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terça-feira, novembro 24, 2020

Bolha azeiteira e outras - resposta

Ontem o JdN publicou um artigo, "Produção de azeite afunda e há lagares fechados" que ilustra um padrão comum a todos os ramos da economia.

Existe um status-quo (produção tradicional de azeite).

Aparece um outsider com custos de produção muito mais baixos (produção intensiva e super-intensiva de azeite).

“o preço do azeite a granel está tão baixo que “o que se gasta com a apanha e a transformação é o que se recebe pela venda” do produto acabado.

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A quebra de produtividade fará com que “áreas significativas de olivais tradicionais” não sejam colhidas nos próximos meses, porque “os custos de colheita superariam a valorização da produção”.

...

“Quando o preço está como agora, nos dois ou 2,50 euros (por quilo de azeite virgem extra a granel), os olivais tradicionais, que requerem muita mão de obra, têm muita dificuldade em fazer a colheita, transformar em azeite e ainda ter margem para vender”, ressalva."

Qual é a reacção tradicional?

Pedir apoios e subsídios, culpar os outsiders, procurar competir pelo preço mais baixo sem ter estrutura para tal, pedir para bloquear os outsiders, ...

Qual é a abordagem que eu proponho?
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"[Moi ici: Li algures e fixei para sempre]
O que propus para o vinho? O que propus para as PMEs tugas ameaçadas pela China? O que proponho numa situação em que quem não tem estrutura de custos para tal não pode competir pelo preço mais baixo?

Subir na escala de valor?
"Há outros casos, de pequenos olivicultores, “que se transformaram em produtores de nicho”, e que têm prémio porque conseguem pôr no mercado edições pequenas com marcas próprias, explica o proprietário da Herdade Maria da Guarda. “Mas os que trabalham sem marca têm tido muita dificuldade, porque os preços estão em mínimos de mais de 10 anos”. Os stocks acumulados de campanhas anteriores em grandes produtores como Itália ou Grécia explicam a inundação que vive o mercado.”"

Recordar a antologia "Azeite e Trás-os-Montes"

domingo, maio 10, 2015

A evolução do azeite

Na revista Exame, deste mês de Maio, um bom artigo sobre o azeite em Portugal, "Aposta no 'ouro verde' colhe bons frutos".
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Primeiro, a evolução dos números:
"Na década de 50 chegámos a ser excedentários, produzindo 125 mil toneladas de azeite.
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na década de 90 ... a produção não fosse além de 20 mil toneladas","
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neste momento as vendas deste bem agroalimentar representam mais do dobro do que valiam em 2008. As exportações totais cresceram 24% em 2014."
Segundo, os sintomas da evolução na qualidade:
"Ainda há menos de um mês o Colheita ao Luar, da Gallo, conquistou uma espécie de 'Óscar' dos azeites ao ser considerado o melhor do mundo, na categoria Fruta do Maduro, no mais importante concurso internacional, o Prémio Mário Solinas, que é também o mais reconhecido em termos de qualidade dos azeites virgem extra, organizado pelo Conselho Oleícola Internacional, e no qual participaram 111 azeites de diferentes origens.
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No mesmo concurso, o azeite da Casa de Santo Amaro (Mirandela) também conquistou a medalha de ouro, na categoria de Frutado Verde Médio, enquanto o da Lameira de Cima (Ferreira do Alentejo) mereceu a prata na mesma categoria, prémio que também foi atribuído à Quinta da Lagoalva de Cima (Alpiarça), na categoria de Frutado Maduro. O júri do Mário Solinas distinguiu ainda outros quatro azeites portugueses, num total de nove finalistas: a Sovena, detentora da marca Oliveira da Serra, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, a Casa Agrícola Roboredo Madeira e a Fio da Beira. Isto tudo em apenas um concurso."
O mesmo tema também em "Azeites Portugueses Entre Os Melhores Do Globo" e "Azeites portugueses brilham lá fora"
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Gente a trabalhar para os underserved, a fugir do granel comoditizado, a fugir de uma eventual bolha azeiteira, a trabalhar para o valor percepcionado, o único que ajuda a atingir melhores preços de venda. Muito trabalhinho para gente do marketing senão... muito potencial desperdiçado.
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Gente longe da conversa da treta da malta do excel, sem saber o que é valor, só custos:
"O azeite foi escolhido em detrimento de outros produtos agrícolas como o vinho, por exemplo, por ser “muito fácil de negociar” disse o administrador da herdade. “É uma ‘commodity’ internacional que se compra e vende a pronto [pagamento]”.

segunda-feira, junho 16, 2014

Bolha de mirtilho?

