sexta-feira, setembro 30, 2016

Curiosidade do dia

"Portugal está cheio de grupos instalados que nos impedem de crescer. Esses grupos que controlam a política e a comunicação social são os funcionários públicos e os reformados, considera o economista João César das Neves, em entrevista ao jornal i.
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Apesar da brutal pressão da troika, os reformados e os funcionários públicos escaparam a cortes nos salários e pensões que eram justos e permitiriam ao País aliviar a sua dívida. Isto aconteceu porque estamos perante grupos instalados, que controlam a política e a comunicação social, impedindo Portugal de crescer."
Entrada de Mário Cortes em 3, 2, 1 para defender os privilégios dos donos do regime:


Trecho retirado de "César das Neves: "Reformados e funcionários públicos controlam a política e a comunicação social""

Para reflexão

"What is it that feels so wrong about wearing a necktie now? The answer is: consumer attitudes. It’s not really about the tie, it’s about how consumers feel about themselves. It’s not that the fashion has changed, it’s that the culture has changed. The necktie isn’t a symbol of authority, stability and knowledge as it was in the past. It’s a symbol of subservience. Most people now expect that a person with a tie has a job where they say things like, “you can find that in aisle five” or “your car will be right up.” And you don’t consider people with ties sources of authority anymore.
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What does the necktie symbolize? Conformity, commercialism, mass production. Those are the opposite of values that consumers now want. Today consumers want artisanal products, personalized for them, not mass produced in China. They want things that are produced locally and ethically. They want their things to give them a feeling of belonging, to be authentic to the consumer’s lifestyle. They want their clothes to reflect how they feel about themselves and their place in the world. In that schema, the tie is just the wrong message. Unlike other garments, it’s not about the color or fabrication, the whole thing is just wrong now. Ties for professionals are off-message, they say the wrong thing about the wearer."
Trecho retirado de "Socks Are The New Neckties"

Fugir do granel

"Know your customers at a granular level. Leading companies are moving beyond traditional quantitative segmenting.
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To raise your own customer analytics ability, start with thoroughly defining your market and customers. Deepen your knowledge by applying techniques such as mapping the customer journey.
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Link your company’s customer strategy to its overall identity. Every successful company has a strong value proposition that distinguishes it from rivals. It consistently offers something for its customers that no competitor can match. To deliver this value proposition, it must develop and deploy a group of interrelated, distinctive capabilities. All of these must work together across the full portfolio of products and services. This combination of value proposition, capabilities, and offerings, when they all fit in a coherent way, gives the company its identity. The company’s customer experience can be thought of as the visible edge of that identity: the way in which people interact with the company and learn to appreciate it.
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Linking your customer strategy to your company’s value proposition goes beyond lining up the right processes from marketing, sales, and data analytics. It means aligning the emotional elements of your customer strategy, and all customer touch points including pricing, with the strongest capabilities your company has.
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Target customers with whom you have the right to win. When your company has a strong identity, you don’t need to claim the right to compete in every marketplace — only in the categories where you are reasonably confident of winning against competitors in a profitable way. Your value proposition will be consistent enough to appeal to a group of customers whom you can serve profitably. This is where you have the right to win, a reasonable expectation that you can compete effectively against rivals.
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If you try to grow your business where you don’t have the right to win, you risk investing time and resources on fundamentally indifferent customers. You can and should branch out to other customers and markets, but those new customers and markets should be reachable with the same capabilities that gave you an edge with your core base."
A malta do granel ainda não definiu quem são os seus clientes-alvo, tem medo de se focar, tem medo de não abranger certos mercados, certos clientes e certas ofertas. Por isso, não se define e continua indiferenciada e insípida.
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Cuidado com as fiambreiras, liquidam indiferenciados com uma perna às costas.

Trechos retirados de "10 Principles of Customer Strategy"

Mongo, tão claro

O que é isto senão a previsão que fazemos aqui no blogue há muitos anos acerca de Mongo:
"In a world that is increasingly shaped by exponential changes in technology, new opportunities are arising at an ever more rapid rate. But risk also increases because of accelerating change and increasing uncertainty.
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Today many product businesses are fragmenting as the means of production become more broadly affordable and accessible and as platform businesses emerge to help connect these product businesses with customers around the world. We are already seeing this in digital realms such as music, video, and application software. New technologies such as 3D printing and biosynthesis are likely to expand this trend into physical product businesses.
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For entrepreneurs, this is an opportunity to make a comfortable living for themselves, and perhaps a small team of people, by designing and commercializing products that are targeted to the specific needs of small groups of customers. Fragmentation suggests that unicorns will become rarer and rarer in many product businesses, and may even become an extinct species. But the entrepreneurs attracted into these niche businesses will nonetheless be creating value for customers and for themselves. Why shouldn’t we embrace and encourage them?"
Trechos retirados de "We Need to Expand Our Definition of Entrepreneurship"

Experiências e perguntas

"Companies pay amazing amounts of money to get answers from consultants with overdeveloped confidence in their own intuition. Managers rely on focus groups—a dozen people riffing on something they know little about—to set strategies. And yet, companies won’t experiment to find evidence of the right way forward.
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I think this irrational behavior stems from two sources. One is the nature of experiments themselves. As the people at the consumer goods firm pointed out, experiments require short-term losses for long-term gains. Companies (and people) are notoriously bad at making those trade-offs. Second, there’s the false sense of security that heeding experts provides. When we pay consultants, we get an answer from them and not a list of experiments to conduct. We tend to value answers over questions because answers allow us to take action, while questions mean that we need to keep thinking. Never mind that asking good questions and gathering evidence usually guides us to better answers."
Trecho retirado de "Why Businesses Don’t Experiment"

quinta-feira, setembro 29, 2016

Curiosidade do dia

A propósito deste tweet:
Primeiro, deste postal, recordo esta figura com números do IEFP, os do deputado Galamba são do INE:

E acrescento, pena que não tenha feito a comparação com 2014 e 2013.
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Entretanto, hoje soube-se que afinal o PIB em 2015 cresceu 1,6%, "INE revê em alta crescimento do PIB de 2015".
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Já esta semana li "BBVA piora previsões de crescimento económico para 1% em 2016 e 1,3% em 2017".
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Como conciliar os números de 2016 do crescimento do emprego, ou redução do desemprego, com os de 2015, apesar das diferenças no PIB?
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Arrisco uma explicação. O crescimento de 2016 é composto por duas parcelas:

  • crescimento normal por causa do crescimento da economia e da sazonalidade;
  • crescimento anormal para compensar os despedimentos que começaram a ser feitos no 2º semestre por causa dos receios de instabilidade com as eleições que se avizinhavam e, por causa dos receios com a solução governativa a partir de Outubro.
No 2º semestre de 2013 e 2014 o desemprego baixou. No 2º semestre de 2015 o desemprego subiu e subiu até Fevereiro de 2016.





Sugestões para um mapa da estratégia (parte II)

Parte I.
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Aqui um exemplo de mapa da estratégia, a nível de perspectiva de Recursos e Infraestruturas, de um projecto do 1º semestre deste ano:


Nos Recursos e Infraestruturas cá estão os vectores de preocupação. Os indicadores medem a evolução. As iniciativas reúnem as actividades a desenvolver para mudar a realidade que se traduzirá em alterações a nível dos indicadores.
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BTW, mapa da estratégia para empresa que resolveu apostar no negócio do preço mas num campeonato a nível europeu.

