Mostrar mensagens com a etiqueta ecossistema; proposta de valor; clientes-alvo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ecossistema; proposta de valor; clientes-alvo. Mostrar todas as mensagens

domingo, junho 19, 2011

Criar valor, uma evolução do conceito

Em Julho de 1993, Richard Normann e Rafael Ramirez publicaram na HBR o artigo "From Value Chain to Value Constellation: Designing Interactive Strategy"
.
A primeira frase do artigo é:
.
"Strategy is the art of creating value"
.
Onde isto nos pode levar...
.
Quem é que cria valor?
.
Os fornecedores não criam valor!
.
Quando muito os fornecedores podem co-criar valor quando interagem com os clientes... sim, são os clientes que criam o valor.
.
Ou melhor, são os clientes que, ao usarem o produto/serviço, vivem as experiências que valorizam melhor ou pior, ou seja, a percepção do valor é algo que emerge decorrente da experiência sentida pelos clientes.
.
Normann e Ramirez escrevem a seguir:
.
"It provides the intellectual frameworks, conceptual models, and governing ideas that allow a company's managers to identify opportunities for bringing value to customers and for delivering that value at a profit. (Moi ici: OK, estávamos em 1993. Primeiro com o abandono do marxianismo entranhado e, depois, com a descoberta da SDL, percebi melhor o desafio. Hoje, leio a frase sublinhada e percebo o que os autores querem dizer, mas escreveria-a de outra forma: identify opportunities for bringing potential value to customers, identify opportunities to offer a more richer and denser value proposition... 
.
.
.
Errado!!! É tão fácil cometer este erro... começo a pensar no desafio de criar valor e concentro-me na proposta de valor, daí escrever "richer and denser". Errado, devo começar por pensar é no cliente. Quem são os clientes-alvo? Não faz muito sentido pensar numa proposta de valor em abstracto, quando uma proposta de valor é algo que se oferece, que se propõe a alguém. Assim, fica melhor primeiro identificar esse alguém a quem nos dirigimos. Os clientes a quem servimos não devem ser um dado do "enunciado do problema" das empresas, devem ser uma variável do desafio: "identify the target-customers to identify opportunities to offer them a more richer and denser value proposition")  In this respect, strategy is the way a company defines its business and links together the only two resources that really matter in today’s economy: knowledge and relationships or an organisation’s competencies and customers" (Moi ici: Daí que a escolha dos clientes-alvo não seja só uma questão de gosto mas também uma questão de possibilidade. Não basta querer, é preciso também poder, é preciso ter ou adquirir as valências e capacidades que permitem servir os clientes-alvo. Assim, para muitas PMEs a escolha dos clientes-alvo não é verdadeiramente uma escolha entre diferentes alternativas, mas antes tomar consciência da alternativa mais adequada para focar os esforços de concentração no cliente-alvo)
.
"In so volatile a competitive environment, strategy is no longer a matter of positioning a fixed set of activities along a value chain. Increasingly, successful companies do not just add value, they reinvent it. (Moi ici: Só reinventando a proposta de valor é que as empresas podem dar os saltos quânticos de produtividade que as poderão colocar ao nível das congéneres da OCDE) Their focus of strategic analysis is not the company or even the industry but the value-creating system itself, (Moi ici: Onde é que acontece a criação de valor? Na vida dos clientes, nas suas experiências, naquilo que lhes acontece e sentem, quando optam por um produto ou serviço de um determinado fornecedor. Sim, ás vezes é preciso percorrer a cadeia da procura e identificar actores críticos que influenciam toda a cadeia, mesmo quando não são clientes directos ou não são clientes de todo - caso dos reguladores, dos influenciadores e dos consumidores quando se está numa relação B2B) within which different economic actors--suppliers, business partners, allies, customers--work together to co-produce value. Their key strategic task is the reconfiguration of roles and relationships among this constellation of actors in order to mobilise the creation of value in new forms and by new players. And their underlying strategic goal is to create an ever-improving fit between competencies and customers"
...
Depois, pegando no exemplo da IKEA e da introdução das ATMs os autores começam a desbravar um terreno que apontava para o futuro que estamos hoje a viver:
.
"What is so different about this new kind of value? One useful way to describe it is that value has become more dense. Think of density as a measure of the amount of information, knowledge, and other resources that an economic actor has at hand at any moment in time to leverage his or her own value creation (Moi ici To leverage his or her value proposition. Na linguagem da SDL isto é, em vez de oferecer operand resources, oferecer uma cascata de operant resources sobre operant resources, sobre operant resources. Em vez de vender maçãs, vender maçãs fatiadas numa máquina de vending, vender sumo de maçã, vender pectina da casca da maçã). Value has become more dense in that more and more opportunities for value creation are packed into any particular offering."
...
Este pormenor da linguagem ... antevia já o futuro:
.
"in a world where value occurs not in sequential chains but in complex constellations, the goal of business is not so much to make or do something of value for customers as it is to mobilise customers to take advantage of proffered density and create value for themselves."
...
"The new logic of value, and the dialogue between competencies and customers that it creates, presents every company with a stark choice: either re-configure its business system to take advantage of these trends or be reconfigured by more dynamic competitors.
.
To exploit these trends, managers must take a number of steps. To begin with, they must reconsider the business potential of their chief assets: the company’s knowledge base and its customer base. Then they must reposition or reinvent the company’s offerings to create a better fit between the company’s competencies and the value creating activities of its customers. (Moi ici: Já estavam lá. Bingo!!!) Finally, they need to make new business arrangements and sometimes new social and political alliances to make these offerings feasible and efficient."
.
Sem perceber que são os clientes que criam valor o campo de actuação das empresas fica muito mais limitado. As empresas já não ficam restringidas ao que fabricam mas podem preparar-se para influenciar a experiência na vida do cliente durante o uso.
"

