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domingo, julho 03, 2016

Os salários alemães

"Já no encerramento dos trabalhos, Saraiva apontou baterias contra a Alemanha. Notando que o problema do investimento é também “um problema de expectativas dos agentes quanto à evolução da procura”, o presidente da CIP lembrou que, se Portugal não tem condições para apostar em “políticas expansionistas do lado da procura”, há quem as tenha.
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Países com finanças públicas sólidas e “que continuam a acumular crescentes excedentes externos” contribuem para o “problema de escassez da procura que bloqueia o relançamento do investimento na Europa”, afirmou o presidente da CIP." (fonte 1)
Entretanto, o que dizem os números:
"In 2014 Germany imported $1.13T, making it the 3rd largest importer in the world. During the last five years the imports of Germany have increased at an annualized rate of 6.1%, from $842B in 2009 to $1.13T in 2014." (fonte 2)
Uns olham para a evolução dos CUT alemães e não percebendo que se trata de um rácio, e não percebendo que a subida na escala de valor tem um peso muito mais forte que a subida do salário, acreditam que os salários alemães baixaram.


Recordar:

Preferia que a CIP apoiasse os seus associados com informação, exemplos e inteligência para que estes reforcem o trabalho bottom-up para conquistar clientes na Alemanha, em vez de politiquice. Podiam seguir o exemplo da Portugal Fresh, por exemplo.



Fonte 1 - Trecho retirado de "Sem procura e confiança, “não há razão para investir”"
Fonte 2
Fonte 3 - Imagem retirada de "Global Wage Report 2014 / 15 Wages and income inequality" da ILO

terça-feira, fevereiro 12, 2013

Não foi nada mau!

Quando Cavaco Silva concorreu às eleições presidenciais de 2006 num dos debates, para minimizar o facto de não ter sido membro do partido então na chefia do governo, afirmou algo do género:
"2 adultos perante os mesmos factos chegam às mesmas conclusões"
Costumo usar a frase, embora modificada, na minha vida profissional:
"2 adultos, ambos de boa-fé, perante os mesmos factos podem chegar a conclusões diferentes"
Ao escrever a última frase recordei-me de um texto de Kanehman, incluído em "Thinking, Fast and Slow" onde ele compara a interpretação que os humanos dão a uma frase em função do tom em que é proferida.
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Diferentes experiências de vida, diferentes perspectivas sobre o mundo, ajudam a olhar para os mesmos factos:
E ver coisas diferentes, sempre de boa-fé.
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Escrevo isto a propósito de "Exportações crescem 5,8% em 2012, mas acentuam sinais negativos no final do ano"
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Em 2012 as nossas exportações para a UE representaram cerca de 71% do total das exportações.
As previsões apontam para que em 2012 o crescimento do PIB na UE tenha sido de -0,3% (Eurostat).
E mesmo neste ambiente as exportações para a UE cresceram quase 1%.
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Qual a economia mais competitiva da zona euro? Parece que é a Alemanha!
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Quanto cresceram as exportações alemãs em 2012?
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Para a UE -0,3% (baixaram!)
No total +3,4%.

Não foi nada mau!

domingo, fevereiro 12, 2012

A lição do CUT da Alemanha

Ontem à noite no twitter escreveram-me:
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 "O nosso problema são os custos unitários do trabalho (CUTs) que são muito altos"
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A afirmação veio na sequência de uma troca de argumentos em que a outra parte defendia que os salários portugueses tinham de baixar porque são muito altos.
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Voltando à minha base sobre a economia portuguesa. A economia portuguesa são 3 economias em simultâneo:

  • a dos funcionários públicos;
  • a que vive do mercado interno;
  • a que exporta.
Se falamos das duas primeiras, é claro que os salários vão baixar. Por exemplo, o crescente desemprego nas actividades associadas aos não-transaccionáveis é disso exemplo. Não é uma questão de competitividade, é uma questão de sobrevivência num mercado em forte retracção.
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Contudo, a mim interessa-me o caso da economia que exporta. Normalmente, diz-se que os salários do privado têm de baixar para que o país fique mais competitivo. 
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É nesse contexto que surge o argumento dos CUTs. A Alemanha, esse modelo de economia exportadora consegue ter CUTs muito mais baixos do que Portugal.
Perante o gráfico há alguns que até acham que os salários alemães diminuíram durante a última década (entre 2002 e 2007 cresceram 9% e, no entanto, os CUTs até baixaram!!!)
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Qual a evolução salarial?
Então, como se calculam os CUTs?
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A definição de CUT é a de um rácio entre a compensação total recebida pelos trabalhadores, o seu salário, e a produtividade do seu trabalho. Se assumirmos que o numerador se mede em euros e que o denominador se mede em número de pares de sapatos por trabalhador, o CUT mede-se em euros por par de sapatos, ou seja, o custo laboral total por unidade de saídas, de produto. 
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BTW, o que esta definição não tem em conta é o valor potencial de cada par de sapatos. Normalmente, quanto mais valor potencial tem um par de sapatos, mais tempo demora a produzir.
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Quando se comparam os CUTs de vários países, não se podem comparar euros por pares de sapatos com euros por automóveis. Assim, o rácio é entre salários e o valor do que foi produzido com esses salários. 
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Logo, mesmo que os salários subam, os CUTs podem baixar se os produtos produzidos tiverem um valor potencial que tenha crescido mais do que os salários. Ou seja, se a produtividade crescer mais depressa do que os custos do trabalho.
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Realmente a Alemanha aponta o caminho, em vez de reduzir salários, aumentar o valor potencial do que se produz.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Um campeonato completamente diferente que não cabe na mente da tríade

A propósito deste artigo "How Germany Became the China of Europe" (Moi ici: Comparar a Alemanha à China ... mostra logo a ignorância de quem escreve) publicado na revista TIME no início do ano, gostava de fazer algum paralelismo com o sector do calçado em Portugal.
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"There is no particularly special technology needed to make a chainsaw. It's really just plastic and metal parts screwed together with old-fashioned nuts and bolts. (Moi ici: Conversa típica de elemento da tríade, incapaz de perceber o que são relações amorosas, paixão...) The Chinese already make chainsaws. But that hasn't stopped German power-tool manufacturer Stihl from selling its made-in-Germany chainsaws around the world, even though its top-end models are among the priciest on the market. In fact, 86% of the products Stihl makes in its high-cost German factories are exported. How Stihl manages that says a lot about the impact a revived German economy is having on Europe and the world — both good and bad.
...
And instead of laying off staff during the Great Recession, as so many U.S. firms did, Stihl locked in highly trained talent by offering full-time workers an employment guarantee until 2015. Stihl even added specialists to its product-development team during the downturn. The result is high-quality products that command price tags big enough — professional Stihl chainsaws cost as much as $2,300 in Germany — to make manufacturing profitable even with the nation's high wages. (Moi ici: Recordar a diferença, o preço médio do calçado exportado por Portugal é cerca de 8 vezes superior ao preço do calçado chinês que entra na Europa. Enquanto que os elementos da tríade só sabem ver custos, só sabem falar em competir pelos custos... pobre COTEC Portugal há quem aposte na co-criação de valor, um campeonato completamente diferente.)
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BTW, ainda esta semana estive numa empresa de calçado, que não está no ramo da moda, e que já está a dar prazos de entrega para Fevereiro dado o sucesso que tem.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Há muito que fugiram da guerra do jogo do gato e do rato

Marshall Auerback neste artigo "Marshall Auerback: Are We Approaching the Endgame for the Euro?" expõe o típico raciocínio americano, que também é o raciocínio dos que querem que Portugal imprima bentos. Resumi o final do artigo nesta figura (Euro-hanseático, EH, é o nome que dei à nova moeda da Alemanha, da Holanda e de outros paíse que seguirem a Alemanha) :
Qual é o problema que vejo neste raciocínio?
Há anos li um livro chamado "How we compete - what companies around the worl are doing to make it in today's global economy" escrito por Suzanne Berger e o MIT Industrial Performance Center.
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O livro começava por contar a história de uma empresa têxtil americana, de fatos para homem, que depois de décadas de sucesso, com prémios sucessivos, mudou-se para o México primeiro, e depois para a Mongólia, em busca da vantagem competitiva baseada numa redução de custos gerada por uma mão de obra muito mais barata.
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Nem a Mongólia a salvou, a empresa, tão obcecada com a redução de custos como a sua salvação, nunca percebeu que o que mudou tinha sido o perfil dos seus clientes-alvo. Os seus clientes-alvo tinham desaparecido e a empresa nunca o percebeu, acabando por fechar, apesar dos custos laborais super-competitivos.
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O raciocínio americano é um raciocínio em que há capital suficiente, e há uma impaciência gritante dos accionistas, que rapidamente se tranforma na transferência completa de indústrias para o exterior.
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Na Alemanha, as "mitteltstand" não estão cotadas na bolsa, não têm administrações que dependam do volume de vendas do próximo trimestre, podem ter paciência.
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As empresas que estão na bolsa, como a Wolkswagen, e que competem pelo preço, essas sim, essas têm tudo a mudar a sua produção para os países que não tiverem como moeda o novo EH.
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Voltando ao problema com o raciocínio de Marshall Auerback, basta fazer o paralelismo com o que está a acontecer agora com as exportações suiças. O franço-suiço está a valorizar face ao euro desde há muito tempo e, no entanto:
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"An appreciation of nearly 30 percent in the franc against the euro since Lehman has provoked howls from some firms -- particularly in metals and machinery and tourism. Some have threatened to move production abroad, and the central bank has cautioned that not all the currency pain has yet been felt.