Acerca da evolução do investimento

Este fim de semana tive acesso ao caderno de Economia do semanário Expresso de 3 de Setembro último. Nele encontrei um artigo interessante, "Investimento nunca foi tão empresarial".
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Uma informação relevante é esta:


No 4º trimestre de 2010 o investimento público representava 49% de todo o investimento. (Era o tempo da orgia pedida pelo Nabo e que insuflou a dívida soberana portuguesa a uma velocidade vertiginosa) Nesse mesmo trimestre, o investimento das empresas representava 28%.
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Já este ano, no 1º trimestre de 2016, o investimento público representou 8% de todo o investimento.  Nesse mesmo trimestre, o investimento das empresas representava 69%. Esta evolução do investimento das empresas justificou esta série que continua com "Ministro da Economia: Investimento estrangeiro na indústria cresceu 70% este ano"
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O investimento público em 2016 representa, em valor, menos 55% que o de 2008. Já o investimento das empresas em 2016 representa, em valor, menos 30% que o de 2008. O valor do investimento das empresas atingiu o valor mais baixo em 2013 e tem crescido desde então.

BTW, estranho que o ministro Caldeira Cabral, ministro de um governo socialista, tradicionais defensores do investimento público, reconheça:
""Houve um aumento de 70% do investimento estrangeiro na indústria transformadora no primeiro semestre", disse Manuel Caldeira Cabral no Parlamento esta quarta-feira, 28 de Setembro. "Este é investimento produtivo que cria emprego"."
Bem, portanto, Caldeira Cabral ao reconhecer que muito do investimento público é torrefacção de de dinheiro impostado aos contribuintes, para fazer número e/ou para masturbação intelectual dos ministros, não criando nem emprego nem retorno.

Uma questão de identidade

"Leaders know they need to outperform their competitors to succeed — not by hitting the target with just one or two products, but by winning consistently across their businesses, time after time. To accomplish this, one must have clear answers to some basic strategic questions about the enterprise and its identity:
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Who are we?
What makes our company unique?
What is the basis of our advantage?
What value do we create, and for whom? 
[Moi ici: E a sua empresa, consegue responder a estas perguntas? Como pensar em fazer a diferença se não nos conhecemos?]
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Most companies, however, don’t have answers to these questions.
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It’s not that executives who can’t answer these questions lack management skills or ability. Most business leaders are experienced in solving problems and moving their enterprises forward. The problem is that conventional wisdom of mainstream business practice makes it difficult to think clearly about fundamentals. Many companies, for example, have been chasing growth at any cost in recent years, building a wide range of products and services to address interesting market opportunities. But pursuing growth without understanding the fundamental advantage that drives the enterprise’s success has left them with an undifferentiated portfolio of products and services. They are average-to-good across the board but great at nothing."[Moi ici: Uma doença infelizmente muito espalhada por cá, fazer um pouco de tudo sem chegar a ser radicalmente bom em alguma coisa
Trechos retirados de "Connect Your Firm’s Strategy to Its Identity"

Stress e mudança de vida

Quando li a frase de Nassim Taleb, "stress is information", foi na decisão sobre o que fazer com essa informação que pensei. Muitas vezes a informação desse stress é um sinal de que a empresa precisa de mudar:
"If you don’t like how things are going, tell a different story.
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Sometimes strategic change just means taking something from the periphery — an anomaly, a demonstration, a small innovation — and redefining it as central. Put the past in perspective, not as a set of constraints or excuses, but as a springboard to new actions. Motivate change by creating a new narrative showing how success will be achieved and why the elements are in place to get there.
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Leaders who create the future can start by rewriting history.
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Narratives should be rewritten when they inhibit rather than inspire. Individuals and institutions can get bogged down by narratives that suggest inevitability — “it has always been this way, it was meant to be this way, and it couldn’t possibly change.”
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Narratives are powerful leadership tools. People remember stories more readily than they remember numbers, and stories motivate action.
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But leaders should tread carefully. Stories should be evidence-based, meeting a plausibility test. [Moi ici: Lembrei-me logo da viragem da página da austeridade] They should be principle-based, with enduring truths embedded in them that won’t shift on a whim. They should permit action that is open-ended, creating not-yet-imagined possibilities."
Só o stress pode pressionar as empresas para a reflexão que precisam de fazer para mudarem de vida.

Trechos retirados de "If You Don’t Like Your Future, Rewrite Your Past"

quarta-feira, setembro 28, 2016

Curiosidade do dia

Recordo o tweet do folclore:
Hoje li:
"O debate sobre "captação de investimento e crescimento económico" foi pedido pelo PSD, com o deputado Luís Campos Ferreira a criticar que o Governo só se preocupa com as metas do défice.
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"Agora só falam de défice, a única preocupação que os consome é o défice", disse o social-democrata, apontando que a preocupação com esta meta "está a matar o investimento público e a economia"."
Os papéis trocaram-se e as opiniões também.
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Os que antes clamavam mais investimento agora cortam-no. Os que antes criticavam a preocupação com o défice agora não querem outra coisa.
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Caso para apanhar este trecho de Seth Godin retirado de "Spectator sports":
"Instead of having passionate arguments about things that matter, issues with consequences, topics where one can be wrong or right, organized sports are a tribal opportunity to vent without remorse.
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We've taken that pleasure in insignificance and transferred it to celebrity culture as well. And then on to just about everything else, including science and governance.
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Hence the challenge--because when we start to treat things of significance as if they're a spectator sport, we all lose.
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Soccer hooligans are a real problem. But hooligans in science (yelling about their opinions, denigrating their opponents) or in world affairs [Moi ici: aka política] do none of us any good."
Trecho retirado de "Ministro da Economia: Investimento estrangeiro na indústria cresceu 70% este ano"


Um teste para avaliar no futuro

"Para combater as low cost, é preciso jogar no terreno destas companhias,"
Eu sei que não passo de um consultor anónimo de província mas isto parece-me tão mas tão errado. Recordar "Divagações de um consultor de província".
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A interpretação mais benévola que encontro é que a administração da TAP está a fazer bluff para pressionar os sindicatos e reduzir custos.
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Ouso afirmar que é impossível a uma companhia como a TAP concorrer de frente com as companhias low cost.
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Não é a TAP, foram todas as companhias de bandeira ou não que até agora tentaram que tiveram de recuar.
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A vantagem de ter um blogue onde se escrevem estas coisas é que elas ficam escritas. Daqui a 2/3 ou 4 anos poderemos revisitar este postal e ver quem tinha razão. Recordar a Sport TV
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Trecho retirado de "Neeleman: "Quer ter low cost? Vai ter low cost na TAP""

Sugestões para um mapa da estratégia

Neste postal "uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia" referimos que mão concordávamos com este mapa da estratégia:

Não digo que ele esteja mal. Como dizia Deming, todos os modelos estão errados, alguns são úteis. Se este mapa da estratégia for útil para a empresa ... cumpre a sua missão. No entanto, o meu modelo mental recomenda algumas alterações, por exemplo:

"uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia"

Sou um fã do mapa da estratégia, por isso, não podia deixar passar:
"For too long strategy has been the like the keys to the executive washroom. Those who have the keys know what the strategy is. Unfortunately, those who have to execute it have no clue.
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Using the Balanced Scorecard approach allows executives to summarize the strategy in a strategy map, an outline typically including four perspectives: financial, customer, process, and learning and growth.
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A strategy map identifies the top 25 financial, customer, process, and organizational objectives – kind of a cockpit view of the strategy. It’s a Google maps version of strategy – how to go from point A (people and processes) to point B (deliver customer success and financial benefits).
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The map can then be converted into 3-4 strategic themes – customer excellence, performance excellence, innovation, globalization, etc. These tend to be the most common ones. Not only can the Strategy Map be shared, but the key strategy themes can also be shared.
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An agenda can then be built around reinforcing this message with the wider organization. Training programs can be designed to enforce the themes, external speakers can be brought in, awards can be created to drive behavioral change to communicate and deliver the strategy, case studies of successful firms with similar themes can be created. These are all very effective ways of communicating strategy within an organization.  Sometimes it’s not just the employees within an organization that crave a clear communication of strategy – it’s also investors, boards, and even suppliers."
Esta é também a minha experiência, uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia.
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Trechos retirados de "Communicating Strategy is as Simple as Creating a Map"

BTW, há que comentar o exemplo de mapa da estratégia incluído no artigo. Tenho várias críticas a fazer. Penso de forma diferente.

"como não pensar no potencial de melhoria da actividade comercial das PME"

Ontem, durante uma auditoria ao sistema de gestão da qualidade de uma PME, quando abordei o processo associado às compras perguntei se havia novos fornecedores em 2016, para avaliar o seu processo de qualificação.
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Fiquei surpreendido com a resposta. A empresa não tinha novos fornecedores por causa deles fornecedores. Quando pedi para me esclarecerem deram-me o exemplo do vendedor de uma empresa alemã que começa por W.

- Ó sô Carlos não queira saber. O homem é tão chato mas tão chato que o gerente responsável por esse tipo de compras já não o pode ver.

Depois, veio a descrição de uma prática que já comentei aqui. Quando o vendedor, em vez de falar na sua proposta de valor e nas vantagens para o potencial cliente, apela ao choradinho. Pode usar uma de duas versões:

  • - Ande lá, ajude-me a atingir os meus objectivos!
Ou
  • - Ajude-me senão eles despedem-me!
Para o ajudar até já o desafiaram a apresentar o que propõe vender à empresa. E a sua resposta é sempre:

- Não, vocês é que têm de dizer o que querem.

E a minha mente abstrai-se por momentos daquela auditoria e daquele contexto e interroga-se como é que uma multinacional alemã de nome conceituado pode lançar no mercado um vendedor com este desempenho...
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E se isto é assim com uma multinacional alemã como não pensar no potencial de melhoria da actividade comercial das PME.

terça-feira, setembro 27, 2016

Curiosidade do dia

Excelente texto de Joaquim Aguiar, merece ser lido na íntegra em "Desigualdades e assimetrias":
"Uma sociedade não é um manicómio e a institucionalização no estatuto de devedores não pode ser um projecto colectivo. Em algum momento no futuro próximo, vai ser preciso identificar o que é a fonte da dívida e o que tem de ser feito para a estancar. Esta não é uma nova normalidade, é um sintoma de uma patologia que se difundiu na sociedade pretendendo que a doença será a cura. Há dívida? Aumenta-se a dívida para pagar a dívida."

Não esquecer

"Discuss customer experience delivery in private. This applies to retail, to restaurants, to hospitals and healthcare waiting rooms, to professional offices, and to all common spaces like airplanes. It applies also to open design contact centers where customers can hear what other telephone reps are saying."

Trecho retirado de "Customer Experience Delivery: Prepare & Discuss Privately"

Mongo também passará por esta tendência (parte II)

Há tempos, ao ler "Turning Ambiguity into Opportunity: A New Approach to Strategy under Uncertainty" fiquei com este trecho na mente:
"As you imagine the consequences of peripheral trends in the future, go beyond the firstdegree impact. For example, consider the driverless cars that Google, BMW, and others are working on. Obviously cars without drivers could change driving patterns, which could affect auto manufacturers. Presumably they will crash less frequently, which could enable dramatically different designs that are much lighter weight, affecting material companies. Lighter cars will get much better mileage, affecting gas companies. If cars don’t crash, why would we need auto insurance, at least in its current form? And what about local governments that earn revenue from handing out speeding tickets? Or urban planners that allocate prime real estate to parking lots? Finally, consider employment implications. One million people in the U.S. work as truck drivers. What happens when they are displaced by robots?"
Ontem referi em "Mongo também passará por esta tendência" o vector para a reparação das coisas para combater o consumismo. Agora, encontro "Why Renting Goods Is Now A Better Option Than Buying" e fico a pensar nas eventuais repercussões para:

  • as empresas;
  • o emprego;
  • as commodities;
  • a impostagem;
  • o retalho;
  • o PIB;
  • ...

Quantas PME conseguem responder a estas perguntas?

"“Your products are great, but your competitor gives me what I’m looking for,” the client replied. As they talked, the CEO realized that closing this deal — and other deals — didn’t come down only to product price, quality, features, or sales capabilities. The competitor spoke the language of the customer. Its salespeople knew how to anticipate the customer’s needs, work closely with its leaders, and come up with solutions to problems that hadn’t even been voiced yet. The CEO now saw that his company lacked one key ingredient necessary to deliver what its clients needed most: a deliberate, well-designed, and perceptive customer strategy.
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In developing a successful customer strategy, you must provide answers to questions such as these: Who are our customers? Which of their needs can we address? Given our company’s overall value proposition and strategy, what customer experience should we create? What capabilities do we need in order to deliver that experience? How should we organize ourselves accordingly, and what aspects of our culture can help us?"[Moi ici: Quantas PME conseguem responder a estas perguntas? A sua consegue?]

Trechos retirados de "10 Principles of Customer Strategy"

"porque cresce o sentimento proteccionista na terra dos gringos"

Atendendo à descrição que faço aqui acerca de Mongo, eis algumas das razões porque cresce o sentimento proteccionista na terra dos gringos. Mongo é um mundo gigante-unfriendly:
"In the past few decades, however, the economy has come to resemble something more like a stagnant pool. Entrepreneurship, as measured by the rate of new-business formation, has declined in each decade since the 1970s, and adults under 35 (a k a Millennials) are on track to be the least entrepreneurial generation on record.
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This decline in dynamism has coincided with the rise of extraordinarily large and profitable firms that look discomfortingly like the monopolies and oligopolies of the 19th century.
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“markets are now more concentrated and less competitive than at any point since the Gilded Age.”
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perhaps capitalism needs churn like some aquatic plants need a current. The free market is rheophytic. Bigger is not always bad, but if we’ve learned anything in the past three decades, it’s that a little froth is always good."
Como não recordar os caviares portugueses que suspiram por empresas grandes.