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Modelos de negócio e ecossistemas

Se olharmos para o template que Osterwalder criou para agilizar o trabalhar com o conceito de modelo de negócio:
Em lado nenhum vamos encontrar a referência ao produto...
.
Produzir um produto ou prestar um serviço é o mais fácil, é o básico, está subentendido. Em Abril passado escrevia sobre os ecossistemas "Como é o ecossistema da sua organização?"
.
Cada vez mais a experiência de trabalho faz-me descobrir mais e mais situações em que, por exemplo, parceiros, gente com as quais as empresas não têm relações comerciais, são fundamentais para o sucesso de um modelo de negócio. É realmente um ecossistema.
.
Daí o interesse destes postais:
  • "From systems to ecosystems"
  • "Forget Products – Think Ecosystems" ("It’s not about the product, it’s all about being part of a rapidly evolving ecosystem. This game is won by having the fastest-growing ecosytem. Traditional strategy theory talks about an internal focus on products with barriers to competition. Elop has defined the nature of 21st century competitive strategy. He talks about the Apple ecosystem,")

sábado, dezembro 04, 2010

A essência deste blogue

"Once you've defined who your primary customer is, you must ensure that you and everyone in your business understand what that customer values. Some customers value low price, others value customized service, while others value world-class technology. Everyone in your company should be aware of, and dedicated to, those preferences.
...
Figuring out what your customer values has become more important as business are expanding around the globe.
...
Choosing a primary customer and understanding what that customer values is important not only for consumer companies, but also for industrial firms.
...
Sometimes, managers go as far as creating a cardboard cutout of a fictional customer and putting it at the head of the table as they discuss product attributtes. (Moi ici: Como no caso da Electrolux)
...
Now for the main point of this chapter. Once you have chosen your primary customer and understood their needs, you must ensure that the bulk of your company's resources is dedicated to one thing and one thing only: providing what your primary customer values. (Moi ici: Isto é a essência deste blogue: concentrar, alinhar, sintonizar) If your business is not deploying resources in a way that maximizes the benefits your customer seeks, someone else will.
...
You should wake up every morning (Moi ici: Por isso usei a imagem do desfazer a barba.) terrified with your sheets drenched in sweat, but not because you're afraid of your competitors. Be afraid of your customers because those are the folks who have the money.
...
This prompts another - and vitally important - follow-up question: How have you organized to deliver maximum value to your customer?
Your answer will depend, of course, on the needs of your primary customer. Different customers require different organizations designs.
...
Different firms make different choices about how to organize resources to best serve their specific customer needs."
.
Trechos retirados do livro "Seven Strategy Questions - A Simple Approach For Better Execution" de Robert Simons.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Sonho de um optimista ingénuo (parte VII)

Há anos que procurava este livro "A stitch in time : lean retailing and the transformation of manufacturing—lessons from the apparel and textile industries" de Frederick H. Abernathy, John T. Dunlop, Janice H. Hammond e David Weil. A primeira referência que o citou, encontrei-a em "How we compete" de Suzanne Berger.
.
Finalmente consegui adquiri-lo e as primeiras páginas fazem pressentir mais achas para a fogueira do meu optimismo ingénuo.
.
Seguem-se alguns trechos do primeiro capítulo "The New Competitive Advantage in Apparel":
.
"The most surprising aspect of this story is that today's U.S. apparel and textile industries —left for dead by business commentators and economic analysts in the 1980s—have begun to transform themselves,reaping new competitive advantages.
...
The transformation of U.S. clothing and textile manufacturing is very much still in progress and has by no means been successful for every company; but these industries have entered a renaissance of sorts, one that reflects new information technologies and management practices as well as the new economics of international trade.
...
We contend that this revolution in retailing practices will determine future competitive outcomes in retail-apparel-textile channels. These new practices—which we call lean retailing—have compelled apparel producers to reorganize the manner in which they relate to retail customers, undertake distribution, forecast and plan production, and manage their supplier relations. Lean retailing has also changed the way the textile industry relates to both apparel producers and retailers.
...
When we began our research, we were advised by American industry participants to establish better performance measures—for example, how many minutes does it take to make a shirt? The traditional view holds that because manufacturing performance is determined by the labor time required to produce an item, then what applies to cars, for example, can also apply to clothing; therefore, U.S. apparel manufacturers might be able to save themselves by improving assembly operations.
Yet after years of studying hundreds of American apparel firms, we have found that direct labor content is not the primary issue. The companies that have adopted new information systems and management practices, participating in a well-integrated channel, are the ones with the strongest performance today—not those that have simply improved assembly operations."
.
Continua

segunda-feira, abril 05, 2010

Como é o ecossistema da sua organização?


A figura procura ilustrar o ecossistema de uma empresa com duas unidades de negócio, cada uma com os seus clientes-alvo e cada uma com a sua proposta de valor.
.
Cada unidade de negócio procura obter a cooperação de diferentes grupos de prescritores para que influenciem cada grupo de clientes-alvo.
.
Como obter o interesse dos agentes.
.
Organizar o interesse de todas estas partes de forma a criar um enredo que atraia todas as partes.
.
Como é o ecossistema da sua organização?