making of machine parts and shipbuilding, and the country's wages are rising faster than at any point in the past three decades. The wage premium that accrues to those with a university education is already shrinking; it may now fall faster."

Recordar:

Trechos retirados da revista The Economist de hoje, "Welcome to a golden age for workers"

domingo, janeiro 29, 2023

Aprender com os outros o que vamos viver

Aprender com os outros o que vamos viver:

Imaginem as implicações de:

"No Japão, as casas são como carros.

Assim que você se muda, a sua nova casa começa a valer menos do que você pagou. E, quando você termina de pagar seu financiamento, depois de 40 anos, ela não vale quase nada."

terça-feira, dezembro 20, 2022

34%

É deixar o significado e as implicações deste número, 34%, afundarem lentamente...

"Em 2021, 20% da população residente com 15 e mais anos tinha um curso superior, percentagem que subia para 34 % nos emigrantes." 

Trecho retirado de "Portugal vive crise demográfica, só atenuada pelos imigrantes

terça-feira, dezembro 13, 2022

Mais uma rotunda

"Os portugueses com habilitações superiores que emigram chegam a ganhar três vezes mais nos países que os acolhem do que em Portugal. Conseguem empregos estáveis e progressão profissional, e os que partiram a pensar no regresso, dizem, agora, que a saída é permanente. São os novos emigrantes e estas conclusões estão no estudo Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa.

"Faz-se um investimento naformação dos jovens, que depois não têm o devido reconhecimento na sociedade portuguesa e acabam por emigrar. Não há o devido retorno para o desenvolvimento do país", lamenta João Teixeira Lopes, um dos autores do estudo. Esclarece:"Do ponto de vista do individuo é perfeitamente racional, mas não do país. Estamos a perder a geração mais qualificada, é um absurdo.""

Faz-me lembrar o discurso de alguns empresários que dizem que não dão formação aos seus trabalhadores porque se o fizerem a concorrência vem buscá-los. 

Este é mais um exemplo daquilo a que Joaquim Aguiar chama de rotunda. Volta e meia levanta-se o tema, faz-se algum alarido, mas nada muda. apenas se acentua o ciclo vicioso.

Trecho retirado de "Investe-se na formação e não há retorno. Estamos perder a geração mais qualificada" publicado no DN de ontem.

quarta-feira, novembro 30, 2022

Falta de mão de obra

 Não admira que as pessoas de rendimentos mais baixos votem Trump. Ele "fechou" a emigração, algo que Biden não reverteu.

A economia cresce e não há mão de obra barata vinda da América Central. Assim, aumentou, pela primeira vez em muitos anos o poder de compra das pessoas na base da pirâmide de rendimentos.

E as consequências continuam a desenrolar-se:

"The tight labor market is prompting more employers to eliminate one of the biggest requirements for many higherpaying jobs: the need for a college degree.

Companies such as Alphabet Inc.'s Google, Delta Air Lines Inc. and International Business Machines Corp. have reduced educational requirements for certain positions and shifted hiring to focus more on skills and experience. Maryland this year cut college-degree requirements for many state jobs-leading to a surge in hiring-and incoming Pennsylvania Gov. Josh Shapiro campaigned on a similar initiative.

U.S. job postings requiring at least a bachelor's degree were 41% in November, down from 46% at the start of 2019 ahead of the Covid-19 pandemic, according to an analysis by the Burning Glass Institute, a think tank that studies the future of work."

Trecho retirado de "Employers Rethink Need for College Degrees in Tight Labor Market"

sexta-feira, julho 08, 2022

A escolha com os pés

 


"With the world’s consumption-led economies taking responsibility for more and more of their own production and becoming more and more insular, there simply won’t be many economic opportunities for working-age adults living in export-led systems, much less postgrowth systems. Even if such weakening countries survive, their workers will have a choice between steadily higher tax rates to support their aging populations, or leaving. Expect a lot of the world’s remaining labor—especially its high-skilled labor—to soon be knocking on America’s door."
Relacionar com o que por cá já acontece, "FMI quer mexidas no sistema de pensões e Governo concorda".

Trecho retirado de "The End of the World is Just the Beginning" de Peter Zeihan.