Trechos retirados de "America’s Monopoly Problem"

segunda-feira, setembro 26, 2016

Curiosidade do dia

Há estudos com conclusões mirabolantes:
A informação mais relevante deste estudo, para mim, foi esta: a Finlândia tem uma taxa de retenção de 4%. O que sempre ouvi ou li induzia-me a pensar que na Finlândia não havia retenção.
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O @joaomiranda resumiu bem este estudo em:
Outro estudo com conclusões que não lembram ao diabo (não esquecer a veia irónica):


 "Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) dizem que Portugal deve apostar mais em "árvores bombeiras" para reflorestar o território porque são espécies que resistem e travam os incêndios. Esta solução permitirá, a longo prazo, limitar o flagelo dos incêndios, afirmam.
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Os bidoeiros, carvalhos e castanheiros estão entre as principais "árvores bombeiras" porque são árvores folhosas que mantêm o ambiente "relativamente" húmido e abrigado do vento durante o verão, revelaram investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) em comunicado enviado à Lusa."

O colapso de outra bolha continua

Na sequência deste postal "Curiosidade do dia" e do esquema nele incluído:
Dois desenvolvimentos que contribuem para o colapso de mais uma bolha:

BTW, a propósito da marcha dos zombies, atenção ao impacte que isto tem no preço do aço e ferro fundido exportado de Portugal. Até Julho de 2016, no acumulado do ano a queda das exportações supera os 100 milhões de euros.

"o impacte da "reversão" da maré da globalização"

Do outro lado do Atlântico, o impacte da "reversão" da maré da globalização no México "Despite fears, Mexico's manufacturing boom is lifting U.S. workers".
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O que sai da China, porque a China ficou mais cara e por causa da necessidade de cadeias de fornecimento mais curtas e, por isso, mais ágeis, está a regressar ao México, aos estados do sul dos Estados Unidos e à Europa, de acordo com a tradição industrial de cada país.

Mongo também passará por esta tendência

Algo me diz que Mongo também passará por esta tendência "Sweden Wants To Fight Our Disposable Culture With Tax Breaks For Repairing Old Stuff".
"How often have you taken a gadget or a pair of shoes in for repair and found out that fixing it will cost more than buying a new version? Too often, that’s how often. And Sweden is trying to fix this, by halving the tax paid on repairs and increasing taxes on unrepairable items.
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The proposed legislation would cut regular tax on repairs of bikes, clothes, and shoes from 25% to 12%. Swedes would also be able to claim half the labor cost of appliance repairs (refrigerators, washing machines and other white goods) from their income tax."
Não só para reparações como para actualizar versões e acrescentar sensores. Talvez o fim dos carros não seja a sucata mas passe por uma espécie de Pimp My Ride da zona misturado com Local Motors.

O fim do capitalismo dos últimos 200 anos passa também pelo fim do consumismo, o negócio é lifestyle e não célula cancerosa, a alternativa ao lifestyle não será o ser comido pelos gigantes.

Claro que isto vai dar cabo das estatísticas e minar ecossistemas actuais baseados no descartar e comprar.

Mudar de indicadores

E recordo as surpresas que às vezes apanho em empresas maiores de encontrar chefias intermédias que não querem indicadores, que acham que se mede muito, que se mede demais...
"Companies in industries facing change have to change their key metrics, often before the new reality is clear.
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Know your metrics and the behaviors they drive. Everyone at your company should understand which metrics drive the business, and what behaviors they encourage. ... “Everyone needs to know how each metric fits into the big picture…why and how we’re measuring something, and how it’s relevant to performance.”[Moi ici: Esse é o grande poder do mapa da estratégia com as suas relações de causa-efeito]
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Prioritize metrics that reflect value to customers, rather than simple volume or efficiency.
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Many traditional commodity or product-focused industries, such as mining, oil and gas, or chemicals, tend to focus on the volume of product purchased and shipped: tons, barrels, liters, etc. This is an obvious metric, but it biases a company toward decisions that reinforce the commoditization of its own offerings. Focusing on them means that new business concepts — ones that might decrease the volume sold but replace it with value-added services or services that better align customer and supplier incentives — can be easily missed.[Moi ici: Quando uma PME interioriza que tem de subir na escala de valor, que tem de formular uma estratégia não assente no custo/desconto, às vezes é difícil conseguir a energia e o empenho das chefias para mergulhar bem fundo em busca dos novos indicadores relevantes. A tentação é saltar logo para a acção.]
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Conquering the tyranny of metrics requires ongoing experimentation and iteration.
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Changing the ways we measure success means changing how we define success. Waiting until the market has already changed means playing catch-up. Given how companies construct themselves around optimizing against their metrics, waiting until market shifts are obvious often means waiting until it’s too late."
E a sua empresa, há quantos anos não muda de indicadores? E a estratégia mudou?

Trechos retirados de "Don’t Be Tyrannized by Old Metrics"

domingo, setembro 25, 2016

Curiosidade do dia


"No que diz respeito ao desenvolvimento económico dos Açores, Zuraida Soares começou por afirmar que no programa do Bloco existe a pretensão de implementar um "novo paradigma" para a economia da região [Moi ici: Os arquitectos e planeadores, deuses do top-down... Deixem o bottom-up funcionar, desimpeçam o caminho, libertem as empresas do jugo] pondo, desta forma, um fim ao velho modelo "assente em produtos com baixo valor acrescentado, pouca diversificação, insistência na monocultura e salários baixos".
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“Este é o modelo que temos”, disse a candidata para de seguida afirmar que é preciso caminhar para termos uma economia que "tenha por base o conhecimento, a investigação e toda a tecnologia daqui decorrente [Moi ici: Acreditam que os macacos voam e que tem de arrasar a economia que temos para salvar a economia] para aumentar a capacidade de gerar riqueza".
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Temos de atrair empresas [Moi ici: Said the spider BE to the fly] que tragam produtos com valor acrescentado e que possam usufruir do conhecimento do Centro Internacional das Ciências do Mar”, afirmou."
Trecho retirado de "“Novo modelo económico tem de assentar na investigação e tecnologia”"

A propósito de selos da qualidade

A propósito de "Suinicultores criam selo de qualidade Porco.PT para promover carne nacional".
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Recordo esta figura retirada de "How to brand sand":


Há mais alternativas de diferenciação do que as baseadas na consistência. BTW, consistência não é excelência:
""A carne já tem qualidade, mas é preciso elevar a qualidade para a excelência. Queremos que o suinicultor pense que o caminho é a diferenciação, para que quando uma pessoa provar aquela carne de porco se sinta guloso, pela palatabilidade, para que amanhã lhe apeteça outra vez","
Será que o problema dos clientes da produção suinícola nacional está relacionado com a qualidade?
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O que cada produtor, ou grupos de produtores podiam, deviam?, fazer era pensar no mesmo exercício deste postal para o seu ecossistema. Que factores podem ser usados para diferenciar a carne de porco? Que diferentes grupos de clientes privilegiam cada um desses factores como prioritário?
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BTW, selos normalizadores costumam beneficiar o factor preço.