But exports in the first quarter of 2011 climbed just over 12 percent from a year earlier, and in 2010 Switzerland posted the second-largest trade surplus in its history. A survey this April found most Swiss businesses don't expect much of a hit from the franc's strength, and would rather the central bank did nothing about it.

"If you look at history, Switzerland has always been able to withstand a stronger franc -- by making radical changes, improving productivity, and going for specialisation," Nestle Chairman Peter Brabeck told the SonntagsZeitung last month. "
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O meu ponto é que as empresas alemãs que não competem pelo preço, há muito que aprenderam a viver com uma moeda forte, há muito que fugiram da guerra do jogo do gato e do rato.
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Concordo muito, mas mesmo muito, com a opinião de Marshall Auerback sobre a França...

domingo, junho 19, 2011

E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro? (parte V)

Continuado daqui.
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"Why Germany must exit the euro" (Se sair a Alemanha não sai sozinha, vai com ela a Liga Hanseática)
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Há uma altura em que um credor deixa de se enganar a si próprio e reconhece que o melhor que tem a fazer é esquecer a dívida e o devedor.
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Há uma altura em que se devem assumir os "custos afundados", aprender a lição e mudar de vida.
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Há uma altura em que o devedor já goza com o credor.
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Que fique bem claro que considero o desafio de termos a nossa moeda no mesmo barco da moeda alemã a melhor ajuda para disciplinar políticos ignorantes, e obrigar as empresas a subir na escala de valor potencial, única forma de o nível de vida dos portugueses subir de forma sustentada.

quarta-feira, maio 11, 2011

E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro? (parte IV)

Na sequência deste postal de Outubro de 2009 "E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro?" e deste de Fevereiro de 2010 "E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro? (parte II)" enquadra-se este artigo :

"¿Y si Merkel decide irse del euro? Los alemanes ya estudian la posibilidad"
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A probabilidade deste evento ocorrer no mercado das especulações sobre o futuro, que ocupam a minha mente, vai-se reforçando cada vez mais.
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Alguns analistas contrariam a ideia porque pensam que a Alemanha perderá muito com isso:
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"“Si Alemania dejara el euro, el nuevo marco se apreciaría irremediablemente dañando sus ventajas competitivas […] así como el comercio con sus socios europeos al quedar sin efecto la reducción del tipo de cambio nominal”, explican.

En su opinión, además, la fortaleza de su mercado de bienes se debilitaría, al igual que su flujo crediticio, que ha alcanzado un notable grado de “retorno por la contracción de las naciones en dificultades financieras en un contexto de ausencia de riesgos monetarios”, aducen."
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É claro que a saída da Alemanha da zona euro prejudicaria o status-quo que permite o seu bom desempenho actual, mas Helmut Kohl mostrou que por vezes a política sobrepõe-se ao racional económico. E se no espaço de um ano a relação euro vs dolar tem esta evolução
e se ainda assim as exportações alemãs extra-comunitárias cresceram mais de 15%:
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"Exports of commodities to countries outside the European Union (third countries) amounted to Euro 39.5 billion in March 2011, while imports from those countries totalled Euro 28.1 billion. Compared with March 2010, exports to third countries increased by 15.4% and imports from those countries by 9.9%." (trecho retirado daqui)
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Não será de equacionar realmente esta possibilidade?

quarta-feira, outubro 27, 2010

Se não gostam do modelo alemão... minem-no

Ontem foi um dia interessante:

  • "Portugal tem de fazer prioridades e ser mais competitivo" Reparar como termina este podcast de Miguel Monjardino na TSF com uma referência à necessidade de aprender com a Alemanha;
  • "Ask Germany where growth comes from" no WSJ. Um reparo: o autor não faz qualquer referência à influência da demografia no perfil de compras e gastos dos consumidores; (ver o comentário de Álvaro Santos Pereira no seu Desmitos)
  • A propósito do artigo "German minister says country experiencing 'textbook' recovery" Edward Hugh comentou no Facebook: "And in which text book is there a model based on permanent export dependency?" É verdade quando houver um excesso de exportadores a competir no mesmo terreno. Contudo, para já, só lá estão os alemães. A única forma de obrigar a Alemanha a mudar é copiá-la e criar um excesso de exportadores. Por enquanto, o que é que a Alemanha pode ganhar em mudar o status-quo?

domingo, outubro 10, 2010

Qual é o recurso mais escasso?