Imagem retirada de "Ide, ide"

 

sexta-feira, março 11, 2022

A cristalização

Há semanas escrevemos uns postais sobre a falta de pessoas para trabalhar em Portugal:

"More than half of Americans surveyed who quit their jobs amid the “Great Resignation” of 2021 are now earning more money and have a better work life balance"

O regime de arrendamento faz do sector da habitação um motor para a cristalização das pessoas em Portugal.

sexta-feira, fevereiro 18, 2022

Seremos todos Odemira

Há dia publiquei este postal "Algumas questões" sobre a falta de trabalhadores para trabalhar na indústria automóvel em Castelo Branco (interior profundo, vítima de hemorragia demográfica e envelhecimento)

Ontem, no Jornal de Notícias, "Viana do Castelo desespera por centenas de trabalhadores"

"A empresa do setor automóvel BorgWarner dá emprego a 1200 pessoas de nove nacionalidades" nas suas duas unidades em Viana e tem vagas em aberto. "Pretendemos crescer com mais 200 postos de trabalho este ano. Temos conseguido encontrar talentos, mas começamos a notar alguma dificuldade [de recrutamento] nos perfis técnicos, como manutenção, automação, robótica e programação", adiantou Ana Silva, diretora de recursos humanos da Borg Warner
...
as dificuldades de recrutamento crescentes em setores como construção civil, indústria automóvel, hotelaria, carpintaria e metalomecânica. E que já levaram até à perda de novos potenciais investimentos."

Ando eu a escrever o quão importante é o investimento directo estrangeiro em Portugal, para subir na escala de valor, por exemplo, Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas. E começo a recear que mesmo que se arranje esse investimento já não há gente para trabalhar nele.

A armadilha de que falava Nogueira Leite, A armadilha, ainda é mais funda do que parece à primeira vista.

Nesta cena da demografia caminhamos a passos largos para uma disrupção violenta.

terça-feira, fevereiro 15, 2022

Algumas questões...

Este artigo, "Empresa muda linhas de produção para a Turquia por falta de mão de obra", publicado no Jornal de Notícias de ontem deixou-me algumas questões:

"A falta de trabalhadores é a razão invocada pela APTIV, multinacional alemã que produz cablagem para a indústria automóvel, em Castelo Branco, para a deslocalização de duas linhas de produção para outra unidade do grupo na Turquia até junho. As duas linhas de produção fabricam cablagem (cabos elétricos para veiculos) para os motores a combustão da Maserati e da Ferrari. Esta supressão coloca um ponto final a uma longa ligação que tinha condições para crescer na APTIV, não fosse a dificuldade de contratar.

...

"A fábrica de Castelo Branco recebeu o projeto para testagens que muitas empresas pelo Mundo ambicionavam fazer quanto aos cabos para os carros elétricos da Maserati e da Ferrari. Fizeram-se ainda protótipos para o jipe Ineos. É uma grande prova de confiança", frisa a fonte.

As pessoas ou não passam na entrevista ou não querem trabahar por turnos ou não se adaptam e vão-se embora", adianta Francisco Matias, representante dos trabalhadores da APTIV e dirigente do Sindicato Nacional da Indústria e Energia. "Fizemos o que estava ao nosso alcance para ajudar as condições de atratividade, conseguindo que os salários se fixassem acima da média da indústria automóvel e que a contratação passasse de seis para 12 meses, o que dá segurança laboral inicial", completa o sindicalista."

Será que a situação ainda é mais grave do que eu pensava?

Será que a desertificação do interior ainda é mais grave do que pensámos?

Se nem a pagar salários acima da média da indústria automóvel ...

Entretanto, ao final da manhã quando contei a notícia a umas colegas consultoras, uma falou-me de uma empresa grande e conceituada do ramo automóvel na zona de Famalicão que já terá contingente de Filipinos, também me falaram de empresa de calçado com contingente de indianos, e também me falaram de uma outra empresa com contingente de paquistaneses, com um marroquino lá pelo meio. Aliás terá sido através do marroquino que a empresa terá descoberto quanto é que realmente a empresa de mão de obra pagava aos trabalhadores.


