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terça-feira, outubro 11, 2011

Pessoalmente não me sinto enganado

""há países e governos, a começar pelo nosso, que foram imprevidentes, complacentes e irresponsáveis". "Pode ser grande a origem externa das nossas dificuldades. Mas a verdade é que é isso mesmo o que se pede aos governantes: que prevejam dificuldades, que previnam problemas e que protejam os seus povos durante as tempestades""
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António Barreto andou distraído... recordar as frases:
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"Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."
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Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos
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Trecho inicial retirado de "Governantes enganaram a opinião pública, acusa António Barreto" pessoalmente não me sinto enganado... vi o que estava a acontecer e este blogue é a prova.

quarta-feira, junho 30, 2010

“Numa empresa dele talvez”

Grande resposta de Belmiro de Azevedo, ao nível dos tempos áureos de Pinto da Costa:
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"O ministro da Economia, Vieira da Silva afirma que se as empresas estiverem em condições de absorver o impacto da subida do IVA em 1%, que amanhã entra em vigor, o devem fazer. Em resposta a esse apelo, o chairman da Sonae, Belmiro de Azevedo, não deixa margem para dúvidas. “Numa empresa dele talvez”, enfatizou.

Belmiro de Azevedo pensa que as empresas não devem suportar nova subida de impostos e justifica.”A Sonae paga rigorosamente, “on time”, os impostos devidos. Não deve pagar mais nem menos, deve pagar tudo. Não faz sentido o Estado andar a pedir esmola ou a fazer favores à custa dos empresários. Já há encargos fiscais enormes”, disse o chairman da Sonae, à margem da apresentação do novo edifico da empresa, o “Sonae Maia Business Center”, evento em que esteve também presente Vieira da Silva."
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Trecho retirado daqui.
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Por favor, alguém que lhe tire a venda que continua às apalpadelas.
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quarta-feira, maio 19, 2010

A regra de Pareto

É só uma questão de esperar que as moscas poisem, mais tarde ou mais cedo os cortes vão ter de entrar pelos 67,7%, é só aplicar o princípio de Pareto.

domingo, janeiro 24, 2010

Já somos notícia... pelos piores motivos

"Greece Woes Spotlight Portugal Budget"
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E como eu penso há meses e, como Camilo Lourenço tantas vezes tem questionado em voz alta nos últimos meses também:
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""But any flippancy, if you like, in the policies to bring about a better number than in 2009 will be treated with a fair amount of suspicion by the markets. The market isn't just looking for promises in terms of their goals, they're also looking for some nuts and bolts.""
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Como é que tanta gente já escreveu?
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Que 9 em cada 10 empresas não consegue executar a estratégia que formulou. Os resultados desejados, os objectivos, são promessas, são apenas palavras.
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O que vão fazer para lá chegarem? Como vão actuar, o que se propõem mudar para passar de onde estão hoje, para onde querem estar no futuro?
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E não vale jogar a cartada de "nós não pensamos até ao fim em todas as consequências das nossas decisões" (sobretudo a parte I) por que os eleitores podem ser jogadores de bilhar amador e não ver a 3ª ou 4ª jogada que se seguirá, mas os mercados vão ver quais as jogadas que se seguirão, quais as consequências inevitáveis no futuro das escolhas feitas no presente.
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Assim, o que se propõem fazer de concreto para colmatar a lacuna entre o hoje e o futuro desejado? Where the rubber meets the road?

terça-feira, novembro 24, 2009

Curiosidades

Interessante, a receita do IRC (-23,7%) caiu mais do que a receita do IVA (-21,4%).
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And yet a receita do IRS só caiu 4,6%

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Receitas extraordinárias

A propósito do artigo de Camilo Lourenço no Jornal de Negócios "Chamem o dr. Constâncio", onde se pode ler:
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"Todo este cenário ficou mais complicado quando Luís Campos e Cunha (ex-ministro das Finanças) disse, no "Público", que não fora as receitas extraordinárias e o défice de 2009 seria de... 4%! "
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Recomenda-se a consulta e reflexão do documento Boletim Informativo com a Síntese da Execução Orçamental de Outubro de 2008 no sítio da Direcção Geral do Orçamento. Uma vez no pdf, aconselha-se a leitura da última linha da tabela das Receitas na página 6 do pdf (página 5 do boletim).
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Não é preciso pensar em hipóteses para 2009, 2008 já está aí a demonstrá-lo.