Será este um selo normalizador? "Porco-preto-alentejano é exportado para ficar com selo de origem espanhola"

Apostar nas experiências

"The challenge we face today is that competing products and services can’t stand out from each other on features alone. ‘Quality’ is no longer even negotiable,[Moi ici: Lembrem-se disto quando alguém vier simplificar a realidade e dizer que os asiáticos não têm qualidade] everything can be replicated, and innovation happens quicker that adoption.
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the customer must value the experience of using a product or service
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"More than 3 in 4 millennials (78%) would choose to spend money on a desirable experience or event over buying something desirable" - Eventbrite
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"With millennials now accounting for over one fourth of the total U.S. population, their high focus on experiencing life supports the growth of an economy driven by the consumption of experiences."
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The fitness industry has evolved from machines to experiences. Interactive and sometimes now immersive virtual experiences. ‘Wellness’ product and service providers are quickly needing to evolve from services to experiences to appeal, and stand out in a growing market."
Mas atenção:
"With our events we always explore all elements of an experience"
Mais do que eventos, mais do que acontecimentos únicos, recomendo a aposta na experiência durante as rotinas do dia-a-dia.

Trechos retirados de "The evolution of cakes, and running"

O futuro da produção chinesa

A propósito de "China’s Factories Count on Robots as Workforce Shrinks":
"China’s appetite for European-made industrial robots is rapidly growing, as rising wages, a shrinking workforce and cultural changes drive more Chinese businesses to automation. The types of robots favored by Chinese manufacturers are also changing, as automation spreads from heavy industries such as auto manufacturing to those that require more precise, flexible robots capable of handling and assembling smaller products, including consumer electronics and apparel.
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At stake is whether China can retain its dominance in manufacturing.
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“China is saying, ‘we have to roboticize our industry in order to keep it,’”"
 Qual era a vantagem competitiva da China?
"In addition, the average hourly labor cost—defined as wages plus benefits—of $14.60 in China’s coastal manufacturing heartland has more than doubled as a percentage of U.S. manufacturing wages, from roughly 30% in 2000 to 64% in 2015, according to Boston Consulting Group, making the country less competitive as a destination for manufacturers."
 A China tem de se "especializar" em trabalhar para o seu enorme mercado interno porque vai cada vez mais perder a vantagem do custo para o resto do mundo.
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Um robot dinamarquês ganha tanto como um robot chinês.

Value-based pricing?

Em "Is it Really that Hard to Quantify Customer Value? 3 Hurdles B2B Product Managers Leap When They Create Value Propositions for Sales" uma boa base para pensar o tema:
"No Differentiation. The first question that stumps some teams is a fundamental marketing question. How is our product different from the competition?   The fact that it takes some teams hours to answer this question often indicates a need to improve product development processes.  Even so, getting to an answer is real progress in understanding a product’s positioning.
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Differentiation is sometimes hidden in service, reliability, and other less tangible value drivers that can be quantified if the team works through the customer’s business."
Numa PME com um desafio destes em curso, resolvemos começar por um ponto de diferenciação. A empresa equacionou vários: proximidade; relação; rapidez; ...
 mas entendemos todos que para começar vamos lidar só com um desses pontos.
"Too many customer situations, offerings & competitors. Teams quantifying value often get hung up at the very first specific quantitative question.  The answer to an early question all too often is “it varies” or “it depends.”  Specific quantitative answers regarding how much better we are, and what that is worth to the customer, often change with: (1) the type of customer, (2) which version of our product we are offering, and (3) who the competitor may be in the customer’s buying process." 
O passo seguinte constituiu em responder à pergunta: Olhando para os clientes actuais, conseguimos reuni-los em grupos mais ou menos homogéneos em função da maior ou menor importância que dão ao factor escolhido?
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Depois, outra pergunta: que vantagens os clientes retiram desse factor? Aqui recordo a tríade de MacDivit (reduzem os seus custos? aumentam os seus ganhos? ganho emocional?)
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E a sua empresa, pratica o value-based pricing?

sábado, setembro 24, 2016

Curiosidade do dia

Coisas que não se conseguem inventar:
Afinal há uma TINA.


Alternativas de eficiência na área hospitalar

Quando olhamos para um negócio e pensamos em estratégias alternativas, a estrada à nossa frente bifurca-se:

Para um lado temos as estratégias de comoditização, as estratégias de preço, as estratégias baseadas na eficiência, as estratégias baseadas no custo unitário. Para o outro lado temos as estratégias de nicho, as estratégias baseadas na eficácia, as estratégias baseadas na proximidade.
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Assim, olhando para o negócio da saúde pelo lado dos custos e da eficiência. por um lado temos a opção pelos hospitais-cidade. Por outro lado, temos também esta alternativa de especialização, não é a única, em "Bedless hospitals treat patients and send them home the same day".

Plataformas não digitais

Manhã cedo, vou a caminho de uma empresa em Travanca, Oliveira de Azeméis. Paro o carro e entro num tasco.
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Peço um café, tomo o café, pago e saio.
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Ao fim de alguns meses, continuo com a mesma rotina, uma ou duas vezes por semana. A visita repetida permitiu-me, no pouco tempo que lá estou, perceber como o tasco funciona para alguns camionistas.
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O tasco existe, eles chegam cedo, mais cedo que eu, e pedem café e uma nata. No entanto, depois, usam o espaço para trocar informações entre si acerca do estado das estradas, da localização dos radares e sei lá que mais. Esse momento de interacção pessoal e profissional entre eles ocorre num espaço e contexto facultado pelo tasco. O tasco funciona como uma plataforma.
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Já me aconteceu passar por lá ao princípio da tarde e encontrar outro grupo de clientes. Reformados que lêem o Jornal de Notícias e a "A Bola" à vez, e conversam sobre crimes e futebol. E assim vão-se entretendo, também para eles o tasco funciona como uma plataforma.
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O conceito de plataforma não é para uso exclusivo da economia digital. Voltando ao texto de Gronroos e Gummerus, referido em "O poder da interacção directa", o tasco não interage directamente na relação entre reformados ou entre motoristas, o tasco proporciona o espaço, o contexto. Os reformados criam valor na interacção entre si.

Uma questão de rigor



Há muitos anos que uso esta metáfora quando falo de empresas que competem pelo preço mais baixo.
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Organização interna, coordenação interna, não é uma democracia, é uma ditadura: tudo está previsto, ninguém sai fora do guião.
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Competir a sério pelo preço mais baixo não é uma questão de flexibilidade, é uma questão de rigor.
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O que encontro muitas vezes são empresas que competem pelo preço com base numa suposta flexibilidade e polivalência... e isso cheira sempre mal.

sexta-feira, setembro 23, 2016

Curiosidade do dia




Uma verdade a não esquecer!