Somos já Odemira

domingo, outubro 20, 2019

Demografia, emigração e instituções extractivas

No jornal Público, "Portugal será o país mais envelhecido da União Europeia em 2050":
"O Eurostat publicou ontem um relatório que faz soar o alarme. Por este andar, em 2050 nenhum outro país da União Europeia (UE) terá uma população tão envelhecida como Portugal. Um dos maiores desafios é segurá-la no mercado de trabalho.
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De acordo com o Ageing Europe 2019, do serviço de estatística da UE, o envelhecimento da população vai acelerar. Tudo por causa das taxas de fertilidade historicamente baixas, do aumento da esperança média de vida e, nalguns casos, dos padrões migratórios."
Há dias relacionei a busca pessoal pelo aumento da produtividade com a emigração portuguesa:
"Ao pensar nisto dou comigo a considerar a emigração como outro fenómeno em busca de produtividades superiores, para alimentarem níveis de vida muito superiores de forma sustentável.
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Num país socialista com estruturas extractivas tradicionalmente instaladas, é natural que parte importante do VAB seja canalizada não para investimento, mas para servir a dívida das empresas e pagar rendas. Assim, vamos condenando-nos a uma sociedade distributiva com cada vez menos riqueza criada para alimentar níveis de rentismo cada vez maiores."
Entretanto, nos últimos dias tenho apanhado:
"Ou isto muda, ou um dia havemos de ver o João, engenheiro mecânico do ISEP, num semáforo na Roménia a lavar vidros de carros por uma moedinha."[Moi ici: Interessante que tenham escolhido como exemplo a Roménia como comecei por o fazer aqui]
Ontem no semanário Expresso li:
"Mas a falta de médicos não é só cronológica, é ideológica. O salário-base para um especialista é de 2746,24 euros brutos e para os mais novos não paga a falta de vida pessoal. “Esta geração prefere ficar com a família do que ganhar 300 ou 400 euros numa Urgência que depois são consumidos pelas Finanças."





quinta-feira, outubro 03, 2019

Os que fogem da Sildávia


Ao ler o capítulo "Customers, Not Hostages" no livro “Seeing Around Corners” de Rita McGrath:
"customers will tolerate negative features as long as they do not feel they have viable alternatives. Once something comes along that allows them to capture the benefits they seek but eliminates the “tolerable” feature, that attribute becomes a “dissatisfier” and eventually an “enrager.”[Moi ici: Comecei a pensar nos jovens que enquanto estudam e estão em casa dos pais vivem por cá, mas quando agarram um canudo, ou querem começar a trabalhar para ganhar dinheiro, percebem que não são prisioneiros deste estado e "Bazam!" para melhores locais]
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When an inflection point opens up the possibility to escape the negative, customers often depart, transferring their resources and relationship to a more accommodating provider. In other words, customers “escape” the incumbent and start doing business with the new provider.
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When you identify a barrier to achieving a job to be done, you have identified a vital point at which an inflection might change the arena.
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Remember, a useful way to think about potential customers is to consider the jobs they are trying to get done in their own lives and how a shift in constraints can have an effect on how those jobs get done. A powerful source of inspiration with respect to the next inflection point is to consider what gets in the way of customers achieving their goals. This means that paying attention to the situations potential customers are in, what they are trying to achieve, and what outcomes they seek is key."
"Pastores que se escondem no meio do rebanho" encaminham-nos para a Sildávia.

"Em vez de prometer aos eleitores o que eles querem ouvir, em vez de lhes perguntarem o que é que querem, explicar aos eleitores o que é que eles devem querer." (Recomendo isto a partir do minuto 12.20)

sexta-feira, maio 05, 2017

Demografia e emigração - cocktail explosivo

"Em 2016 a economia portuguesa registou um crescimento do produto de 1,4 por cento, face a um valor de 1,6 por cento no ano anterior.
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Em 2016 continuou a observar-se uma diminuição da população residente e da população ativa. Estas reduções mantêm a tendência observa- da desde 2011, ainda que de forma ligeiramente menos pronunciada do que nos anos anteriores. No grupo etário entre 25 e 34 anos, a população residente diminuiu 2,5 por cento em 2016, enquanto a população ativa registou uma queda de 2,7 por cento. As marcadas tendências demográficas existentes na economia portuguesa não são fáceis de reverter e são agravadas pelos fenómenos emigratórios. Embora o envelhecimento da população seja evidente em vários países europeus, esta situação constitui um importante travão ao crescimento da economia portuguesa e coloca acrescida pressão sobre a dinâmica da despesa pública com pensões e saúde."

