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sexta-feira, julho 21, 2023

Há que fuçar e reinventar-se ponto

Lê-se o FT e percebe-se a decadência do Reino Unido pós-Brexit.

Lê-se "Rust belt on the Rhine - the deindustrialization of Germany" e percebe-se o momento crucial por que passa a economia alemã. E fico a pensar no potencial de repercussão em toda a UE que depende da "caridade" alemã.

E recordo um vídeo recente de Peter Zeihan sobre a Califórnia onde ele refere:

"But now, all of the factors that have propped up California are flipping. Immigration is stalling. The capital situation is upside down. The cost of living is through the roof, so the labor force is moving to places like Texas. Rising tensions with Asia are causing reshoring and nearshoring. The only thing California can do now is reinvent itself."

Gosto do locus de controlo no interior. O mundo muda... não adianta chorar pelo queijo desaparecido, há que fuçar e reinventar-se ponto. 

Esta postura implica enfrentar o mundo de frente e ir ao fundo das questões, não passa por tapar o sol com uma peneira. Nunca mais vou esquecer a cena do regicídio.

BTW, o que passou com o Expresso e a médica Diana Pereira no Algarve é outra ilustração da cultura que leva ao evitar ir ao fundo das questões.

quarta-feira, julho 04, 2018

O Brexit e as suas marcas

O Rui Moreira chamou-me a atenção para este texto "Brexit deal or no deal, protect your trademarks now".

Se calhar isto não passa de um engodo para levar as empresas a registar as marcas no Reino Unido, ou não.
"If no deal is reached, then from 30 March 2019 brand owners will no longer have protection in the UK. This will leave them vulnerable to third parties or trademark trolls – or both – that apply to register UK marks for brands. They will have to rely on earlier use in the UK to prevent the “trademark trolls” succeeding with their applications for registration. Proving an unregistered right is much harder than relying on a registered right."
Veja no caso da sua empresa se há alguma coisa a considerar, ou não.

quinta-feira, janeiro 19, 2017

WEIRD!

Há dias perante o optimismo de "“Brexit” não tirou negócio à indústria metalúrgica portuguesa" escrevi:
"a procissão, verdadeiramente, ainda não saiu do adro"
Agora, perante a mesma realidade encontro este outro título "Metalomecânica e têxteis já estão a sofrer com impacto do Brexit". Neste último artigo leio:
"Em declarações ao Negócios, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal) contou que o mercado britânico pesava entre 10% e 12% das exportações anuais do sector e "estava em crescimento constante". Mas no passado mês de Novembro a tendência inverteu-se. "O mercado caiu 10% face a igual período de 2015."
No primeiro artigo li:
"A relevância das ilhas britânicas para o sector da metalurgia e da metalomecânica está a aumentar, sem que a anunciada saída do Reino Unido do mercado único europeu pareça, por enquanto, ter trazido algum tipo de impacto ao sector. “Às vezes parece que antes pelo contrário”, resumiu, ao PÚBLICO, Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).
...
As exportações para o Reino Unido ultrapassaram os 1,17 milhões de euros em 2015, e os dados que já existem de 2016, e que se referem aos meses de Janeiro a Outubro, mostram que a taxa de crescimento está perto dos 20%."
O que é que isto significa?

  • jornalista pessimista vs jornalista optimista?
  • vice-presidente bipolar ou brincalhão?
  • acerca da credibilidade do jornalismo?
BTW, os últimos números do INE revelam, acerca das exportações de bens para o Reino Unido:

  • exportações totais de bens em 2016 cresceram 5,7%
  • exportações totais de bens em Novembro cresceram 1,7% 

terça-feira, janeiro 17, 2017

Acerca da metalurgia portuguesa

O título "“Brexit” não tirou negócio à indústria metalúrgica portuguesa" é capaz de não estar bem escolhido porque a procissão, verdadeiramente, ainda não saiu do adro. Até porque se isto for verdade "May escolheu "hard Brexit" e vai anunciar saída do mercado único" a coisa vai piar fino para ambos os lados.