Creio que o recurso mais escasso numa organização é o tempo!
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Este momento que acabou de passar não volta. Assim, o tempo que dedicamos a fazer uma coisa não pode ser recuperado para fazer outra. Ou seja, também... ou sobretudo, o nosso tempo deve ser usado estrategicamente. Como o tempo não é elástico, o tempo que decidimos dedicar a uma coisa é o tempo que  decidimos não dedicar a muitas outras coisas.
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E se algumas dessas coisas a que dedicamos o nosso tempo for menos importante, menos prioritária do que as coisas que na prática desprezamos?
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Então, devíamos o medir o retorno do investimento que fazemos com as escolhas de "atenção" que fazemos. Já no ano passado escrevi algo sobre o Retorno-da-Atenção de Robert Simons aqui no blogue.
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E voltando a Simons e a um artigo publicado em 1998 na HBR "How High is Your Return on Management?":
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"Managerial energy is an organization's most important and most scarce resource"
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Por isso, os autores do artigo propõem a adopção do Return-on-Management (ROM):
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Em que o ROM "measures the payback from the investment of a company's scarcest resource: managers' time and attention".
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Tudo isto que escrevi foi motivado pelo desalento em perceber que a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal continua a lutar instintivamente... ainda não percebeu que é má ideia confundir estratégia com testosterona.
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"Têxteis exigem estudo do impacto do Paquistão":
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"A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal vai exigir de Bruxelas um estudo de impacto económico sobre cada um dos países da União Europeia, devido à eliminação temporária das taxas alfandegárias sobre os produtos paquistaneses. O objectivo, disse ao DN João Costa, presidente da ATP, "é perceber quem vai pagar a factura" desta decisão, já que dos 81 produtos que serão isentados de taxas, 65 são artigos têxteis e de vestuário.
Conscientes da irreversibilidade da decisão comunitária, apesar de esta ainda ter de passar pelo crivo do Parlamento Europeu, os industriais reclamam também a substituiçãodos produtos têxteis por artigos de outros sectores ou, ainda, por têxteis diferentes dos considerados, entre outras medidas."
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E para cúmulo o artigo termina com:
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"Por outro lado, entre os 46 produtores mundiais de têxteis, só o Bangladesh tem custos laborais inferiores."
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Pois, por isso é que o Bangladesh é uma potência nas exportações têxteis...
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Pobre indústria têxtil ... acorrentada a uma associação que ainda não viu a luz, que ainda não percebeu que as empresas portuguesas não podem competir com o Paquistão, não por causa do Paquistão, mas por causa da qualidade de vida dos operários portugueses na indústria têxtil e por causa da saúde económica das empresas têxteis portuguesas.
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Enquanto não virem a luz vão continuar a comportar-se como um animal acossado a um canto, entretido a defender-se de um tsunami e a desperdiçar a oportunidade de mergulhar num mundo diferente, no mundo da moda, do speed-to-market, da flexibilidade, da diferenciação, do alto valor acrescentado...
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E depois o BdP vem dizer que a culpa da baixa produtividade do país é devida ao peso da Função Pública... e o peso das empresas que continuam a lutar ombro a ombro, corpo a corpo com as empresas chinesas, indianas, paquistanesas, marroquinas?
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A ATP precisa de mergulhar a fundo nos conceitos de produtividade, valor, originação de valor, precisa de estudar as contas de Rosiello e de Baker, precisa de aprender a ser como as empresas alemãs, precisa de fugir ao jogo do gato e do rato e perceber como se enfrenta a China num país com moeda forte.

quinta-feira, outubro 07, 2010

A "receita" alemã...

Interessante artigo na Business Week desta semana "Germany's Growth: New Rules, Old Companies".
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Como defendo aqui há anos "Somos todos alemães" encontra-se:
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"Germany may serve as a model for other Western economies competing with emerging markets."
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"The Mittelstand companies, which typically employ fewer than 500 workers, comprise more than 70 percent of German workers and contribute roughly half of the country's GDP. The Mittelstand also embodies the German approach to business practice—paternalistic, consensual, conservative, and arguably more effective over the long haul than what Germans sometimes dismiss as American-style cowboy capitalism.

