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sábado, julho 25, 2020

"É assim Portugal. Podia não ser assim? Podia"

"Não seria melhor guardar os sete mil milhões de euros de fundos comunitários que estão destinados a este projeto da economia não transacionável - a maior parte dos quais voltará para os cofres da Holanda e da Alemanha, países que nos vão vender a tecnologia do hidrogénio e assim conseguem o retorno dos fundos que cederam – não seria melhor guardar esse dinheiro para ajudar os exportadores de frutos vermelhos de Trás-os-Montes, os exportadores de móveis de Paços de Ferreira, os produtores de tomate e hortaliças do Ribatejo e do Alentejo, os produtores de moldes da Marinha Grande, os produtores de vinhos do Dão e do Alentejo, todos os que trabalham na economia transacionável e fomentam as exportações?
Não seria melhor destinar esses sete mil milhões a atividades de exportação de bens transacionáveis, agora que o turismo praticamente desapareceu e será muito difícil recompor-se a curto prazo?
O plano do Governo é desviar esse dinheiro da economia transacionável para a economia protegida dos amigos das rendas garantidas.
Aos meus colegas jornalistas e analistas económicos e políticos deixo um desafio: procurem na lista dos nomes de empresários e empresas já posicionados para se candidatar ao mega projeto do hidrogénio em Portugal os nomes de empresários e grupos de empresas que ficaram a dever centenas e milhares de milhões de euros ao Novo Banco, CGD, BCP e outros grandes bancos nacionais. Não são poucos os que lá estão, à espera de nos sugar de novo os bolsos, desta vez através das faturas da eletricidade.
Daqui a poucos anos estaremos todos a abrir a boca de espanto com as notícias sobre indícios de corrupção no mega projeto do hidrogénio. Os suspeitos, alguns políticos atuais e empresários corruptores do regime, estarão novamente a recorrer aos dez maiores escritórios de advocacia em Portugal para se proteger. Um qualquer juiz de instrução estará a subscrever uma duríssima acusação do Ministério Público.
E os comentadores habituais, completamente desfocados, estarão a atacar o juiz de instrução por ser um radical, quando alguns políticos corruptos e os empresários corruptores já estarão ricos, provavelmente a gozar os milhões no estrangeiro.
É assim Portugal.
Podia não ser assim?
Podia. Se o Presidente da República e o líder da oposição impedissem de imediato este crime económico do hidrogénio alegadamente verde e obrigassem os promotores do projeto, o Governo, o ministro do Ambiente e o secretário de Estado da Energia a reduzi-lo à sua justa dimensão: a de um projeto piloto que só deveria crescer futuramente em função dos resultados obtidos noutros países mais ricos da Europa.
Infelizmente, Presidente, Governo e Oposição, estão todos muito mais preocupados com taticismos eleitorais do que com o futuro de Portugal."
Trecho retirado de "O Crime Económico do Hidrogénio"