Ouvi no noticiário das 15h de Domingo, na TSF, que se está a assistir ao entupimento dos canais de escoamento da produção de mirtilhos. A Holanda, tradicional mercado de destino, passou a ser auto-suficiente e, agora, os preços estão em queda livre e, mesmo assim, não há garantias de escoamento.
"O excesso de produção do mirtilo em Portugal, que coloca alguns jovens produtores em apuros, está relacionada com o facto de Portugal ter cada vez menos capacidade de escoar o fruto para mercados externos.
A empresa que concentra a comercialização e exportação de mirtilos em Portugal vai vender este fruto por cerca de metade do preço habitual entre segunda-feira e sábado, por causa do excesso de produção em relação à procura.
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«Para consumirmos tanto mirtilo e tanta plantação que está a ser feita, as pessoas têm de abdicar de todo o género alimentar e comer só mirtilos. Acho que é uma loucura incentivar tanta gente a fazer plantações», acrescentou."
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A ser verdade, trata-se de algo que era expectável, os financiamentos que facilitam, ou valorizam, sobretudo determinados investimentos, mais tarde ou mais cedo, geram estas bolhas (recordar a bolha azeiteira).
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Na fase inicial, em que dizem aos potenciais investidores que o escoamento está garantido, receio que muitos deles se concentrem na exploração, na produção, sem qualquer preocupação sobre o mercado.
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Como produtor, ou como membro de uma cooperativa responsável pelo escoamento, não entraria em pânico. Trabalharia para o futuro, procuraria o exemplo de mercados mais maduros, para aprender que outras formas de trabalhar o mirtilho poderão ser experimentadas. E, introduziria pensamento estratégico no desafio. Já não basta produzir, há que pensar no mercado, em clientes-alvo, em vários tipos de prateleiras, em novas formas de oferta, em subir na escala de valor, em diferenciação.
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Trecho retirado daqui.

terça-feira, outubro 02, 2012

Haverá dinheiro público nisto?

"Herdade alentejana investe 14 milhões na produção de azeite"
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Quantos desses 14 milhões são dinheiro público?
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Que um privado use o seu dinheiro para apostar num negócio onde já há excesso de capacidade, "no problema". O ponto mais importante da liberdade económica é esse mesmo, a liberdade de entrar, as baixas barreiras à entrada.
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O que me preocupa é a continuação do desvio, da canalização de investimento público para mais uma bolha, a bolha azeiteira.
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Bolha do imobiliário, bolha das pescas em Espanha, bolha do turismo, bolha, bolha, bolhas por todo o lado.
"O azeite foi escolhido em detrimento de outros produtos agrícolas como o vinho, por exemplo, por ser “muito fácil de negociar” disse o administrador da herdade. “É uma ‘commodity’ internacional que se compra e vende a pronto [pagamento]”.
O contrário do que se prega aqui no blogue (sublinho que se trata de uma opção de negócio legítima, honesta e racional... dai o paradoxo de que se fala aqui).

Quantidade, granel, commodity, sem paixão... é só azeite.
"Embora venda azeite a granel para oito dos maiores compradores do mundo, a Herdade Maria da Guarda não quer ser a maior, "queremos ser os mais eficientes”, afirmou Cortez de Lobão."
Pobres gregos cheios de escrúpulos ... um tesouro à espera de um suiço apaixonado por azeite.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Bolha azeiteira em força, em perspectiva?

Bolha azeiteira em força, em perspectiva:
"Currently, large Spanish and Italian companies supply the bulk of olive oil in the US, where imports account for more than 99pc of the $1bn-plus (£629m) retail market.
Italy enjoys a 51pc market share, while Spain, the world's largest olive oil producing nation, has 23pc.
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However, the analysts at Rabobank say that US producers, by highlighting their high quality production processes and exploiting the strong consumer appeal of a local label, are expected to capture 5pc of the overall American olive oil market in five years. (Moi ici: Interessante, incapazes de competir pelo preço, optam por atacar os segmentos premium - qualidade superior e proximidade)
European exports look vulnerable, the report warns, particularly the oil coming from Spain which typically commands a smaller price and is seen as being of lower quality. (Moi ici: Os analistas prevêem que uma pequena parte do consumo, 5%, migre do azeite barato Made in España, para o azeite Made in USA) da In response, the Old World producers must up their game, the writers conclude.
"Responding effectively to the challenge from New World olive oil producers will require much focus on quality and production efficiency by European olive oil players," said analyst Vito Martielli, the report's co-author.
Olive oil was already posing problems for the southern eurozone states. In May, producers suffered as its price slid to a 10-year low, the result of a supply glut caused by a bumper olive crop in Spain."
Se não arranjam novos mercados para escoar a produção, China por exemplo, não vai ser bonito de ver.
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Trecho retirado de "Eurozone olive oil firms face threat from America"



