sexta-feira, julho 31, 2015

Um mercado potencial para a agricultura portuguesa

Um mercado potencial para a agricultura portuguesa.
.
A nossa imagem, longe do Mar del Plastico, a marca Portugal, o clima de Portugal.
.
Gráfico retirado de "The World's Largest Markets For Organic Products" onde se pode ler:
"The global appetite for organic products is still stronger than ever.
...
The global market for organic produce looks very healthy indeed, having increased five-fold since 1999."


Para reflexão

Antes de voltar para a 2º mão da pintura que ando a fazer, aqui vai um vídeo curto mas directo à ferida que assola tantas PME... sobretudo as PME porque têm menos recursos.


Séries como "Tecto de vidro" abordam as consequências deste erro.
.
E num mundo que se embrenha no Estranhistão, num mundo de tribos, num mundo que busca autenticidade, que está em processo de polarização, ser específico é ainda mais importante.

quinta-feira, julho 30, 2015

Uma dúvida sincera (parte II)

Parte I.
.
Como é que evoluíram as exportações portuguesas entre 2000 e 2014?
.
Tomando as exportações no ano 2000 como a base 100:
Em 2014 as exportações portuguesas de bens estavam nos 177,0.
.
Em 2014 as exportações portuguesas de bens+serviços estavam nos 192,6
.
.
.
.
.
E como evoluíram as exportações de outros países europeus?
.
Tomando as exportações no ano 2000 como a base 100:
.
Em 2013 as exportações segundo o Banco Mundial e segundo este artigo:

E somos pouco competitivos?
.
Percebem a minha dúvida sincera?
.
BTW, querem ver o não-efeito dos governos nas exportações?



Recordar para avaliar

Em Novembro de 2010, no jornal Le Monde, escrevia-se acerca da economia portuguesa:
"A Lisbonne, chaque interlocuteur vous quitte en s’excusant de ne pas avoir aperçu quelque chose de positif à l’horizon. L’industrie ? ” L’appareil productif a été détruit par l’intégration européenne “, déplore Carvalho Da Silva, secrétaire général de la CGTP, principal syndicat du pays. Ces dernières années, le Portugal, handicapé par une faible compétitivité, a vu partir plusieurs de ses principaux exportateurs. Dans le nord du pays, les dernières entreprises textiles ferment sous la pression de la concurrence asiatique."
Entretanto, 2014 o ano recorde das exportações têxteis será batido por 2015.
.
Como é que estes profissionais do comentário político lidam com uma realidade que constantemente os desmente?

quarta-feira, julho 29, 2015

Uma dúvida sincera

No Caderno de Economia do semanário Expresso do passado dia 25 de Julho, encontro na primeiro página uma coluna assinada por Daniel Bessa de onde retiro o seguinte trecho:
""O que bloqueia Portugal é a dificuldade de as estruturas económicas se adaptarem a um novo contexto de competição internacional"
.
Esta afirmação é fortíssima. É curta. É incisiva. Enuncia, para o país, o maior dos problemas, e uma boa causa. Na boca, e nas mãos, de alguém consequente, que queira resolver o problema, identifica um campo de actuação excluindo outros.
...
Seduz-me. Acompanharia, contra tudo e contra todos, quem, tendo-a enunciado, se dispusesse a cumpri-la, de modo consequente."
Recordo que Daniel Bessa previa estas coisas em Março de 2005! Portanto, dupla precaução sempre.
.
O mesmo Daniel Bessa que em Setembro de 2007, na mesma coluna, escreveu:
"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"
Como o autor da frase inicial, do trecho sublinhado, é António Costa, não creio que ele esteja a referir-se ao Estado deixar de atrapalhar as empresas e sair do caminho, apostando na Via Negativa.
.
O que serão na cabeça de António Costa estas "estruturas económicas"?
.
Como escrevi aqui:
"Numa economia aberta esta mensagem e terapia é necessária para os sectores não transaccionáveis quando o sistema fica insustentável. A mensagem é irrelevante para os sectores transaccionáveis porque o acerto ocorre a toda a hora e momento."
Na sequência deste postal de Fevereiro de 2012 com dados de 2010, aqui vão dados relativos a 2012.
.
Reparem, de entre os 26 CAE que compõem a produção industrial portuguesa, em 2012,

  • em 16 deles mais de metade da produção é para exportação;
  • em 2 deles mais de 40% é para exportação;
  • o CAE 10 tem a ver com a indústria alimentar e cresceu 2 pontos percentuais entre 2010 e 2012;
  • o CAE 11 tem a ver com a indústria das bebidas e cresceu 5 pontos percentuais entre 2010 e 2012;
  • o CAE 17 tem a ver com a "Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos" e ... não acredito naquele valor, é impossível só cerca de 25% da produção ser exportada.
Acham mesmo que as estruturas económicas industriais não se adaptaram a un novo contexto de competição internacional?
.
Costa fala do que não sabe ou está a falar do quê?
Dados retirados de "Estatísticas da Produção Industrial 2012" do INE


terça-feira, julho 28, 2015

Curiosidade do dia

A propósito deste texto publicado no Jornal de Negócios, "Dois anos depois, empresas têxteis continuam distantes da bolsa", uma reflexão pessoal.
.
O que salvou o sector têxtil português foi o facto de não estar na bolsa!
.
Os accionistas não percebem nada do negócio, só querem receber o retorno do seu investimento e, quanto mais rápido melhor.
.
Quando um sector como o têxtil português começou a ser dizimado pela invasão chinesa, muitas empresas morreram, muitas empresas tiveram de pensar numa fase de exploration, à procura de novos modelos de negócio, de novos tipos de clientes, de novos tipos de produtos, de novos tipos de propostas de valor.
.
Foi preciso fuçar (aqui e aqui, por exemplo) muito e bater contra as paredes muitas vezes. Um accionista dificilmente consegue pensar no longo prazo, falta-lhe paciência estratégica (aqui e aqui, por exemplo), se uma empresa não lhe dá o retorno esperado já, vende e compra acções de outra que o faça.
.
Eheheh empresas cotadas na bolsa não contratam anónimos de província (aqui também, por exemplo) para animar reflexões estratégicas, preferem a escola da eficiência, ou seja o choque directo com a Ásia.
.
Conseguem imaginar um Kevin O'Leary a ter paciência para algo que não compita com o preço mais baixo, que trabalha com séries pequenas, com muita variedade e sem patentes?

segunda-feira, julho 27, 2015

Curiosidade do dia

Conheço uma empresa com uma dívida de mais de 15 mil milhões de euros.
.
Este artigo, "Repent! Repent! Grid Parity is Nigh!", cheira-me a problemas graves para ela... a menos que os governos futuros aprisionem os consumidores com legislação esclavagista.

domingo, julho 26, 2015

O poder da serendipidade

O poder da serendipidade
"In a world of people who too often see their situation as unchangeable, entrepreneurs choose to act. We feel the power of free will when we hear stories about the bold actions of entrepreneurs.
...
Inspiring stories. But here is the rub: In each story, the innovator’s choice was driven by their context
...
In each of these cases, context drove choice.
.
True, it took a bold decision to actually create these businesses, and the innovators should be admired for this reason. But still, there is no way anyone could have started any of these businesses without being in the context that made the innovation possible.
.
Context drives choice, yet choice is still pivotal to innovation because we often choose our context.
...
Context drives choice, but we choose our context."
De certa forma o jogo, o balanço, na nossa vida, entre a exploitation e a exploration. É sempre útil, ter uma saudável dose de exploration na nossa vida. Podemos pensar que estamos bem, podemos estar bem e, no entanto, com a movimentação das placas tectónicas da paisagem competitva, com a alteração do enrugamento, deixamos de estar numa zona agradável e, sem exploração prévia que nos tenha dotado de outras habilidades... corremos mais riscos de passar um mau bocado.