Para muitos foi mais um ano perdido

Para muitos teóricos, para muitos paineleiros, para muitos comentadores, 2015 foi mais um ano perdido.
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Para muitos "lesboetas" isso das exportações é conversa da treta.
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E, no entanto, há um país a mexer-se e a fazer a diferença:
"Em 2015, a exportação portuguesa do sector Fileira Casa realizou vendas de cerca de 170 milhões de euros para o Reino Unido, o que correspondeu a um crescimento de 20% relativamente a 2014, posicionando o mercado britânico na quarta posição num ‘ranking’ de 21 países clientes de Portugal, segundo a AICEP.
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No mesmo período, as exportações de mobiliário de Portugal para o Reino Unido cresceram cerca de 49%, a iluminação cerca de 28%, as utilidades domésticas 7,4%, a cerâmica cresceu 11,3% e por fim as exportações de têxteis-lar cresceram em 10,9%.
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A cutelaria foi o produto que maior crescimento registou neste setor, tendo as vendas para o Reino Unido disparado 106% entre 2014 e 2015."
Trecho retirado de "Presidente da AICEP defende que Portugal deve promover-se como país de design"

Rumo às plataformas cooperativas

"Any business whose value comes from serving as an intermediary between different groups of customers — and that is not harnessing and keeping pace with relevant technology — does, however, have a target on its back. If you are thinking about starting a matchmaker, the best place to look is at platform businesses that haven’t kept up.
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The inertia of existing platforms creates opportunities for entrepreneurs to one-up the last generation of online platforms. Rapid technological change has compressed the time between when a new platform is established and when it faces a threat from an even newer platform."
O sucesso não é para quem chega primeiro.
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Recordar: "Estratégia em todo lado - não é winner-take-all" (parte I e parte II)
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Rumo às plataformas cooperativas.

Trechos retirados de "The Businesses That Platforms Are Actually Disrupting"

"Ás vezes não se pode mudar o que se produz!"

A propósito deste tweet:
Pensei logo nos artesãos, pensei logo nos que vendem algo com base na autenticidade. Pensei logo na tal artesã de Bragança... e pensei nas empresas sem  dinheiro.
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Não! Ás vezes não se pode mudar o que se produz!
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Recordar Mudar de prateleira, mudar de mercado, mudar de significado
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BTW, não creio que as Mittelstand também façam à medida do cliente. Acredito que mais facilmente viajam pelo mundo à procura de clientes para o que fazem.


"Se estivesse com o empresário lançava-lhe um desafio"

A propósito de "Estantes e mesas de gradil dão forma a metalomecânica do Norte".
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A partir do relato de onde veio a empresa e disto:
""Tentamos pegar nesse material e arranjar um processo de o produzir tridimensionalmente. Demorámos dois ou três anos a conseguir desenvolver isso. Para depois usar o gradil e conseguir conjugá-lo com outras cores, outras formas e levá-lo para a arquitectura de interiores e mobiliário", salientou o empresário.
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A criação deste material, que tanto pode servir para fazer mesas, como prateleiras, como caixas de vinho, permitiu à empresa dar o passo seguinte: a abertura de uma loja, em Santa Maria da Feira, com uma marca própria." 
Se estivesse com o empresário lançava-lhe um desafio: como será um modelo de negócio baseado não no B2C, que passa pela abertura de lojas, mas antes baseado no B2B?
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Até que ponto a Cobermaster não terá vantagem em relacionar-se com arquitectos de interiores, relacionar-se com designers, com empresas que fazem projectos de interiores e de mobiliário? Até que ponto não deverá relacionar-se com escolas de design, organizar concursos de design que usem o gradil como matéria-prima?
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Ontem li esta citação:
“In the factory we make cosmetics; in the drugstore we sell hope.” —Charles Revson,” 
Vender beleza, design, ...

quinta-feira, setembro 22, 2016

Curiosidade do dia

A propósito da Web Summit ontem fiz esta pergunta:
Hoje comecei a ver respostas:




"get out of the way"

A propósito de "Costa estima que investimento global em startups ultrapasse 300 milhões de euros".
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Pensei logo em "Craft breweries need help, not handouts":
"Focusing on subsidizing some brewers, however, rather than reforming the entire process for all brewers, does more harm than good. It gives the appearance that policymakers are taking active steps to support an industry when the truth is that it’s only supporting certain members of the industry: those lucky (or shrewd) enough the win subsidies.
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You could help this entire industry without spending a dime. Instead of getting financially involved, get out of the way."


BTW, o governo acredita em macacos que voam... prefiro acreditar em Hausmann e em Porter, a propósito de:
"Já sabemos que somos hoje um grande destino turístico, grandes produtores de sapatos, temos o melhor azeite do mundo, estamos a ficar com os melhores vinhos do mundo, somos ótimos no têxtil, mas temos de ter outro perfil."

Acerca das insolvências

Na mesma semana pode ler-se "Insolvências sobem ao ritmo de 20 por dia":
"Houve 5002 empresas insolventes até agosto, mais 9% do que o ano passado. Criação de novas empresas cai 3,5%"
E ler-se "Criação de empresas aumenta e encerramentos recuam":
"Já as insolvências estão também a recuar nos primeiros oito meses do ano (-22%)."
A primeira relata os números do Observatório de Negócios da Ignios e a segunda os números da InformaDB.
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Acredito que cada entidade tem um universo diferente fruto de opções de negócio. Desconfio que esta diferença reside na consideração ou não dos independentes nas contas.

"um atestado de desconhecimento da realidade" (parte V)

Parte I e parte II, parte III e parte IV.
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A propósito de "Exportações são a chave para Portugal fugir do baixo crescimento" fico com a ideia de que se trata de mais um típico caso de actuação à portuguesa, como aqui.
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Os economistas olham para o agregado das exportações e dão as suas opiniões, longe da realidade. Pessoalmente, olho para a realidade de uma forma diferente, ver "Acerca das exportações dos primeiros 7 meses de 2016".
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Tanta conversa e nem lhes passa pela cabeça que a quebra das exportações se deve a combustíveis, automóveis e aço/ferro fundido. Sem esses itens as exportações crescem quase 350 milhões de euros no acumulado do ano.
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BTW, não deixa de ser caricato ler que o bicicletas terá dito isto:
"“A procura externa neste momento é um dos motores mais importantes do crescimento português"
O mesmo que costuma dizer cobras e lagartos das exportações porque serão feitas à base de salários baixos.

Clientes-alvo e estratégia

A nossa grande preocupação quando trabalhamos a vertente estratégica com empresas:
"These examples both illustrate an aspect of smart strategy that companies often overlook: choosing a unique definition of their target customer to gain a competitive edge or minimize head-to-head competition.
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Of course, sometimes strategy works in the other direction: You choose your value proposition and let customers self-select.
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Sooner or later, though, this approach to strategy will require sharper thinking about target customers
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The best strategies always include a sharp definition of the target customer. And the more unique it is, the better. For example, if your competitors define their target customers by where they are — say, in certain parts of the world or in particular parts of town — you could instead define them by one or more of the following:
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How they buy (perhaps through specific channels)
Who they are (their particular demographics and other innate characteristics)
When they buy (for example, on particular occasions)
What they buy (are they price buyers or service hounds?)
For whom they buy (themselves, friends, family, their company, or their customers).
The possibilities are infinite. They key is to distinguish your strategy, and give your business a competitive edge."
Identificar os clientes-alvo!