segunda-feira, maio 28, 2012

A explicação de José

Em Maio de 2010 escrevi "Mais tarde ou mais cedo..." e estava lá tudo!!! ("Mais tarde ou mais cedo... a produção de azeite vai ser excessiva, os preços vão cair, os empréstimos vão-se tornar cada vez mais difíceis de pagar... Isso vai acontecer, é só uma questão de quando. Alternativa?")
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Em Dezembro de 2010 escrevi aqui:
"quem é capaz de negar que está em curso a criação de uma bolha azeiteira em Portugal?"
E basta pesquisar no blogue "bolha azeiteira" para ver a evolução do tema.
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Agora o tema chega ao FT com "Olive oil price dip adds to European woes" escrito por Javier Blas o "Commodities Editor".
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Nem de propósito, o "Commodities Editor"!!! O homem do granel!!!
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Se eu quisesse inventar estas coisas, ninguém acreditava!

Quem trata o azeite como uma commodity não pode dizer que não foi avisado... é no tempo das vacas gordas que se prepara o tempo das vacas magras... (Gen 41, 17-36)

E a sua empresa, lá porque não está no negócio do azeite, por mais bem que esteja hoje, ou ontem, não terá os seus anos de vacas magras?
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O que é que a sua empresa está a fazer para passar ao lado de uma futura crise?
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BTW, não esqueçam, na base desta bolha estiveram os apoios à produção de azeite. A seguir, vamos ter choradinho dos produtores de quantidade, e dos obsoletos, a pedir apoios por causa do excesso de produção. Stay tuned

terça-feira, março 20, 2012

Escrito nas estrelas

Estão a ver qual vai ser uma das consequências disto "Maior produtor português de azeite regista “a maior produção de sempre”"?
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Daqui a uns meses vamos ter os pequenos produtores de azeite, aqueles que só produzem e que sempre confiaram que um comprador lhes batesse à porta para lhes levar a produção, a receber o presidente da República, ou o primeiro ministro, ou o ministro da Agricultura, e a entregar-lhes um pedido de ajuda.
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Por um lado a velha mentalidade de produzir sem cuidar da venda e, por outro, a bolha azeiteira,
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Não há por aí nenhuma "Air Foyle" disponível para comercializar este azeite na China? Parece que dentro de poucos anos vai ser o 4º ou 5º mercado mundial de consumo de azeite?
"Ainda assim, a cooperativa de Moura e Barrancos lembrou dois problemas: “o preço do azeite, que está historicamente muito baixo” – e que “origina uma fraca rentabilidade dos olivais” – e a seca."

quinta-feira, novembro 24, 2011

Outra previsão acertada

Como funciona a mentalidade socialista?
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Quando um mercado está saturado, a maioria dos produtores escolhe o caminho da competição pelo preço. Em vez da diferenciação apostam na comoditização, entram numa guerra de preços, reduzem os custos de uma forma, muitas vezes, insustentável... até que ...
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Lembram-se de apelar ao governo e criar barreiras técnicas sob a capa de preocupação com o consumidor... faz parte do cardápio.
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Já por diversas vezes previ aqui no blogue a formação daquilo  que chamo: a bolha azeiteira

Por isso, é com um sorriso irónico, e alguma tristeza que descubro o inevitável nesta sociedade socialista sempre encostada ao Estado "Associação considera urgente criar entidade reguladora para o sector do azeite":
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"O presidente da Associação Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) defendeu hoje a entrada em funcionamento de uma entidade reguladora para a fileira do azeite, de forma a garantir a qualidade do produto.
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António Branco não desarma e assume que é «imperioso» regular o sector do azeite em Portugal para o consumidor «não comprar gato por lebre» (Moi ici: Fico condoído com a atenção para com os consumidores... )
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Segundo o dirigente, esta entidade teria como «papel principal» fazer a protecção do azeite português no mercado interno e externo, bem como disponibilizar mais informação ao consumidor final. (Moi ici: E precisam de uma entidade reguladora para isso? Então para que serve a AOTAD? Duh!!! Quem não cria marcas, quem produz quantidade indiferenciada é que tem medo... vende azeite simplesmente. Quem  tem marca, quem tem identidade, quem tem nome... está noutro campeonato.
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Que tipo de exploração terá António Branco? Será que cumpre a minha previsão sobre os líderes associativos? Ai a leitura de Hagel)

sexta-feira, setembro 30, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte III)