Trechos retirados de "Context Drives Choice (and Vice Versa)"

Recordando o tecto de vidro

No início do ano corri aqui uma série com o título "Tecto de vidro? Uma hipótese de explicação" e, neste postal "Pois, despedir clientes" sistematizei uma série de reflexões sobre a blasfémia de despedir clientes.
"Here are my 5 reasons why you need to fire some of your customers:
.
1. Customers you get because of a low price will always be  low price customers. Don’t forget that low price equals low profit.
.
2. Customers who demand a high level of service and aren’t willing to pay for it are sucking your profit.
.
3. Customers who demand too much of your time are preventing you from spending it on other activities that will create incremental sales and profit.
.
4. Customers who you can’t satisfy will tell others. Last thing you need is to have customers who simply don’t fit with your model then going off and telling other customers.
.
5. Bad customers are a disease that will suck the life out of you and everyone else in your company.
.
Never forget that sometimes the most profitable business you have is the business you don’t have.
.
When you invest your time with bad customers, you’ll find yourself attracting even more bad customers.  Sell to great customers and you’ll find yourself selling to even more great customers."

Trechos retirados de "5 Reasons You Will Increase Your Business By Firing Some Customers"

Complicado vs complexo

Depois de ler "The Three Types of Problem in the World", em especial a parte final:
"The sophistication of our models, theories and language for complicated problems can be as seductive as the lamplight. They provide better “light” and clarity and yet can lead to investigations that are ill-equipped to address complex adaptive systems.'"
E olhando para umas das tabelas do artigo citado:
Deu para suportar melhor esta decisão de 2009 "Fazer a mudança acontecer (parte VI e meio)". A diferença entre isto:
E isto:

Isto tresanda a conhecer os clientes-alvo

Isto tresanda a conhecer os clientes-alvo, o seu contexto e o job-to-be-done:
"You're still in print, which a lot of publications have had to move away from. What do you think are some of the secrets or things that have helped you stay successful there?.
Our demographic is really the big thing because the reason why you don't really see a lot of entertainment magazines these days is that there's nothing more broke than a dude in his 20s. Your enthusiasm for bands or movies or something like that changes because now you have to pay for your own health insurance, you have rent, and you want to go out on a date Friday night, so are you going to go buy a magazine or are you going to get a nice glass of wine for your date? Priorities change, but when you're a teenager and in college, actors, actresses, musicians, all the types of artists are everything to you. Your favorite bands end up being on your car, on your notebook and on your phone, and those really are who you are.
.
For us, that's what's insulated us to a greater extent from ending up like Spin and a lot of the other music magazines, because it's still a crowd for whom there's a lot of romanticism attached to print. Teenagers today still . . . it's a rite of passage to a certain extent to sit on your bed with your friend and flip through pages looking at singers and stuff, and reading about your favorite band. It's not so romanticized when you do that with an iPad. Plus the fact that you can rip pictures out, put them on your wall."
Trecho retirado de "Print's Not Dead—Just Ask Music-Loving Teens"

sábado, julho 25, 2015

Curiosidade do dia

"Embora os cafés portugueses estejam, de facto, cheios de idiotas, como notou o leitor e muito bem, a triste verdade é que eles não passam o tempo todo a dizer o óbvio — os idiotas portugueses passam o tempo todo a negar o óbvio.
.
Se a política em Portugal fosse utilizada para discutir em detalhe as reformas que são necessárias para o país progredir, eu estava tramado. Não sei o suficiente sobre isso. Só que em Portugal a política serve para discutir se essas reformas são mesmo necessárias — e isso é tão óbvio, que eu safo-me. Se a política servisse para mudar a realidade que existe, eu estava tramado. Mas como ela serve para discutir a existência da realidade, isso é tão óbvio, que eu desenrasco. Quando surgir enfim o dia claro, em que toda a gente comece a ver o óbvio, não terei certamente lugar nos jornais."

Trecho retirado de "O óbvio"

O político responsável

Ministro da Economia em mais uma campanha para promover a desertificação do interior com "Pires de Lima defende aumento do salário mínimo".
.
Recordar estes gráficos e a sua interpretação:
Entretanto, o ministro da Economia afirma, vestindo o papel de político responsável, "Pires de Lima critica políticos que prometem o que não podem dar".
.
Conclusão: os políticos podem prometer dar aquilo que terá de ser pago por outros.



Outro melhor ano de...

Na senda de "o melhor ano de...", mais uma vez a metalurgia e metalomecânica mostra o que se faz com o euro:
"A avaliar pelos dados revelados esta sexta-feira pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP). Rafael Campos Pereira, vice-presidente da associação, nem hesita: “se continuarmos a crescer e a manter os registos que mantivemos nos primeiros cinco meses do ano, vamos ultrapassar a nossa meta“."
De que falamos? Sou levado a concluir que falamos daquelas categorias do INE:

  • MÁQUINAS, OUTROS BENS DE CAPITAL E SEUS ACESSORIOS (excepto material de transporte); (CGCE 41 e 42) e
  • ARTES, PEÇAS SEPARADAS E ACESSÓRIOS (para material de transporte) (CGCE 52 e 53)
"As exportações de máquinas e equipamentos, produtos metálicos, equipamentos de transporte e fabrico de peças técnicas utilizadas no setor automóvel ou aeronáutica, entre outros, atingiram 6.354 milhões de euros nos primeiros cinco meses de 2015 [Moi ici: Se acrescentarmos o CGCE 51 (AUTOMOVEIS PARA TRANSPORTE  DE PASSAGEIROS) o valor ultrapassa os 7 milhões], mais 12,2% do que em igual período do ano anterior. Representou 30% das exportações nacionais nos primeiros cinco meses do ano, que totalizaram 20,6 mil milhões de euros. E há 16 meses que a variação homóloga das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico está a crescer."
Como é que o sector consegue?
.
Qual é a receita deste blogue?
"A aposta estratégica na expansão para mercados externos de valor acrescentado e o investimento das empresas na qualidade e inovação dos seus produtos e serviços mostrou-se crucial e é algo que nos deixa muito orgulhosos
...
A inovação e a competitividade do metal português são cada vez mais reconhecidas internacionalmente e estamos a competir no mesmo patamar que os gigantes mundiais do setor como a Alemanha ou alguns países asiáticos
...
O vice-presidente da AIMMAP diz que as exportações sobem, mas não é em volume, é em produtos de valor acrescentado. “Não vendemos produtos em série massificados, vendemos é cada vez mais produtos com maior valor acrescentado, customizados e orientados para as necessidades dos clientes. As empresas estrangeiras desafiam as nossas a encontrarem soluções para ultrapassarem os seus problemas”, diz."
Pena que o artigo de onde retirei os trechos "Exportações. Os campeões nacionais não desistem de fazer mais" acabe da pior forma:
Enquanto o vice-presidente da AIMMAP dá uma entrevista a salientar as PME portuguesas, muitas delas anónimas, a dizer:
"Não vendemos produtos em série massificados, vendemos é cada vez mais produtos com maior valor acrescentado, customizados e orientados para as necessidades dos clientes."
O autor termina com uma lista de empresas que estão em mercados de preço, commodities ou produção em massa, e quase nenhuma faze parte da lista que Rafael Campos Pereira menciona:
"As exportações de máquinas e equipamentos, produtos metálicos, equipamentos de transporte e fabrico de peças técnicas utilizadas no setor automóvel ou aeronáutica,"
Melhor, muitas destas empresas fogem de fornecer o sector automóvel, sabem o perigo da pedofilia empresarial, recordar:

O mantra do século XXI é diferente


Nascemos num mundo que se encarrega de nos envolver em camadas e mais camadas de preconceitos, para nos facilitar a navegação nele.
.
Assim, quando esse mundo muda, estamos condenados a querer continuar a navegar nele usando preconceitos que talvez já não se ajustem. Ou, então, quando queremos prever o futuro, carreamos para ele preconceitos que não farão sentido.
.
A figura lá de cima descreve um grupo de empresas que tem a particularidade de basicamente não terem activos próprios que explorem.
.
Qual era o mantra do século XX?
.
.
.
.
Eficiência!!!
.
Por isso, é fácil que alguém que se dedique a prever o futuro, acredite (erradamente) que esse mantra vai continuar a governar o século XXI.
.
Reparem nisto:
"Within 10 years, we will see Uber laying off most of its drivers as it switches to self-driving cars; manufacturers will start replacing workers with robots; fast-food restaurants will install fully automated food-preparation systems; artificial intelligence–based systems will start doing the jobs of most office workers in accounting, finance and administration."
Quer dizer que a Uber vai trocar flexibilidade e ubiquidade pela posse, gestão e manutenção de uma frota de veículos? O truque da Uber é mesmo eficiência?
"manufacturers will start replacing workers with robots"
Pois, o futuro vai mesmo ser linhas de montagem desenhadas para produzir séries intermináveis de coisas iguais... por isso, "Um mesmo processo automatizado é demasiado rígido para Mongo".
"fast-food restaurants will install fully automated food-preparation systems"
Fast-food, o negócio é eficiência! Logo faz sentido essa evolução "New York Orders Fast-Food Workers Replaced With Robots, Kiosks, Mobile Apps" como a que ocorreu nas auto-estradas com o fim dos portageiros.
"artificial intelligence–based systems will start doing the jobs of most office workers in accounting, finance and administration."
Recordar "Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte VIII)"

Trecho retirado de "We need a new version of capitalism for the jobless future"

BTW, quando alguém troca ideias acerca do futuro com Carlos Slim, conversa com que experiência de vida? É como conversar com Belmiro de Azevedo, gente embrenhada no século XX e que conhecem e dominam o mantra do século XX. Será que são as pessoas mais bem preparadas para falar de um futuro baseado no Estranhistão, na antítese do século XX?

Acerca do Estranhistão


Vai ser um gosto contar a minha experiência sobre o Estranhistão!

Pormenores aqui.

sexta-feira, julho 24, 2015

Curiosidade do dia

A propósito de "Altice prepara mexidas na PT. 30 cargos de direção serão extintos".
.
Como seria a introdução de um pouco de racionalidade económica (sistematização de processos, eliminação de passos arcaicos, substituição de pessoas por automatização) na administração pública?
.
Quantos milhões seriam poupados?

Calçado, aquela máquina

"A indústria do calçado está a reforçar a aposta promocional na Colômbia, para onde as exportações estão a crescer a um ritmo de 140%, querendo, a partir daí, reforçar as vendas para toda a América Latina, refere a associação do sector, a APICCAPS, numa nota à imprensa divulgada nesta quinta-feira.
...
 “as exportações passaram de valores meramente residuais em 2013 para 1,7 milhões de euros em 2014 e estão a aumentar mais de 140% desde o início do ano”.
.
A APICCAPS refere que, a manter-se o ritmo de crescimento, “o calçado português exportará este ano sensivelmente quatro milhões de euros para a Colômbia”."
Duas notas:

  • o trabalho bem sucedido do sector para exportar para fora da Europa (irrelevante o facto de se usar o euro);
  • Hugo Chavez insultava o governo colombiano... hoje, os colombianos têm dinheiro para comprar os segundos sapatos mais caros do mundo. E, entretanto, a Venezuela, nem papel higiénico, nem cerveja



"Sector do calçado reforça aposta promocional na Colômbia"

Outra vez os descontos

A propósito dos descontos, recordar "Sobre os descontos".
"Salespeople will always argue that offering a small discount doesn’t hurt and is the right thing to do for the customer.
...
It doesn’t matter what the reason or how passionate the salesperson might feel about it, a discount is still a discount and it costs money!
...
A discount offered to a customer is not a discount on the full price. It’s a discount on the profit, unless there is something else of value equal to the discount that is being removed from the offer.  Problem is that scenario is rarely the case.
...
A salesperson looking for a 5% discount may not view it as an issue to their company and thus feel it’s no big deal.  Now, let’s frame the discount as being a 33% discount on profit and it suddenly becomes “game over.”"

Trechos retirados de "What Does Discounting Really Cost?"

Todas, todas, mas todas as estratégias são transientes, não duram para sempre

Tão simples quanto isto "Sometimes Your Strategy Will Fail" e não interessa o sector de actividade e, o tipo específico de estratégia seguida.
.
Verdade tão bem ilustrada pelos simuladores de criaturas com estratégias de evolução.
.
Recordar Erik Beinhocker - Todas, todas, mas todas as estratégias são transientes, não duram para sempre. Aqui (Parte VI) e A minha solução não passa por aqui (V) e Uma estratégia nunca é eterna. Ainda Economia e biologia, o mesmo desafio evolutivo e The economy is ultimately a genetic replication strategy.
.
O autor do artigo refere alguns motivos porque tal pode acontecer:
"Lowest Price LosesYou may not want to believe me, but it is very easy to lose on price. I see this happening more and more all the time. The sales organization believes the lowest price will win the deal, so they focus there instead of value. And then they are shocked to discover they’ve lost.[Moi ici: Algo que faz parte do nosso Evangelho do Valor, e do nosso esforço de missionação]
...
Price is always going to be a consideration, but it doesn’t mean that is it always weighted as heavy as we think it is.[Moi ici: Recordar order winners versis order qualifiers]
...
Total Solution LosesIt’s easy to lose with the best total solution.[Moi ici: Lembro-me logo da empresa onde era consultor, que desenvolveu produto inovador e que poupava dinheiro e acelerava as obras de construção. Falhanço total, empreiteiro não faz contas, só pensa no preço. Primeiro cliente foi director de obra que tinha estado na Alemanha a trabalhar e que aprendeu a fazer contas]
There are some prospects who have a tough time understanding the greater value that you create, even when you do everything in your power to help them understand the investment you are asking them to make.
...
The Best Product, NotYou can lose with the best product the world has ever known.[Moi ici: Tantas boas razões. A principal, não escolher os clientes-alvo e, pensar que a superioridade técnica resolve tudo... please, estudar a curva de Geoffrey Moore]"