Trechos retirados de "Why Distinctive Customer Targeting Is a Smart Strategy"

quarta-feira, setembro 21, 2016

Curiosidade do dia

 Os portugueses, com um fardo cada vez mais pesado para sustentar um insaciável estado gordo e anafado, enquanto outros países, com políticos mais maduros e constituições menos obsoletas, vão libertando desse jugo os seus cidadãos e empresas.
"O endividamento do sector não financeiro em Portugal situou-se em 710,8 mil milhões de euros no mês de Julho, o que representa um agravamento de 500 milhões de euros face ao mês anterior, revelou o Banco de Portugal.
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Em Junho o endividamento total da economia portuguesa (excepto sector financeiro) totalizou 710,31 mil milhões de euros, o que correspondia a 390,3% do PIB.
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Este agravamento em Julho resultou de um aumento do endividamento do sector público, que mais do que anulou a redução de dívida no sector privado não financeiro.
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No sector privado a descida do endividamento registou-se nas empresas e também nas famílias."
Trechos retirados de "Endividamento da economia portuguesa sobe 500 milhões em Julho"

"to look beyond the economics of the situation"

"Gray areas are situations with high uncertainty and serious human stakes. In these situations, you have to look hard at the economics, but you can’t stop there. You have to approach these problems as a manager and do the best analysis you can, including hard-headed financial analysis. In the end, however, you have to rely on your judgment and resolve these problems as a human being. In these cases, running the numbers and grasping what they tell you is important, but it isn’t enough. With gray area problems, you have to look hard at the economics and look past the economics.
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it is important, when you face a great area decision, to look beyond the economics of the situation.
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this important obligation — to earn strong returns — doesn’t override or replace your fundamental duties as a human being. And managers have to be careful that they don’t use their economic obligations as excuses for putting their good judgment aside, narrowing their focus, and ignoring their basic human duties."

Trechos retirados de "The “Maximize Profits” Trap in Decision Making

"clientes satisfeitos impedidos de trabalhar com fornecedor da sua confiança"

Ontem, ao preparar o material para a revisão do sistema ISO 9001 numa empresa X, B2B, um factor aparecia constantemente nas conversas, quer como um risco, quer como um factor externo relevante para o contexto da empresa X.
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Cada vez mais clientes querem, ou preferem trabalhar com o sector A, migrando de outros sectores onde os clientes são mais autónomos. Clientes que trabalham para o sector A não podem recorrer aos serviços da empresa X porque isso é definido pelos seus clientes, que normalmente preferem mandar recorrer a multinacionais que cobram 10 vezes mais, literalmente.
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Assim, temos clientes satisfeitos impedidos de trabalhar com fornecedor da sua confiança.
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Assim, temos a empresa X a ter de equacionar alternativas de actuação:

  • perceber quem está a ficar com os trabalhos que os clientes estão a abandonar;
  • melhorar o trabalho comercial, muito localizado;
  • incluir no ecossistema da procura os clientes dos clientes, ou melhor ainda, e isto não é um jogo de palavras, os clientes dos clientes dos clientes. Desafio maior: como lhes dar a confiança de que fazem tão bem como as multinacionais? Como chegar a eles? Que proposta de valor apresentar?
Agora há que deixar marinar para depois decidir: que alternativas aproveitar, que plano de actuação desenvolver para cada uma.

E assim temos, de forma natural, abordadas as cláusulas: 4.1 (compreender o contexto); 4.2 (partes interessadas relevantes) e 6.1 (riscos e oportunidades).


A mensagem de quem sabe quem são os seus alvos

Assim que vi o nome Jofebar, li logo o artigo. "A janela levita, a Jofebar voa" publicado no Expresso Economia de 17 de Setembro de 2016.
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Conheci a Jofebar num artigo que li e que analisei num postal de Novembro passado, "Um sistema de gestão que começa no negócio". Fiquei impressionado com a visão e execução estratégica da empresa.
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Neste artigo, volto a encontrar a mensagem de quem sabe quem são os seus clientes-alvo (bem, não são clientes, são antes prescritores-alvo)
Em Novembro li:
"É nossa missão ser uma Ferramenta de Trabalho dos Arquitectos"
Agora leio:
"Ainda bem que os arquitectos inventam, criam e sofisticam. Se recorressem a soluções simples ou padronizadas, os fornecedores seriam chineses" 
O interessante é que os arquitectos não inventam, co-inventam com empresas como a Jofebar.
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Outra nota:

Outra profecia fácil, prisioneiros da inércia

Em Outubro de 2010 começámos a usar a frase:
"Um dia até as tatuadas vão ser avós!". 
Em Novembro de 2010 voltei ao tema em "Sinais dos tempos". Em Dezembro de 2011 sublinhámos "A 3ª idade que aí vem é muito diferente da 3ª idade que conhecemos em criança".
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Agora em "Moda ignora mulheres mais velhas" encontro:
"Os retalhistas britânicos de vestuário de senhora estão a perder a oportunidade de servir as consumidoras mais velhas, que têm um maior rendimento disponível e uma «paixão pela moda», afirma a Mintel. Cerca de 44% das mulheres britânicas com 55 ou mais anos afirmam querer roupa mais na moda e sentem-se frustradas pela falta de escolha na high street – um valor superior à média de 32% de todas as mulheres. O estudo concluiu que 74% coloca a qualidade no topo das suas exigências em comparação com apenas 55% das mulheres entre os 16 e os 24 anos, e 75% considera mais importante encontrar um visual que se adeque à sua idade do que tentar parecer mais nova.
...
Uma questão essencial para o mercado da faixa etária acima dos 55 anos é o tamanho, com quase um quarto das mulheres que usam roupas no tamanho 18 ou acima a afirmar ser impossível encontrar moda nesse tamanho, enquanto 26% deste grupo etário gostaria de ver uma maior disponibilidade de roupas em tamanhos maiores. Alice Goody, analista de retalho da Mintel, afirma que os retalhistas precisam de fazer mais para atrair este mercado essencial. «Com as mulheres com mais de 55 anos a serem a demografia com crescimento mais rápido nos próximos cinco anos, servir estas mulheres é uma oportunidade para o mercado de vestuário de senhora, sobretudo tendo em conta o seu elevado rendimento disponível», explica. Além disso, estas consumidoras atentas à moda e à qualidade têm tendência para trabalhar até mais tarde e até durante a reforma, aumentando a necessidade de um guarda-roupa mais cuidado. «Contudo, uma questão essencial para a consumidora madura é a falta de vestuário com estilo para a sua idade, o que sugere que os retalhistas têm de trabalhar mais de perto com a sua cliente-alvo quando desenvolvem as suas gamas», aponta Alice Goody. «Vários novos retalhistas lançaram coleções para servir as clientes plus-size, muitas vezes ignoradas. A não ser que se adaptem, os retalhistas mainstream arriscam-se a perder para estes que estão a servir estes outrora segmentos de nicho de mercado», conclui."
BTW, recordar esta curiosidade do dia de Junho passado três verdades escritas por Tom Peters no Twitter:
"Oldies USA: (1) ALL the money. (2) Time to spend it. (3) Mortgage/tuition paid, hence "discretionary income.""
E a sua empresa, olha para o mercado? Identifica segmentos interessantes underserved? Recordar que a melhor forma de subir na escala de valor é servir grupos underserved.
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Ou será que a sua empresa é prisioneira da inércia? Lembre-se que os gigantes petrolíferos também o foram.

terça-feira, setembro 20, 2016

Curiosidade do dia

Um artigo, "As infinitas formas de criar valor", publicado no Expresso Economia de 17 de Setembro de 2016.
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Não consigo deixar de pensar no artigo como um avatar, como um exemplo paradigmático de tanta coisa que se passa neste país.