A parte mais interessante do artigo inicial sobre a indústria metalúrgica portuguesa é a que refere:
"As contas de 2016 ainda estão por fechar, mas depois de 2015 ter sido o melhor ano de sempre em termos de exportações (com o sector a ultrapassar os 14,5 mil milhões de euros, o que corresponde a 31% do valor total das exportações da indústria transformadora nacional), as perspectivas são animadoras.
...
As exportações para o Reino Unido ultrapassaram os 1,17 milhões de euros em 2015, e os dados que já existem de 2016, e que se referem aos meses de Janeiro a Outubro, mostram que a taxa de crescimento está perto dos 20%. Já para a Alemanha estão a descer (apesar de se manter como o mercado mais relevante). As exportações para França e Espanha continuam com taxas de crescimento, mas mais modestas: respectivamente, 9% e 6,6%."
Taxas de crescimento muito boas para mercados competitivos e exigentes.

domingo, janeiro 15, 2017

"pela primeira vez um sinal de locus de controlo no interior"

Quando o mundo muda e destrói os alicerces da realidade em que vivemos há duas respostas possíveis:

  • a dos Pigarros, e como nós somos um país de Pigarros, temos direito ao queijo e é preciso que alguém nos arranje o queijo, dê por onde der, queremos o queijo! Tragam-nos o queijo a que temos direito. Mudar? Que horror! Isso não é connosco.
  • a dos que têm o locus de controlo no interior, percebem que o mundo mudou, percebem que com o modelo anterior é insustentável, percebem que estão perdidos e percebem que têm de meter pés ao caminho para construir uma nova abordagem sustentável com o novo modelo do mundo
Por mais do que uma vez já desabafei com a minha irmã que vive há quase 10 anos em Inglaterra a surpresa que foi para mim a leviandade com que os ingleses escolheram o Brexit sem plano. Pois encontro agora, pela primeira vez um sinal de locus de controlo no interior, "Reino Unido admite novo modelo económico para competir com a União Europeia".

Será suficiente? Talvez não... talvez seja apenas um mapa dos Pirinéus para quem está perdido nos Alpes. Ou seja, o ponto de partida para uma viagem de descoberta e co-construção:
"The moral of the story is that when you are lost, any old map will do. The story demonstrates very clearly that it is what people do when they are uncertain that is important, rather than what they plan. By analogy, strategic plans function a lot like maps in which the crucial factor is not the map (or strategy) but the fact that you have something which will get you started on a path to the future. Once people begin to act (enactment), they generate tangible outcomes (cues) in some context (social) and that helps them discover (retrospect) what is occurring (ongoing), what needs to be explained (plausibility) and what should be done next (identity enhancement)." (fonte)
Ou:
"Strategic plans are a lot like maps. They animate people and they orient people. Once people begin to act, they generate tangible outcomes in some context, and this helps them discover what is occurring, what needs to be explained, and what should be done next. Managers keep forgetting that it is what they do, not what they plan that explains their success. They keep giving credit to the wrong thing – namely, the plan – and having made this error, they then spend more time planning and less time acting. They are astonished when more planning improves nothing.” (fonte)


sábado, janeiro 14, 2017

Preparada? (parte II)

Leia este artigo "Pode o Brexit ser “duro e caótico”? Sim, prevê cronista do Financial Times".
"Martin Wolf alerta empresas de que deverão estar preparadas para abandonar o mercado único europeu. E explica porquê."
O artigo é escrito por um inglês e perspectiva o futuro do ponto de vista das empresas inglesas.

Vejamos o mesmo tema do ponto de vista das empresas portuguesas. Segundo os números disponíveis, relativamente às exportações de bens, as exportações portuguesas para o Reino Unido representaram cerca de 7% do total. As exportações para o Reino Unido cresceram 5,6% em 2016. O Reino Unido  constitui o 4º principal mercado para as exportações portuguesas.

A sua empresa exporta para o Reino Unido?

Como é que a sua empresa se está a preparar para um Brexit duro? Como vai lidar com a mudança do mundo em que opera?

Será que tem de procurar mercados alternativos?

Será que tem de adequar os produtos ou o modelo de negócio a esta nova realidade?

sexta-feira, julho 01, 2016

Preparar a sua empresa para o Brexit

Coisas práticas: cuidar dos feridos, enterrar os mortos, e pensar em "short-term survival and long-term advantage".
 Judging by our interactions with CEOs around the world to date, some of their burning questions are:
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What are the elements of uncertainty created by Brexit?
How can leaders develop a specific view of the industry- and firm-level implications?
What are the first-response imperatives for corporate leaders?
What structural changes to the business environment are triggered by Brexit, and how do we adapt to them?
This is how we recommend CEOs approach these difficult questions:
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Identify the sources of uncertainty...
Determine the specific industry- and firm-level implications...
Turn thoughts into action...
Adapt to the new post-Brexit business environment...
a renewed emphasis on strategy under uncertainty, with a focus on flexibility, adaptiveness, and resilience."
Vale a pena ler e esboçar:
  • 1 mapa das incertezas;
  • 2 desenvolver vários cenários;
  • 3 estudar a sensibilidade da empresa e sector a cada um dos cenários; e
  • 4 usar os cenários e sensibilidades para testar os planos da enpresa.