O exemplo do mobiliário

A propósito de "Exportações de mobiliário representaram 67% da produção em 2014", a mesma lição do calçado e do têxtil:
"As exportações de mobiliário para o lar aproximaram-se dos 500 milhões de euros em 2014, representando 67% da produção nacional,
...
Entre 2012 e 2014, as exportações permitiram que a produção nacional contabilizasse taxas de variação positivas.
...
Em 2009 existiam 5300 fabricantes, mas em 2013 este número já tinha descido para os 4250. Consequentemente, o número de trabalhadores no sector também diminuiu: em 2009 contava com 28.790 trabalhadores, enquanto em 2014 empregava 22.400 pessoas."
Pena que a jornalista não tenha investigado mais para descobrir que se trata de uma tendência com mais de uma década, recordar "O exemplo do mobiliário (parte I)". Em "O exemplo do mobiliário (parte III)" está o final da história e o que se aprende com a série, a heterogeneidade deste sector (de qualquer sector).
.
O mundo mudou brutalmente com a chegada da Ásia ao mercado, houve uns que conseguiram mudar e outros que não quiseram ou não puderam mudar. O aumento da exigência levou a chegar a outro nível do jogo.

Será?

A propósito de "Vinho do Lidl considerado o melhor deste Verão", um exemplo interessante de alguém que está mais concentrado na produção do que em perceber o mercado e os canais?

quinta-feira, julho 23, 2015

Curiosidade do dia

Moloch está sempre à espreita de uma oportunidade para voltar em força "Rui Moreira quer investimento público no setor da construção civil":
""Temos que ver também em Portugal se começamos a ter algum investimento público que de alguma maneira dê sustentabilidade a essas empresas","
Impressionante... o investimento público é para servir as empresas, não o país. E mais, chamar investimento público a torrefacção de dinheiro de contribuintes futuros é todo um programa de fantochada.

Bonito e libertador!

A propósito de "A "Grande" lição da minha vida" encontrei mais um texto da grande Hilary Austen, "Artistry: the Territory, the Map and a Compass":
"The complex problems we face nowadays go by many names: ‘social messes’, ‘wicked problems’ and ‘big hairy problems’; I like to call them ‘enigmatic problems’.
...
As we go about solving enigmatic problems, the ends and the means are not only unclear, they are also interdependent: as efforts to solve them proceed, the ends evolve as means are generated. Likewise, as means unfold, new ends become possible which, in turn, may demand new means. All of which invites an observation: that the enigmatic problems we face are comprised of features identical to those routinely found in the arts – including uncertainty, ambiguity, complexity, change, surprise, choice, subtlety, indeterminacy, uniqueness and the aforementioned interdependence between ends and means.
.
Artists see the features of enigmatic problems not as obstacles, but as exciting opportunities; rather than fearing ambiguity, they seek it out; and rather than avoiding surprises, they embrace them. Might this mean that the enigmatic problems that permeate modern organizations can be treated as opportunities for artistry? I believe so, but only if we cross an oft-forbidden boundary and enter a world that has always been open to artists, but seldom to the rest of us: the world of qualitative thought and experience, where judgment and imagination take their place alongside quantitative analysis and deductive reasoning."
Bonito e libertador!

Já olhou para o low-cost desta maneira? (parte II)

Parte I.
.
Terminei a parte I com uma reflexão que comecei a maturar no final de 2014:
"o seu negócio não é low-cost? Então, agradeça aos membros low-cost o trabalho de "mineração" que fazem, eles criam os seus potenciais futuros clientes. Eles "ensinam-lhes" o bê-à-bá da actividade. Depois, alguns ficarão sempre por aí, mas outros ganharão uma paixão e sentirão uma necessidade genuína de subir para outros desafios. É aí que entra a sua empresa, dedicada a servir um grupo que quer mais do que o básico. Para isso, precisa de ter uma estratégia clara e estar alinhado com ela."
Ontem, encontrei outra opinião a suportá-la:
"So do these budget operators spell the end for gyms as we know them? Steve Dick, sales and marketing director at Virgin Active, doesn't think so. He believes there is a place in the market for both budget and high-end gyms. "It gives the consumer a wider range of choices. Budget gyms will attract first-time exercisers into the market and over time these people may migrate to clubs such as ours," he says."
Teoricamente, as barreiras à entrada são as mais baixas. A pessoa entra, experimenta e as que quiserem aprofundar terão de evoluir para outras ofertas.
.
Trecho retirado de "Are no-contract gyms the future of fitness?"

À atenção dos economistas "reputados"

Segundo os dados publicados pelo IEFP, relativos a desempregados à procura de emprego, tendo em conta a sua origem profissional, fizemos esta a comparação entre o mês mais recente e o mês mais antigo com registos disponíveis, Janeiro de 2002.
Em Junho de 2015 há mais 150 mil desempregados do que em Janeiro de 2002.
.
É realmente interessante perceber como o impacte chinês já foi digerido pelos sectores transaccionáveis:

  • Em Janeiro de 2002 o número de desempregados que não pertenciam à Construção + Restauração + Comércio + Imobiliário rondava os 186 mil, em Junho de 2015 ronda os quase 202 mil.
A grande diferença, o grande responsável pelo acréscimo de 150 mil desempregados está naqueles 4 sectores não transaccionáveis:
  • Em Janeiro de 2002 o número de desempregados que pertenciam à Construção + Restauração + Comércio + Imobiliário era pouco superior a 116,5 mil, em Junho de 2015 ronda os quase 250 mil.
Acreditam que os economistas "reputados", que defendem a saída de Portugal do euro, para baixar o desemprego, conhecem estes números?
.
BTW, isto "Finns Told Pay Cuts Now Only Way to Rescue Economy From Failure". Numa economia aberta esta mensagem e terapia é necessária para os sectores não transaccionáveis quando o sistema fica insustentável. A mensagem é irrelevante para os sectores transaccionáveis porque o acerto ocorre a toda a hora e momento.

Alguma vez darão retorno?

Além da Amazon, também a Zalando:
"Operating margins will be below previous targets — about 4 per cent, well below last year. The shares dropped sharply.
.
Expectations were clearly too positive. Zalando’s shares have already run up 11 per cent in July so far. Once at a discount to Asos, Zalando trades at similar price to earnings and enterprise value to sales multiples. The good news is that Zalando’s sales are still growing faster than Asos despite the former’s greater size. Second-quarter sales should still increase about 34 per cent, well above expectations.
.
Growth is definitely trendier than value among investors these days. The German retailer’s margins, though, had better stabilise soon or more worries will creep in."
Crescer, crescer e dar retorno medíocre. Será que alguma vez vão recompensar os investidores? 
.
É impossível secar a concorrência no mundo virtual. Hão-de aparecer os especializados em nichos, dispostos a pagar mais e, hão-de aparecer os verdadeiros low-cost do futuro por mono-categorias. E estarão reposicionadas num novo meio-termo.

quarta-feira, julho 22, 2015

Curiosidade do dia

"Numa sociedade que esteja estruturada em função das políticas do bem-estar, a assimetria entre contribuintes e beneficiários forma tensões que se tornam incontroláveis quando os benefícios se tornarem superiores aos contributos. Será inevitável e destruidora a tempestade que se forma quando os dispositivos das políticas sociais passarem a ser motivo de guerra civil.
 .
Numa política que esteja estruturada em função da compra e venda de votos (compra com políticas sociais, venda pelo preço da garantia de direitos e da protecção de redes de interesses), será inevitável a formação das assimetrias, internas e externas, que geram défices orçamentais, défices externos e dívidas públicas, movimentos de capitais e transferências de activos – até que o voto se torna indiferente.
 .
Tudo isto se viu e se vê na Grécia, em França, em Itália, em Espanha e em Portugal,"

Trechos retirados de "Os ciclones financeiros"

O choque de percepções

O choque de percepções entre os que defendem a agricultura do passado que não tem futuro, como os produtores de cereal ou de vinho e azeite a granel, sem marca, sem diferenciação.


