segunda-feira, abril 25, 2016

É misturar alhos com bugalhos.

Coisas que só a mim me fazem espécie, adiante. Infelizmente.
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O Jornal de Negócios, para dar uma de ligação à agricultura, participou ou animou uns encontros financiados pelo Banco Popular. Um dos artigos que saiu foi este, "Consumidores querem mais autenticidade nos alimentos" que citei em "Acerca da autenticidade", pois trata-se de um tema que valorizo há muito tempo, para suportar estratégias de diferenciação, também na agricultura.
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Na foto do artigo acima referido pode-se ver que pelo menos dois dos participantes são da agroindústria do tomate. Podem ouvi-los nestas entrevistas feitas pelo Jornal de Negócios na altura:
Estas entrevistas sempre a falar da competitividade não me iludem. Basta recordar o quão dependentes estão de apoios do Estado:
Não me interpretem mal, eu desejo todo o sucesso deste mundo ao sector do tomate português mas há aqui uma farsa qualquer que custa dinheiro aos contribuintes e deturpa a tal "competitividade" de que tanto falam os entrevistados.
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BTW, os jornalistas aqui, fizeram-me recuar a 2006:
"Quanto à Infineon, não conheço a empresa, nem o sector. No entanto, há anos assisti a uma apresentação pública do Balanced Scorecard da unidade portuguesa da Infineon e fiquei admirado, associo a marca Infineon a tecnologia e inovação, mas a síntese da leitura dos indicadores escolhidos, para avaliar o desempenho da unidade, transmitia uma mensagem clara: a proposta de valor é preço. Foi nessa altura que dei comigo a dizer para os meus botões "Os sindicalistas deviam aprender a ler mapas da estratégia", hoje acrescento "Os ministros da Economia, e os jornalistas económicos, deviam aprender a ler mapas da estratégia". Ao ler um mapa da estratégia, remove-se toda a treta cosmética com que as administrações procuram seduzir os decisores, prescritores e influenciadores e fica à vista qual o modelo de negócio para o sucesso assumido por uma unidade produtiva. Não para tomar as decisões que só competem a uma administração, mas para estar precavido e não ser apanhado com as calças na mão, mas para melhor interpretar a realidade, mas para melhor negociar eventuais futuras benesses."
Como é que os jornalistas misturam produção em massa de tomate, produção para crescer "no fornecimento às cadeias de "fast food"" com autenticidade?
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É misturar alhos com bugalhos.

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