quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Plataformas, Mongo, emprego e confiança nas marcas

Para ir complementando a evolução da economia baseada nas plataformas, referida recentemente em "Escrito nas estrelas" e em "Acerca do pós-Uber ou não, uma aposta" mais alguns artigos:

  • The Platform Economy Has Arrived [Moi ici: Não acredito na versão do autor, antes creio que no longo prazo as plataformas cooperativas vão sair vencedoras];
  • Platform Capitalism or Platform Cooperativism [Moi ici: Longe de ser "esquerdalho", ou okupa, ou syrizico, acredito e desejo que no longo prazo a economia das plataformas terá uma maioria de plataformas cooperativas];
  • Smooth operators [Moi ici: Reparar na forma como termina o texto
"Earnings from Uber and the like are strongly correlated with negative shocks to incomes from other sources (capital platforms are used much more consistently). That suggests people use apps to smooth bumps in their earnings, which are frequent: more than half of JPM’s customers have seen their incomes swing by at least 30% in a month. Volatility in pay is largely responsible. Perhaps conventional jobs are not so great after all."
Ou seja, está em curso este jogo de vasos comunicantes:
A redução de empregos clássicos criados com o advento do Normalistão e que criaram a necessidade da escola do século XX, a ser complementada pelo crescimento dos empregos associados ao Estranhistão e às plataformas.
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BTW, em "Acerca do pós-Uber ou não, uma aposta" escrevi:
"A alternativa à Uber é fugir do preço, apostar na conveniência, na interacção e na confiança, muita confiança. E reforçar a ideia, a mensagem de que ao recorrer a uma plataforma cooperativa está a lidar com pessoas e o dinheiro é distribuído naquela comunidade e não centralizado num gigante"
Há dias, o Paulo Peres chamou-me a atenção para esta apresentação:
O Paulo referia-se à minha crítica à ideia de Itamar Simonson sobre o declínio das marcas.
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Itamar no livro defende que isto que se segue está ultrapassado:
Eu não concordo, e expliquei em "Leu aqui há vários anos":
"Itamar Simondson e Emanuel Rosen não me convencem, não creio que o problema seja das marcas por serem marcas, o problema está no que o marcador "hollowing" conta, marcas que para chegarem ao maior número possível de pessoas se tornaram tão ocas, tão vazias, tão medianas que já só vivem da fama de outros tempos."
A apresentação que o Paulo identificou, para suportar a tese de Simonson, mostra estes slides:


O engraçado é que eu usaria os mesmos slides para suportar a minha tese. O que é que impede os restaurantes independentes, ou as plataformas cooperativas, de crescer?
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O desconhecimento e a falta de confiança.
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Com sistemas de avaliação pelos clientes, a barreira da falta de referência, logo, falta de confiança desaparece. E marcas independentes, próximas das tribos, dirigidas a tribos, têm vantagens sobre as marcas de mass-market que herdámos do Normalistão.

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