Trechos retirados de "CNA contraria ideia de "oásis" da agricultura e lamenta queda dos preços"

Acerca da pedofilia empresarial

Primeiro, um exemplo das bicicletas "Dois conselhos", depois este exemplo associativo "Cuidado com a pedofilia" conjugado com "Fornecer a Autoeuropa não é necessariamente uma boa decisão para uma PME portuguesa-tipo".
.
Tudo relacionado com este exemplo inglês de pedofilia empresarial "Supermarket price war takes toll on UK food suppliers":
"The number of UK food suppliers and farmers struggling to stay afloat has leapt more than 50% in 12 months, as a bitter supermarket price war continues to take its toll."
Os supermercados grandes do Reino Unido foram colocados no espaço do mercado do meio-termo com a entrada das lojas discount num extremo e do retorno do comércio de proximidade no outro extremo:
"The researchers said there was a “new savage landscape” in food retailing and suppliers were bearing the brunt of the big supermarkets’ drastic turnaround plans, aimed at clawing back market share from discount retailers such as Aldi and Lidl.
...
All of the big four supermarkets – Tesco, Asda, Sainsbury’s and Morrisons – have struggled with falling sales as shoppers’ habits change, with many people ditching the traditional big weekly shop in favour of several visits to smaller local shops and discounters."
A resposta destes supermercados grandes é: trading-down!
"The price wars have kept grocery prices falling constantly since last autumn, bringing prices down by 1.7% in a year, retail researchers Kantar Worldpanel  said last month"
A paranóia com o preço como factor competitivo é tão grande que já falam nisto:
"“Some are even looking into launching their own food manufacturing facilities to give them even tighter control over costs and the ability to offer still more aggressive pricing – signalling yet another nightmare scenario on the horizon for the UK food supply chain.”"
PME a trabalhar para empresas muito grandes... dupla precaução. Sempre!

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte V)

Parte I, parte II, parte III e parte IV.

Qual o ex-libris, o avatar do fornecedor low-cost?
.
.
.
.
A Amazon!
.
Como lidar com a Amazon?
.
.
.
.
Oferecer um preço mais baixo?
.
.
Come on!?!? Não vai mais vinho para essa mesa!



Trechos retirados de "Beyond Amazon: 5 Niche Ecommerce Sites Driving Innovation In Online Shopping":
"sites like Amazon try to provide a solution for nearly every product, and therefore can't offer up a custom or focused experience for very specific products or shoppers. Today, a number of niche sites are creating new kinds of shopping experiences that change the way people discover products.
...
This site is not only focused on a very specific audience, but a very personal and intimate product as well.
...
finding unique ways of selling a product in order to cater to niche markets
...
The company provides a wide variety of items — all of them themed for the company's specific audience. This is a classic example of finding a market, and building whatever product happens to appeal to them.
...
What all of these sites share is focus — and this allows these smaller services to compete with the do-it-all giants. This is a powerful lesson and can certainly be applied to other industries."
Em todo o lado esta evolução... entretanto, há os que acham que é tudo uma questão de estímulos, apoios e outras mezinhas.

TRETA!!!! TRETA completa!!!

Este artigo "Why Germans Work Fewer Hours But Produce More: A Study in Culture" é uma verdadeira anedota.
.
Por que é que os alemães produzem muito mais que os outros, apesar de trabalharem menos horas?
.
Resposta do artigo e daqueles que pertencem ao grupo a que chamo de tríade:
"Working Hours Mean Working Hours
In German business culture, when an employee is at work, they should not be doing anything other than their work. Facebook, office gossip with co-workers, trolling Reddit for hours, and pulling up a fake spreadsheet when your boss walks by are socially unacceptable behaviors. Obviously, in the United States these behaviors are frowned up on by management. But in Germany, there is zero tolerance among peers for such frivolous activities."
TRETA!!!! TRETA completa!!!
"When a German is at work, they are focused and diligent, which in turn leads to higher productivity in a shorter period of time."
Isto é tão básico! Tão errado, tão ... treta!!!
.
Como se mede a produtividade?
.
Recordar:

Os ignorantes que escreveram o artigo partem do princípio que os outputs que os alemães produzem são iguais aos dos outros países e, por isso, a produtividade explica-se porque são menos preguiçosos.
.
TRETA!
.
Faz lembrar a mirabolante explicação do embaixador luxemburguês acerca da diferença de produtividade entre portugueses em Portugal e no Luxemburgo em "Ainda a produtividade luxemburguesa vs a portuguesa".
.
A explicação é tão simples... basta remover a condição implícita na equação:
Basta pensar que os alemães produzem coisas diferentes!!! Coisas com um valor acrescentado potencial tão elevado que mais do que compensam as horas.
.
Como me resumiu um operário há muitos anos numa fábrica:
"Na semana passada, ao procurar explicar o conceito de produtividade a um grupo de operários, um deles saiu-se com este exemplo: "O que está a dizer é que se pegarmos num metro quadrado de chapa e o utilizarmos para fazer um guarda-lamas de uma motorizada, teremos mais rendimento do que se o utilizarmos para fazer pás, ou enxadas." Eloquente!!!"


terça-feira, julho 21, 2015

Curiosidade do dia

Há anos que prevejo aqui no blogue a importância crescente do "home delivery" na economia, dado o cada vez maior recurso ao comércio electrónico.
.
Estou habituado a ler e ouvir tanta gente falar da experiência do cliente... aqui vai um testemunho pessoal sobre a experiência de compra no sector do "home delivery":

Há dias fiz uma encomenda pela internet num site francês.
.
Pouco tempo depois recebi a confirmação da encomenda com previsão da entrega ter lugar entre terça 21 e quinta 23.
.
Depois, no Sábado ou Domingo recebi mensagem de e-mail da transportadora a avisar que a entrega teria lugar até às 23h59 de Segunda.
.
Até aqui tudo a correr bem e a superar as expectativas criadas por eles.
.
Segunda de manhã, para saber mais informação, volto ao e-mail da transportadora e usando o código de identificação que me deram procuro fazer o rastreio da encomenda. Primeira surpresa, segundo o site da transportadora, o código dado não estava associado a nenhuma encomenda.
.
Início da tarde de segunda, recebo telefonema no telemóvel. Dois ou três toques e depois desliga. Olho para o número e, como não o conheço, depreendo que foi alguém que se enganou. Dez minutos depois recebo novo telefonema, atendo... era a transportadora. Muito simpáticos, dizem-me que vão passar-me a chamada do motorista que anda a fazer a distribuição.
.
Pergunta-me indicações sobre a morada de entrega e fico com a ideia de que pretende que alguém vá ter com ele para recolher a encomenda. Como não me ofereço para tal, avisa que vai primeiro a outras localidades. Ofereço-me para lhe dar indicaçöes quando estiver a chegar. É então que me diz que ligou há minutos.
.
Depois de terminado o telefonema pergunto-me:

  • por que raio me ligou se não vinha já? Estaria mesmo a fazer-se ao piso para irem ter com ele para ir buscar a encomenda?
  • então não lhe pagam o suficiente para fazer chamadas aos clientes?
Cerca de 3 horas depois lá deu dois toques. Liguei-lhe e dei-lhe as indicações.
.
Contudo, a história não acaba aqui. Quem recolheu a encomenda diz que esteve mais de cinco minutos a assistir à cena do motorista, perdido, andar para trás e para a frente no meio da carga a procurar a encomenda. Não admira que voem na estrada, tem de compensar ao volante a balda que é a disposição da carga. Quantas horas úteis perde por dia um motorista a pesquisar encomendas, porque no armazém não têm um critério, um método de arrumação? Depois, ouvimos uns pomposos de fato e gravata falarem de tecnologia e big data para aumentar a eficiência. No entanto, nunca tiveram a experiência japonesa de trabalhar na gemba.
.
A encomenda, um envelope de tamanho entre o B4 e o B5 não aparecia.... Depois de mais cinco minutos de pesquisa o motorista lá encontrou a encomenda debaixo de uma caixa.
.
Nasceram logo os receios de que a peça encomendada estivesse danificada. À noite experimentei e tudo OK.
.
Quantas oportunidades de melhoria da experiência do cliente conseguem encontrar só com este caso?
.
E quantas para melhorar o desempenho do motorista?
.
Onde andam os "engenheiros"?

Um mundo bem diferente

"My point is not that all these artisans and hobbyists and their shop-scale technology are collectively producing enough 3D-printed output to put a dent in the overall economy. For me, the most important “tipping point” isn’t about how many manufacturers have changed, it’s about how many minds have. Thanks to more accessible technology, we are now reaching a critical mass of people who, when they think about how things are made, think in a different way. You could say they are thinking in 3D."
Um mundo bem diferente do vómito industrial da produção massificada para o consumidor domesticado e treinado para comprar o padrão que lhe colocam na prateleira.

Trechos retirados de "3D Printing Is Changing the Way We Think"

Evolução da economia real

Evolução do números de empresas criadas e encerradas nos anos 2010 a 2014:
Evolução do ano de 2015:

Imagens do Informa DB.
.
Conjugar com "Criação de novas empresas cresce 10% no primeiro semestre":
""Estes resultados são evidências de que o universo empresarial em Portugal é resiliente e que está em recuperação com alguma sustentabilidade. 2013 e 2014 foram os melhores anos de nascimentos desde 2009. E desde 2013 que o número de insolvências tem vindo a descer""




Acerca da dimensão das empresas (parte II)

Parte I.
.
Recordar o recente "Dimensão e especialização no Estranhistão":
"""o facto de a grande maioria delas [PME de construção] ser de carácter regional, o que provou que tinham a dimensão adequada e, por isso, conseguiram sobreviver; e porque eram e são empresas especialistas, que estão focadas em nichos de mercado"."
E comparar com "Só especulo"...
.
Confesso que até eu me surpreendo com a minha taxa de acerto de previsões... mas não há magia, é só fazer as contas da estratégia.
.
Por isso, sorrio ao ler "Ces entrepreneurs qui ne veulent pas grandir":
"Or, derrière ces ETI,[entreprises de taille intermédiaire]  il y a un enjeu central. En matière d’emploi notamment. « Seules 5 % des entreprises françaises ont plus de 10 salariés, alors qu’elles sont 10 % au Royaume-Uni, 18 % en Allemagne, 24 % aux Etats-Unis. Si nous arrivions à 10 % d’entreprises de plus de 10 salariés, on pourrait créer 400 000 emplois net »,[Moi ici: Como se fosse só aumentar e pronto! E o mercado não muda? E o tipo de gestão não muda? E a proposta de valor não tem de mudar? E o propósito de uma empresa é mesmo criar emprego? Em vez de querer copiar modelos estrangeiros melhor fariam em seguir o exemplo austríaco, mais vale um pássaro na mão...]
...
[Moi ici: O Cortes acha que sou eu que sou esquisito com esta história dos impostos] Facilité dans l’acte de création d’entreprise, dynamisme du capitalrisque et dispositifs fiscaux avantageux aident les nouveaux venus, relève l’étude. Mais c’est après que le bât blesse. La moitié de ces sociétés ont disparu au bout de cinq ans ! Pourquoi ? Sans surprise, charges trop lourdes et complexité administrative sont les bêtes noires des petits patrons
...
[Moi ici: Cá está o caso referido na parte I] Autre épouvantail : les seuils sociaux. Celui des 50 salariés à partir duquel l’entreprise doit se doter d’un comité d’entreprise (CE) et d’un comité hygiène, sécurité et conditions de travail (CHSCT) – désormais regroupés au sein de la délégation unique du personnel (DUP) – est jugé redoutable. « Il y a deux fois plus d’entreprises de 49 que de 50 salariés », note M. Andrès. A l’Insee, on relativise ce constat, en soulignant que les entreprises ont tendance à se « couper » en entités juridiques plus petites afin
de contourner les seuils.
...
La course à la croissance se heurte aussi aux difficultés de management que suscite un changement d’échelle.
...
« Croître signifie revoir l’organisation de la société, déléguer une partie du management, donc se remettre en cause »
...
[Moi ici: O tal, desapareçam, saiam da frente, não atrapalhem]  « les petits patrons n’attendent pas d’aides ou de subventions. Juste de ne pas être freinés par des contraintes démotivantes. »"

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.
.
Recordar o velho exemplo de Manzano:

Pequenas empresas habituadas a trabalhar no mercado B2B sem marca, produzem um produto de qualidade, sem defeitos, honesto mas sem identidade própria. Ocupam o mercado do meio-termo com um produto decente mas só isso, decente.
.
Entretanto, fruto da globalização, entram os concorrentes com produção muito mais barato made in Asia e qualidade nível de defeitos qb.
.
Qual a alternativa?
Desvalorizar a moeda e continuar a competir pelo preço? Impossível, os malvados alemães não deixam e, os salários teriam que cair uma ordem de grandeza.
.
Qual a alternativa? 
Trading-up!!! 
Subir na escala de valor!
.
Continua.