Continuado da parte I e parte II.
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"No final de Junho, os seis maiores bancos que actuam em Portugal tinham em sua posse casas penhoradas num montante estimado em mais de 3.000 milhões de euros. Em primeiro lugar, destaca-se o BCP que detinha imóveis penhorados num montante avaliado em 1.180 milhões de euros, seguindo-se o BES com 751,9 milhões de euros, a CGD com 549,6 milhões de euros, o Montepio com 282,3 milhões de euros, Santander Totta com 152,6 milhões e BPI com 122,6 milhões de euros.
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Segundo a notícia do jornal “Diário Económico” desta segunda feira, estas casas que a banca possui provêm essencialmente de promotores imobiliários."
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E o que propõe o sindicato da construção?
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"O Sindicato da Construção de Portugal quer que o Governo disponibilize cinco mil milhões de euros em verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para apoiar a fileira."
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Por que tenho de contribuir para a manutenção de um sector sobredimensionado?

sexta-feira, julho 29, 2011

Azeite...

Ontem, ao almoço, os meus filhos discutiam quantos PCs tem a HP de vender para conseguir ganhar o mesmo que a Apple com a venda de um Mac.
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Por isso, cuidado com a bolha azeiteira.
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"Azeite Gallo investe cinco milhões na fábrica de Abrantes e em renovação de imagem"
"Azeite Gallo quer ser o terceiro mais vendido do mundo"
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Tudo aponta para o aumento da eficiência na produção e para o aumento do shelf-life que também permite reduzir custos na compra e na logística de entrega.
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Acham que estes produtores são concorrentes? (aqui e aquiAcham que estão preocupados?

sexta-feira, abril 29, 2011

A maldição da economia-bolha

"Parque Escolar já adjudicou mais de dois mil milhões de euros em obras"
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As empresas que pensam no depois de amanhã não se iludem, é claro que não são parvas e aproveitam as benesses dos governos.
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No entanto, as empresas que não são parvas sabem que estão a aproveitar uma economia de bolha e, por isso, porque pensam no depois de amanhã, preparam-se para o pós-bolha.
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Quantas empresas que vivem directa ou indirectamente anos de bonança à conta da Parque Escolar antes a preparar-se para o pós-bolha?
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Quando as empresas não se preparam para o pós-bolha temos isto "A construção civil vai parar" e depois de uma década de crédito fácil e barato temos:
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"É uma obrigação moral recuperar, mas é precisa uma injecção financeira, com crédito baixo e gabinetes de apoio".
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Questionado sobre o preço das casas recuperadas, diz que é "uma barbaridade" e teme pelo aumento do desemprego entre os arquitectos. "Os gabinetes estão a fechar e a construção civil vai parar. Não há mercado"."
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Não creio que na génese do problema da degradação das habitações dos centros das cidades esteja a falta de crédito, mas não é esse o ponto deste postal.
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Pensar no depois de amanhã numa economia-bolha é super difícil, é quase impossível... como é que era... seize the day ou carpe diem...
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Durante uma economia-bolha a pressão é para aproveitar o mais possível, mais máquinas, mais pessoal, mais... o resto? O futuro são amanhãs que cantam.

sábado, abril 16, 2011

Uma bolha

"A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) chama a atenção do sector que arrancou a fase quatro do programa da Parque Escolar. São 92 escolas do ensino secundário que irão ser modernizadas e que envolvem um investimento na ordem de 1350 milhões de euros." (aqui)