domingo, novembro 09, 2008

Gestão de expectativas (parte III)

Após ouvir na rádio a entrevista do ministro do Trabalho fui ao Público destacar um trecho que ficou a ecoar na minha mente:
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"Mas com uma recessão global... (jornalista).
Se houver uma recessão global, veremos; neste momento existem perspectivas. Várias vezes o FMI fez estimativas... (ministro)
Não é só o FMI, é a Comissão Europeia...
Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."
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Como é que os países, como é que os governos, como é que as empresas, como é que as famílias, como é que as pessoas, são apanhadas com as calças na mão?
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Quando não antecipam evoluções negativas... (faz-me lembrar isto: “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos” )
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Devemos antecipar potenciais cenários negativos para minimizar a probabilidade da sua ocorrência... parece que a táctica é: não antecipamos evoluções negativas para não acordar moscas que estão a dormir... só que as moscas estão-se a marimbar para os nossos pruridos, se há bosta, elas vão descobrir e vão aparecer.

Gestão de expectativas (parte II)

Nem de propósito, depois de escrever a primeira parte deste postal tive a oportunidade de ler este relatório "Making Change Work".
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Na página 18 pode ler-se:
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"Successful projects require a full, realistic understanding of the upcoming challenges and complexities, followed by specific actions to address them. Lack of early insight leads to a high risk that complexity will be underestimated or even overlooked. In particular, the complexity of behavioral and cultural changes is often underestimated in the early project planning and scoping stages."
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Mas é preciso agir:
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"But awareness of complexity alone is not enough – action is the vital next step. Only 18 percent of project leaders in our study reported that their organizations had sufficient awareness of the challenges associated with implementing and sustaining change. But of that small group, 85 percent said that their awareness led to the introduction of specific measures to support change."
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Expectativas inflacionadas, maquilhando os perigos e dificuldades, desincentivam a necessidade de acções específicas.
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Diogo Leite Campos diziam há dias na TV "Economia é psicologia!"
Querendo com isto defender os números do orçamento para 2009 como um combustível para a auto-estima no arranque para 2009.
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A minha abordagem para as expectativas elevadas é outra:
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Sim, apresentar expectativas elevadas.
Mas, apresentá-las como algo difícil, listando todas as dificuldades e contras que vamos ter de enfrentar.
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Atingir expectativas elevadas não é só psicologia, a psicologia assenta na capacidade dos actuantes venceram as dificuldades. Ora, se os actuantes não estiverem cientes de quais as dificuldades em toda a sua extensão, dificilmente poderão lançar as acções necessárias para criar o estado futuro desejado.
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O grito de Leónidas no filme "300" "Espartanos, esta noite jantamos no Inferno!" ou as bocas de Mourinho dirigidas aos seus jogadores no balneário após uma derrota, pertencem a uma outra liga que não a dos copinhos de leite.

sábado, novembro 08, 2008

Gestão de expectativas

Acerca dos números irrealistas, incluídos no orçamento do estado para 2009, como forma de gerir as expectativas.
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Como é que as empresas de referência gerem as expectativas?
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As expectativas não são geridas à custa da fé pura e simples (como dizia alguém "Só acredito no meu marido!"), as boas expectativas apelam ao sonho, apelam ao salto, mas em simultâneo tem de ser mostrado o caminho, o racional que justifica a esperança.
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Contar uma história que aponta para um futuro positivo sem especificar quais os perigos... não é uma boa história, não atrai, não motiva, não cativa quem a ouve.
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What’s wrong with painting a positive picture?It doesn’t ring true.” … “Positive, hypothetical pictures and boilerplate press releases actually work against you because they foment distrust among the people you’re trying to convince.”
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"The energy to live comes from the dark side. It comes from everything that makes us suffer. As we struggle against these negative powers, we’re forced to live more deeply, more fully.”
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“So, a story that embraces darkness produces a positive energy in listeners?
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Absolutely. We follow people in whom we believe. The best leaders I’ve dealt with have come to terms with dark reality.”
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Como se lança um cenário futuro desejado positivo e se fazem figas e reúne-se energia mental positiva para que isso aconteça, sem actuar no terreno, por que se não se identificam os perigos, o 'dark side', não se atacam os perigos, é muito fácil que apareça rapidamente o veneno que mais facilmente corroi o interior de uma organização: o cinismo!
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Quem lança grandes expectativas deve ter em conta esta reflexão de Seth Godin "Setting expectations": "To raise someone's expectations then not fulfill them is worse than mediocrity"

