domingo, dezembro 11, 2016

Curiosidade do dia

A propósito deste texto de António Barreto, "Causas do não crescimento...", como alguém escreveu no Twitter pode ser dividido em duas partes. Uma segunda parte que sublinhamos e amplificamos aqui:
"O crescimento permanente do Estado, da respectiva despesa e em especial das despesas sociais criou mais défice e aumentou o endividamento. Para que o Estado cresça sem travão, é necessária uma fiscalidade sem abrandamento. Tudo leva a crer que esta tenha chegado a níveis insuportáveis, incompatíveis com a expansão do investimento.
...
O colossal endividamento português é o lugar geométrico das políticas públicas erradas, do crescimento ilimitado do consumo e das prestações sociais e da debilidade do capitalismo português."
E uma primeira parte que este blogue está sempre a demonstrar, com números, que é factualmente incorrecta e que não resiste a um confronto com as estatísticas. Deixemos esta primeira parte para outra altura.

6 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Quando a primeira parte é tão rigorosa, o que o leva a pensar que a segunda é melhor? Um estado que este ano terá um saldo primário de 3 mil milhões de euros tem um problema por causa das despesas sociais? É que despesas sociais não são nem salários, nem pensões contributivas.

CCz disse...

Engraçado que a primeira parte é o discurso que o meu amigo aqui defende: a culpa é do euro, do Reagan, da Tatcher, do neolieralismo, da treta.

Carlos Albuquerque disse...

Não defendo que o problema seja do euro. Aliás a redução de salários para a saída da crise é uma bandeira da direita em Portugal, não da esquerda. Quanto ao euro, creio que o que expõe neste blogue não deixa dúvidas.

O que defendo é que o neoliberalismo aplicado por Reagan e Thatcher deixa muita gente de fora e essa gente acaba a votar em demagogos.

João Pinto disse...

Carlos Albuquerque,
Então defende que os que emprestaram dinheiro ao Estado devem ficar sem ele? Incluindo os particulares que apostaram em certificados e obrigações do tesouro? Incluem se os bancos portugueses ou apenas os estrangeiros na parte do 'não pagamos'. Se forem apenas os estrangeiros, por que razão?

Carlos Albuquerque disse...

Não defendo que os que emprestaram dinheiro ao estado devam ficar sem ele, portugueses ou estrangeiros. Isso seria uma medida de último recurso, quando não houvesse de todo condições para pagar, como acontece com a Grécia.

CCz disse...

"Aliás a redução de salários para a saída da crise é uma bandeira da direita em Portugal, não da esquerda."

E o que é a saída do euro que a esquerda folclórica propõe? O que é a crença na ferramenta da ilusão monetária, da manipulação do câmbio, senão uma forma de reduzir salários não-nominalmente?

E o que é o estar prisioneiro do jogo do gato e do rato que a esquerda de governo propõe relativamente aos salários?

E o que é o que a esquerda de governo propõe ao ter sonhos húmidos com uma inflaºão galopante senão uma outra forma de reduzir salários não-nominalmente?