quinta-feira, março 17, 2011

As bolhas azeiteiras como mais uma manifestação do socialismo na economia

Por favor, não tomem as linhas que se seguem como um exercício de arrogância intelectual.
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Qualquer um, desde que pratique: mantenha os seus sentidos em alerta e reflicta sobre o que está a acontecer, colocando os factos em perspectiva consegue aperfeiçoar a capacidade de prever o futuro.
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No inicio de Dezembro passado escrevi este postal sobre as bolhas "Não se muda por decreto" onde previ a formação em curso de uma bolha azeiteira. No final desse mês de Dezembro escrevi "Mais uma previsão acertada".
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Pois bem, agora, chegou-me pelo twitter esta notícia "Portugal, Espanha, Grécia e Itália pedem ajuda para encarecer azeite"
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Socialismo no seu esplendor!!!
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Socialismo que se arroga o conhecimento e a capacidade de decisão para financiar e apoiar a plantação de olival. Claro que isso gera uma bolha azeiteira. Qual a solução socialista?
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Intervir no mercado para "como resposta a uma conjuntura de "perturbação do mercado"."
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Perturbação de mercado? Qual perturbação de mercado?
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Numa sociedade não socialista a solução passaria por deixar quem produz e quem transforma arcar com o prejuízo, os mais fracos, os menos preparados (não os mais pequenos) fechavam e os preços recuperavam. Claro que não será o que se passará por cá. Ainda vamos ter olivicultores a serem apoiados para plantarem oliveiras às segundas, terças e quartas e os mesmos olivicultores serem apoiados para arrancarem as mesmas oliveiras às quintas, sextas e sábados.
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É de loucos.
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Outra alternativa, que não é para todos, é para quem tiver paixão pelo azeite como referi aqui em "Mais uma previsão acertada (parte II)"

quarta-feira, novembro 24, 2010

Outra bolha?

Há dias um familiar quis vender-me uma rifa, de uma associação respeitável, para apoiar a construção de um lar para idosos.
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-Mas quem vai pagar aos funcionários do lar?
-Uma parte pagam os residentes, a outra é o Estado que vai pagar!
-E o Estado vai ter dinheiro?
-Então, as pessoas precisam de ser acompanhadas...
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Daqui a uns anos, vamos ter estes funcionários de instituições privadas que prestam serviços públicos suportados parcialmente pelo Estado a seguir as pisadas destes professores "Professores dos colégios preocupados com desemprego".
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Eu sei que cada vez há mais gente idosa a precisar de ajuda... mas, no meio da minha ignorância sobre o tema, não consigo deixar de suspeitar que está aqui a desenvolver-se mais uma bolha a contar com um modelo de Estado que está à beira do colapso.

sábado, setembro 26, 2009

Economia de Bolhas

Sempre desconfiei disto mas nunca tive números, nem investiguei, era um feeling.
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O Facebook de Edward Hugh (imprescindível acompanhar) alertou-me para este relatório de Março de 2009 "Study of the effects on employment of public aid to renewable energy sources -LESSONS FROM THE SPANISH RENEWABLES BUBBLE"
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"Testimony before the House Select Committee on Energy Independence and Global Warming
Gabriel Calzada Álvarez September 24, 2009"
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"Our study sought to answer the seminal question—what was the price of Spain’s attempt to lead the world in a clean energy transformation. Our research shows that that price was very high. Here are some highlights from our study:

For every 1 green job financed by Spanish taxpayers, 2.2 jobs were lost as an opportunity cost.

Only 1 out of 10 green job contracts were in maintenance and operation of already installed plants, and most of the rest of the working positions are only sustainable in an expansive environment related to high subsidies.

Since 2000, Spain has committed €571,138 ($753,778) per each “green job,”

Those programs resulted in the destruction of nearly 110,500 jobs.

Each “green” megawatt installed on average destroyed 5.39 jobs elsewhere in the economy, and in the case of solar photovoltaics, the number reaches 8.99 jobs per megawatt hour installed.

Spain has already attempted to lead the world in a clean energy transformation. But our research shows that Spain’s policies were economically destructive.

When the president of a country with a relatively low unemployment rate like the US decides to learn how to create jobs from a country like Spain with the highest unemployment rate among developed countries, it should be in a field where that country has a a demonstrable track record of job creation. Unfortunately, this is not the case of job creation in Spain through public support for the renewable energy.

Spain might have some original and efficient policies to show the rest of the world but unfortunately renewables aid is not one of them."
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Documento completo aqui.

sábado, setembro 19, 2009

A Bolha das Renováveis

Há uma central solar no Alentejo, agora há uns interessados em construir a maior central solar do mundo...
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Interesting to read this in WSJ, para onde quer que nos viremos só encontramos rentistas. Louçã tem muita razão quando fala dos empresários encostados ao poder e sempre de mão estendida:
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"Spain's Solar-Power Collapse Dims Subsidy Model"
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"Wind energy was a cheaper renewable option than solar, so the Spanish government sought to make solar power more attractive by increasing subsidies, just as other countries, particularly Germany, were scaling back support.

