quinta-feira, janeiro 12, 2017

Anónimo da província humilha gurus

Pela primeira vez vejo, preto no branco, num artigo publicado pelos media tradicionais, um texto a corroborar a opinião de muitos anos deste blogue: o salientar que afinal são as PME as grandes dinamizadoras das exportações portuguesas. Recordar, por exemplo, o recente Acerca das exportações (parte II) ou a série Acerca das exportações dos primeiros 8 meses de 2016 ou ainda No meu campeonato as exportações do 1º trimestre correram bem!

Em "PME estão mais exportadoras, mas é difícil encontrar clientes" [BTW, mas que raio de título... em que sector é que não é difícil encontrar clientes?] pode ler-se:
"“Sempre que saem as estatísticas das exportações justificamos os números com a Autoeuropa ou com a refinaria da Galp. Mas para perceber se existe aqui uma força transformadora, pareceu-nos mais viável olhar para as PME.” São elas o motor invisível das exportações nacionais, num país onde “um número muito pequeno, cerca de 500, faz a quota de leão das vendas ao exterior – um somatório de muitos micros que fazem o macro”."
Uma coisa que me entristeceu no artigo foi este gráfico:
Pena ainda não aparecer como razão para a internacionalização: a procura de margens superiores para o negócio.

Uma coisa que me fez rir e começar o dia bem disposto foi olhar para este outro gráfico:

Pensem bem no que aqui defendemos ao longo dos anos. Por exemplo, em Outro testemunho, outra prova do tempo, de Fevereiro de 2016 refere textos do blogue de antes da chegada da troika e de 2012 a ridicularizar a ideia tão presente nos discursos de políticos, académicos e comentadores económicos (a tríade) de que exportamos por causa dos nossos custos baixos.

Reparem no último factor deste segundo gráfico: o aumento dos custos de produção é o factor que menos preocupa as PME exportadoras.

Impressionante como este anónimo da província bateu os gurus todos, todos mesmo, nesta cena das exportações. Como não recordar esta mentalidade: Político, socialista e ignorante




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