BTW, reflectir nesta analogia:
"The population figures, which were released last month, illustrate how Puerto Rico’s fiscal and economic crises are likely to worsen. Puerto Ricans are American citizens, and as they leave the island to seek employment or retirement in the U.S., the island faces a shrinking tax base to pay for debts incurred over the past decade.
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The Census Bureau report showed that Puerto Rico’s population fell 1.7% in the year ended June, an acceleration from the 1.6% decline for the year before that. The island’s population has fallen by more than 1.1% for five straight years.
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The population actually fell by near 10% over a decade. Meaning that even if the debt were static then it would have risen by 10% per remaining capita."


Trechos retirados de: Banco de Portugal, Boletim Económico, Maio de 2017

quarta-feira, abril 29, 2015

Curiosidade do dia

Quando se conversa sobre um assunto, para evitar os Baptistas da Silva deste mundo, ou de ser endrominado pela sua argumentação, quase sempre baseada em jogos de palavras, convém estudar os números.
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Há quem defenda que a emigração começou só depois da chegada da troika. Por isso, convém recordar este número: 700 mil emigrantes.
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Em Novembro de 2010, o DN publicou "Emigraram 700 mil portugueses na última década"
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Álvaro Santos Pereira no seu livro "Portugal na Hora da Verdade" publicou estes números:

Verdade seja dita, o título do DN estava errado, para o INE, emigrante é todo o residente que sai do país. Lembram-se dos ucranianos? Muitos dos que foram embora fazem parte daqueles 700 mil.

domingo, fevereiro 16, 2014

Acerca da emigração

Ainda na passada Sexta-feira ouvi na rádio o argumento que o desemprego baixou por causa da emigração que é muito elevada.
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- Qual o último ano com números sobre a emigração?
- 2012.
- Quantos portugueses emigraram?
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- Não sei!
- Não sabe?! Então o INE não publica esses números?
- Sim, publica, mas quem aparece como emigrante não é necessariamente português. O INE define emigrante como: Emigrante - Pessoa (nacional ou estrangeira) que, no período de referência, tendo permanecido no país por um período contínuo de pelo menos um ano, o deixou com a intenção de residir noutro país.
- OK! Leve lá a bicicleta, quantas pessoas emigraram em 2012?
- Segundo o INE, 121 418 pessoas
- E quantas emigraram em 2011?
- Segundo o INE, 100 978 pessoas
- E em 2010?
- Parece que não há números de 2009 e 2010.
- Ah! OK.
- Mas há de anos anteriores.
- Algo a salientar?
- Não, o normal. Em 2008 emigraram 101595...
- Está bem, está bem, não vale a pena recuar mais.
- Em 2007 emigraram 108 388 pessoas.
- Já lhe disse, já chega...
- Outro Miró?


BTW, porque é que durante a década anterior, período em que emigraram mais de 700 000 pessoas, ninguém, a não ser Álvaro Santos Pereira, falou do assunto?

segunda-feira, dezembro 23, 2013

No país das colheres de sopa

"Vamos todos emigrar para o país sem estado. Fica ao lado do país da concorrência perfeita." Propunha o nosso Mário Cortes em Março passado.
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Depois de 7% da população portuguesa, 700 mil pessoas, ter emigrado silenciosamente entre 1998 e 2008 (mais de 100 mil só em 2008), continua o fenómeno "Entre 100 a 120 mil portugueses emigraram este ano".
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As pessoas não precisam de emigrar para um país sem Estado, basta-lhes um com menos Estado que este, ou um onde possam ganhar a vida.
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No país das colheres de sopa, "Retroescavadora", um país onde tanta gente julga que o dinheiro que as empresas ganham é automaticamente dos patrões, como se não houvesse uma rastreabilidade fiscal, é natural que o tipo de emprego que se cria seja este:
Precioso para toda a comunidade. Contudo, acabando os empregos no Estado, não há procura suficiente para as fornadas de universitários por um lado. Por outro lado, para os empregos do salário mínimo, continua a sentir-se o efeito da Ásia (toda uma década quase sempre a diminuir).

sábado, novembro 09, 2013

Acerca da emigração qualificada

Português, filho de emigrantes, nascido, criado e educado na Alemanha.
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Gestor de produto na Adidas na Alemanha.
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Regressa a Portugal para tomar conta da empresa do pai, que entretanto tinha regressado e constituído a empresa.
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Fala em estratégia, fala em clientes-alvo, quer entrar no mercado alemão, quer ter melhores margens do que as consegue a produzir para o mercado nacional, francês e suíço.

