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domingo, junho 19, 2011

Education Is Not Important For Success

Aconselho qualquer pessoa a prosseguir os seus estudos.
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Mas também sei reconhecer a validade desta mensagem "Education Is Not Important For Success" em especial desta parte:
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"What makes business owners successful? According to research, education doesn’t show up in the top five. (Entrepreneurial Intuition, an Empirical Approach, La Pira, April 2010), but these do:

Seeing the big picture – being a visionary is most important. If you can’t see it, you won’t shoot for it.
Speed of Execution – taking action while others are researching.
Never giving up; being the bull dog; finding a way to make it work.
Being a life-long learner.
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Learning is massively different than being educated. Education fills our heads with information, while learning transforms our lives and the world around us with grounded and applied intelligence.

If you want to have your head filled with facts, get an education. It you want to learn, change lives and/or make money, you’re better off apprenticing with someone who’s done it. They won’t try to educate you, they’ll just make sure you are effective and becoming something you aren’t, yet.

The Greeks were wrong.

We don’t think our way to a new way of acting; we act our way to a new way of thinking."
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Isto fez-me logo recordar esta figura do livro "Chaos, Management and Economics" de David Parker e Ralph Stacey.
A acção é que leva à descoberta!
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Não esquecer esta correlação:

E esta:

sexta-feira, março 18, 2011

É perigoso pôr catequistas à frente de uma economia!

Encontrei este artigo "SERÁ QUE AS EMPRESAS PORTUGUESAS APRESENTAM VANTAGEM COMPETITIVA?" publicado na Revista de Estatística do INE do 1º Quadrimestre de 2002.
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O artigo tem algumas afirmações politicamente correctas mas sem aderência à realidade. Por exemplo: "A competitividade de uma empresa está assim associada não só a factores-preço (custos de mão-de-obra, matérias primas, produtos, por exemplo) mas cada vez mais a factores não-preço (qualidade dos seus produtos e serviços). Segundo a OCDE (1992), é a eficácia das estruturas produtivas, através da qualidade dos serviços oferecidos às unidades de produção, da envolvente científica e tecnológica e da qualificação da mão-de-obra que explica a competitividade das empresas." (Moi ici: Confio mais em Mortensen do que na OCDE)
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Mas adiante...
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No artigo, os autores identificam 4 grupos de empresas portuguesas:
  • GRUPO 1. Não vende produtos com marca própria e não exporta.
  • GRUPO 2. Não vende produtos com marca própria mas exporta.
  • GRUPO 3. Vende produtos com marca própria e não exporta.
  • GRUPO 4. Vende produtos com marca própria e exporta.
Realmente interessante no artigo é o quadro que se segue:
Neste quadro saliento a última linha: % dos custos salariais sobre os custos totais (valor médio) e para empresas de cada um dos 4 grupos. E mais, em cada grupo, os autores trabalham com duas populações, as com baixa competitividade e as com alta competitividade (os autores usam como indicador de competitividade o cash flow por trabalhador).
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Para qualquer um dos grupos: Nas empresas mais competitivas os custos salariais representam sempre uma menor fracção dos custos totais. Qual é a reacção instintiva, o top-down que mencionei aqui?
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Quanto mais baixos os salários maior a competitividade!
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Esta é a conclusão simplista que era válida no tempo em que a oferta era inferior à procura... e que contamina o mainstream que influencia as decisões "Moderação salarial para o objectivo da competitividade" (Se estamos a falar dos salários do sector público é claro que é preciso não moderá-los mas reduzi-los para poder dar mais liberdade económica ao sector privado)
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Voltando ao sector privado: Qual a relação que os estudos encontram entre salários e produtividade e competitividade?
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Por exemplo aqui:
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"Perhaps the most important fact for a labor economist observed in these data is the extent of the dispersion of productivity measures, a similar dispersion in the average wage bill per employee, and the positive correlation between the two."
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Agora comparemos os números da última linha da tabela lá em cima com a correlação positiva entre salários e competitividade
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Conclusão: será válido fazer generalizações?
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ATENÇÃO: Não confundir correlação, que é o que temos em mente aqui, com causalidade. Posso correlacionar salários altos com elevada competitividade, mas não posso generalizar, como fazia o anterior secretário-geral do PCP, e assumir a causalidade: se aumentarmos os salários vamos automaticamente promover a competitividade e a produtividade. Nonsense!!!!
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Posso concluir que: se quanto mais elevados são os salários mais competitivas são as empresas e, se quanto mais competitivas são as empresas menos os salários pesam nos custos totais. Então, em empresas mais competitivas, os salários crescem a uma velocidade inferior ao aumento dos custos que geram a intangibilidade que suporta um maior valor acrescentado reconhecido por quem compra.
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Tudo isto ainda reforça mais a minha opinião sobre a estupidez de medidas top-down para promover a competitividade e a produtividade... catequistas a lidar com a economia real é perigoso.