Impressionante

O desemprego, segundo os números do IEFP, continua a baixar e a caminho dos valores de Julho de 2009.
.
O que é que o Público resolve destacar?
"Novas inscrições nos centros de emprego voltam a subir"
"Em Junho inscreveram-se no IEFP 53.650 desempregados, mais 6% do que no mesmo mês de 2014. Fim de contratos a prazo motivou 22 mil novos registos." 
Depois, usam este gráfico manhoso:
Reparem na legenda, a amarelo temos o total de inscritos no IEFP, depois, a laranja o número de novos inscritos... mas então o número total de inscritos não inclui já o número das novas inscrições? Cheira-me a gráfico malicioso.
.
Os dados do IEFP são:
Podiam ter salientado que o número de ofertas de emprego cresceu 18,4% homólogos, ou podiam ter sublinhado que o número de colocações cresceu 27% homólogos. Podiam ter salientado que o desemprego em Junho de 2015 já está ao nível de Janeiro de 2011 mas preferiram uma análise rebuscada...
.
Enfim, gente que está tomada e dominada pelo cortisol.
.
BTW, uma explicação para a fixação em Junho de 2011:
Reparem na evolução do desemprego de Janeiro a Maio de 2011.
.
.
BTW, o gráfico do Público apesar de incorrecto mostra como o desemprego está realmente a cair.


segunda-feira, julho 20, 2015

Curiosidade do dia

"Not all bubbles, it would appear, are equally bad. According to two new papers, the crucial variable that separates relatively harmless frenzies from disastrous ones is debt.
...
Writing for the National Bureau of Economic Research, Oscar Jorda, Moritz Schularick and Alan Taylor examine bubbles in housing and equity markets over the past 140 years. The most dangerous, they conclude, are housing bubbles fuelled by credit booms. The least troublesome are equity bubbles that do not rely on debt. Five years after the bursting of a debt-laden housing bubble, the authors find, GDP per person is nearly 8% lower than after a “normal” recession (ie, one that is not accompanied by a financial crisis). In contrast, five years after a stockmarket crash, GDP per person is only 1% or so lower. If the stock bubble comes alongside a big rise in debt, the damage to GDP per person is 4%.
...
In a paper for the Centre for Economic Policy Research, Markus Brunnermeier and Isabel Schnabel take an even longer view, examining 400 years of asset-price bubbles. Be it tulips, land, housing, derivatives or shares, they find that the consequences of a bursting bubble depend less on the type of asset than on how it is financed. High leverage is the telltale sign of trouble."

Trechos retirados de "Sorry to burst your bubble"

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte III)

Parte I e parte II.

Agora, no mercado do fitness, o mesmo padrão, a fuga do mercado do meio-termo. A aposta no trading-down e trading-up.

HOW DO YOU FORESEE THE DEVELOPMENT OF EACH OF THE FOLLOWING MARKET SEGMENTS?
HOW DO YOU FORESEE THE DEVELOPMENT OF THE MID-PRICED MARKET SEGMENT?
HOW DO YOU FORESEE THE DEVELOPMENT OF THE HIGH-END MARKET SEGMENT?
HOW DO YOU FORESEE THE DEVELOPMENT OF THE LOW-COST MARKET SEGMENT?
HOW DO YOU FORESEE THE DEVELOPMENT OF THE NICHE / BOUTIQUE / STUDIO MARKET?
Sempre o mesmo padrão...

O encolhimento do mercado do meio-termo, o mercado de massas em favor dos dois extremos.

Continua.



Imagens retiradas de "Forecasting the Future of the Health Club Industry - IHRSA Industry Leader Research March 2015"

Isto é tão instrutivo!!!

"Ten years ago, the tourist board of Zell am See in Austria made a terrific call. According to the Qur’an, paradise looks like a lake surrounded by snow-capped mountains – so they started promoting their village to travel agencies in the Middle East. Now, the area receives 70,000 visitors from the Gulf States every year. Photographer Marieke van der Velden joins the tourists"
Racional típico de empreendedor, tão bem descrito pela effectuation.
"entrepreneurs are indeed Effectual thinkers who start with a given set of Means and find new and different Ends, which are not necessarily pre-determined. Entrepreneurs in her studies follow the adage “If I can control the future, I do not need to predict it”."


Trecho retirado de "The Austrian village that's a Muslim holiday hotspot – in pictures"

Um exemplo subtil do entranhamento do século XX

Primeiro, o tocar no ponto-chave:
"So what can Greece do? It really has only one option—to make the economy more productive and, above all, to export more. It’s easy to focus on Greece’s huge pile of debt, but, according to Yannis Ioannides, an economist at Tufts University, “debt is ultimately the lesser problem. Productivity and the lack of competitive exports are the much more important ones.”
.
Depois, o século XX:
"There are structural issues that make this challenging. Greece is never going to be a manufacturing powerhouse: almost half of all Greek manufacturers have fewer than fifty employees, which limits productivity and efficiency, since they don’t enjoy economies of scale."
Um mindset típico do século XX, em que só há uma forma de competir: o preço.
.
Em Portugal, dados do INE de 2010:
"As micro, pequenas e médias empresas (PME) portuguesas representam 99,9% do tecido empresarial português" 
Como se o calçado, o têxtil, o mobiliário, a cerâmica, ... repousassem nas economias de escala para exportar mais e ganhar a preferência dos clientes.
.
E é esta gente que aconselha o governo grego...
.
No entanto, tanto material para um choque de arte, para um choque de concorrência imperfeita, para uma actuação à la David:
"And reform doesn’t mean Greece needs to abandon the things that make it distinctive. In fact, in the case of exports, the country has important assets that it hasn’t taken full advantage of. Greek olive oil is often described as the best in the world. Yet sixty per cent of Greek oil is sold in bulk to Italy, which then resells it at a hefty markup. Greece should be processing and selling that oil itself, and similar stories could be told about feta cheese and yogurt;"



Trechos retirados de "How Can Greece Take Charge?"

"Making choices, saying no, and having options"

"Making choices, saying no, and having options are three essential elements to successful strategy execution.
...
Make a Choice: You cannot be everything to everybody. You want to target a limited segment of potential buyers with the same needs. Next, you are going to tailor your activities in such a way that they meet these needs. Strategic innovation is the process to make those choices – defining a new who and how for the organization.
Say No: There will be customers that you are not going to serve, activities that you are not going to perform and services/products that you will not be offering. In strategy, choosing what not to do is equally important. Have Options: Facts and figures can only go so far."
Trechos retirados de "Essential Strategy Execution: Make a Choice, Say No, Have Options"

Recordando o emplastro

Como não recordar "O emplastro iluminado" ao ler:
"“El presidente de la República me dijo que eso de fabricar zapatos era cosa de chinos; que el futuro de Portugal era tecnológico, científico e informático. Sí, claro, y lunático, pensé yo. Me lo decía a mí, que llevaba fabricando zapatos desde los 14 años”."
Trecho retirado de "El zapato alado"

domingo, julho 19, 2015

Curiosidade do dia

Hoje, ao lusco-fusco, próximo das 21h, a cerca de mil metros da minha casa, dois exemplares de Accipiter nisus (gavião) em demorada guerra territorial. Belo!!!

