sábado, janeiro 25, 2020

Gente não fragilista

No Jornal de Negócios do passado dia 23 de Janeiro no artigo "Jesus salvou têxtil, ficou sem a Zara e ganhou Boss e Hilfiger" sublinhei:
"A Círculos & Contrastes, que acabou por falir, tinha um único cliente, a gigante espanhola Inditex, cuja confiança teve de ser reganhada pela nova Tamanho e Tantos. “Tivemos de começar tudo do zero com a Inditex, da qual continuamos completamente dependentes”, lembrou Jesus, que divide a meias o capital da empresa com o seu “sócio e amigo” José Teixeira.
.
Entretanto, a líder mundial de venda de roupa a retalho começa a desviar massivamente encomendas para fornecedores mais baratos. “A Inditex, que começou a abandonar Portugal, podia sair a qualquer momento, pelo que começamos a fazer o desmame e a arranjar novas soluções”, recordou o co-CEO da empresa.”
Um bom exemplo. Uma equipa de gestão que não se iludiu com o presente e preparou o futuro. Algo que me fez recordar:
“For the unprepared organisation, periods of significant transition are typically marked by confusion (‘What’s happening?’), uncertainty (‘What should we do?’) and reprisals (‘Who’s to blame?’). Caught by surprise, managers tend to react with hasty, inadequate responses that merely demonstrate their misreading of the situation, or else they are struck by strategic inertia, frozen by their inability to fully comprehend what is happening.”
Só revelam que não são fragilistas, que não acreditam que os astros se vão alinhar para que tudo corra bem. Gente que avalia os riscos do contexto
  1. Factor externo negativo - Desinvestimento da Inditex em Portugal
  2. Factor interno negativo - Dependência importante da Inditex
  3. Risco - Perca de um volume importante de vendas e a sobrevivência da empresa
e aje em conformidade.

Trecho retirado de “Rethinking Strategy” de Steve Tighe.

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