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Primeiro, o tema do encontro:
"na terceira breakout session do Círculo da Inovação, com o tema Criar Valor,"
Depois:
"A definição de criar valor
...
Houve, no entanto, um conceito em que não estiveram de acordo: criação de valor.
...
Mas afinal qual é a definição de criação de valor?
...
também não tem a resposta que gera a concórdia para o que é criação de valor, mas não tem dúvidas de que tem de se aprender a criar valor em Portugal"
Há um tema, falam do tema mas ninguém arrisca afirmar o que é o que quer dizer o tema.
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Estarei a ser demasiado exigente ao pensar que há aqui muita superficialidade?
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Alguém, ao menos, podia avançar com as ideias de Ricardo e Marx, ou de Gronroos, ou de ...
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Há tanta discussão sobre valor e onde é que é gerado no mundo científico e ... nada.

Matéria-prima para cenários

Dois textos que permitem perceber como o proteccionismo se está a entranhar nos Estados Unidos.

Não deixa de ser sintomático. Quando países como Portugal e a Itália foram atirados para a arena e sofreram o choque do confronto directo com as Chinas deste mundo os gringos não viram razão para se preocupar.
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Quando as PME portuguesas foram ao tapete abalroadas pelas Chinas os gringos não viram razão para se preocupar.
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Agora que as PME portuguesas aprenderam a dar a volta ao factor China é que os gringos se mostram preocupados...
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E estão preocupados porque os líderes do pensamento gringo ainda estão com o modelo mental do Fórum para a Competitividade e, agora que se começa a ver o reshoring continuam a querer ganhar o mesmo mantendo a mesma estratégia tornada obsoleta.
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Muito cuidado com o peso dos gringos, podem ser como um governo português para quem opera no sector não-transaccionável, game-changers para pior.

"Your business is not your location"

"the number one lesson I now preach to other retailers:
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Your business is not your location. Make pitches outside to drive traffic inside.
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So your next step, dear retailer, is to brainstorm a list of outside groups and bring 'em in.
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Remember: your business is not your location. Your business uses your location."
Tantas PME fabris que ainda estão nesta fase da "location" e não passam disso. Apetece atirar-lhes isto "The Giant Zero".


Trechos retirados de "Are You a Crack Retailer? (It's Bad, But Not What You Think)"

O fim do capitalismo dos últimos 200 anos

"Starbucks has become an everyday stop for millions.
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But that ubiquity could now be its problem.
“Starbucks is now competing with chains like Dunkin’ Donuts and McDonald’s,” Business Insider proclaimed this week. “It has gotten, in a sense, too basic.”
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So what’s an overexposed company to do?
Starbucks in recent years has begun looking for ways to restore its luster.
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But can a brand that’s gone mainstream turn high-end again?
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“I’ll just say this: It’s much harder to go up-market than it is to do the opposite,”
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It’s a phenomenon Pam Danzinger calls “lux-flation”: Our ideas of what constitutes a premium product or experience are always evolving. “A brand like Starbucks starts at the top, and as it expands, it becomes the new normal,” said Danzinger, author of “Putting the Luxe Back in Luxury.” “Now it’s got to create that mystique once again.”
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They’re putting the human touch back into the equation,” Danzinger said. “That’s one way to regain that luxury edge.”[Moi ici: O oposto da Grab & Go, meter interacção, fugir da automatização]
...
But, he says, there have been some successes: In the early ’90s, Gucci was almost done for. [Moi ici: A propósito da Gucci, "De ajavardamento em ajavardamento] The Italian fashion company was in financial despair and its creative director was quoted as saying “no one would dream of wearing Gucci.” Then Tom Ford took over, and revived the brand, boosting sales and restoring the company to its previous glory.
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“There are examples, but it takes a lot of money and a lot of paring back,” Pedraza said. “And frankly, not every company has the courage to do that. Everything is so grow, grow, grow in today’s world. And before you know it, you have a mainstream brand that isn’t special anymore.”"[Moi ici: Julgo que há aqui qualquer coisa metafórica acerca do fim do capitalismo dos últimos 200 anos. Quando se chega ao fim da rua e não há mais terreno novo para explorar, e já não há possibilidade de crescer como dantes]
Trechos retirados de "Why ‘basic’ is bad for Starbucks".

Suspeito que no futuro me irei recordar muitas vezes deste texto "Hipsters and artists are the gentrifying foot soldiers of capitalism". Sobretudo deste trecho, tão ao modo de Mongo, tão ao modo de fechar o ciclo e voltar ao pré-Revolução Industrial:
"I asked the hipster owner and his beard-nurturing hipster customer (a tattooist from across the road) how they described themselves. “Socialists,” they replied, quickly adding that they were not looking “to build empires”, just to “make a living”. They had both left safe jobs working for the state and local government respectively. This led me to wonder about suggestions that the hipster may represent some form of reincarnated frontiersman/woman or pioneer. In many ways, I think they do. Their styling certainly harks back to the mid-to-late 19th century; to the British colonialists and the western frontiers. These people want to earn a reasonable living, independently, by “crafting” and “creating”. They, like the original pioneers, are explorers and artists and they are capitalists.
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Unlike the colonising pioneer of the past, however, the hipster is postmodern, post-industrial, and post-Fordist." 

O poder da interacção directa

Continuando a minha leitura de Christian Grönroos e Johanna Gummerus em "The service revolution and its marketing implications: Service logic vs service-dominant logic".
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Penso primeiro nos que sonham com a automatização das relações com os clientes, penso nos encadeados pelos faróis do eficientismo e que, por isso, passam ao lado da vantagem competitiva da interacção.
"The firm is not restricted to offering value propositions ...Service marketing knowledge, concepts and models reflect the foundational premise that service providers are not restricted to offering value propositions; instead, the marketing context of service firms, unlike that for consumer goods, is characterised by interactivity, reciprocity and two-way influences in the service process. The value for the customer of the service being provided in this process thus depends on how the service provider and customer, through their behaviour and communication, influence each other. The provider clearly influences the service and its value for the customer. In addition, fellow customers who are simultaneously present in the process may exert impacts....providers, together with other parties, may need to act to ensure the realisation of proposed value, which is possible only during the interaction between the firm and the customer....Because the actors’ processes – the firm’s service production process and the customer’s consumption and value creation processes – merge into one collaborative, dialogical process during direct interactions, a platform for co-creation of value for both actors arises. The activities on this platform are interactive, mutual and reciprocal. Both parties can directly and actively influence each other’s processes. Therefore, the value-in-use created for the customer (or the firm or both actors) is influenced by actions that occur on the platform..As a clearer understanding of the nature of direct interactions shows, in services there are ample opportunities for the firm, as a service provider, to go beyond the goods logic-influenced view that the firm can only offer value propositions. The service provider can actively and directly influence customers’ perceptions of the firm and its service, as well as customers’ willingness to continue buying from it. Whatever value the service provider has originally promised, or proposed (using value proposition terminology), may be moderated and altered during the interaction process and thus change the customer’s experiences and determination of value-in-use. The higher the value-in-use, the greater the likelihood that the customer considers buying from the same firm the next time. If the co-creation process has an unfavourable impact on the customer’s experiences and value-in-use, the effect likely will be the opposite."