Far from being relics of a simpler time, Mittelstand companies have emerged as successful models in an era of globalization—agile creatures darting between the legs of the multinational monsters. Their blend of high technology, long-term thinking, and focus on quality has helped German manufacturing through the recession"
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No entanto, julgo que os autores misturam a receita para as mega-empresas como a Volkswagen, que competem no mercado do preço, com os factores de competitividade das Mittelstand.
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Por mais incrível que pareça, pois os embaixadores ás vezes têm afirmações ridículas, como esta de relacionar saudade e produtividade, estou mais próximo da justificação do embaixador alemão em Portugal "O motor económico":
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"A produtividade e competitividade da indústria alemã não têm a ver com moderação salarial, mas muito mais com a investigação e a inovação no âmbito da cadeia de valor."
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Esta justificação está muito mais de acordo com a "receita" Hermann Simon "We are not cost-cutters"

domingo, outubro 03, 2010

E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro? (parte III)

"He suggests that one way to save the euro would be for Germany to leave the eurozone, so allowing the currency to devalue and help struggling countries with exports." (daqui)
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Está a fazer um ano que tal me ocorreu pela primeira vez: "E se for a Alemanha a ter de sair da zona euro?" (parte I) e (parte II)

sexta-feira, setembro 10, 2010

Notícias que merecem pouca reflexão

Esta notícia merecia mais reflexão "Falências subiram na Alemanha apesar da retoma".
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Não se pode ignorar o buzz todo em torno do sucesso recente da economia alemã... e, no entanto, as falências subiram!!!
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Isto faz-me recordar o que li ontem de Prigogine, ao nível macro temos um copo cheio de água e a água não se move está quieta, estável, estagnada. No entanto, ao nível micro, é um festival de movimentação.
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Será que estas falências são sintomas de uma reconversão da economia?
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Há bocado, já não sei como, encontrei esta pérola "Para produtores em tempos difíceis, virtude é não estar no meio"... no news por aqui: stuck-in-the-middle; polarização dos mercados, o colapso do mercado do meio-termo.
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As falências são necessárias numa economia saudável... o problema é quando os recursos libertados numa falência não são desviados para outras tentativas. E só são desviados quando as pessoas acreditam que o Estado é uma pessoa de bem.

quarta-feira, setembro 08, 2010

"preso por ter cão e por não ter"

Consigo perceber o argumento de Martin Wolf "Germans are wrong: the eurozone is good for them".
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No entanto, julgo que a Alemanha se encontra na posição de "preso por ter cão e por não ter".
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Hermann Simon retrata um país competitivo, não, não escreve sobre a VW ou a Siemens, para o qual o custo não é assim tão relevante.

quinta-feira, julho 08, 2010

Alguém quer fornecer um modelo alternativo que explique estas observações?

Factos:
  • Os salários alemães (parte Ocidental) entre 2002 e 2007 subiram 9%; (daqui)
  • Os custos unitários do trabalho na Alemanha, durante a primeira década do século XXI subiram 20% menos que na Europa do Sul; (daqui)
  • Os preços no produtor, na Alemanha, durante a primeira década do século XXI tiveram esta evolução: (daqui)
  • Exportações alemãs de vento em poupa e desemprego a baixar (daqui)

terça-feira, julho 06, 2010

Comparações...

Por cá mandam-nos comer sopa... quanto é que descontamos para a Segurança Social (esse esquema Ponzi montado para servir a geração maio de 68 até ao fim)? E quanto é que descontam os empregadores?
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É comparar com as percentagens na Alemanha... "Alemães passam a descontar 8,2% do salário para a Saúde"

segunda-feira, julho 05, 2010

Hum...

"Fundo de protecção do euro viola constituição alemã e direito europeu"

Inveja

"Germany focuses on cutting spending"
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"argue that by curbing spending – rather than increasing taxes – the €80bn ($100.3bn, £66bn) savings programme would differ “fundamentally” from previous fiscal squeezes and offer “noticeable, better growth possibilities”."

sexta-feira, julho 02, 2010

Uma lição interessante

"Lessons We Can Learn On How Stimulus And Jobs Programs Failed In Eastern Germany"
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"Today, the eastern German economy is still in a sorry state, and there are no indications that the situation will change. An estimated €1.3 trillion ($1.6 trillion) have flowed from the former West Germany to the former East Germany over the last 20 years. But what has that money achieved?
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Historic neighborhoods have been restored, new autobahns built and the telephone network brought up to date, but most of the money was spent on social benefits such as welfare payments. The anticipated economic upswing failed to materialize."
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Hummmm!!! Onde é que já vimos cenas destas?