As a result, Spain's solar capacity last year increased to 3,342 megawatts from 695 megawatts, the size of a coal plant, a year earlier. Government subsidies for solar power jumped to €1.1 billion ($1.6 billion) in 2008 from €214 million in 2007.

Solar power "was a financial product, not an energy solution," says Ignacio Sánchez Galán, chairman of Iberdrola, the world's biggest renewable-energy company. Iberdrola has largely shunned solar because wind power is cheaper and requires less land."
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ADENDA: Este artigo do WSJ fez.me recordar este outro da Harper's Magazine de Fevereiro de 2008 que já previa a bolha das renováveis.

quinta-feira, julho 17, 2008

Um pouco de ironia

Quando se lê no Diário Económico, na internet, "Bancos portugueses são dos menos saudáveis da Europa", assinado por Pedro Latoeiro e Maria Ana Barroso com Marta Reis.
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Não consigo deixar de pensar no jeito que as grandes obras do Programão, e agora também o nuclear, dariam aos bancos... é a nossa versão de:
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"Recession-Plagued Nation Demands New Bubble To Invest In"
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Quanta verdade se encontra escancarada, e por isso escondida ( à la Poe) na bonecada do Contra-Informação.
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Um trecho delicioso:
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""Perhaps the new bubble could have something to do with watching movies on cell phones," said investment banker Greg Carlisle of the New York firm Carlisle, Shaloe & Graves. "Or, say, medicine, or shipping. Or clouds. The manner of bubble isn't important—just as long as it creates a hugely overvalued market based on nothing more than whimsical fantasy and saddled with the potential for a long-term accrual of debts that will never be paid back, thereby unleashing a ripple effect that will take nearly a decade to correct.""
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""The U.S. economy cannot survive on sound investments alone," Carlisle added."
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Ou:
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""Every American family deserves a false sense of security," said Chris Reppto, a risk analyst for Citigroup in New York. "Once we have a bubble to provide a fragile foundation, we can begin building pyramid scheme on top of pyramid scheme, and before we know it, the financial situation will return to normal.""
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A brincar, a brincar...

sexta-feira, maio 30, 2008

E isto não é uma bolha?

Tirando a identidade do promotor, em que é que isto difere de uma economia de bolha?
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"Em Junho do ano passado, as maiores construtoras e os maiores bancos portugueses reuniram em segredo, num sábado à tarde, com o primeiro-ministro José Sócrates. Na agenda, um ponto único: dinamizar o mercado das obras públicas, que encolhia há seis anos consecutivos e cuja produção estava a cair 24% anualmente. O défice não era problema – os mercados financeiros nunca tinham estado tão bons e o que não faltava eram fundos de infraestruturas esganados por bons projectos para investir.
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O Governo ouviu e cumpriu a sua parte. Em apenas um ano foram lançados 26 concursos públicos para a construção e/ou concessão de auto-estradas, ferrovias barragens ou hospitais. No total, falamos de 7,1 mil milhões de euros de investimento. A estes juntam-se ainda os concursos para as centrais de biomassa, dos quais já foram adjudicados 13 lotes, as 26 obras portuárias já contratadas, num valor de 15 milhões de euros, o aeroporto de Beja e as obras no aeroporto da Portela. No seu conjunto estão previstos, nos próximos oito a dez anos, investimentos de perto de 50 mil milhões de euros, que incluem o novo aeroporto e o TGV. O que significa que nos próximos anos ainda serão lançados muitos concursos, como por exemplo o do TGV, que será lançado a 2 de Junho. Hoje, as construtoras não têm mãos a medir para cumprir o seu lado do acordo"
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No Diário Económico de hoje.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Isto também me preocupa

Bastar começar a desenhar um mapa causal onde entrem:
  • portugueses a trabalhar em Espanha;
  • exportações portuguesas para Espanha;
  • importações provenientes de Espanha;
  • empresas em Portugal propriedade de empresas espanholas;
  • turistas espanhóis;
  • empresas espanholas de construção vão apostar muito mais nos mercados externos, por exemplo na América do Sul, onde as empresas portuguesas andan a fazer pela vida;
  • ...
Para notícias destas preocuparem qualquer um "Empresários com medo da crise em Espanha", um artigo de Margarida Peixoto no Diário Económico de hoje.