build an “uncertainty map.”
From the map, combine various values to develop multiple scenarios.
Trechos retirados de "A CEO’s Guide to Navigating Brexit"

terça-feira, junho 28, 2016

Mais uma acerca do Brexit

Ontem à tarde o Hélder Ferreira escrevia no Twitter:



O que está feito está feito! Agora, na senda da mensagem de Covey:
"Não é o que acontece que conta, é o que nós decidimos fazer com o que nos acontece."
Acho que faz sentido recordar esta mensagem: como transformar uma crise numa oportunidade?
Mãos à obra!
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Locus de controlo no interior e mindset positivo, o resto é treta de criança.

domingo, junho 26, 2016

Amadores a jogar bilhar


Há muitos anos que uso a metáfora dos jogadores amadores de bilhar. Um jogador amador de bilhar concentra-se tanto na próxima jogada, que se esquece de a fazer preparando a outra que se seguirá. Na senda do célebre “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”.
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Se fosse há 15 anos diria que é uma doença tipicamente portuguesa, a fazer-me lembrar a C. no parque de campismo da praia da Barra nos anos 70 do século passado. O pai comprava dois Cornetos, uma para a C. e um para o P., a C. comia rapidamente o seu e depois chorava para o pai:
- O Corneto do P. era maior do que o meu porque eu já acabei o meu e ele não!
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Hoje, sei que é uma doença humana generalizada. Demasiadas pessoas em todo o mundo actuam como jogadores amadores de bilhar, querem sol na eira e chuva no nabal. Querem produção farta e preços altos. Querem não pagar a dívida e poder continuar a ter crédito.
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Por isso, no day-after do Brexit brinquei no Twitter (não liguem ao lapso do m em vez de n):



Brinquei com a hipótese dos agricultores franceses, que recebem milhões da Política Agrícola Comum, votarem pela saída da União Europeia sem perceber que isso implica perder esses fundos.
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Agora, com mais um interessante texto de Moisés Naim, "Brexit y el Stalingrado italiano" percebo que os eleitores da Cornualha estão na situação em que imaginei os franceses.
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Agora recordo-me de outro tweet mais antigo:



Recordar:

Recordar:



sábado, junho 25, 2016

Acerca do Brexit

"Hoje é verdadeiramente o primeiro dia do resto da vida não da Grã-Bretanha, mas da União Europeia. Daqui para a frente, como diz a canção brasileira, tudo vai ser diferente. E tudo vai ser pior."
Perdoem-me a linguagem: Bullshit!!!
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Há muitos anos... talvez em 1997, estava eu ao princípio da noite sentado num banco no centro comercial Amoreiras, à espera da minha colega Dores para ir jantar, a ler "The Seven Habits of Highly Effective People" de Stephen Covey. Então, li um trecho que nunca mais esqueci:
"Não é o que acontece que conta, é o que nós decidimos fazer com o que nos acontece."
Ou como citei em 2008:
"Highly proactive people recognize that responsibility. They do not blame circumstances, conditions, or conditioning for their behavior. Their behavior is a product of their own conscious choice, based on values, rather than a product of their conditions, based on feeling.
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Because we are, by nature, proactive, if our lives are a function of conditioning and conditions, it is because we have, by conscious decision or by default, chosen to empower those things to control us.
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In making such a choice, we become reactive."
...
"It's not what happens to us, but our response to what happens to us that hurt us." 
Assim, por favor, esqueçam mais uma vez a conversa do senhor Nicolau Santos e pensem em como fazer do que encontram uma oportunidade e não uma ameaça. O senhor Nicolau Santos é um dos que parte já derrotado.
"Life handed him a lemon,
As Life sometimes will do.
His friends looked on in pity,
Assuming he was through.
They came upon him later,
Reclining in the shade
In calm contentment, drinking
A glass of lemonade."
Trecho inicial retirado de "União Europeia: o primeiro dia do resto da sua vida"