sábado, dezembro 29, 2012

Até o derradeiro "lock-in" pode ser torneado

O milhão de portugueses que deixou o país na última década é um sinal de que o "lock-in" mais poderoso pode ser torneado.
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A propósito desta reflexão de Seth Godin "The pitfall of lock in"

domingo, abril 29, 2012

A moral de um pensador

Não é que dedique muito tempo a esse tema. Contudo, às vezes, interrogo-me de onde terá nascido a moral, aquele conjunto de regras que as comunidades humanas seguem, independentemente da cultura, da religião, da  geografia.
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Normalmente, a minha resposta acaba por ir parar ao mesmo sítio, uma espécie de democracia proto-histórica. Essas regras nasceram daquelas acções que cada um poderia executar isoladamente mas que se todos as praticassem em simultâneo, representariam o fim da pequena tribo, o fim da pequena comunidade.
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Recordo isto, a propósito da moral que tem alguém que emigrou e vive há décadas no estrangeiro para criticar os que são atraídos, empurrados para a emigração nos tempos que correm: "Eduardo Lourenço preocupado com emigração jovem":
"O pensador disse estar preocupado com o fenómeno "porque as pessoas formam-se" em Portugal e "em vez de contribuírem para a criatividade do país, nas diversas áreas, vão lá para fora, para países mais ricos e vão a ajudar ainda a riqueza desses países"."
BTW, este trecho é inquietante:
"Disse que naquela época "saiu quase um milhão de pessoas" do país "e isso ainda não aconteceu agora"... Disse que "de repente, em três anos, começou esta coisa toda e a própria Europa está numa grande crise"."
Um pensador tem de associar ao que pensa os dados, os factos, os números que a realidade lhe disponibiliza.
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Um pensador acreditar e proferir a afirmação de que isto começou de repente há três anos é muito grave. Segundo os números de Álvaro Santos Pereira em "The Return of Portuguese Emigration", durante a primeira década do século XXI (até 2008) emigraram cerca de 700 mil portugueses, quase 7% da nossa população.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Energia a partir de excrementos

Espero não ofender ninguém, não é esse o meu intuito.
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Já ouviram certamente falar do biogás. O biogás é um combustível gasoso produzido a apartir das fezes, dos excrementos dos animais.
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O que é um excremento?
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Um excremento é um resíduo excretado, libertado por um animal , por um ser vivo. Um excremento é matéria que o sistema já não consegue processar e, portanto rejeita.
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Agora reparem neste sistema:
 Os políticos montaram um sistema (hoje aprendi esta citação de Tocqueville "The ... Republic will endure until the day Congress discovers that it can bribe the public with the public's money") em que querem dar tudo, fazer tudo, à custa do dinheiro dos contribuintes. Assim, aumentam os impostos. Por isso, o consumo baixa e a rentabilidade dos negócios baixa, como consequência a economia contrai-se. Então, a colecta de impostos baixa. Então, o desemprego aumenta e as despesas sociais também. Assim, o défice aumenta logo... há que, novamente subir os impostos ... and here we go again.
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Um dos resíduos gerados por este sistema encontra-se representado na figura que se segue:
Face ao aumento do desemprego, cada vez mais portugueses sentem-se a mais no seu país e são obrigados, pela força das circunstâncias a emigrar, como se fossem um excremento para o qual o sistema não encontra valor (não me levem a mal, apreciem o sentido figurado da coisa).
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Uma vez emigrados, muitos desses portugueses têm sucesso à sua maneira.
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Por tudo isto, causa-me alguma sensação de incómodo este tipo de afirmações "Cavaco apela à ajuda dos emigrantes e diz que Portugal "é uma terra de oportunidades"
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Quer dizer, os políticos expulsam as pessoas do seu país e, depois, vão pedir-lhes ajuda!!!
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E ainda vão contar-lhes histórias de encantar!!! "Terra de oportunidades"!!! Só se for para o Estado impostar à portuguesa.
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Há anos, o Aranha deu-me a conhecer a família Fomos, interessante a recomendação do Fomos para o Sérgio neste postal.
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Quando chegar a minha vez de ser excretado, vou seguir as palavras do Evangelho (Mateus 10, 14)
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