domingo, dezembro 16, 2007

Correlações, calçado e o exemplo dos pares

Quando ainda andava a estudar na faculdade, tive a oportunidade de assistir a uma aula de mestrado, de um senhor polaco que falou sobre... já não me lembro!

Lembro-me sim, de um gráfico e de uma história que o senhor contou. Apresentou algo do género:
Este gráfico chamava a atenção para as relações absurdas que se podem "fabricar", por simples "manipulação" matemática.


A capacidade calorífica do gás metano é constante, é só uma, se mantivermos constantes as condições laboratoriais.


Não faz sentido acreditar que a capacidade calorífica aumenta com a evolução dos anos!!!


Então os números utilizados no gráfico estão errados?


Não!


A capacidade calorífica do metano é constante, o que melhorou foi a capacidade dos humanos medirem a capacidade calorífica.



O mesmo poderia ser dito de um gráfico que correlacionasse o número de manchas pretas nas vacas leiteiras que pastam no concelho da Murtosa com a evolução do preço do cobre no mercado de Londres.



Há que ter muito cuidado com as correlações que fazemos, mesmo que a matemática suporte as nossas pretensões. Assim, imbuído deste espírito proponho a análise de duas correlações:



- uma proposta pelo secretário de estado da educação Valter Lemos, no Público de hoje: "É um facto real que os países que não têm repetência, ou que têm taxas baixas, apresentam também melhores resultados escolares medidos em termos de aprendizagem. Em todos os estudos internacionais se verifica esta correlação alta entre o peso da repetência na amostra e os desempenhos"



Será que não estamos a correlacionar uma variável, consigo própria? Por que é que os alunos repetem? Porque não há aprendizagem!
Parece que na óptica do secretário de estado, se acabarem as reprovações... magia... TÁNÃ!!! Passa a haver aprendizagem...



- outra que proponho é esta:



Uma variável recolho-a da última edição do semanário "Vida Económica":


"Registo de marcas dispara no calçado
A inovação passou a representar uma das principais vertentes no negócio do calçado. O que tem feito disparar o registo de marcas, patentes e modelos nos últimos anos" ... "O número de pedidos de registo de modelos - de calçado e de componentes - poderá ser multiplicado por 50, entre 2003 e 2006."


Outra variável recolho-a daqui e daqui e daqui e ainda daqui, para dar:

Em vez de se concentrarem em sacar subsídios e apoios do QREN para os seus associados, as organizações empresariais deviam apostar na recolha e divulgação destas histórias... não por consultores, não por funcionários, não por universitários, não por políticos, mas por pares. É claro que na sombra, nos bastidores os "especialistas" podiam recolher e trabalhar as histórias, mas deixar o palco para os empresários e gestores, para que contassem aos seus pares a sua história, os resultados que estão a ter, as dificuldades que sentiram e sentem, como as ultrapassaram.
Podem dizer que é lirismo da minha parte. Eu que acredito na concorrência, e de que maneira, também acredito que concorrentes podem partilhar experiências... afinal de contas não era isso que Porter também nos propunha com a história dos "clusters"?! (Não, não estou a falar dos cereais dos meus filhos :) ).

Assim, faríamos acelerar a velocidade de aprendizagem e criar uma massa crítica que conseguisse contaminar, infectar todo o sector, porqque, como contei aqui, a coisa, depois, torna-se aditiva, ganha vida própria!!!