sexta-feira, outubro 31, 2008

E depois o burro sou eu!?!?!?

Encontrei à momentos no sítio do semanário Vida Económica o seguinte artigo "Governo recusa baixar IVA ou impostos adicionais".
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Destaco os seguintes trechos:
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"O que o ministro Teixeira dos Santos recusa é recorrer a receitas extraordinárias para reduzir a despesa corrente primária, «com opções contabilísticas infundadas, como a exclusão da Estradas de Portugal do perímetro de consolidação das contas públicas e com dívidas a pagar de valor avultado, em especial no sector da saúde».
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O governante tem também manifestado alguma preocupação em justificar o aumento da taxa de IVA. Refere sobre esta matéria: «A decisão então tomada de aumento da taxa normal de IVA foi fundamental para o sucesso da estratégia de consolidação orçamental. Permitiu um efeito imediato de redução do défice, enquanto as políticas orientadas para a redução da despesa corrente primária não começassem a produzir resultados, e sinalizava o forte compromisso do Governo português e, portanto, a sua credibilidade no processo de consolidação orçamental.»Nesse âmbito, adianta, «o Governo pediu desda essa altura um esforço aos cidadãos e às empresas o seu apoio no combate ao défice público, comprometendo-se a implementar medidas de redução estrutural da despesa corrente primária, sem colocar em causa a prestação de um serviço público de qualidade»."
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Basta ir ao sítio da Direcção Geral do Orçamento e consultar o último Boletim Informativo de Execução Orçamental publicado (o de Setembro de 2008).
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Na página 4 encontramos este quadro:
Com que então recusa-se a recorrer a receitas extraordinárias?!?!
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O que seria se não se recusasse?
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Na página 3 encontramos este quadro:
Recordando a frase "enquanto as políticas orientadas para a redução da despesa corrente primária não começassem a produzir resultados"... mas então o IVA não baixou 1 ponto no 2º semestre deste ano? Então quer dizer que já conseguiram controlar e reduzir a despesa corrente primária... mas espera aí... o quadro mostra que, apesar da economia este ano crescer a apenas 0,6-0,8% a despesa corrente primária cresce a uns orgíacos, agarrem-se à cadeira 5.8%
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Que é feito do "comprometendo-se a implementar medidas de redução estrutural da despesa corrente primária"
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E depois o burro sou eu!?!?!?

segunda-feira, setembro 24, 2007

Agora está lá... agora já lá não está!!!

O artigo de Sérgio Aníbal no jornal Público de hoje "Contas da Estradas de Portugal não vão poder ficar fora dos cálculos do défice público", lembra-me a frase "Gato escondido, com o rabo de fora".



"O Governo não vai poder contar com a possibilidade de colocar as contas da Estradas de Portugal fora do cálculo do défice, como pretendia, ao reformular o modelo de financiamento da empresa. "



"O Governo pretendia que assim não fosse, já que dessa forma a Estradas de Portugal poderia investir mais no presente, com recurso ao crédito, e sem agravar, no curto prazo, o défice e a dívida pública. "



"Inicialmente o executivo tinha entregue ao INE um outro modelo que, em vez de calcular as receitas próprias da Estradas de Portugal como uma parte do ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos), o fazia com base no volume de tráfego em cada estrada gerida pela empresa. Já nessa altura, o INE respondeu ao Governo que as contas da Estradas de Portugal iam continuar a contar para o défice."



As notícias destas manobras, desta ginástica, desta engenharia orçamental, conduzem-me a uma dúvida existencial: Quantas manigâncias e engenharias orçamentais não estarão já hoje a ser feitas noutros campos?