Mostrar mensagens com a etiqueta aerosoles. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta aerosoles. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Só agora? Só ao fim deste tempo todo?

Quem conhece este blogue sabe o quanto admiro o sector do calçado, quer as suas empresas, quer a sua associação, quer o seu centro tecnológico.
.
O sector do calçado é um laboratório do que pode ser o sucesso de um sector tradicional dedicado à exportação, sem a boleia das desvalorizações de moeda.
.
Os pregadores da concorrência perfeita falam em escala, custos, eficiência. Aqui, neste espaço, como adeptos e promotores da concorrência imperfeita e dos monopólios informais, propomos um outro caminho, o da eficácia, o da diferenciação, o da flexibilidade, o da rapidez, o da moda, o da inovação, o da escassez, o da ... .
Assim, foi com surpresa que descobri esta notícia "Esta empresa de calçado vai despedir 100 pessoas":
.
""A Move On, empresa de calçado detida em 51% pela multinacional Tata, que foi adquirida em processo de insolvência pelo Estado e pelos cinco maiores bancos portugueses, vai despedir uma centena de trabalhadores.
.
A empresa de calçado explicou que «decidiu focar a atividade da unidade Esmoriz, [Ovar], em operações de valor acrescentado, de forma a garantir a continuidade da empresa e a adequar a sua estrutura de custos à realidade atual do mercado»."
.
Ao fim destes anos todos... depois de tudo o que os exemplos de sucesso no sector nos dizem, basta recordar o segundo conjunto de gráficos deste postal "O choque chinês num país de moeda forte (parte II)" (BTW, hoje reconheço que este título podia ser muito melhorado, o choque chinês não depende da moeda do país afectado, o Brasil, o México, a Turquia, a Europa de Leste que o digam) só agora é que a gestão de topo da Move On percebeu que a escala, a quantidade não é escape para uma empresa de calçado em Portugal... por agora.
.
Devem ter por lá muitos doutores e engenheiros, prisioneiros dos modelos mentais e dos mapas cognitivos que ficaram obsoletos mas que se continuam a ensinar nas universidades... a maioria dos empresários de sucesso do calçado têm a 4ª ou a 6ª classe, não prestam vassalagem mental a nenhum modelo, não os conhecem, testam e replicam o que dá certo.

quarta-feira, setembro 14, 2011

A Aerosoles já está, falta a Qimonda

Em Março de 2009 escrevi este postal "Já estou instalado e aguardo..."
.
Bom, ontem descobri os números da Aerosoles em ""Governo meteu 15 milhões na ex-Aerosoles para aguentar até às eleições""
.
Quando se saberão os da Qimonda? E os da Rohde?
.
BTW, fica sempre bem alguém reconhecer as suas responsabilidades em público. Só por isso subiu na minha consideração.

quinta-feira, julho 01, 2010

Lugar do Senhor dos Perdões (parte V)

Continuado daqui: parte I, parte II, parte III e parte IV.
.
Voltando ao livro "Job Creation and Destruction" de Steven Davis, John Haltiwanger e Scott Schuh:
.
"Like most people, policymakers and bureaucrats evince a reluctance to acknowledge mistakes. Consequently, targeted policy programs tend to persist beyond the point of economic desirability, and they are likely to be managed in a way that obscures evidence of policy failure. (Moi ici: Qimonda, Aerosoles, ...) Once again, this political economy argument is not new, but it acquires added force in light of the dominant role of idiosyncratic determinants of business performance. To minimize job loss and business failure - thereby helping to preserve the image of a successful policy - the least successful businesses in targeted sectors often receive more generous subsidies or other forms of assistance."

terça-feira, dezembro 15, 2009

Para mim é claro

O que é mais crítico para a independência de um negócio nos dias de hoje, produzir ou vender? Produzir ou dominar o ponto de contacto com o consumidor?
.
Acredito que produzir é o mais fácil... há excesso de capacidade instalada, de tudo, portanto, posso sempre fazer um leilão invertido para escolher quem produz para mim.
.
Por isso, ao longo dos anos, temos assistido a um número crescente de empresas produtoras de calçado a evoluírem na escala de valor, e a criarem a sua marca. Temos mesmo assistido a empresas produtoras a adquirirem ou a criarem de raiz redes de lojas para chegarem, para assegurarem um canal, uma posição privilegiada junto do consumidor. Pudera, as contas são fáceis de fazer: o que sai da fábrica a 10€; chega a 30€ à loja; e é vendido a 90€.
.
Foi também esta a estratégia da Aerosoles, embora eu achasse sempre estranho uma empresa com uma marca, no reino da moda, ter fábricas na Ásia. Para mim, moda e Ásia não rimam, por que para quem compra moda na Europa, Ásia não conjuga bem com rapidez, com flexibilidade, com variedade... mas adiante.
.
Nicolau Santos no caderno de Economia do semanário Expresso faz um bom retrato da situação na Aerosoles com o artigo "A Aerosoles e os sapatos do defunto":
.
"Depois da ascensão, a queda. A Aerosoles, que já foi uma marca internacional de sucesso de uma empresa portuguesa (ainda a semana passada vi uma loja em Milão), vai desaparecer. As razões do insucesso terão sido uma estratégia comercial sobredimensionada. (Moi ici: concordo, aquilo a que popularmente se chama: "dar um salto maior que a perna"... uma espécie de EDP do calçado. A rede comercial sobredimensonada certamente não terá obrigado a um endividamento de 14 mil milhões de euros mas, ainda assim, foi incomportável, num mercado bancário que pôs os pés no chão.) Mas não é isso que se pede às empresas portuguesas? Que criem marcas próprias e que as vendam por canais autónomos no exterior? Parece que não. Para salvar a Investvar, que produzia aquela marca, foi delineado por parte do Estado e dos principais credores uma estratégia que passa por deixar cair a marca Aerosoles,(Moi ici: isso era inevitável) meter no congelador a marca Move On, (Moi ici: ???) que a ia substituir, pela alienação da área comercial e por apostar na subcontratação. Ou seja, sem marca própria, sem as 115 lojas que detém em 12 países, incluindo Portugal, e apostando apenas na área industrial, o grupo espera sobreviver melhor do que até agora, contrariando tudo o que qualquer guru de pacotilha recomendaria a uma empresa de calçado. No final, hão-de sobrar os sapatos do defunto."
.
Para mim é claro, as decisões têm tudo de político. Manter durante algum tempo as fábricas em Portugal ligadas à máquina e ir diminuindo o seu pessoal lentamente... até que fechem, tudo sem grande alarido social. Os trabalhadores das lojas estão, a maioria, no estrangeiro, isolados e desgarrados não fazem grande pressão nem chegam ao prime-time dos noticiários e jornais.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Folhas na corrente (parte IV)

Continuado.
.
"Vieira da Silva assume comando do plano para salvar a Aerosoles"
.
Um título espectacular, um título que define uma economia, um título que define uma mentalidade...
.
E prego eu a necessidade de ter casos amorosos com clientes, fornecedores e produtos... quando afinal basta sacar a nota aos saxões via um qualquer ministro.
.