quinta-feira, janeiro 12, 2017

Curiosidade do dia

"É natural que os políticos prefiram tomar decisões que agradam aos eleitores e não aos mercados. No entanto, quando estamos endividados ao nível de Portugal, e por isso dependemos em larga medida da disponibilidade do mercado para financiar a nossa atividade, existem fortes restrições ao que podemos considerar. Este Governo, tendo convencido Bruxelas da bondade e viabilidade do seu plano e estratégia, parece-me que está longe de ter tido igual sucesso com os mercados."
Trecho retirado de "As taxas de juro da dívida e o (des)governo de Portugal"

2 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Primeiro reconhece-se que não há relação entre os indicadores económicos e políticos do país e as yields:

"se olharmos para a evolução do indicador de "yield", reparamos que ele tem vindo a subir de uma forma relativamente mais significativa desde o final do verão de 2016, precisamente o período durante o qual as notícias económicas do país foram mais positivas, e durante o qual várias incertezas políticas importantes desapareceram"

Depois conclui-se que havia que agradar aos mercados como antigamente se agradava aos deuses: com sacrifícios humanos. Escolhem-se as vítimas e depois diz-se-lhes que têm que ser sacrificadas pelo bem comum.

Nem uma palavra sobre a fiabilidade do procedimento (antes dizia-se que era o défice mas afinal já não conta; quem garante que mais cortes serviriam para alguma coisa?) e menos ainda sobre a justiça do procedimento ou sobre o impacto da fractura gerada na sociedade.

CCz disse...

Lembrei-me dos bancários que ao balcão do BPN vendiam aos clientes produtos de riscos travestidos de produtos conservadores.

Eles acreditavam tanto naquilo que o banco dizia acerca dos produtos que eram dos primeiros a comprá-los.

Claro que também foram lesados.