Atento às oportunidades emergentes

O essencial é pôr-se a caminho e estar atento às mensagens e sinais que vão chegando, para afinar a estratégia.
"As oportunidades multiplicam-se à medida que vão sendo aproveitadas"
"Originally, Facebook’s leaders saw it as a social network application. Only once Facebook grew large did the idea materialize to become a platform. So in 2007 the website’s APIs were opened to a world of developers who could independently create Facebook applications.
...
Some have criticized Facebook for this haphazard evolution. Turns out, that is how most strategies emerge: Discovery trumps planning.
...
For more evidence, go back and look at the strategic plan from years ago at your favorite successful company. There is a good chance that the company’s winning strategy won’t appear in that old plan.
...
many entrepreneurial firms that discover a strategy better than the plan their founders once pitched.
...
to “savor surprises” – to see deviations from plan as the fountainhead of opportunity. Seen this way, the strategic plan is just step one in the discovery process. Leaders that understand this truth do not pretend to know the solution in advance. Instead, they plan to discover."
Como quando se olha para a estratégia da Zara, ou da Southwest Airlines, ou da IKEA, parece tudo incrivelmente ajustado e fruto de trabalho de relojoeiro de precisão. Contudo, foi tudo fruto do acaso, do que se aprendeu quando as dificuldades surgiram.
.
E recordando a minha ligação entre biologia e economia:
"nature evolves away from constraints, not toward goals"

Trechos retirados de "Discovery Trumps Planning, So Plan to Discover"

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte II)

Parte I.
.
Ainda ontem à noite na ETV ia tendo uma coisinha má ao ouvir propostas de engenharia para aumentar os preços do leite, sempre agarradas a vários acrónimos de programas da União Europeia.
.
O que tem acontecido ao número de produtores de leite e de carne nas últimas décadas em todo o mundo?
.
Redução, concentração do número de produtores e aumento da quantidade produzida.
"Em 1993, existiam em Portugal cerca de 84000 produtores de leite; Em 2010 restavam apenas 8400. ... Ao logo de décadas, a desistência de produtores foi compensada pelo aumento de dimensão das explorações que permaneceram e da produtividade por animal."
...
"Começou com 40 vacas do pai num terreno de 30 hectares ("era propriedade do meu bisavô"). Agora, dirige uma exploração modelar mecanizada e informatizada com 560 animais, que dá trabalho directo a 4 homens e produz cerca de sete mil litros por dia." (fonte)
No Reino Unido o mesmo filme:
"Last year alone more than 40 dairy farmers in Wales quit the industry, with many fearing that their livelihoods were simply no longer sustainable.
...
Some 9,960 dairy farmers in England and Wales have left the industry since 2002, with 60 farmers giving up milk production in December alone in the face of falling prices." (fonte)
"In June 2007, the UK dairy herd was estimated at two million animals. Since 1995, the number of UK dairy farms has fallen by around 43 per cent, but average herd sizes have actually risen during this time from 71 cows in 1994 to 92 animals in 2004. Similarly, average milk yields have also risen from 5,299 litres per cow in 1994 to 6,770 litres per cow in 2005 (figures from Defra). Future trends suggest herds will get larger with fewer farmers staying in the industry." (fonte)
 Em França o mesmo filme:
"The number of dairy farmers is forecast to drop by 70 per cent by 2015, coupled with an increase in the number of cow per farm as the industry moves away from the traditional family unit." (fonte)
Vamos introduzir um pouco de pensamento estratégico pragmático:
Os produtores começam na primeira casa e à pergunta "Existe uma vantagem competitiva?" respondem logo:
- Não!!!
E seguem a vida intuitiva, a via do senso comum, a via do século XX. Tenho de crescer para baixar os custos unitários e poder ser competitivo pelo preço.
.
Esta via é honesta, é legítima e alguém tem de a seguir. No entanto, não haja ilusões é a via da selva dos números, da crueza das commodities.
.
99,9% dos produtores segue esta via. Como o consumo agregado de leite e seus derivados tende a baixar com a evolução demográfica, quanto mais um produtor cresce em produção, mais um outro tem de desaparecer, daí os números do filme lá de cima.
.
E é esta pressão medonha que leva a esta situação "Près de 10 % des élevages sont « au bord du dépôt de bilan », selon Stéphane Le Foll" (Imaginem um ministro francês com tomates para dizer esta verdade, nem Jaime Silva conseguiu)
.
O que pode um produtor retirar da mensagem da parte I?
.
Sim, eu sei, há anos que escrevo aqui que "o leite é a commodity alimentar por excelência"
.
Conhecem aquela frase "Se eu lhes der amendoins, vou ter macacos!". Se eu lhes der uma commodity como posso esperar que eles queiram tratar o meu produto como se não fosse uma commodity?
.
Um produtor X, e escrevo um porque esta é uma decisão pessoal, resolve olhar para aquela figura lá de cima e pensar. Será que posso criar mercado? Será que posso influenciar o mercado? Será que tenho de me submeter ao mercado que existe? (Ele não sabe mas está a precisar de ler Nenonen e Storbacka sobre scripting markets)
.
Num acto de loucura, quebra o molde mental onde foi enformado, e descobre que a sua missão não é alimentar todo o mundo, descobre que a sua missão não é produzir mais do que o vizinho, sob pena do vizinho ser mais competitivo no preço que ele, a sua missão é produzir carne ou leite que clientes apreciem e estejam dispostos a sustentar o seu negócio de livre vontade.
.
Então, resolve responder à primeira pergunta com um sim! Depois, acrescenta para si mesmo:
"Ainda não tenho mas vou ter e quando a tiver vou ter um oceano azul por minha conta em vez de tentar apenas sobreviver num tanque infestado de tubarões."
 Ao comunicar a sua ideia radical à família, alguém lhe diz:
"Li num blogue escrito por um gajo anónimo da província, que existe uma coisa chamada a polarização do mercado. Todos os produtores estão, há décadas, a fugir do mercado do meio-termo para o low-cost comoditizado, onde entram numa guerra infernal entre si. Quantos é que estão a fugir do mercado do meio-termo para cima, para o da diferenciação, para o da autenticidade?"
Que diferenciação pode um produtor criar que seja valorizada não pela massa, mas por um nicho? (Ele não sabe, nem o contabilista que lhe ajuda nas contas, mas precisa de ler Marn e Rosiello. Precisa de saber que se seguir a via da diferenciação, reduz os custos e o  risco da quantidade por um lado, e aumenta o lucro porque pratica preços mais interessantes)
Que outras fontes de receita pode um produtor conseguir além da produção?
Quem serão os seus clientes-alvo? Há mercado para leite integral?
Há mercado para espécies menos eficientes mas autóctones? Nunca esquecer o exemplo das irmãs psicólogas no deserto de Aragão.
Posso vender directamente ao consumidor? Quanto me custa ter as autorizações para o fazer?
Posso vender visitas de estudo de escolas à exploração?
Posso vender refeições na quinta com produtos retirados da horta por indicação do cliente, como se escolhesse os peixes ou crustáceos numa marisqueira?
Posso vender o aluguer da terra e o trabalho para cultivar os legumes, como se fosse um jogo do FB?
Talvez a mudança tenha de ser feita por tentativa-e-erro, até encontrar o que funciona.
.
Qual a alternativa a não fazer esta mudança? Continuar no duelo até que no final só exista um produtor.
.
Será que vai avante com a mudança?
.
A maioria desiste, vende o negócio.
Outros adiam o inevitável lutando por mais subsídios e apoios.
.
Só uma minoria desesperada:
"To play by David's rules you have to be desperate. You have to be so bad that you have no choice."
 Arrisca mudar de vida, sair da sua zona de conforto. Deixar de vender quantidade e passar a vender experiências.
.
E agora, para terminar em grande com um termo da moda, fazer da exploração uma plataforma de negócios que alimentam uma marca em vez de vomitar quantidade industrial.

Continua.